004
(...)
Algumas horas se passavam, o corredor do distrito estava ficando vazio conforme o horário passava, com o seu olhar curioso, Max tentou várias poses para tentar enxergar o que havia lá dentro, outrora encostava o ouvido na porta mas a tentativa era falha.
— Há quanto tempo ela está aí dentro? — Max tentava ver pelas persianas da sala de interrogatório.
— Duas horas. — Jimin conferiu o relógio de pulso mais uma vez. — Eu só não entendo o porque Jack mandou alguém vigiá-la. E além disso, Amy não deixa ninguém ultrapassar essa porta além dela.
— Eu fico preocupado com a Amy, ela está passando por muita coisa. — Max suspirou. O moreno sentou-se na cadeira mexendo compulsivamente os pés.
— Preocupado? Não tem quase 48 horas que ela chegou e você aí preocupado com ela. — Jimin questionou-se com o que Max havia dito e fechou os olhos bufando.
— Qual o seu problema? A Amy te fez algo? — O rapaz se levantou e enfrentou Jimin. — Você só está chateado por que ela está a todo vapor em cima do nosso caso e você não.
Ambos começaram a discutir alto, e Amy obviamente percebeu o barulho, o homem em que haviam prendido estava algemado na sala de interrogatório, a mulher saiu da sala com o cenho franzido e encarou Jimin e Max se agarrando pelo o colarinho e gritando. Ela parou e colocou suas mãos na cintura e os analisou.
— Já chega! — Ela gritou e rapidamente se soltaram. — Vocês estão achando que estão no primário para brigar desse jeito? Eu não estou brincando, detetives. Não quero ninguém para me defender, olhem quantos oficiais estão aqui no corredor vendo a briga de menininha de vocês.
Ela suspirou pesadamente ignorando por completo todos os olhares que ficaram atentos.
— Amy, eu apenas... — Max tentou se redimir mas foi impedido.
Amy levantou a palma da mão deixando estática.
— Eu não quero saber de desculpas agora, tem um homem aqui dentro que tem informações sobre Jack e vocês simplesmente estão brigando. — A Santiago respirou fundo e passou sua mão na testa, indicando a impaciência. — Entrem aqui os dois agora e não quero saber de resmungos.
Amy esperou que os dois adentrassem a sala, e logo em seguida fechou a porta, permitindo que os dois sentassem longe um do outro, a sargento entregou duas pastas amarelas nas mãos dos detetives e ficou no meio da sala encarando todos ali.
— O que significa a pasta? — Jimin indagou enquanto lia a pasta
— Todos os valores sacados feitos nesta semana por ele, e a ficha criminal. — Amy colocou suas mãos apoiadas na mesa e encarou o homem. — O rapazinho aqui se chama Jeffords, está sendo procurado pela polícia por falsificação de identidade, roubos a bancos e clonagem de cartões. Ele disse que conhece Jack e por sinal sabe onde ele está, mas ele sugeriu que se ele disser onde ele está que deveríamos diminuir a pena dele e o colocar na penitenciária federal.
Jimin a encarou perplexo pela rapidez da descoberta do criminoso à sua frente. Ele riu e balançou a cabeça, e entregou a pasta nas mãos da brasileira.
— Não vamos fazer isso Amy! — Max exclamou e jogou a pasta na mesa.
— E quem disse que precisamos ser nós mesmo? — Jimin sorriu de lado. — Jack Grayson tem informantes femininas na penitenciária federal.
Amy assentiu em concordância com o detetive. Mas franziu o cenho com o rosto pensativo do rapaz.
— Como assim cara? — Max o encarou curioso. — Ah não...
Max pareceu derreter o rosto quando percebeu o plano mirabolante de seu parceiro, que naquele minuto sorriu.
—Vamos nos disfarçar? — Amy o pergunta e ele assente.
— Na verdade Amy, você que vai para a prisão. — Jimin sorria alegre enquanto apontava para ela.
— Você está de brincadeira, não é? — Amy riu sarcástica.
