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CAPÍTULO 6

— Ei... que foi? Por que você está chorando?

— Porque você ainda está aqui...

Ela falava baixo, com a voz bem rouca. Carlinhos tinha me explicado que era uma espécie de buraco que fizeram na garganta dela para que respirasse melhor, durante a internação, mas ia melhorar com o tempo.

— Quer que eu vá embora?

Ela fez um gesto com a cabeça que não entendi bem.

— Então por que está assim?

— Por que você não desistiu de mim? Esteve comigo todos os dias. Eu senti.

Eu engoli seco.

— Me perdoa?

— Eu já havia lhe perdoado. Não há mais o que tocar nesse assunto.

— pra mim há...

Ela tentou ganhar folêgo, ainda usava uma mascara com oxigênio. Respirou fundo. Eu me aproximei dela, que me estendeu a mão.

— Me perdoa por ser tão infantil... é que eu estava confusa. Me perdoe por te criticar. Brigar com você, te usar...

— Como assim me usar?

— Claudia... eu não quero mais. Eu não sou lésbica.

Eu me afastei.  Sem entender nada.

— Como assim? Eu pensei que tivesses falando do seu preconceito... Você não é necessariamente lésbica... Você provavelmente seja bisexual.

— Eu estava, mas agora estou dizendo que não quero mais. Me confundi. Não sou lésbica, não é o que quero pra mim.

— Você só pode estar brincando... e tudo que a gente passou?

— Não houve nada. Olha... não quero mais, ok??! Simplesmente não quero.

— Sara... como assim?

— Claudia, nunca houve nada entre a gente...

— Como nunca? Você é louca?

— Esqueça, é passado. Nunca senti nada por você.

— Você só pode estar brincando... e as vezes que gozou comigo, que eu senti você amolecer na minha mão depois de se satisfazer? E seus gemidos de prazer, as vezes que me arranhou as costas. Isso foi tudo ilusão?

— Já vem você querendo me manipular...

— Te manipular?? Ora essa... você ficou comigo por que quis. Não te amarrei. Você sempre teve curiosidade de ficar com mulher. Admita!

— Não tenho que admitir o que não é verdade.

— Sara... você está com algum problema? Você só pode estar louca! Como assim?? E tudo que nós vivemos.

— Me esquece por favor. Não quero mais. Não é isso que quero pra mim. Eu sou hétero.

— Olha... eu tinha falado com sua mãe que aceitaria você não ficar comigo, por seu preconceito e tal, que deixaria você em paz, que tentaria te entender. Mas porra!!! Que te deu agora? Como assim? Como pôde simplesmente passar uma borracha em tudo que aconteceu?

— Claudia, você me seduziu... não é isso que quero pra minha vida, ok?

— Não. Nada de Ok, se você pelo menos assumisse que foi bom! Que gozou! Que sentiu prazer... Mas você age como se nunca tivéssemos tido nada. Como assim? Não tem como aceitar isso! Poderias achar quaisquer desculpas para não ficar comigo... agora dizer que não gozou? Que não sentiu prazer, que não foi minha puta na cama? isso é mentira

Nem vi que Joana tinha entrado no quarto, talvez por ouvir minha voz alterada. Ela deve ter ouvido tudo que falei.

Fiquei envergonhada.

— Joana, desculpe.

— Vai embora filha... melhor vocês conversarem outra hora.

— Perdoe-me pelas coisas que ouviu...

— Não se preocupe. Vá pra casa. As meninas estão lá.

— Como assim as meninas estão lá?

— Estamos esse tempo todo morando com a Claudia. Outra hora te explico.
Vai minha filha... vai embora... vai descansar. Eu vou ficar aqui hoje a noite.

Ela me beijou e me abraçou.

Saí sem rumo. Mas uma vez eu fiquei perdida no meio da história.
Ela foi mais que curiosa. Ela foi além.. nos envolvemos...

como pôde fazer isso comigo?

— Pode me explicar o que houve aqui?

— Mãe... desculpe-me te fazer ouvir as coisas que ela falou.

— Não me interessa as coisas que ela falou. Quero entender você...

— Como assim?

— Acho que a Cláudia não está tão errada nessa história... O que ela falou foi de verdade, aconteceu entre vocês.

