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CAPÍTULO 3

Eu a deixei deitada no sofá, e fui tomar outro banho.
Voltei, e ela ainda estava lá. Meio ofegante.

— Sara? Tudo bem?

— Estou muito mole ainda.

— vai melhorar... Vem! Vamos pro quarto.

— Não tenho condições. Não dá pra ter outra...

— não boba... – Tive que rir. — Quero que você deite direito.

— Tô mole ainda. Minhas pernas não respondem.

Ela era alta, mas bem magrinha, então, a peguei no colo, e levei pro quarto. Deitei-me do seu lado, e fiquei ali abraçada. Logo adormeceu.
Liguei a TV e fiquei vendo um pouco. Ela despertou depois de quase 2h.

— Que sono hein?

— Acho que alguém acabou comigo...

— Quem? – Respondi com desdém.

— Cláudia, você disse que não iria me maltratar...

— Te machuquei?

— Um pouco... Está doendo um pouco.

— É assim mesmo. É falta de costume.

— Eu tive medo de você...

— Desculpe

— vou ter que me preocupar com esse jeito seu?

— Não sei... Podemos conversar?

— Posso tomar um banho antes?

— vai lá.

Ela se demorou no banho. Veio depois enrolada numa toalha. Eu ainda via TV.
Sentou-se na cama. Sem falar nada.

— e aí?  – Quebrei o silêncio.

— Cláudia...

— Ah não Sara! De novo não!

— Não consigo falar de mim assim...

— É sua família?

— Também. Meu pai é muito preconceituoso. Moro na casa dos meus pais. Minha vida vai se tornar um inferno.

— Acho que você não é mais nenhuma adolescente...

— Não debocha de mim...

— Não estou debochando. Só acho que você é adulta e pode se virar na vida.

— Você acha que é assim que as coisas funcionam? Chego em casa amanhã e digo "olha mãe, pai, estou saindo de casa e virei sapatão! "

— A debochada agora é você...

— OK. Desculpe.

— Mas é só isso??

— Isso não é só "só isso"...

— Tudo bem... Mas tem mais alguma coisa?

— Tem... Mas eu não vou conseguir falar

Levantei enfurecida

— Porra Sara!!! Se não for uma coisa muito séria não justifica esse cu doce...

— Não fala assim comigo, por favor...

— Que porra que é? É alguma doença séria???

Ela baixou a cabeça...

— É? – Fiquei imóvel. — Meu Deus é isso?

Ela quieta, começou a chorar...

— Sara, meu Deus, Desculpe. Me perdoa...

Eu a abracei. Ela chorou vários minutos nos meus braços. Eu tive pena... Não sei ao certo o que senti.

— Eu posso te ajudar?

— Não. Me deixa aqui quietinha... Por favor..

— Desculpa Sara. Não posso deixar

Levantei o rosto dela, olhei em seus olhos...

— Me fala. Me conta por favor.

Dei-lhe um leve beijo.

— Cláudia. Me esquece. Melhor você me esquecer. Você não gosta de mim. Foi só tesão.

— Sara não sei o que está acontecendo. Não quero deixar você.

— Também não quero que fique comigo por pena. Vou embora, e você me esquece.

Ela tentou se levantar.

— Ahhh mas não vai não! Vai ficar aqui e me contar tudo. – Puxei-a de volta para a cama.

— Cláudia você só queria me comer, conseguiu! Pronto! Acabou!!! Chega!

— Escuta aqui garota! Eu te conheço há umas Porras de uns dias! Mas eu gosto de você. Te comi sim. Foi tesão sim. Mas tenho carinho por você. E quero te ajudar.

— Ninguém pode me ajudar!

— QUE CARALHO QUE É???? ME FALA!!!!!! – Gritei, perdendo a paciência.

— Me deixa em paz!

Ela saiu andando. Eu fiquei puta e a segurei, aos berros.

— FALA AGORA!!!!! EU QUERO SABER!!!

— ME LARGA!!

— FALA SARA!! QUE INFERNO! AS VEZES TENHO VONTADE DE TE MATAR.

— Me mata! Eu já vou morrer mesmo.

