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Capítulo 89 - Qual o próximo vinho, Rom?

Qual o próximo vinho, Rom?


Marcela

— Pêssego?

— Damasco.

— Pêssego!

— Da-mas-co.

— Impossível, Romeu, seu nariz está quebrado — me inclinei para cima de Getúlio no balcão do Bar dos Ardos para me aproximar do meu melhor amigo.

— Quem estudou enologia, Marcela? Uma dica: não foi você — ele apontou um pastelzinho de camarão na minha direção, como se fosse uma espada, e eu enfiei um dadinho de tapioca na boca com um monte de geléia de pimenta que tinha um toque de goiabada.

Eu não fazia ideia de quem era a cozinheira daquele lugar, mas a mão dela era quase tão boa quanto a de Cecília — e eu digo quase, porque outro dia ela me mandou um Rappi com bolinhos de lentilha e iogurte de curry que foi mais do que amor à primeira vista.

Como é que Cecília Senna conseguia fazer com que as comidas mais sem graça de todas tivessem o sabor do paraíso? Era oficial, eu teria que me tornar sócia de Ceci para poder me aproveitar da sua culinária sem ir à falência antes.

— Ok, eu não estou sentindo nem pêssego nem damasco nessa coisa amarelo-esverdeada aqui — Gustavo resmungou contra a taça, praticamente fazendo gargarejo com o líquido.

Romeu começou a tossir na hora e Túlio aplicou a manobra de Heimlich simplesmente por aplicar para desengasgar o marido, porque acho que todo mundo notou que aquilo era apenas um caso de risada que foi para o lugar errado do que uma possibilidade de óbito no bar.

— Tesouro dos Ardos, não é assim que se degusta um vinho — Romeu o recriminou com o máximo de paciência que ele ainda tinha depois de limpar o estrago de cuspe e vinho que ele causou no balcão.

— Desculpa, eu ainda tenho muito que aprender, Rom — o barman confessou exatamente da maneira que eu tinha certeza que ele responderia, porque Gustavo amava fazer com que as pessoas gostassem dele e acho que ele nem notava mais que estava fazendo isso de tão natural que era — mas eu tenho ótimos professores para me ensinarem sobre o assunto.

Romeu analisou o rapaz de maneira um tanto cética, levantando uma sobrancelha depois da outra como um lagarto — ok, lagartos tinham sobrancelhas para levantar? Sinceramente, Marcela, come mais e bebe menos.

— Tudo bem, então qual a diferença entre o Riesling e o Chardonnay? Eu e a Celinha comentamos várias coisas aqui, mas o que você sentiu de diferença? — ele indagou e eu olhei para Gustavo, querendo que ele lesse a minha mente e soubesse pelo menos uma resposta para aquela pergunta.

No entanto, quando suas sobrancelhas se uniram e ele comprimiu os lábios, ficou claro que ele reprovaria na matéria Romeu Sampaio 101 e perderia o posto de Tesouro para sempre — e será que isso era algo realmente ruim?

— Um é... mais claro que o outro? — ele testou e eu levantei meus polegares para incentivá-lo a ir nesse caminho, porém Túlio apenas se enfiou na minha frente para que eu parasse de dar dicas e quase me nocauteou do banquinho que eu estava sentada — e o outro parece mais... ácido?

— Tesouro... — Romeu colocou a mão no peito, emocionado e orgulhoso — você realmente estava prestando atenção na conversa e não apenas nos peitos da Celinha.

— Romeu! — eu bati no seu braço com força e ele quase derrubou o vinho.

Marcela! — ele me recriminou.

— Primeiro: Gustavo é meu amigo e não olharia para o meu decote; segundo: eu não estou com um decote que iria atrapalhar o Protetor da Eugência de trabalhar — eu revirei meus olhos e olhei para o barman mais uma vez, sentindo um sorriso aumentar no meu rosto quando eu me lembrei de algo — Tutti, você ainda tem aquela página do Buzzfeed que a gente achou semana passada?