— Mãe eu não quero falar sobre isso...

— Mas eu quero Sara. Essa mulher veio todos os dias aqui cuidar de você. Esteve nas suas sessões de hemodiálise, sofreu por você, emagreceu, se abateu. Viu seu sofrimento, viu você definhar até quase morrer. Foi ela que te rewgatou e te levou no colo até o hospital. Enfrentou seu pai, apanhou dele, teve a casa destruída por ele.

— Espera... como assim?

— Seu pai e uns abutres da igreja dele invadiram a casa de Claudia, destruíram móveis, eletrônicos e as coisas de santo dela. Não posso julga-la. Não entendo, não conheço do que se trata a religião dela. Mas o tempo que estamos na sua casa, ela nos acolheu, cuidou das suas irmãs como se fossem filhas dela. Não sei o que ela faz na religião dela. Mas presumo não ser o mal. Pois o que vi de Claudia foi abnegação, caridade e amor. Seu pai me tirou tudo, estamos na justiça.

— Tá... mas o que isso tem a ver comigo?

— Tem a ver que essa moça mudou a vida dela por você, e por sua família. Se preocupou. Se doou a você. E se vocês passaram mesmo por tudo isso, como pode simplesmente não querer mais? Simplesmente ter esquecido?

— Mãe a senhora está louca? Ela é sapatão.

— Sara pelo que eu ouvi aqui, você também é. Vou deixar você pensar um pouco mais e vou jantar.

— Eu ainda tenho meu telefone?

— Claro. Você recebia recados diários de seus colegas. Alguns querem vir te visitar. Outros não valem a pena, por que se tem preconceito, não servem para amigos.

Está aqui. Vou jantar.

Sara leu por alto algumas mensagens recebidas. Até que parou no numero de Cláudia. Ela mandava mensagens todos os dias, sabendo que um dia Sara leria. Olhou um por um dos recados, se emocionando. Relatos de como eram seus dias com ela no hospital. Foi lendo da última mensagem recebida para as mais antigas.
Até que chegou no dia que brigaram

Ouça por favor. Só te peço isso. Se depois de ouvir não quiser mais falar comigo, eu ficarei triste, e morrerei aos poucos, mas é uma escolha sua.
Claudia: lembre-se, eu amo você... e você morrendo, eu morrerei por dentro.

Meu amor... por favor. Repense. Olha... você pode nunca mais querer me ver, você pode não querer ficar comigo, eu te respeitarei, mas por favor, repense seu tratamento. Deus te deu a chance de voltar a ter uma vida normal. Você está recusando a segunda chance de vida de Deus. Ele te deu uma nova chance, e você está jogando fora... por favor... por favor... o Deus que eu sigo é um Deus de amor, de compreensão, Ele não é intolerante, ele nos ama como somos. E somos todos iguais. O fato de nós sermos de religiões diferentes não nos torna diferentes. Somos todos filhos de um mesmo Pai.

  meu amor por favor, repensa... sei que você não quer me entender, não quer conhecer mais de quem eu sou. Mas por favor repense o seu transplante... Por que não podemos ficar juntas? Só por preconceito. Porque eu sei que você me ama. Engraçado que enquanto eu era só a sapatão masculina que ia pra cama com você não tinha esse preconceito. Por que a minha religião me fez diferente pra você? Podemos viver bem com nossas diferenças espirituais, eu respeitarei você e você me respeita.

Eu entendo que você está assustada por tudo que deve ter ouvido, toda a sua vida. Mas esqueça tudo isso. Esqueça a nossa religião. Pense em como Deus quer te ver feliz. Você tem uma segunda chance. Ele te deu.  Por que va jogar fora? Porque você acha que sabe todas as coisas? Por que você acha que “seu Deus” é diferente do meu? Não meu amor. Ele não é. É o mesmo Deus de amor e compaixão. Por favor... Continue o tratamento... faça o transplante. Se fosse um doador morto e você não soubesse nada da vida dele,  e só depois de operada, descobrisse que era um assassino violento de crianças, você arrancaria o rim que Deus lhe deu pra reconstruir a vida?

— Filha... Calma... Que foi?

— Mãe... Eu não sei o que fazer...