Eu a soltei.

— Como é que é?

— Eu tenho insuficiência renal. Meus rins estão parando.

Fiquei sem saber o que dizer.

— Desculpe se te envolvi nessa loucura que é minha vida. Mas quando você apareceu, eu não tinha nada a perder. Queria experimentar tudo da vida. Afinal, não sei como vai ser. Mas eu me apaixonei. Nunca pensei que isso pudesse me ocorrer.

Eu fiquei inerte. Não havia o que dizer.
Ela começou a chorar...

Eu fiquei ali parada, olhando pra ela.

O que eu poderia dizer?

Não conseguia pensar em nada. Parecia uma eternidade.

— Vou embora.

— Não... Por favor. Fica. Desculpa. Não sei o que dizer.

— Vou embora. Não vou passar por isso de novo...

— Isso o que?

— Nada, deixa pra lá.

— Mas que mania infeliz de nunca terminar de dizer as coisas.

Ela suspirou...

— Eu estava de casamento marcado quando tive os primeiros sintomas, e logo saiu o diagnóstico da doença. Meu noivo não segurou a onda de casar com uma pessoa doente. Foi se afastando. Me traía sem eu saber. Até que um dia ele me levou numa consulta, e o médico falou que possivelmente eu poderia ter que fazer hemodiálise, e se não responder, um transplante. Depois desse dia, ele nunca mais voltou.

Eu acho que entrei em choque de novo.
Como o cara pôde ser tão filho da puta??

— Deixa eu ir embora...

— Não! fica aqui comigo.

— Cláudia. O que você quer? É casada...

— Por isso que você ficou tão fraca depois da gente transar? Meu Deus!!! Eu te machuquei! Te prejudiquei!!

— Não!!! Não!!! Pára com isso. Foi incrível. Tudo foi incrível. Até seu jeito meio violento. Foi demais. Eu tenho que te agradecer. Você me fez sentir desejada. Me fez ter tesão. Me fez gozar... Mas eu preciso ir embora. Obrigada por tudo.

— Vem cá. Quero te mostrar uma coisa.

— O que é?

— Vem comigo.

No quarto anexo, as caixas e malas que eu havia embalado na noite que liguei pra Patricia. Eu já estava decidida a terminar mesmo.

— O que é isso?

— São coisas da minha esposa

— Ela voltou?

— Não. Eu vou mandar pra ela, ou ela vai vir buscar. Não sei ainda.

— Não estou entendendo.

— Eu já havia me decidido separar. No dia que você chegou a primeira vez, e eu fiquei em dúvida sobre meu estado civil. Nós somos casadas no papel, então, mesmo de longe ainda somos casadas mesmo. Mas não tínhamos mais nada.

— O que você sente por mim?

— Não sei ainda... Você pode me ajudar a descobrir?

— Não quero que sinta pena de mim...

— Eu tento não sentir pena de ninguém. É um sentimento muito baixo. Todo mundo tem possibilidade de lutar e vencer. E se não vencer, é por que não era a hora no destino.
E outra, pena é pra quem não procura viver e não procura ser feliz com os meios que tem.

Ela ficou me olhando... Acho que ela agora que não sabia o que dizer...

— Vem. Vamos deitar. Você trabalha amanhã?

— Não. Eu tenho Médico.

— Eu também não tenho aula, os alunos estão entrando em avaliação. Vamos dormir. Amanhã a gente pensa melhor.

— Meu pai vai me matar. Mais uma noite fora de casa.

— Esquece o depois. Vamos viver agora!

Estendi a mão pra ela, que correspondeu. Puxei e a abracei.
Tirei a toalha que ela estava enrolada.

— Você não cansa não?

— Nunca!  Mas quero sentir você junto de mim. E a toalha estava úmida.

— Ta!

— Não quero fazer nada. Quero estar do seu lado.

— E se eu quiser fazer?
— Aí a história é outra... Mas não... Eu só quero sentir seu calor e seu cheiro. Tudo bem?

Eu me deitei na cama e a puxei sobre mim.
Ela me beijava intenso. Mas acho que eu estava tão atordoada com tudo que não conseguia corresponder.