O pediatra me olhou por longos segundos como se a sua mente estivesse carregando sua memória para que ele efetivamente me respondesse, até que um sorriso brilhante surgiu nos seus lábios, mimicando o meu.

— Tenho! — ele deu quatro tapinhas frenéticos na minha mão antes de sacar o celular e buscar dentro das suas sessenta abas de navegador já abertas aquela que estávamos procurando enquanto Romeu repunha nossos vinhos e apoiava a cabeça no ombro do seu marido — aqui.

— Ok, Gus, tá pronto? — eu perguntei, passando meus olhos pelas palavras e notando que Gustavo havia jogado um pano de prato no ombro antes de se inclinar no balcão para se aproximar de nós — o que você diria se alguém chegasse e te chamasse assim: "opa, meu magnata, me vê mais uma cerveja"? — eu indaguei e ele começou a rir — ou "ei, meu imperador, hoje tem Mautava em dobro"? ou "desce mais uma, meu diplomata".

Retúlio começou a chorar de rir ao meu lado. Romeu chegou a chutar o balcão sem querer enquanto tentava recuperar o seu fôlego e Getúlio limpava as lágrimas para não ficar sem ar. Óbvio que os dois falharam muito na missão.

— O pior que já me chamaram foi de "comendador", mas acho que o "magnata" entrou nesse hall de apelidos estranhos para garçons — Gustavo admitiu depois de pedir para Breno parar de rir e limpar algumas mesas, porém o barman em treinamento apenas continuou rindo e murmurando que a partir de hoje Gus era o imperador dos Ardos.

Não precisava dizer que ele ficou extremamente feliz com aquela notícia.

— Mas tem um negócio aí que você falou que eu gostei — ele apontou com o queixo para o celular de Tutti que estava em minhas mãos e eu voltei meus olhos para ele, buscando os apelidos que eu havia acabado de citar.

— Qual? Magnata, imperador ou diplomata? Tem um aqui que é chanceler e outro que é paladino. Meu Deus, alguém tem que estudar o brasileiro — eu continuei rindo e Retúlio estava morrendo ao meu lado.

— Não — ele negou com a cabeça, tombando o rosto para o lado e deixando um olhar 43 surgir no seu semblante, delatando que lá vinha... — eu curti você me chamando de "meu".

O casal que estava na nossa diagonal não conseguiu resistir a mandar corações com seus olhos e eu me senti mal pela interpretação errada daquela cena, porque tudo o que eu queria era explicar que aquilo era uma piada e que ele provavelmente já havia testado com mais trinta pessoas antes de chegar na naturalidade que ele conquistou quando usou comigo.

As vezes eu acreditava que Gustavo passava suas noites em claro buscando cantadas ridículas para nunca ficar sem repertório.

— Você é ridículo, Gustavo Canas. Amigos! — eu segurei o queixo dele com minha mão direita e o balancei um pouco para efeito dramático enquanto falava com dentes trincados — vou te dar um dicionário para você aprender o verdadeiro significado de "amigos", ok? Você parece bem confuso em relação a isso.

Então eu ouvi os cochichos de Retúlio antes mesmo de ver que as duas comadres estavam até inclinadas mais para longe para nos observarem melhor.

— Eu acho que a Marcela vai arrancar a cabeça dele — Rommi sussurrou para o seu maridão, tapando a boca como se aquilo criasse uma barreira acústica que efetivamente nos impedisse de escutá-lo. O que não foi o caso.

— Ou as roupas. Cinquenta-cinquenta por enquanto — Túlio retrucou e eu revirei meus olhos para os dois, porque eles eram dois insuportáveis e eu queria arrancar a cabeça deles.

Só que eu havia prometido a mim mesma que eu iria ser uma pessoa menos reativa em 2021 e o ano só tinha duas semanas, então eu tinha que me controlar para alcançar essa meta.