Mas Jimin negou. Então seu rosto se torceu querendo não aceitar a situação que ela foi colocada repentinamente.
— Tudo bem, eu aceito, se for para pegar Jack eu faço esse esforço. — A mais velha fitou a parede pensativa.
(...)
Metropolitan Correctional Center
Penitenciária Federal
Seu corpo virava de um lado e outro tentando encontrar algum reflexo para ver seu novo disfarce, Amy revirou os olhos e suspirou quando Max simplesmente virou o pequeno espelho de bolso e mostrou a ela.
— Eu não sei será que isso realmente vai funcionar? Quer dizer, eu pareço uma gestante? — Amy diz, enquanto ajeitava a barriga falsa por debaixo da roupa.
— Espera só. — Jimin se aproximou e agachou em frente a Amy dando uma pequena ajeitada na barriga. — Ok, vamos repassar o disfarce. Por que você foi presa?
— Fui presa por assassinar um cara que encostou em mim no ônibus. — Diz com astúcia.
— Vamos trabalhar na sua linguagem criminosa, Amélia. — Max se aproxima e diz. — Por que você foi presa senhorita Cortez?
— Se continuar me perguntando isso eu vou esfaquear a sua cara, e vou quebrar você no meio que nem biscoito vadia. — Com um tom ameaçador, ela repete sua ação tentando avançar em direção a Max.
Ambos os detetives deram uma encarada rápida e assentiram como se tivessem conversado telepaticamente.
— Boa! Ao invés de você se aproximar da informante do Jack, você irá fazer ela se aproximar de você com contrabandos. E tentará espalhar o boato pelo lugar. — Jimin mostrou um pacote pequeno. — Contrabando de celular, cigarros...
— Pornografia ilegal. — Disse Amy.
— Amy, mulheres não assistem isso. — Maxon riu de nervoso e negando veementemente tentando não acreditar no que ela dizia.
— Vocês assistem? Olha só, essa foi uma revelação empolgante pra mim. — Jimin a encarou incrédulo mas logo riu. — E esquisita.
(...)
Os três foram recebidos por alguns agentes penitenciários, Amy pensou que quatro horas de viagem até aquele lugar tinha que valer ouro, já que a penitenciária estava bem afastada.
— Seja bem-vinda ao seu novo lar, senhorita. — A agente a cumprimentou e deu um aperto de mãos para a mulher.
— Vai ser divertido. — Amy sorriu ainda algemada.
— Isso é sério? O que você faz no final de semana, hein? — Jimin a perguntou enquanto ela sorria.
— Santiago, espero que tenham repassado tudo a você. — A agente aproximou-se em questionamento e a mais velha assentiu.
— Amy não se esqueça, você está grávida de sete meses, isso indica quando seu cérvix está amadurecendo. — Max se aproximou e falou baixo.
— Se falar do meu cérvix falso de novo, eu corto a sua garganta. — Amy virou-se contra Max e o ameaçou.
— Não entendi, você não gosta que ele fale do seu falso cérvix amadurecendo? — Jimin a questiona e Amy o encara. — Tudo bem, vai lá se divirta bastante.
Os detetives se despedem de Amy que era guiada pela a agente, ao entrar no corredor todo reformado no branco e azul, a agente retirou as algemas e lhe entregou os pertences que ela iria usar enquanto estaria na penitenciária, dentro dos pertences tinha o contrabando e as duas sabiam disso. Amy e a agente caminharam até a cela em que ela ficaria e a deixou. Na cela havia uma mulher que aparentava ter 38 anos que estava sentada enquanto lia uma revista meio antiga. A sargento deixou seus pertences e os remexeu até a mulher se aproximar.
— De qual penitenciária você está vindo? — A mulher a pergunta enquanto Amy mantinha suas mãos nos pertences.
— Muitas penitenciárias, nunca fiquei por tanto tempo, sempre eu arranjava encrenca por todas. Mas vim de Fox River, a estadual. — Amy remexeu mais um pouco e deixou cair propositalmente o contrabando.