— Calma filha... Deixa o coração se acalmar.

— Eu vou pro inferno...

— Claro que não... Tire isso da cabeça.. Deus ama você como você é.

— Mãe... Mas não é certo...

— Filha... Você a ama?

— Não sei...

— Quem somos nós pra julgar o certo do errado?

— Mas a Bíblia...

— Sara... No mesmo livro da bíblia que condena a homossexualidade, também condena comer carne de porco, camarão, cortar a barba, fazer marcas no corpo. Este mesmo livro diz que a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, e qualquer que a tocar, será imundo até à tarde. E qualquer que tocar alguma coisa, sobre o que ela se tiver assentado, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde. Então filha... Estamos todos errados, por que nunca saberemos quando as mulheres estão menstruadas.

— Mãe... Me admiro a senhora. Achar que eu devo...

— Eu acho que você deva seguir seu coração.
Deus mora nele e quer te ver feliz. Esse Deus é amor. Pensa nisso.

— Acho que vou dormir

— Vamos. Já está tarde..


Sara: não diz nada.
E não responde, por favor.
Não responde agora.
Só vem me ver amanhã.
Preciso conversar.

Cheguei em casa e tomei dois comprimidos de Rivotril de Patrícia. Fui até seu quarto pra me despedir

— O que aconteceu?

— Nada não... vou dormir.

— Como se eu não te conhecesse depois desses anos todos. Me fala, o que aconteceu?

— Nada Tiça, sério, não há nada...

— Quanto tempo você não me chama pelo apelido... Senta aí e me fala.

— Não tem nada... e outra, acabei de tomar um remedio pra dormir, daqui a pouco to caindo.

— Então deita aqui.

— Hum?

— É... ué... deita aqui comigo, eu cuido de você

— Patricia... – Disse rindo. — você não está cuidando nem de você

— Claudia, quando eu melhorar vou te dar umas tapas

— Vou tomar um banho.

— ahhh não vai não... você já tá toda mole.

Ela me puxou pra cama, do lado dela, acho que do jeito que caí eu fiquei. Não queria mesmo lembrar-me de nada.
Acordei de madrugada, parecia que tinha tomado um caminhão de cerveja. Ela estava dormindo com os braços e pernas em mim, como dormíamos antes da separação. Me mexi um pouco pra me esticar...

— Desculpa, te acordei...

— Não... tudo bem. Tá melhor?

— Não sei... não pensei em nada, não tive tempo.

— Quer conversar?

— Na verdade ainda estou morrendo de sono...

— Então vamos dormir.

Ela se aninhou de novo no meu corpo. Tinha um cheiro tão bom... passariam anos e eu nunca esqueceria esse cheiro.  Fiquei fazendo carinho no seu cabelo, até dormir de novo.

Acordamos era mais de 9h. hoje eu não teria aula. Estavam em férias já.
Meu telefone descarregado no bolso da calça.
Ajudei Patricia a tomar seu banho. Eu já não a olhava com olhos de esposa. Era como uma Irmã. fiquei alguns minutos sentada na tampa do vaso fechada vendo ela tomar banho.

— Eu sou sua mãe...

— Como você sabia o que eu estava pensando? — Gargalhei.

— Ora Claudia... te conheço mais que a você mesma.

— Pois é... estava realmente pensando nisso.. que deixou de ser minha esposa pra ser só minha mãe.

— O que aconteceu ontem?

— Sara foi pro quarto

— Que maravilha!!!!

— Na verdade brigamos. Ela disse que não quer me ver.

— Mas que garotinha mais nojenta... ainda com essa história do preconceito? Manda ela devolver meu rim!

— Patrícia eu tenho que rir com você... mas não foi por isso... ela surtou. Disse que não quer me ver mas. Que nunca foi lésbica...

— Como assim?

— Falou que foi só curiosidade dela, que se arrependeu... coisas desse tipo. Que não sentiu nada por mim. Que não quer mais.

— Claudia... alguma coisa tem de errado aí... como assim simplesmente não quer mais? E tudo que vocês viveram? A doença dessa menina deve ter afetado a cabeça dela, só pode. A falta do rim deixa maluca?? Melhor me preparar?

— Você faz graça de tudo.

