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Baixo como no fundo do poço.

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O dia vai clareando e o silêncio da cidade dá lugar a agitação da manhã de segunda-feira. Anthony está de pé desde muito cedo. Da varanda de seu apartamento, ele observa a movimentação, mãos encostadas na grade e jeito distante.

Ele enche seus pulmões profundamente com o ar da manhã, soltando-o devagar em seguida, enquanto fecha os olhos. Durante horas, cogitou a ideia de não sair de casa hoje e em sua cabeça, tantas coisas se passam de maneira aleatória. A partida de Érika, seu retorno ao escritório e agora também vai retornar com o terapeuta.

Mas tem consciência de que fez uma promessa a Érika, antes de ela partir, além do acordo que fez com seus pais. Por isso, decide ir ao escritório mesmo que bem no fundo, não tenha realmente certeza se irá conseguir chegar lá.

Ele se vira e entra, andando calmamente. Para de frente ao espelho e se olha. Já está vestindo seu terno preto e seus cabelos estão cuidadosamente bem penteados, então abre a porta vagarosamente, dando uma última olhada em Teddy.

— Até logo, amiguinho... — diz  em voz baixa antes de sair e fechar a porta.

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O belo e alto prédio dos Smith, tem um destaque grandioso, além de ser bem localizado no centro da cidade. Está com quase todas as janelas abertas, o sol, reflete sobre os espelhos das enormes janelas. Lá dentro, todos já estão focados em suas tarefas, assim como sempre pede o exigente Diretor, Jhonatan Smith. 

Na sala principal, está Jhonatan, sentado em sua confortável cadeira com assento de couro em cor marrom escuro. A claridade da manhã, atravessa a enorme janela aberta, deixando o ambiente agradável. Ele tem os olhos atentos nos relatórios recém terminados por sua filha caçula, Alície, enquanto ela está parada de frente à mesa dele. A garota tem um olhar apreensivo ao notar a expressão de insatisfação tomando a face de seu pai, ao conferir seus trabalhos.

O eterno silêncio finalmente é quebrado assim que Jhonatan sacode a cabeça em negativo, estalando a língua nos dentes, emitindo um som de insatisfação, ao mesmo tempo em que ergue seus olhos grandes e castanhos em direção dela.

— Não... Os relatórios não estão do jeito que eu pedi! — diz ele, jogando os papéis sobre sua mesa de maneira grosseira, ainda com expressão insatisfeita.

— Mas, pai. E... eu fiz tudo como a Emily me ensinou! Fiz todo o levantamento e as pesquisas de campo, assim como foi me pedido! — Suas palavras saem em tom de insegurança, enquanto aponta com a mão para os papéis jogados sobre a mesa, ao mesmo tempo em que olha para seu pai, tentando se explicar.

— Já disse que não era desse jeito! — insiste firmemente. — Vejo que não consegue cumprir nem mesmo o básico que lhe é ensinado!

— Pai...

— Quando será o dia em que vai conseguir fazer seu trabalho do jeito correto, para poder exercer logo seu cargo aqui no escritório de uma vez?! Você sabe que não tem mais ninguém para assumir a empresa no dia em que eu me ausentar! — reclama de maneira preocupada e pensativa, cruzando os dedos e escorando-os sobre a mesa.

Alície simplesmente respira fundo, fechando os olhos, soltando o ar com jeito contrariado e cansado.

— Preciso de um café! — A loira junta seus papéis sobre a mesa, com olhar desorientado. — Vou descer e quando eu voltar, vou refazer isso!

— Nada disso! — Ele a interrompe com firmeza. — A senhorita, vai voltar lá e terminar esses relatórios agora mesmo! Não é assim que as coisas funcionam. Agora volte lá e termine isso! — pede acenando com a cabeça em direção da saída, sem olhá-la.

A garota fixa seus grandes olhos cor de mel em seu pai, por alguns segundos, resolvendo não contrariá-lo como sempre. Sem ter outra alternativa, ela força seu corpo a virar-se, caminhando com passos pesados até a saída, rapidamente. Mas antes mesmo de abrir a porta, inesperadamente a sala é aberta por Anthony e a garota surpreende-se ao vê-lo parado à sua frente.

