A FELICIDADE
— Amei ter estado com você hoje. — Patrícia está deitada sobre o ombro de Enzo, e passa sua mão pelo peito dele até o umbigo.
— Você não precisa ir agora, — Enzo a abraça, juntando mais seu corpo ao dela, — fica mais um pouco.
— Não posso, desejo muito ficar, mas, desde que Gustavo... — Patrícia trava a voz, quase que faltando.— Eu nunca dormi fora. Meus filhos e minha mãe, vão ficar preocupados.
— Quantos anos tem seus filhos?
— 15 e 18. O Tavinho, entende que preciso sair e respirar. Mas, o caçula é complicado. — Patrícia afasta seu corpo do de Enzo e senta na cama, com as costas para ele.
— Qual o nome do caçula? — Enzo está acariciando com os dedos as costas de Patrícia.
— Alfonso. — É um bom menino... Estudioso, aliás, não tenho do que me queixar deles.
— Eu vou levantar, — Enzo joga o lençol para o lado e levanta-se. Patrícia o vê nu, é realmente passam varias coisas pela cabeça, menos deixá-lo agora.
— Não precisa, vou chamar um Uber. — Patrícia observa Enzo vestir a calça, pulando para dentro dela com os dois pés, de uma vez. Depois, vai ao banheiro.
Patrícia, continua admirando ele, suspira e olha para o teto. Ela sabe que merecia ter feito essa loucura. Estava sozinha, viúva, foram dois anos de sofrimento e sempre foi fiel ao Gustavo.
Ela começa a vestir-se.
Enzo chega por trás e a abraça com ternura. Ela encosta sua cabeça no peito dele. Com o queixo, faz afago sobre sua cabeça, sentindo o cheiro dos seus cabelos.
— Quando vamos nos ver novamente? — Ainda estão abraçados, quando Enzo pergunta.
— Não sei, mas, vou te ligar. — Patrícia, delicadamente solta-se dos braços de Enzo.
— O que fiz de errado?
Patrícia faz um afago no rosto de Enzo.
— Por que o problema seria com você? — Ela sorri sem jeito.
— Mas, seus olhos estão cabisbaixo... Sente-se culpada?
— Não é culpa. — Patrícia, procura responder de pronto. — Nem pense isso. Sou eu mesma, digo, estou processando esse grito de liberdade.
Enzo puxa suas mãos e as beijam, roçando-as em sua barba que está por fazer.
— Faço questão em deixar você em casa. — Ele coloca uma camisa qualquer, haja vista, gosta de usar na cor preta.
— Eu já disse, não precisa. — Patrícia segura Enzo dentro do quarto, não o deixando sair. — Eu vou chamar um Uber.
— Você insiste em dizer que está tudo bem, porém, não sinto isso... É como se tivesse tomado um banho de culpa, depois da noite de amor que tivemos. E agindo assim, por mais que diga que está tudo bem, não acredito.
Patrícia suspira.
— Você há três meses, perdeu seu esposo. — Enzo a segura pelos ombros. — Mas, não se consuma pelos seus filhos. Eles vão seguir com a vida deles! Desculpas, se estou sendo insistente, é por que vejo uma jovem mulher, que pode ainda ser muito feliz... Mais até do que já foi. Sei que ainda tenho muito a aprender, mas, sempre fui de falar o que sinto.
Patrícia senta na cama e seus olhos marejam.
— Eu não quero que nossa noite termine assim. — Com suavidade, toca na mão dele, o puxando para sentar. — Eu fui muito feliz com Gustavo. — Ela suspira novamente. — Fomos casados vinte anos, nunca o trai. Ele foi meu primeiro homem. — Enzo senta na cama, cruzando as pernas, como a posição de Yoga, e a escuta atentamente. — A doença nos castigou por dois anos. Eu vi aquele homem atlético, cheio de vida, minguar... Definhar todos os dias... Ele foi o melhor homem que uma mulher pode sonhar. Gustavo era carinhoso, atencioso, fazia elogios, ajudava as pessoas. Sempre foi assim, desde a faculdade, quando nos conhecemos... E depois da noite que tive com você, realmente culpei-me por ter voltado a sorrir e sentir prazer, por está viva.
Patrícia com sua mão direita segura uma das mãos de Enzo.
— Como ele vai está me vendo essa minha felicidade?
— Ele está feliz. Se, tudo isso que você falou, for verdade, como acredito que seja, não acredito que Gustavo esteja infeliz. Quando amamos, queremos o melhor para nosso amor.
Enzo a puxa para seu junto de si.
— Patrícia, — Enquanto ele vai falando, sua mão afaga os seus cabelos. — Eu vou repetir o que falei. Você merece ser feliz. Seja comigo, com outro homem, mulher, sozinha, mas não deixe de ser feliz... Gustavo, aonde ele estiver, o coração dele, estará cheio de gratidão por você. Tenho certeza disso.
Enzo vira o rosto de Patrícia e beija-lhe a testa.
Ela o abraça e sente-se guardada, por dentro dos músculos dele.
— Você é especial! — Patrícia, ao terminar de dizer a frase, beija Enzo.
— Eu vou te deixar em casa.
Enzo espera Patrícia terminar de se arrumar.
Ele fica a admirando.
Por volta das três horas da manhã, Enzo estaciona a Pick-up na frente do prédio que Patrícia mora.
Eles se beijam demoradamente.
Ela, descola os lábios, acaricia o rosto dele, passeando sua mão, na barba mal feita.
— Quando posso te ver? — Pergunta Enzo com uma mão no volante e a outra na perna dela.
— Eu ligo. — Ele faz um sinal para que ela espere.
Enzo sai do carro, arrodeia e abre a porta do passageiro, a ajudando descer.
Depois, espera o porteiro abrir a porta de vidro, e Patrícia entrar e seguir sem olhar para trás.
Enzo volta para sua casa, escutando "My Sacrifice" da banda Creed.
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