— Qual o próximo vinho, Rom? — eu soltei o rosto do barman e arrumei a alça da minha blusa que estava deslizando pelo meu ombro.

— Primeiro temos que tomar uma decisão sobre o branco. Quem gostou do Riesling? — ele perguntou e eu e Gustavo levantamos a mão — certo, três contra um. Desculpa, Tutti, eu encomendo o Chardonnay para você tomar em casa, pode ser?

— É por essa e outras que você é o amor da minha vida — Getúlio deu um beijo estalado na bochecha de Romeu, que se derreteu em um sorriso com a demonstração pública de afeto.

E eu sorri junto, porque eu amava Retúlio tanto quanto eu os amava separadamente.

— Por causa do álcool? Eu sou o amor da vida de muitas pessoas, então — Gustavo piscou para mim com pouco caso e se afastou para servir algumas Eugênicas e preparar dois Gin & Tônicas.

Sério, será que eu teria que tatuar "amigos" na testa dele para que ele entendesse aquilo?

— Que bunda maravilhosa, Marcela — Túlio ciciou no meu ouvido e eu revirei meus olhos, bebericando da minha taça — por que você gostaria de ser apenas amiga desse homem, mesmo?

— Porque estamos emocionalmente comprometidos com o Cristal — Romeu respondeu por mim e eu rolei meus olhos mais uma vez, com mais força — o que foi? Não é por isso? Então você não fica olhando para as fotos de vocês toda noite antes de dormir ou dando play nos áudios antigos com a voz sexy dele falando sobre bambu e argila e aquela coisa que parece uma posição sexual só que não é? — ele me provocou e eu tinha certeza de que ele estava falando sobre o piso intertravado, porque ele já havia dito que iria intertravar o Tutti algumas vezes desde que ouviu aquela expressão — foi um sonho meu tudo isso?

— Delírio, com certeza — eu concordei, porém Romeu apenas atirou uma rolha em mim e eu comecei a rir, porque daquele pecado eu transbordava de culpa, mas qual era o problema em ver umas fotos da galeria e escutar uns negócios antes de dormir?

Que eu soubesse, não estava cometendo nenhum crime ali não — eu estava totalmente segura na regra de sermos apenas amigos.

— Tá, mas então eu estou confuso, porque eu pensei que éramos apenas amigos do Cristal, ou teve alguma mudança nesse status? — Getúlio fez um beicinho incomodado por não estar acompanhando.

— Zero mudanças, Tutti, seu marido está apenas sendo irritante — eu tombei meu rosto para o lado e apontei para Romeu de maneira genérica, sem realmente olhar para ele.

— Irritantemente certo. Celinha claramente não superou o Cristal — Rommi repôs a minha taça mais uma vez e eu tinha completa certeza de que em uma degustação normal, você só tomaria uma provinha daquele vinho e não a garrafa inteira, mas quem é que estava reclamando?

— Somos amigos! — eu senti minha voz subir dois tons.

— Você quer, pelo amor do meu bisturi, parar de friendzonar todos os homens da sua vida? — Túlio me recriminou com as sobrancelhas tão arqueadas que seus olhos estavam saltados — se eu fosse você, faria a festa.

— Querem mais alguma coisa para comer? — Breno surgiu do nada para me salvar de mais uma conversa que eu tinha vontade de não ter.

Eu preferia receber uma ligação de Thales de madrugada do que ter que responder todas as perguntas para saciar a curiosidade de Getúlio, porque ele começava com o básico e depois os questionamentos ficavam mais e mais indiscretos até um ponto que eu tinha que o ameaçar com alguma coisa feia para ele parar de falar e depois comprar o seu perdão com cocada.

— O que tem aí que harmonize com Pinot Noir, Sangiovese, Malbec e Syrah? — Romeu perguntou com o seu caderninho em mãos, pronto para tomar nota de tudo, porém Breno continuou olhando para ele com sua cara de labrador confuso.

