14:10
Enzo chega na empresa depois das treze horas. Cumprimenta a todos, e vai direto para sala de seu pai.
Evita o elevador, escolhe as escadas. Seu caminhar está pesado. Sua mente trabalha a mil por hora.
Embora, sua postura esteja esguia e altiva, sua cara está de poucos amigos.
Bom dia. — Enzo, entra na sala de seu pai, e Verônica percebe que seu semblante está decaído. Sério. Perturbador. Inquisidor.
— O que aconteceu? — Enzo, olha para Verônica e nada responde, ele vai no frigobar, pega uma água e começa a falar:
— Novidades Verônica, escutei novidades que me deixaram com gosto de sangue na boca.
— Ave Maria! Sua cara está péssima. A noite não foi boa?
— Ao contrário... A noite foi ótima. O problema foi meu desjejum. Helena esteve lá em casa.
— Quem? Não sei quem é Helena.
— A esposa do senador Nogueira. Amigos da minha família.
— Hum! — Verônica expressa surpresa. — Vocês...
— Sim, fomos amantes. A considero muito, falou o que precisava ouvir, quando precisei.
— Ele descobriu? O marido?
Enzo olha seriamente para Verônica. O nome de Nogueira, lhe acendeu as narinas e responde:
— Ele desconfiava do nosso caso. Mas, ultimamente ele está sendo agressivo com ela... Minha amiga, o que temos? O que você conseguiu analisar? Se é que apareceu mais algum fato novo.
Verônica percebe a rápida mudança de assunto.
— Nada de novo. Infelizmente, ainda não achei nada muito forte que comprovasse qualquer envolvimento da diretoria ou mesmo de Valquíria. E isso está me frustrando.
— Fale-me o que já temos.
— Nos últimos doze meses, a aviação comercial aumentou muito. Mais do que a doméstica. Porém isso não quer dizer que seja algo anormal. Isso até parece bom, por que os alto executivos estão viajando mais e logicamente, com mais milhas, mais dinheiro na conta.
— Mas...
— O dinheiro que está contabilizado, declarado, não bate com o retorno do capital à empresa V. O. E.... É como se o dinheiro entrasse em outra conta.
— Entendi... O valor que deveria ser honrado, no contrato, não está tecnicamente acontecendo.
— Isso mesmo! O valor declarado é um terço do que a V. O. E recebeu. Talvez ainda menor.
— Se, o dinheiro não entra na V. O. E , onde poderia está desaguando?
— Esse é o problema, ou a solução... Não sei. Porém, a empresa que mais cresceu pelo inverso, foi a de Logística.
— Logística? — Enzo franze o cenho.
— Sim, a ELog, que tem sociedade com outro mega empresário, chamado Cavalcanti (A história de Cavalcanti é contada em Memórias de Um Calabouço), dono da AmericaLog. Eles compraram vários carros utilitários nos últimos meses.
— Sei quem é o escroto. A ELog, é do meu irmão... Eu vi numa planilha, no computador do meu pai, uma célula, com o nome da ELog, toda em negrito.
— Será que seu pai desconfiava de alguma coisa?
— Pode ser...
— A empresa do seu irmão ganhou milhões, com a parceria nos contratos logísticos.
— Transportando o que?
— Não sei. O contrato está cobrando por serviço. Não especìfica mais nada.
— E como é a distribuição? Temos como saber?
— Não temos como saber os detalhes, mas, as mercadorias chegam nos jatos, desembarcam no hangar e seguem para a AmericaLog, levados pela ELog.
— E qual o valor dessas viagens?
— No mês passado, seu irmão faturou trinta milhões.
— Somente levando do hangar para a Logística? —Enzo, anda até a janela da sala.
— Sim. Isso mesmo. — Verônica, está desconfiada das perguntas de Enzo. — Você está sabendo alguma coisa, que eu não estou?— Enzo continua parado, agora, olhando a rua pela janela. — Veônica, preciso dessa sua pasta com essas informações, e um slide com as rotas.
— Você é louco? Eu sei o que está pensando! E isso é loucura.
Enzo continua calado. Ruminando.
— Acusar essas pessoas de desvio, contrabando, sem nem uma virgula como prova, é perder tudo respondendo a processos. Eles fazem parte da sua diretoria, não se esqueça disso!
— Verônica, faça o que estou pedindo. — Enzo, tira os olhos da rua, olha-a de lado. Seu semblante está carregado.
— Você não está me escutando! Mas, vamos lá, vou clarear suas ideias... Quem era o sócio majoritário de tudo isso? Seu pai e seu irmão! Levantar qualquer hipótese sobre a idoneidade da sua diretoria, vai jogar o nome de sua familia na lama.
— Que horas marcamos a reunião? — Verônica fica nervosa com a pergunta fora do contexto.
— Agendamos para as quatorze horas e dez minuntos. — Enxo vira-se repentinamente, e volta a perguntar?
— Quatorze e Dez?
— S-sim. — Ele sorri para Verônica. — O que tem demais esse horário?
— Logo mais, você vai saber. Mas, faça o que estou pedindo. — Verônica, faz uma cara de poucos amigos, e segue para a mesa, fazer as duas coisas que Enzo pediu.
— Não gosto de segredos!
— Eu sei... Mas, não quero você como cumplice. — Ele diz isso e sorri. Verônica o olha ainda mais séria.
Enzo, liga para Rita, e pede para ela subir com o que há de mais novo em notebook. Ela o entrega um Vaio. Depois ele a pede para colocar um cabo wireless na sala de reuniões.
Ela faz o que Enzo pediu.
Se for transar, use camisinha.
D-DOG é uma ficção!
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