O olhar de atenção da detenta foi até ao chão quando o objeto caiu, Amy tentou ficar agachada para pegar mas a mulher foi rápida.
— O que é isso novata? — Novamente ela questionou rindo soprado enquanto balançava o objeto.
— Consigo isso facilmente lá fora. — Rapidamente ela pegou das mãos da mulher. — Caso deseje isso aqui, é só vir falar comigo.
As duas encerraram o assunto rapidamente quando percebeu que havia movimento lá fora, e cada uma foi para o canto, passou-se alguns minutos e era a hora do almoço, todas as detentas saiam de suas celas acompanhadas das agentes até o refeitório. Amy pegou o seu almoço e sentou-se sozinha, a garota almoçava calmante até uma mulher acompanhada de outras três se aproximar.
— Você aí Cortez! É você que anda fazendo contrabando lá de fora? — Amy levantou o rosto à procura da voz irritante e encarou a mulher.
— É isso aí, queridinha. Algum problema? — Ela retruca em tom desafiador e provocativo. — O que você quer?
— O que eu quero? Que você pare com essa história, eu sou a única com esse esquema aqui dentro desta maldita penitenciária. — A mulher bateu a mão contra a mesa.
— Olha, eu não vi o seu nome no prédio da prisão, a não ser que seja a Penitenciária Federal de esquema de vadia. — Amy levantou e enfrentou a mulher cara a cara.
Aquele momento de tensão se instalou repentinamente, logo fora ouvido várias presas alimentando a rivalidade feminina que poderia acontecer a qualquer segundo ali dentro. Amy no entanto não estava preocupada, mas aquele barulho de gritaria e encorajamento para uma briga estava irritando-a, até que sentiu alguém lhe puxar para trás e segurá-la. Observou com de relance e eram alguns agentes.
(...)
A porta da enfermaria da penitenciária fora aberta, Jimin e Max vestidos como médicos, era a situação mais perturbante que Amy estava testemunhando é a mesma os fitou sem entender nada.
— O que estão fazendo aqui? Me disseram que eu teria uma consulta no meio de uma briga, sendo que isso não estava de acordo. — Amy os encarou de bruços.
— Aquela mulher é a informante de Jack, estamos aqui para te observar, a maneira que você a enfrentou foi totalmente loucura. — Max soltava sermões e a garota revirou os olhos.
— A ficha criminal dela é horrível, ela matou mais gente dentro da cadeia do que fora. Então não a enfrente assim de repente! — Jimin sentou em frente ao computador e entregou uma escuta. — Pegue isso, assim saberá quando você tentar puxar informações sobre ela. Aquela mulher se chama Dorothy e ela é tipo o demônio.
— A mamãe aqui aguenta. — Amy passou as duas mãos na barriga falsa e os detetives riram.
— Apenas tome cuidado. — Jimin tocou na mão direita de Amy, Max no entanto os encarou incomodado em ver a cena.
Ao passar deste dia, praticamente se passaram quatro dias e Amélia ainda estava na penitenciária, fez amizades com algumas assassinas, e Dorothy apenas a observava de longe e pensava quando se aproximaria da novata. Todas estavam no grande pátio para o banho de sol, algumas levantando peso, outras fumando, e algumas quietas apenas observando. Amy estava sentada assistindo o movimento ao redor sem olhar para Dorothy, quando repentinamente a mulher se levantou, andou em direção a Amy e sentou-se ao seu lado.
Sua face era assustadora, tentava colocar medo na Santiago mas nada abalava ela.
— Percebi o quão é durona, Cortez. — Dorothy disse e Amy apenas escutou, enquanto os detetives a escutava e assistia pela câmera de segurança. — Não quer entrar para o time? Assim, terá tudo.
Dorothy ofertava o que podia oferecer para Amy, mas a mulher sabia que tinha algo por trás daquele papo furado e ridículo.