— Anthony!? — pergunta ela, em voz baixa, franzindo o cenho em direção de seu irmão, notando que está embriagado. A expressão dela fica assustada ao imaginar a reação de seu pai.

Anthony nada diz, apenas a olha mais uma vez, firme, antes de caminhar em direção da mesa de seu pai, à passos confusos pelo piso branco, devido ao álcool, então ele para de frente a Jhonatan e os dois trocam olhares demoradamente profundos.

...

— Não posso crer que isso é tudo o que conseguiu mais uma vez, Anthony!  — Seu pai o olha, desacreditado no que está diante de seus olhos. — Confesso que até tinha esperanças e imaginei ver mais de você hoje.

— Mas eu... estou aqui, Sr Jhonatan... Assim como... prometido. — Suas palavras saem arrastadas, enquanto apoia suas mãos sobre a mesa.

— Olhe bem para você, Anthony! — reclama seu pai, aumentando o tom de voz. — Seu estado é deplorável! Eu já não sei mais qual reação tenho quando o vejo assim! — Jhonatan passa os olhos o medindo de baixo para cima, com olhar totalmente desapontado e envergonhado. — Você veio, mas está EMBRIAGADO!! — Jhonatan bate a mão com força e indignação sobre sua mesa, fazendo um som alto ecoar pelo ambiente, assustando Alície, que ainda está ali parada observando os dois.

— Eu nem bebi tanto, foram só algumas doses para... Pode ter forças de entrar aqui novamente... Depois de tudo — explica com dificuldade fechando os olhos de maneira triste, mas logo sente o pesar de suas palavras por ter declarado tal sentimento tão íntimo justo a seu pai, dessa forma.

— Você é definitivamente um fracassado, Anthony Smith! —  Jhonatan grita alto, o acusando com ira, levantando-se a dando a volta na mesa, caminhando em sua direção. — Sempre foi um fraco! O Guilherme me pedia para ter paciência, já que você não gostava do escritório e vinha arrastado. Mas pelo menos um grande médico eu esperei que você fosse! Porém era ridículo vê-lo sempre mofando naquele quarto, sozinho e escondido debaixo de livros. Nunca se comunicava com ninguém, não saia... Tão inteligente, mas um grande desperdício! Sua única função era viver à sombra de seu irmão! — declara com braveza.

Anthony agarra-se à mesa, tentando manter-se de pé, franzindo o cenho e engolindo em seco com o que ouve e seu olhar vai ficando envergonhado.

— E agora que ele morreu, você foi parar no fundo do poço! Já chega! Não aguento mais te ver nesse estado, é uma vergonha para a reputação da nossa empresa, quando você chega assim no escritório! Eu não quero mais pagar clínicas, terapeutas e etc!

Jhonatan se aproxima rápido de Anthony, olhando fundo em seus olhos vermelhos com jeito magoado, agarra ao seu colarinho com força e o sacode.

— Eu tenho vergonha de você, pois não vejo mais esperanças, você não tem mais jeito, Anthony! Chega! — grita alto ainda agarrado a ele.

Anthony agarra firme nas mãos de seu pai tentando se soltar, enquanto aperta seus olhos avermelhados, ao sentir o choro tomar sua face e seu peito dilacerar com tais palavras vindas de seu pai.

Logo Jhonatan o solta com força o fazendo tombar sobre a mesa, derrubando algumas coisas. O rapaz tenta segurar-se para não cair pelo desequilíbrio do álcool, enquanto Alície assiste tudo de forma assustada.

— Não tem um dia, Anthony... — A voz de Jhonatan sai mais baixa, ele parece pensativo, enquanto se vira caminhando vagarosamente com olhar desolado.  — Não tem um único dia que eu não me pergunte o porquê de tudo isso... — repete em tom desanimado.

— Eu também... — O rapaz finalmente abre a boca, ainda sem ter forças de levantar os olhos e encará-lo. — Todos os dias quando abro meus olhos, essa é a pergunta que eu sempre me faço. Porquê? Porque tinha que ser o Guilherme? — As palavras saem arrastadas do fundo de sua garganta, com olhar entristecido.  — Porquê ele, e não eu? Ahh ele era tão necessário! Já eu... Nunca tive tanta serventia e eu tenho total consciência disso  — declara desapontado consigo mesmo.