Quase uma versão canina do meme da Nazaré Tedesco.

— Cara, isso daí é um tipo de lúpulo? — o barman júnior indagou, coçando sua nuca com as costas da sua caneta e Túlio fingiu engasgar para conter a risada da cara horrorizada de Romeu.

— Tudo bem, é oficial, vou ter que dar um treinamento para esse bar inteiro vender os vinhos direitinho, porque claramente vocês venderiam essas belezuras como sangue de boi — ele resmungou escrevendo algo em seu caderno com tanta vontade que provavelmente estava marcando as próximas páginas.

— Anéis de cebola e aquela tábua de carne louca no pão crocante para combinar com os tintos? — eu pedi e o rapaz concordou um pouco mais animado por ter se inteirado de que estávamos falando sobre comida e vinhos.

Então uma ideia muito, muito, boa surgiu na minha mente e eu chamei o Gustavo com um assovio, que apenas me olhou e murmurou algo sobre não ser um cachorro para ser chamado assim, porém, na minha concepção, ele era sim.

— Gus, o Riesling combina com fondue de queijo! — eu disse com toda a minha animação e Romeu apenas ronronou como resposta. Acho que ele estava concordando que combinava, porque se não combinasse, provavelmente ele teria reclamado da minha blasfêmia — vocês podem colocar fondue no cardápio para o inverno! Todo mundo ama.

— Má, eu amo fondue e adoraria que você me cobrisse de chocolate pra comer com morango, mas acho que essa não é muito a vibe dos Ardos, sabe? — ele meio que pediu desculpas e meio que sugeriu, o que, de qualquer maneira, eu entendi que era uma negativa.

Só que a ideia era muito boa para ele dizer não sem nem ao menos pensar sobre o assunto.

— Não, mas você está imaginando algo fino e sofisticado, só que eu estou falando de queijo derretido para você enfiar bolinha de queijo e croquete de carne e bolinho de bacalhau e coxinha... — minha boca salivou e meu estômago miou.

— Nosso kibe também é uma delicinha — Breno sorriu para nós três quando viu minha divagação pelas comidas do lugar — quer que eu peça para vocês experimentarem?

— Manda uma porção, Sandrinho — eu pedi e o rapaz concordou comigo, se afastando.

— Eu pensei que o nome dele fosse Breno — Getúlio comentou com Romeu, que pareceu tão confuso quanto o marido, porém eu fiquei com preguiça de explicar que ele era filho do Sandro que trabalhava comigo, então apenas deixei que eles pensassem que o nome de Breno era Sandro.

— Ok, vamos para o terceiro vinho? — Gustavo perguntou quando recolheu nossas taças e colocou novas, o que eu já havia explicado que não era necessário, mas ele insistia que não nos deixaria beber em taças usadas.

O enólogo em formação me estendeu a garrafa de Pinot Noir com o saca-rolha, eu rolei meus olhos, porque aquela garrafa era de rosca e ele nem se preocupou em olhar isso antes de repassar para a minha pessoa.

Típico Rommi.

— Com esse Pinot, vocês vão notar que a cor dele é um vermelho-rubi bem delicado quando comparado com os que eu vou servir depois — ele começou a sua explicação — é um chileno, Novo Mundo, com ótimo custo benefício, 13,5% de álcool, aroma de cereja e framboesa acentuado com acidez marcante e notas de couro...

Quando se tratava de vinhos, Romeu Sampaio entrava no modo profissional de sommelier com muita facilidade, o que era ótimo quando você estava tentando fechar um negócio, que era o caso desta degustação de hoje, mas acho que Gus perdeu o seu memorando sobre isso porque estava ali apenas pela risada e pelo álcool, por mais que eu tivesse certeza de que ele deveria estar trabalhando.