— Não, obrigada. — Amy pensou novamente até ouvir os resmungos dos detetives em seu ouvido. — Mas pensando bem, eu vou aceitar.
— É assim que eu gosto. — Dorothy gesticulou com as mãos apontando para Amy. — Aqui é o inferno e você terá que saber como lidar.
— Com essa troca de prisão eu aprendi de tudo, você acha que estou aqui por que? Esfaqueei o pai do meu bebê o maldito era detetive, por culpa dele estou aqui, agora ele deve estar se revirando no túmulo que nem lagarto. — Amy disse, até ouvir Max murmurar em seu ouvido pela a escuta que a própria deveria ser atriz, e Dorothy apenas mexia a cabeça escutando tudo. — E você, por que está aqui?
— Assassinatos, tráfico de pele humana para robôs e informações. — Dorothy se calou e Amy percebeu.
— Robôs?! Caralho, isso sim é ter uma ficha criminal perfeita. — Amy falou num tom sarcástico. — A pessoa para quem você traficava deve ser importante agora, não é? Robôs, não é?
Amy ansiava pela a resposta que pudesse sair da boca daquela detenta, seu olhar agora mudava de caminho para não parecer que estava forçando aquela barra tão necessária.
— Não mesmo, agora o maldito está atrás de uma garota que ele clonou há anos. Mas nunca vi o rosto da praga. — Dorothy riu baixo e encarou Amy que se mantinha atenta, a garota ouviu os detetives a elogiando pela facilidade que ela retirava as informações. — Ele acha que nunca vai ser encontrado.
— Por que diz isso? Ele é tão idiota assim? — Amy indaga e Dorothy assente dando uma risada maldosa.
— Ele está escondido em Chicago, no antigo hospital abandonado. Você conhece não é? — Amy rapidamente assentiu e sorriu, feliz por saber onde Jack estava.
Amy não conhecia, mas precisava trazer a falsa identidade que havia construído dentro de uma sala de interrogatório. Então ela assentiu e confirmou.
— É, acho que conheço. — A sargento deu de ombros.
As horas se passaram rapidamente,e todas teriam que voltar para suas devidas celas, as agentes estavam de olho em todo lugar, o caminho até a cela foi tranquilo para Amy já que a mesma estava na dela. Já dentro da cela, Amy encostou-se na parede sentada naquela cama dura desprovida de qualidade pensando quieta, quando ouviu baterem na grade.
— Atenção, Cortez! O tribunal acaba de pedir para que você seja transferida de imediato. — A agente responsável pela a Amy gritou, e rapidamente ela se levantou esperando que a cela fosse aberta. A agente pediu que a mesma estendesse os punhos para que colocassem a algema, por último foi algemada aos pés, o alívio tomou conta de Amy que deixou os pertences para trás e andou sorridente.
Depois de caminharem até a entrada do presídio, foi retirado as algemas de Amy, e logo mais a frente Max e Jimin a esperavam. Amy saiu sorridente e começou a fazer uma dancinha de alegria dela, e os detetives sorriram bobos mas se encararam rapidamente e logo ficaram sérios.
— Vocês ouviram, não é? A Dorothy nos deu a informação onde aquele maldito está! — Amy deu pequenos pulinhos. — Mas antes eu preciso passar no hotel para tomar um banho e vestir algo de bom.
— Eu cancelei sua estadia no hotel, você está na casa da irmã do Max. — Jimin falou após encará-la. — Aproveite sua nova estadia.
— Obrigada vocês dois... — Amy os agradeceu e deu um breve sorriso. — Amanhã finalmente pegaremos Jack Grayson.
(...)
Manhã de Sábado.
Amy já estava pronta, com um jeans totalmente preto e uma camiseta da mesma cor e calçado um coturno de couro. A irmã de Max foi totalmente compreensível com a sargento e a entendeu em vários motivos, até os filhos da irmã do detetive gostaram de Amy e suas tatuagens totalmente sem cores prontas para serem coloridas.
— Então sargento Santiago... — Kayniss começou o diálogo mas foi interrompida.