Fui ajudando ela a secar e vestir, e fomos caminhando para o quarto

— Bom... o fato é que ela me rejeita agora.

— Se eu soubesse que ela iria te fazer sofrer, eu teria dado meu pulmão bichado do cigarro...

— Patricia pare de brincar.

Ela começou a rir sem parar.

— Você é demais.

— Não se chateie. Deus sabe o que faz. Peça discernimento. Peça a seus guias tentar entender o propósito disso tudo.

— Impossível não me chatear. Mas vou viver a vida.

— E a mãe dela?

— Ouviu os horrores que eu falei pra Sara e pediu pra eu vir embora.

— Tratou-te mal?

— Não... pelo contrário. Foi super carinhosa e cuidadosa comigo.

— E essas garotas aqui?

— Não pensei em nada ainda. Joana precisa de um lugar pra ficar e não vou deixa-la voltar pra casa do marido. Ele pode fazer algo contra ela.

— Mas Sara então virá pra cá?

— Patrícia... não sei... não pensei...  vou tomar meu banho e dar uma volta.

— Posso ir com você? Não aguento mais paredes e Televisões.

— Ok.

Peguei o telefone do carregador, e nem olhei pra ele. As meninas estavam se arrumando pra ir a igreja.
Saímos e como eu tinha que entregar uns documentos na faculdade assim o fiz, de lá fui ao campo de estudos rural.

E fomos a Campo Grande, a viagem era até longa, mas Patricia estava tão feliz, que fiquei despreocupada.

— Está com dor?

— Não

— Se tiver algum desconforto, fale, ok?

Fomos até o Parque Florestal Antonio de Albuquerque

— Não importa onde você more... sempre vai procurar o mato né? Roceira...

— Verdade. — Afirmei com um grande sorriso. — Não posso negar... natureza é minha vida. Mas quero te mostrar as orquídeas. Você as ama.

Passamos uma tarde gostosa, tranquila. Eu fiquei sem nada na cabeça o dia todo.

— Alô.

— Filha... onde vocês estão?

— Oi Joana... passeando. Vim distrair a mente e trouxe Patrícia.

— Fiquei preocupada, achei que ela tivesse passado mal.

— Não... está tudo bem.

Fez-se um breve silêncio.
E falamos quase juntas:
— Como está...
— Ela está bem

— Joana desculpe por ontem.

— Filha, eu que lhe devo desculpas. Não se preocupe.

— Ela perguntou por mim?

— Claudia...

— Já entendi Joana. Obrigada. A noite estamos em casa. As meninas não ficarão sozinhas.

— Não se preocupe, vão dormir na tia. Eu ficarei no hospital, vim só pegar umas coisas.  Cuidem-se.

— Quem era?

— Joana, preocupada conosco.

— Essa mulher existe mesmo? Que mãe! Que força!

— Ela é incrível.

Só aí fui ver meu telefone

A mensagem de Sara de ontem pedindo pra eu ir vê-la e mais algumas, perguntando por que eu não a respondia.

Ainda estava com o telefone na mão, quando ele vibrou novamente.

Sara: Vc estava mesmo
me ignorando?

Claudia: Não. Só peguei
no cel agora

Sara: qro falar com vc

Claudia: não sei se qro...
se for pra me
humilhar de novo

Sara: pode vir aqui?

Claudia: tô longe da cidade

Sara: Amanhã?

Claudia: Talvez

Sara: ok. Qdo quiser

Chegamos bem tarde a em casa. Fui dirigindo devagar, e parei algumas vezes pra ela se esticar.
Depois da conversa com Sara, eu havia desligado o telefone.
Não queria demonstrar a Patrícia como eu estava sem chão.
Fomos dormir. Mais um dia eu dormi na cama com ela.
Me abraçava forte, fazia-me sentir segura.

E pensar que a culpa de tudo era dela...

Sacudi a cabeça pra afastar esses pensamentos ruins.
Ainda fiquei quase 2h acordada.

— Bom dia –  Patricia com seu costumeiro bom humor matinal.

— Bom? Afffff.

— Claudia... você nunca muda.

— Depois de meio dia. Talvez.

— Quero ir ver Sara.