Nesse momento, Alície leva a mão à boca ainda perplexa diante da declaração de seu irmão.

— Eu sofro a cada segundo ao saber que sou tudo isso e mais um pouco do que me acusou! Por isso me perdoe... Pai. — A palavra 'Pai' finalmente sai de seus lábios,  com rancor. — Me perdoe... Por eu simplesmente não ser o Guilherme!... — Lágrimas carregadas de tristeza trilham por suas bochechas de forma dolorosa.

— Tem razão — confirma Jhonatan, com voz seca e olhar sério, cravado dentro dos olhos de Anthony, fazendo o rapaz erguer os olhos com jeito confuso e desacreditado.  — Realmente, você nunca... Vai ser... o Guilherme. — Depois de respirar fundo, ele se vira caminhando vagarosamente em direção à mesa. 

Mas inesperadamente Anthony parte pra cima de seu pai o puxando pelo terno e o encostando com força contra a parede com olhar desolado. Ergue uma mão com punho fechado, apertando tão forte que as unhas pressionam contra sua palma e a dor toma-lhe, enquanto o olha ainda com o rosto molhado e magoado dentro dos olhos de Jhonatan.

— Vamos! Faça o que pretende?! Tome coragem de fazer alguma coisa ao menos uma vez em sua vida!  Reaja a alguma coisa, seu covarde! — pede Jhonatan, por entre seus dentes e a raiva volta a tomá-lo.

Mas o rapaz apenas o encara fixamente, com o punho levantado. Ele sabe que bem dentro de seu peito, ele nunca teria coragem para agredir alguém e principalmente alguém de sua família, apesar de tudo. Logo ele parece retomar sua sanidade, então abaixa a mão e o solta.

— Eu sabia... — Seu pai o insulta. — Agora saia da minha sala!

Seu pai o agarra pelo colarinho com força e jeito agitado, o puxando para fora de sua sala e o empurrando depois. A ação faz Alície correr na direção de seu irmão com olhar preocupado.

— Eu não quero mais voltar a vê-lo enquanto não reagir de alguma forma a essa sua situação tão deplorável e vergonhosa! Vamos?! Saia da minha frente!? — Jhonatan entra e senta-se com calma em sua grande poltrona confortável sem olhar para ele, enquanto ajeita sua gravata preta. — Alície, tire ele da minha frente e depois volte para sua sala para terminar seus relatórios, antes que eu não responda por meus atos!

A garota fixa seus olhos grandes em seu irmão, enquanto ele olha para o nada, com jeito magoado, então ela fecha a porta da sala de Jhonatan e se aproxima de Anthony:

— Vem... — pede com voz baixa e mão estendida em sua direção, com olhar ainda tristonho. — Eu vou te deixar no seu apartamento.

O rapaz olha para a mão dela, depois procura seus olhos vagarosamente:

— Você sabe que não foi isso o que o Sr Jhonatan pediu quando disse para me tirar da frente dele. Você tem trabalho para terminar e "seu pai" lhe arrancaria um rim, caso saia sem a permissão dele. Ainda mais perdendo seu tempo, se preocupando com uma pessoa como eu... Todos já sabem que eu não tenho mais jeito, Alície. Você mesma viu ele dizer! — diz ofendido.

— Pois saiba que eu não vou mais me importar! — responde Alície, fazendo Anthony erguer os olhos em sua direção mais uma vez. — Mesmo que meu pai me castigasse por isso, hoje eu vou sair e te levar pra casa! Agora vamos!

A garota agarra firme no braço dele e faz força tentando o levar, o rapaz por outro lado, sabe que a pequena garota não poderia com ele, então ele aceita ser levado. Os dois caminham em direção ao elevador vagarosamente, enquanto a garota disca o número de sua mãe.

Ela avisa que vai precisar sair, mas logo voltará para terminar seu trabalho. Depois ela olha para Anthony e nota uma expressão completamente confusa e surpresa em sua direção enquanto o elevador desce.

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Ao chegarem no apartamento, Anthony vai direto tomar um banho frio para tentar recuperar sua sobriedade. O rapaz sente que precisa curar sua embriaguez para sentir-se mais a vontade perto de sua irmã, já que é a primeira vez que eles têm essa aproximação.