— Me chame de Amy, Kayniss. Não tenha tanta formalidade comigo. — Amy disse e mulher ficou constrangida.
— É que meu irmão sempre me disse para eu tratar os amigos policiais dele com formalidade. — A moça sorriu envergonhada.
— Deveria xingá-lo. — Amy murmurou, sem tirar os olhos da garota.
— Amy, não dê ideias para a Kayniss. — Max retrucou ao adentrar na casa. — Eu ouvi tudo, e aqui está o equipamento.
— Max Emillian Henderson! O que foi que eu disse sobre não trazer armamentos para a minha casa? — De imediato Kayniss deu um pequeno sermão para Max. Mas a mesma resolveu se afastar e ir para o andar de cima, ficando apenas Max e Amy.
— Onde está o detetive Park? — Amy indagou enquanto observava a maleta sob a mesa e ouviu um grande suspiro de Max. — Problemas pessoais, Max? Oh, eu acho que entendi.
— Não é isso. — Max soltou uma peça e encarou Amy. — Foi emitido um alerta que Angie fugiu, deixando alguns guardas e policiais inconscientes. E Jimin de imediato correu para lá.
Amy ficou calada e apenas escutou o que o moreno disse, por um momento a garota ficou pensativa, e percebeu que Jimin fica preocupado com a versão carinhosa, doce e simpática da Angie, mas dela é apenas pena e raiva. Amy apertou as mãos, fincou suas unhas na própria palma e pensou alto, ela logo abriu a maleta e viu o arsenal em sua frente e encarou confiante.
— Vamos detonar Jack Grayson e a Angie. — Amy sorriu largo.
— A Angie não. — Max a interrompeu. — Ela tem coisas ainda úteis.
— Pouco me importa Max! — Vestida com colete e armas em suas mãos, seus olhos fixaram Max. — Ela está destruindo minha imagem de todas as maneiras e ninguém percebe.
Amy caminhou até a saída da casa e entrou no carro que a esperava e partiu em rumo ao local marcado pelo departamento e a S.W.A.T., e logo após sua saída, Jimin chegou na casa da irmã de Max procurando Amy.
— Onde ela está? — Jimin disse ofegante e Max apontou para a porta. — E você não a impediu? A Angie está por aí e deve estar com Jack, imagina quando ficarem cara a cara?
— Você só pensa na Angie, não é? Amy me disse algo que eu entendi completamente e concordo. Sabe o que ela disse? — Max indagou sarcástico e Park negou sem entender nada. — Que a Angie está destruindo a vida dela de todas as maneiras e ninguém percebe, por que ela se passa por uma mulher durona e fria, mas no fundo ela é alguém especial.
Max saiu deixando Jimin sem dizer qualquer palavra, e rapidamente o moreno correu atrás do amigo. Os problemas que enfrentavam estavam se tornando sufocantes, desde o momento em que Amy havia entrado para o caso, um iceberg foi criado.
— Eu vou com você. — Jimin murmurou e Max apenas assentiu sem dizer uma palavra. Max no volante foi uma escolha de última hora, foi totalmente um silêncio o caminho todo até o lugar. O local estava com esquemas de busca e alguns policiais escondidos ao redor, Max saiu do carro junto a Jimin, que mantinham posturas de sérios e logo avistaram Amy com o comandante Gordon.
— Comandante. — Max o cumprimentou, já Amy o ignorou.
— Detetives, localizamos o indivíduo, ele está dentro do hospital. Dois atiradores estão acima. A sargento Santiago irá entrar em seguida junto a dois agentes da SWAT, e obviamente está com permissão de atirar contra Angie. — Amy agradeceu e logo deu pequenos ajustes na farda em que ela usava.
— Atirar? — Jimin disse incrédulo. — O alvo é apenas Jack Grayson e não a Angie, comandante.
— Então entre lá dentro e faça com que aquela maldita se renda por completo junto a Jack. — Amy diz sem um rastro de emoção e totalmente fria.