— Pegue um táxi. Não vou sair daqui.

— Pois vai me deixar ir sozinha?

— Não quero vê-la. Eu chamo um taxista conhecido meu, e ele te leva, te espera e traz de volta.

— Você é uma criança!

— Ok mamãe. Vou ligar pro taxi.

— Sara a Patricia quer conversar com você.

Ela só sacudiu a cabeça Positivamente.

Passaram cerca de duas horas trancadas no quarto.

— Patricia... Eu nem tive tempo de te agradecer. Não nos vimos mais.

— Eu não tinha permissão pra ir te visitar, devido a meu quadro ter ficado um pouco debilitado.

— Nossa... Mas está melhor?

— Sim. Bem melhor.

— Patrícia eu não tenho palavras pra te agradecer.

— Não me agradeça. Até porque estou com vontade de pegar meu rim de volta.

Sara olhou pra ela de boca aberta, tentou falar algo e as palavras não saíram.

— Olha garota! Estou com tanta raiva de você, que se eu tivesse uma faca, pegava meu rim de volta.

Sara se acuava na cama, sem saber o que dizer.

— Eu não fui sua doadora por você, ou porque estava preocupada com você. Ou porque você é bonitinha...
Eu fiz o que fiz por Cláudia. Não pense que é porque sou boazinha. Não sou, sou um amor quando quero e com quem quero. Fiz pelo amor e amizade que tenho por ela, e até agora não entendi como ela pôde se apaixonar por uma pessoa tão idiota como você. Porque você é idiota, é ridícula, preconceituosa e otária.

Sara tentava responder, mas Patricia estava enlouquecida.

— Olha menina. Você é infantil. Infantil demais.
Magoou a pessoa mais amável e prestativa desse mundo. Pra Que? Pra satisfazer sua curiosidade de dormir com uma sapatão? ahhhh. Querida, se ferrou né? Não contava de ser tão bom. Se apaixonou, e agora não sabe o que fazer com seu preconceito. Quer saber? Enfia seu preconceito idiota no rabo, e suma da vida da Cláudia.

— Patrícia... Me entende... Não era isso que eu queria.

— ahhhh não queria?? Deixou ela te chupar, te foder, te comer bastante, dias e dias pra depois simplesmente não querer. Querida isso não foi curiosidade, isso foi tara. Foi tesão. Foi desejo. Acorda. Você é tão sapatão quanto ela, quanto eu. E vamos combinar que Cláudia sabe fazer sexo como ninguém, como nenhum homem faz.

— Eu não posso mudar de opinião?

— Claro que pode. Mas não esqueça que os gemidos que você deu, que as vezes que gozou não tem como apagar. Ela nunca vai deslamber você. Nunca vai te descomer.
Você pode ser cristã, hétero, maluca, doida varrida, mas o fato que os dedos que ela meteu em você vão estar sempre marcados aí.

Sara abriu a boca... Gaguejou... Mas não conseguiu completar uma palavra.

— Olha filhinha... Se esse rim fosse da Cláudia, eu juro que tirava ele de você a tapa. Mas ia te bater tanto, que ele ia sair pela boca. Mas.... Como é meu, e eu sou uma pessoa SUPER CALMA E TRANQUILA,  vou deixar você.
Mas pense muito bem antes de você magoa-la de novo. Melhor você sumir da vida dela. Deixe-a em paz. Suma no mundo com esse rim novo. E tomara que ele não te dê problemas....

— Credo Patrícia.

— Ué? Eu não era um mostro macumbeiro? Não era eu que cultuava o demônio? Filhota, eu só quero te dizer uma coisa. – pôs o dedo na cara de Sara. — Magoe Cláudia de novo e EU vou virar o capeta na sua vida. Você não me conhece!

Patricia ia saindo do quarto.

— Espera... Você vai me fazer algum mal? Vai colocar meu nome...

— Claro que não sua imbecil. Quantas vezes precisa ser dito pra você entender que umbanda e candomblé não fazem o mal. Deixe de ser idiota!!! Deixe de ser babaca! Se eu pudesse mandava era te dar uma surra bem dada. Aliás. Se eu estivesse bem, você não ia escapar de uma surra que nunca mais iria esquecer. Eu é que ia esquecer que sou uma pessoa espiritualizada e ía esfregar sua cara no asfalto.