Assim que sai do banheiro, ainda com um roupão branco cobrindo seu corpo, ele vê Alície chegando, trazendo uma caixinha com dois cafés:

— Eu trouxe café, espero que ajude — diz ela, ajeitando os copos sobre a mesa, sentindo-se sem jeito, com a primeira conversa séria dos dois. — Como se sente? — pergunta, tentando soar mais natural, para exterminar o incômodo do momento.

Anthony segue calado, ainda tentando assimilar a situação:

— Meu corpo ainda sofre com minha luta constante entre a embriaguez e a sobriedade, mas acho que nada é mais dolorido do que ter que conviver com as coisas que ouvi do Sr Jhonatan, no escritório hoje e o que mais me dói é saber que é verdade. Eu sou um fracassado.
Mesmo bêbado naquele momento, eu  lembro de cada palavra, Alicie. Mas eu sabia que só conseguiria entrar lá novamente, depois de ter um pouco de álcool no corpo.

O rapaz olha pensativo, sentando-se à mesa, enquanto dá um pequeno gole no café e continua:

— Eu sempre fui assim, retraído. Ter que sair de casa era uma luta constante comigo mesmo. Quando o Guilherme conseguia me convencer a me dar uma chance e descer para tentar me socializar pelo menos com a minha família... As coisas que eu via naquela mansão não eram tão animadoras. Meu pai lá, tratando minha mãe como um lixo por causa das amantes dele e ela sempre sofrendo pelos cantos sem ter coragem de tomar uma atitude por causa das aparências, negócios e etc. O Guilherme sabia de tudo isso, mas não queria que nós soubéssemos, mas sem querer eu ia descobrindo aos poucos. Ele era tão forte! Acho que ele era forte por nós dois.

— Estou notando que o Guilherme era um apaziguador de todos. Acho que por isso eu não enxergava a realidade dali.

Depois de pensar com jeito magoado, Anthony se levanta rápido enquanto toma mais um gole do café.

— Mas como você viu o St Jhonatan dizer, eu nunca vou ser como o Guilherme, então infelizmente não espere nada de mim.

— Eu só queria o meu irmão de volta! — declara Alície, inesperadamente, fazendo Anthony parar e se virar com calma e olhar confuso em sua direção.

— Ele se foi Alície... E nada pode fazê-lo voltar — explica, fechando os olhos com pesar.

— Eu falo de você... Do meu irmão Anthony. O mais inteligente que eu conheço, o rapaz calmo e bom de antes. Não o destruído, o viciado que vejo aqui. Sei que nós nunca tivemos uma boa aproximação. Sei também que você não é o Guilherme, mas eu tenho o Anthony. Sei que ainda posso ter pelo menos um dos irmãos. Não sabe o quanto me sinto perdida naquela mansão.

A loira o olha com jeito tristonho por alguns segundos e juntos trocam olhares reflexivos.

— Eu... agradeço por suas palavras, Alície. — O rapaz sente uma fagulha aquecer seu peito de um jeito estranho. Um sentimento bom de nostalgia toma sua alma como quando conversava com Guilherme.

Ele nota que ela se sente perdida, assim como ele, quando era mais novo.

— Sabe o que é mais irônico em tudo isso? — pergunta ele, caminhando vagarosamente e jeito reflexivo. — É que a Érika tentou muito me convencer a me aproximar de você dizendo que faria bem a nós.

— Ela me pediu isso também — diz pensativa.

— O que disse? — Anthony se vira franzindo o cenho de forma curiosa.

— Ela me encontrou antes de ir embora e me pediu para me aproximar de você, que seria bom para nós e que ela ficaria feliz com isso.

— Eu não acredito que mesmo longe, a Érika ainda acaba causando coisas positivas na minha vida — deduz ele, pensativo e abrindo um sorriso singelo sem que Alície perceba.

— Eu tenho que concordar. Eu gostei da Érika desde o primeiro momento, ela é uma pessoa que nos faz ter desejo de estar perto, e não me peça para tentar explicar isso, pois eu não conseguiria. Só queria ter a oportunidade de encontrá-la mais vezes  — termina com um sorriso sincero na face.

Logo a garota se despede e volta para o escritório. Enquanto isso, Anthony agarra-se cada vez mais a conversa deles e então sente que já é hora de voltar para a terapia de verdade dessa vez.

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