— Eu não preciso...— Jimin disse num tom calmo. — Eu vou com você.
Amy deu de ombros e todos perceberam uma pequena tensão ali, Jimin se afastou para montar seu equipamento, Max se aproximou de Amy e tocou seu ombro e fixou seu olhar na sargento e logo percebendo a frustração e o suspiro baixo. Minutos depois, Jimin se posicionou equipado e à espera do sinal.
— Amy, seja gentil com ele. — Max murmurou próximo à sargento.
— Atenção todos! O alvo acaba de se mover para uma sala no subsolo. Sargento Santiago, pode entrar com cautela. — A voz do rádio comunicador de Amy disse em um tom de alerta.
— Vamos, detetive Park? — Amy o perguntou e ele apenas assentiu quieto e seguiram até a entrada do prédio junto com mais dois agentes.
Ao adentrar o prédio, as mãos de Amy ficaram frias e suando, depois que passaram pela a ala de atendimento completamente destruída, seguiram até o imenso corredor. Amy recebeu outro sinal, pedindo que fossem para a ala de cirurgia pois havia uma passagem para o subsolo.
— É o seguinte, não façam movimentos bruscos se Jack estiver armado, caso ele faça isso acionem para atirar. — Amy respondeu assim que chegaram em frente a pequena porta do subsolo. — A Angie está lá dentro e se for possível mirem na cabeça dela.
— Espera! — Jimin segurou o braço de Amy impedindo-a de entrar. — Por favor, não atire na Angie.
O olhar incrédulo de Amélia encarou o rapaz, não entendia o ato tão repentino do detetive em proteger uma máquina, para ela aquele pedido estava sendo impossível.
— Você está pedindo pra pessoa errada. — — Seguiu firme em suas palavras, a sargento que se preparava para entrar se posiciona. — A não ser que um desses agentes faça isso.
— Pronta, sargento? — Perguntou um dos agentes e Amy assentiu.
O agente ficou na frente perto da porta forçando a entrada, ele contou até três e arrombou a porta com todo vapor, eles entraram com cautela e miravam para checarem se Jack estava no lugar e Jimin ficou estático.
— Pessoal, é melhor nos separarmos, assim fica mais fácil de encontrá-lo. — Disse Jimin, ao olhar ao redor do subsolo.
— Tem razão detetive. — Disse o outro agente. — O que acha, sargento? — Amy ficou calada, porém, apenas concordou em seguida.
Jimin se aproximou de Amy e logo os dois agentes entenderam que ele estaria com ela, mas o que eles não sabiam era que Jimin iria impedir Amy de fazer algo contra Angie. Aquele iceberg logo iria subir se nada daquilo estivesse acontecendo.
(...)
— Como é possível que ele não esteja aqui? — Jimin bufou frustrado. — Aconteceu algo?
— O meu rádio está chiando demais, e eu ouvi a voz do Lawrence falhar. — Disse Amy preocupada, enquanto tentava entrar em contato com eles pelo walkie-talk.
Os dois ficaram em silêncio e não escutaram mais as vozes de Lawrence e Jacob. Jimin pegou o rádio que estava em seu colete e tentou novamente o contato, mas ouviu apenas pegadas fundas e se viraram em direção a elas.
— Ora, que bom tê-los aqui. — Jack estava em suas frentes sorrindo largo. — É melhor não fazerem nada de errado pois seus amiguinhos policiais irão ter as consequências. — Jack mostrava um holograma que sobrevoava em seu pulso direito, Lawrence e Jacob estavam dentro de uma espécie de cubo presos e quem os vigiava era Angie.
— Angie? — Jimin murmurou baixo.
— Agora você entende por que eu não confio na Angie. — Amy exclamou e encarou Jimin. — E nem nesse filho da puta.
— Que boquinha suja Amy Santiago, a sua mãe não te educou direito? — Jack disse num tom de deboche.
— Jack se renda agora ou teremos que usar a força. — Jimin apontou sua arma em direção ao homem.