— Você vai mudar comigo agora?

— Desculpa. Foi muita informação.. Acho que não vou conseguir... E você precisa descansar. Ficou muito mal da última vez.  

Acho que pegamos no sono. Acordei com ela na cama dormindo pesado. Levantei, tomei banho e fui pra cozinha fazer café.

— Que cheiro bom!

— Acordei você?

— O cheirinho acordou.

Dei-lhe café.

— Que horas é seu médico?

— 14h.

— Vou com você?

— Pra que?

— Vou com você e ponto final.

— Cláudia...

— "quié"?

— Não vai no médico comigo!

— Vou e tá decidido.

— Eu vou em casa pegar minhas coisas e você nem vai saber onde é.

— Eu sigo você, paro com o carro na porta de sua casa, e fico te esperando, ou você prefere de livre e espontânea vontade?

— Você é foda.

— Que horas vai sair?

— Meio dia!

— Onde é?

— No edifício central.

— Meio dia e meia estarei te esperando na porta do shopping.

— Cláudia... Não!!!

— Sara ou me dá sua palavra, ou eu Bato na porta da sua casa.

— Você nem é doida.

— Ahhh sou. Experimenta! Vai se arrumar. Vou te levar. Quero saber onde mora.

—  Até parece. – Disse rindo.

— Escuta aqui. Tem que confiar em mim.

— Meio cedo pra isso não?

— Meio cedo pra você dormir na casa de uma desconhecida, não?

— Porra!

— Vai logo.

Deixei-a perto da casa dela.

— Eu te Ligo. Porque com certeza o caos vai estar armado quando eu chegar.

Me deu um selinho e foi.
Fiquei observando de longe e guardei a casa que ela entrou.


As onze e meia eu já estava com o carro parado na rua dela... Vi quando saiu. Estava com uma senhora. Parecia a mãe.

Será que ela resolveu levar a mãe?

Meu telefone tocou

Sara: na hora combinada na porta do shopping. Bjo.

Bom, ela devia despistar a mãe. Meu carro tem vidros escuros, aproveitei pra ir atrás. A mãe a deixou na porta do edifício central.

Cláudia: fica onde está. Estou chegando aí

Sara: como sabe onde estou?

Cláudia: só fique aí mesmo. Vou estacionar

Sara: você me seguiu?

Demorei uns 15 minutos pra voltar.

— Você é louca?

— Só quis ter certeza que não iria fugir.

— Estou com medo de você.

— Pára de palhaçada. Vamos?

— Está muito cedo. Eu ia caminhar até o shopping pra te encontrar.

— Já almoçou?

— Não estou com fome.

— Sara você só tomou café?

— Não comece você também.

— Vamos almoçar. E não discuta.

Ela veio puta atrás de mim. Comeu quase nada. Mas melhor que nada.

— Como foi em casa?

— Uma merda como sempre.

— Mas você tem o costume de dormir fora de casa?

— Depois que fiquei doente eu mudei muitas coisas. Eles preferem que eu fique em casa "me cuidando" e esperando  a morte chegar. Não querem que eu trabalhe, que saia. Nunca dormi de sexo com ninguém depois de doente, até por que, meu ex me machucou muito. Mas saio bastante. As vezes sem avisar, por que se aviso, começam a perturbar.

— Mas você também precisa se cuidar...

— Cláudia, eu me cuido. Não estou aqui pra vir ao médico? Aliás, está quase na hora. Vamos?

Na porta do consultório: Carlos Batistara - nefrologista. 
Será?
Não é possível. Mas esse sobrenome... Eu pensei...  Olhei um diploma na parede: Dr Carlos Denis Batistara.

Ela foi logo chamada.

— Onde você vai?

— Entrar com você!

— Tá maluca? De jeito nenhum!

— Sara, eu vou entrar e pronto.

— Cláudia esse médico me conhece há anos. E conhece minha família...

— Foda-se.

Eu sai entrando na sala. Ela veio atrás desconfiada, eu estava dando um forte abraço no médico.

— Claudinha! Quem diria Que eu fosse encontra-la aqui depois de tantos anos.

