INGLATERRA
Enzo chega na casa de seus pais: A mansão Gonçalo. Ele, vai saber como poderá trabalhar dentro da própria empresa, até por que ele precisa ir tomando pé das coisas pertinentes a trabalho e como anda a empresa.
Uma coisa que ele tem certeza na vida, é que não deseja ser igual a grande maioria dos seus amigos, que tem muito dinheiro, mas, não sabem fazê-lo.
Ele é avisado pela governanta Francisca, que seu pai e irmão estão na sala de reuniões da família.
Enzo sobe os três lances de escada imperial, até sair no corredor de fotos da sua família, culminado na ante-sala, que dá acesso à Sala de Reuniões.
Enzo, entra na sala oval, que é cercada por livros de cima até embaixo, e uma grande mesa em madeira de lei, postado ao centro e com as fotos dos filhos e esposa espalhados.
Seu pai, Sr. Gonçalo, já está sentado, conversando com Enrico, que está com seu laptop aberto na sua frente, em cima do colo.
Eles param de falar ao ver o caçula passando pela porta.
— Olha só, pontualidade britânica! — Enrico, sorri para o irmão, falando com um tom admirado.
— Nunca me atrasei antes, não irá acontecer agora. — Enzo, puxa a cadeira vazia que está de frente ao seu pai.
— Nosso caçula está crescendo meu pai.
— Eu já cresci a muito tempo. — Enzo aproveita a oportunidade para começar a falar das suas ambições profissionais e como deseja contribuir para isso.
— O que você pensa da vida Enzo? — Enrico, olha para seu irmão, e o questiona depois de escuta-lo falar sobre sua vontade e os porquês dele desejar trabalhar na empresa e continua: — Sinceramente? Acho que você ainda não está levando a vida a sério.
Enzo, surpreende-se com as observações contundente do irmão. Por que ele sente um tom jocoso, sobre sua vida sexual.
— Então, estou sendo julgado por que saio diariamente com duas ou três mulheres? É isso mesmo meu pai? Logo, não sou competente?
— Seu irmão está falando de amadurecimento e não de vida pessoal.
— Mas, não é isso que está parecendo! — A voz de Enzo, não está alterada, mas, mantém sua postura positiva.
— Porém é. — Sr. Gonçalo junta suas mãos sobre a mesa ao reiterar a observação do filho mais velho. — Sei das suas intenções em começar de baixo, de querer aprender, mas a minha preocupação e a do seu irmão é que você misture tudo, e a empresa torne-se um motel.
— Mas, por que faria isso na empresa se tenho meu apartamento?
— Enzo, é exatamente isso que estou comentando. Você acabou de falar que tem seu apartamento para levar a mulher que você quiser, inclusive as da empresa. — Bombardeia o irmão.
— Meu filho, a nossa empresa vive de um legado muito particular e necessário. Exemplo: O que mais tem em nosso ramo é a traição, espionagem e muita falta de ética. Você acredita, que um homem casado, sabendo da sua fama de garanhão, faria negócios com nossa empresa?
— Sim! Por que não faria?
— Em nossos eventos, chamamos suas famílias... Os entregamos toda cordialidade e qualidade possível, você acredita que um empresário ficaria tranquilo em gastar seu dinheiro se soubesse que o dono da empresa poderia transar com a filha ou mulher dele? Ou até mesmo com as duas. — Enrico, fecha o laptop.
Enzo ri.
— Olha aí meu pai, ele acha engraçado.
— E não era para achar? Cuidado meu pai, por que da forma que vocês estão falando de mim, acho que pensam, que até posso comer vocês!
— Enzo, não vi graça! Estamos falando sério.
— Desculpas, Sr. Diocleciano Gonçalo, a brincadeira pode ter sido pesada, mas, vocês estão pintando um monstro que não sou. Eu gosto de mulher! Amo todas! Não sei como tem homem que não consegue enxergar suas belezas, seja interior ou exterior, mas, não saber administrar minha vida pessoal e profissional é outra coisa... Escutem, não estou pedindo nada demais. Apenas uma chance.
— O que você, — Sr. Gonçalo bate com a tampa da caneta Mont Blanc, dourada sobre a mesa de reuniões e pergunta: — Achou de Verônica? — Enzo, já sente onde a conversa vai chegar.
— Realmente não sei. A vi tão rápido e depois sai, que não tenho como fazer uma análise profissional dela.
— Então, está negando que saiu com ela? — Enrico, sorri com os olhos para o irmão.
— Entendi... Claro, tudo está fazendo mais sentido. — Enzo, olha para seu pai. — Acho, que o senhor precisa ter cuidado com mais alguém aqui, e não somente comigo.
— Como é? — Enrico afasta a cadeira indignado com a acusação.