— Peguem ele rapazes. — Jack encarou Amy e ela o fitou confusa, dois robôs perfeitamente de forma humana se aproximaram e pegam Jimin à força. Seguravam o rapaz firme e o forçando no chão.
— Não! — Gritou Amy e Angie logo apareceu por trás agarrando o pescoço da sargento.
— Calada! — Jack profere em tom ríspido.
Jack a fuzila com o olhar, no entanto, Amy tentou encolher-se para que a mesma conseguisse sair de Angie, mas era frustrante, ela tinha mais força que a própria sargento e isso era nítido. Neste momento, Jimin estava sendo arrastado para perto de Jack.
— Eu mandei você ficar longe, não foi, detetive? — Jack se aproxima e segura o queixo de Jimin e diz rosnando e fiquei completamente sem entender nada. — As ameaças não foram o suficiente? Eu mandei ficar longe da Amy e da Angie, e você só fez o contrário.
— Para mim, suas ameaças não são o bastante! — Jimin cuspiu em palavras. — As duas não são importantes pra você! Mas pra mim são...
O rosto abismado de Amy se torceu com o que ele dizia, a adrenalina em seu corpo fluía rápido, Jack deu um golpe violento em Jimin e o jogou no chão, dando vários chutes e socos no mesmo. Seu coração doía tanto pela a cena que presenciava, suas lágrimas estavam presas, e a vontade de chorar naquela hora estava se tornando imensa, Amy o vê parar e vir em sua direção em passos lentos destilando ódio e logo ordenou a Angie que a soltasse, seu olhar de relance para suas armas que estavam no chão e Amélia encara Jack novamente.
— Não tente nada, sua putinha. — O homem à sua frente estapeia seu rosto com força fazendo com que a mesma perdesse o seu equilíbrio e batendo contra o ferro, o gosto metálico em sua boca era o único sabor que misturava com sua saliva.
— Você e minha mãe, não prestam! — Disse em um fio de sussurro. — Eu quero que você vá pro inferno, Jack!
— Iremos juntos, queridinha. Eu, você e o seu namoradinho detetive. — Jack se afasta e aponta sua arma em direção ao Park. Ela não conseguia se mover, Angie estava com seus pés em cima da sua perna.
Dois tiros ecoaram, Jimin está inconsciente e com uma bala em sua barriga e outra em sua perna.
Jimin gritou. Era alto e rouco, seu corpo mal levantava, enquanto a mim, Amy sentia-se uma completa inútil e fraca por não conseguir fazer o que ela realmente poderia fazer naquele momento.
— Você vai ter o que merece. — Ele se aproxima de sargento e puxa seus cabelos, a arma é apontada em sua barriga, e ele atira apenas uma vez e a joga no chão novamente.
Em seus pensamentos ela só pensava em querer tirar Jimin daquele lugar, mas seu corpo doía. Jack havia conseguido fugir com Angie na primeira oportunidade na que foi-lhe colocada, deixando aquelas máquinas desligadas. Amy arrastou seu corpo até o detetive que estava gemendo de dor e ficando inconsciente com a situação, a mão quente e coberta por sangue se aproximava contra o rosto do rapaz.
— Vai ficar tudo bem... — Ela sussurrou baixinho e ele assentia segurando a mão da sargento. Então a mesma buscou o rádio acionando a equipe para que de imediato invadisse, e alertando que Jack havia fugido. Seus olhos ardiam querendo chorar de dor mas se mantive firme. As mãos de Jimin estavam ficando gélidas, suas mãos se aproximaram do seu tronco vendo que ela sangrava.
— Amy... — Com suas poucas forças ele a puxou contra si. — M-me desculpa por não perceber que a Angie era assim...
— Não se esforce, a ajuda vai chegar logo. — Amélia ergue o rosto. Fitou a entrada e figuras borradas se aproximavam e vozes eram ouvidas, e logo a escuridão cercou ambos.
Gritos, passos e vozes e as imagens já não estavam tão claras assim.
— Amy!
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