Eu fiquei ali naquele abraço bom que ele tinha!

— Olha você! Não mudou nada! Cláudia você Continua o mesmo cara de sempre.

Eu ri, porque ele sempre me tratava no masculino brincando.

— Nada. Você que está um gato. Que coroa charmoso que ficou!

— Me separei né? O bofe estava levando tudo meu embora.

— Também me separei... Quer dizer, estou me separando.

Sara pigarreou, nos olhando sem entender.

— Oh Sara! Entre. Perdão. Já vou atende-la.

— Como conhecia meu médico?

— Vocês se conhecem?

— Carlinhos, eu conheci Sara há pouco tempo. E vim traze-la no médico, quando vi seu nome. Não sabia que tinha desistido da Biomedicina.

— Não desisti. Mas fiz outra graduação e especialização em nefro também logo depois. – Ele fez uma pequena pausa. — Se conhecem a Pouco tempo??? E você já está aqui? Não muda né cara.

Eu ri pra ele. Era meu amigo de muitos anos, fizemos algumas matérias juntos na Universidade Federal do Rio, mas ele logo voltou pro estado dele, quando se formou.

— O senhor é viado?

— Sara que vergonha!! – Eu falei estarrecida.

— Desculpa... É que nunca imaginei...

— Sara eu sou homossexual sim. Desde adolescente. Mas Não tinha por que você saber. Eu sou seu médico.

— Mas eu pensei que todo gay fosse...

— Afeminado? Não. Assim como nem toda lésbica é como Cláudia, existem lésbicas super femininas.

Eu me meti: — como você por exemplo.

— Não sou lésbica!

— Nem vou falar nada! Em casa você me mostra se não é.

Ela olhou pra ele morta de vergonha.

— Você pode ser bissexual Sarah. Não há regras. — O médico disse.

— Bom Carlinhos, quero saber a real situação da mocinha não lésbica aqui.

Ele franziu um pouco a testa, e olhou pra Sara.

— Pode falar, né? Se o senhor a conhece sabe que vai ser difícil ela desistir.

— Sara da última vez seus exames estavam muito ruins. Trouxe os novos?

— Dr acho que estão piores. Vou precisar fazer hemodiálise não é?

Ele olhou atentamente aos exames.

— De fato seu organismo não está reagindo aos remédios, como está a urina?

— Cada vez menos. E estou tendo cansaços extremos, a qualquer esforço.

— Então já sabe que vamos precisar fazer...

— Quanto tempo até eu morrer?

Eu ficava olhando aquilo meio que perdida nos meus pensamentos. Eles praticamente me ignoravam.

— Sara não sou eu quem decido isso. Você pode viver muito, como morrer amanhã. Pode viver anos, e eu ter um infarto fulminante agora. Nós vamos batalhar pra te dar qualidade de vida. E você entra na fila do transplante por que seu caso é muito sério. Como a gente já tinha verificado seus parentes mais próximos, vamos ver se os mais distantes podem fazer os exames pra verificar compatibilidade.

— Não sei se alguém se disponibilizaria  me ajudar.

— Vou te encaminhar ao hospital pra avaliação da diálise. A gente vai passar por isso, OK? O restante dos trâmites é comigo.

Ela só tentou sorrir pra ele.

— Cláudia, me liga.  – Ele falou estendendo o cartão.

— Podem conversar mais um pouco. Vou tomar um café. – Ela saiu do consultório.

— Cláudia não se apega a essa menina...

— Carlinhos é tarde agora.

— O caso dela é bem grave.

— Eu entendi, mas não sei o que é... Sabe aquela sensação de que eu preciso estar com ela?

— Sei!!! A que toda sapatão sente?? – Ele deu uma gargalhada.

— Não...  é diferente. Sei lá parece que tem algo mais.

— Bom... Já que vai embarcar nessa, insista pra ela fazer a hemodiálise, já era pra ter começado há tempos, mas ela sempre reluta. E tentamos outros remédios. Mas já não há o que fazer. Vá hoje ao hospital e procure a dr Valéria, ela vai ajudar vocês.

— Obrigada meu amigo. Te Ligo.

— Boa sorte. E seja forte.

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