— Meu Deus!

— Sim!!! Seu Deus, meu Deus. Nosso! Somos filhos de um mesmo Pai. Entenda que seu Deus não é diferente do meu, do de Claudia, de sua mãe. Escuta aqui garota! Acho bom você pensar muito bem pensado sobre tudo isso... porque eu sou maluca. Você não me conhece. Eu posso surtar mais que você imagina. Aliás eu posso surtar mais que você surtou!!!

— Mas eu quero conversar com Cláudia.

— Não a Magoe. Se não quer mais, simplesmente não a Magoe. Se não a quiser, nem tente conversar com ela. – Fez uma pausa e continuou. — E outra mocinha: acho bom ninguém ficar sabendo nada do que te falei, senão eu realmente vou perder a linha e acabar com essa carinha linda. Abra essa boca e eu arranco seu rim pela garganta.

Joana chegou no quarto.
Patricia beijou Sara no rosto.

— Beijo querida! Melhoras viu?! – Tinha a voz doce e serena. —  Quero você boa logo. Até mais Joana.

— Essa mulher é louca!  Onde fui me meter?

— Falando sozinha agora Sara?

— Ai mãe... Não... Não

— Que graça a Patrícia ter vindo te visitar. Ela é maravilhosa.

— É... Muita graça. Muito maravilhosa...

— Não estou te entendendo filha... Patricia te doou um rim. Se preocupou com você...

— Mãe... Estou cansada. Quero dormir um pouco.


Sara: Cláudia vc
pode vir me ver, PF?

Sara: Cláudia por favor...

Eu acordei meio dia com Patricia chegando no quarto. Os remédios dela me deixaram bem grogue.
Ela passou a mão nos meus cabelos.

— Hum... Diz pra mim que é tudo um pesadelo e você nunca foi embora...

— Ohh meu amor. Não é um pesadelo. É real.

— Tiça ainda não Me conformo de você ter me deixado.

— Eu não te deixei. Estou aqui não estou? Só não mais como esposa.

Eu suspirei...

—  Fui conversar com Sara.

— Como ela está?

— Nossa! Ótima! Bem Humorada. Melhorando. Está mais simpática. Tá meio confusa tadinha, mas está bem. - tinha um sorriso sarcástico no rosto.

— Sério?!? Sua cara tá estranha...

— Eu??? Não. Tudo normal. – falava Cínica.

— Hum... Sei não. Ela falou de mim?

— Acho que ela não iria falar de você com a ex né?

Suspirei de novo.

— Anda. Vai tomar um banho. Tirar essa cama das costas... Vou pedir algo pra gente comer, já que não posso cozinhar, e a dondoca dormiu a manhã inteira

Só aí que fui pegar o telefone.
Tinham várias mensagens de Sara desde ontem a noite. Não respondi.
Tomei meu banho e me arrumei. O almoço que Patricia pediu já tinha chegado.

— Tiça... A Sara quer me ver... Que acha?

— Acho que você deve ouvir o que a nojentinha tem  pra dizer.

— Você não gosta dela não é?

— Gosto, claro. Mas se ela te magoar, eu arranco o rim dela a base de tapa...

Cláudia disse isso e me mandou um beijo. Era muito dissimulada.
Joana tinha acabado de chegar, explicou que como Sara queria dormir, aproveitou para tomar um banho e pegar roupas.

— Acho que vou aproveitar e ir lá. Que acha?

— Claro. Vai. E já leva um isopor, porque se ela te destratar, você traz meu rim de volta...

— Patricia!!!!!

— Que foi????

— Como você é cínica!!! Vai jogar esse rim na minha cara o resto da vida? O que é um "rinzinho" perto da grande mulher que você é?

Ela me olhou com cara de desdém.
— Nem vou falar nada...

Eu cheguei no quarto ela não estava na cama. Fui até o banheiro, quando cheguei perto, a porta se abriu. Ela desequilibrou. Acho que foi o susto. Quase caiu. E eu a segurei.

Nossos corpos ficaram colados como há muito tempo não ficavam. Sua boca bem rente a minha. Eu podia sentir sua respiração...

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