— É isso mesmo que você ouviu irmão! Eu sai com Verônica sim! Mas, a conheci na praça de alimentação do Shopping Center Recife. Não sabia que ela estava auditando a empresa.
— E como você ficou sabendo? — Pergunta Sr. Gonçalo. Enzo percebe a preocupação do pai, ele pode está achando que Verônica falou mais que devia, se ele não tivesse brecado a conversa, talvez ela pudesse ter comentado algo, mas Enzo nunca falaria nada que a prejudicasse.
— Meu pai, como estava falando, marcamos para sair e durante o jantar, ela me perguntou o que fazia, e disse que trabalhava com minha família, no ramo de aviação. Ela escutou, ficou calada e mudamos de assunto quando a disse, que nas horas vagas, trabalhava num Disk Sexo. E daí para frente... Foi maravilhoso. Excepcional.
— E você não perguntou o que ela fazia da vida? — Enrico pergunta desconfiado.
— Lógico que não! Elas me falam o que querem falar, ou desejam conversar. Não faço interrogatórios. Espero que não tenham a demitido, achando ou pensando merda.
— Não, ela viajou. Voltou para São Paulo. — Completa Sr. Gonçalo. — Meu filho, eu e seu irmão só queremos seu bem e o da empresa. Lembre-se que um dia vocês estarão diretamente ligados a centenas, talvez milhares de pessoas... Por que, atrás de uma carteira de trabalho, tem no mínimo, mais uma pessoas dependendo daquele salário.
— E, tudo na vida, para se construir demora, tem suor. Porém, para destruir é rapidinho, acontece num abrir e fechar dos olhos.
— Entendo. — Enzo escuta atento.
— A sua oportunidade será dada. Estou ficando velho, cansado. Eu a mãe de vocês, trabalhamos muito e precisamos descansar e aproveitar a vida. E fico feliz, em poder ver nossos filhos fazendo parte do todo. Vocês têm que trabalhar como se fossem uma só carne... Vou te mandar nossa filial em Londres, onde ficará por três meses, a começar da próxima segunda-feira.
— Londres? Três meses? Segunda?
— Sim, primeiro precisamos que sua fluência no inglês seja total. — Enrico responde olhando para Enzo e depois para Sr. Gonçalo. — A maioria dos nossos contratos estão na América do Norte, Europa e Oceania, então, você precisará entender como funcionam os negócios na cabeça dos gringos.
— Preciso fazer mais recomendações? — Pergunta o pai de Enzo.
— E depois dos três meses?
— Gafanhoto, — Enrico, levanta-se e dá duas batidinhas nos ombros do irmão, sentado e diz: — Primeiro as primeiras coisas. Depois que você chegar de Londres, aí será um novo ciclo, até sua formatura.
— Bem, preciso trancar a faculdade.
— Não se preocupe, você vai está num intercâmbio. — Avisa o pai de Enzo. — O reitor é um grande amigo, nos formamos juntos. E, não é mentira, por que você vai participar de seminários e expertise, com foco na mobilidade aeronáutica e motores de propulsão.
— Bem, preciso ir. E irmão, — Enrico pisca o olho esquerdo. — Nada de sexo na casa da Rainha!
Enzo continua calado, e depois que seu irmão sai ele pergunta:
— Mas, preciso mesmo ir para o outro lado do mundo?
— Sim, você precisa ficar longe da família. A distância nos amadurece, colocando dentro da gente, a ciência do que é prioridade e o que é urgência.
— Então, vamos em frente. — Enzo levanta-se, arrodeia a mesa e abraça o pai sentado.
— Os Recursos Humanos, contrataram uma moça chamada Rita. Conhece?
— Sim. Conheço.
— Agora, você está pagando sexo com emprego?
Enzo fecha a cara, teve vontade de pedir o abraço de volta.
— Isso não tem nada a ver! Se ela entrou foi mérito dela. Não foi por que nos conhecemos na cama, que ela não possa ser uma excelente profissional.
— Enzo, não misture as coisas.
— Não estou misturando, mas se tenho como melhorar a vida das pessoas que gosto, não vejo problema.
— O problema é o que ela pode pensar, meu filho.
Enzo, para na frente da mesa. Olha, para seu pai, que está com a fisionomia cansada. E alivia no que vai falar. Na verdade, muda o que pensou em dizer.
— Meu pai, você está certo. Realmente estou reativo. O senhor não vai se arrepender dessa oportunidade. Obrigado.
— Meu filho, o que falo é para seu bem.
— Eu sei, te amo.
— Também te amo filho.
Os dois se abraçam e Enzo sai da sala de reuniões, vai até o quarto de seus pais, beija sua mãe, que está lendo o livro IT - A coisa, de Stephen King, depois vai embora.
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