— Sinceramente, Rom, acho que a pessoa que deveria estar prestando atenção na sua explicação está meio ocupada com outras coisas e a degustação não tá rolando — eu comentei enquanto jogava meu cabelo para o lado oposto, notando que ele já estava meio colando no meu rosto depois de ter fritado o meu cérebro analisando o projeto do estádio a tarde inteirinha.

Nisso, Getúlio e Gustavo juntaram os seus rostos para tirarem uma selfie antes de tomarem vinho tinto, porque eles queriam fazer um antes de depois com a língua roxa.

Eu realmente não entendia como os meus amigos ficavam tão amigos assim dos meus outros amigos. Não deveria ser proibido isso?

— É uma pena que esses dois aí não saibam apreciar um bom vinho — ele brincou comigo ao colocar dois dedos na minha taça e outros dois para ele.

Se ele tentasse colocar a mesma quantidade para nós de propósito com certeza não daria tão certo quanto deu.

Seu marido, amoreco — eu trombei meu ombro contra o dele no mesmo momento que o duplo G resolveu voltar a falar conosco.

— Já temos um branco preferido, agora vamos escolher um tinto? — Gustavo indagou, pegando sua taça e fazendo um bochecho com o vinho, quase desmaiando Romeu de desgosto. Contudo eu acho que Tutti não achou aquilo tão absurdo assim, muito pelo contrário.

Breno se aproximou de nós com as porções mais rápidas da história e eu surrupiei um anel de cebola antes que alguém o fizesse, porque aquele ali parecia ter a crocância perfeita e estava soltando fumacinha de tão recém saído da cozinha que estava.

Dois — Romeu o corrigiu, levantando dois dedos — um deles é para pessoas que gostam de vinhos mais suaves e com pouco fundo de boca, o outro vai ser bom para acompanhar os pratos de carne e para as pessoas que gostam de vinhos encorpados.

— Mas a gente já tem três tintos no cardápio — o mini Ventura comentou com confusão — e o rosinha da Má.

Romeu me lançou um olhar que claramente dizia "ele acabou de chamar um vinho rosé de 'rosinha'"? E eu dei de ombros, porque a resposta era sim, mas eu prezava pela vida do rapaz, tendo completa certeza de que Romeu poderia matar para proteger a integridade de um vinho e eu também sabia que Sandro arranjaria uma maneira da culpa ser minha e acabar com a minha raça se algo acontecesse com a sua prole.

— Aqueles três tintos pode até tirar da carta de vinhos, porque eles devem servir só pra fazer sagu — Romeu abanou aquilo com a mão e eu chutei a sua canela, porque ele estava começando a ser chato — ok, não apenas sagu, pode ser sangria, quentão e caipirinha também. Molhos são outra opção — ele me olhou e arregalou seus olhos, sacando o celular do seu bolso — espera, eu tenho que falar com a Cecília sobre o Tannat que chegou na loja hoje. Já volto — e aí ele quase saiu saltitando.

Quando Rommi se empolgava com o elixir da vida em forma de suco de uva fermentado, não havia santo que o parasse. Nem se a gente o desacordasse — falo verídico do aniversário do ano passado do Getúlio, em que a gente deu um porre colossal no Rom e ele apenas continuou comentando sobre o Barbera ser subvalorizado e o Cabernet Franc ser uma imitação barata do Cabernet Sauvignon.

— Ei, Má, você sabe se o Lucão vem hoje? — Breno me perguntou e eu voltei minha atenção para ele.

— Não sei, acho que não, porque ele estava em Ubatuba até agora pouco, se não me engano — eu tentei pescar na minha memória algo do gênero, porém eu havia me desconectado completamente do que estava acontecendo na CPN por causa do estádio.

Um estádio!

Eu estava elétrica!

Eu estava radiante!

— Ah, é que como você e o Edu estão aqui, achei que vinha mais gente — ele deu de ombros e pegou um copo tulipa para secar enquanto eu raciocinava sobre o que ele havia acabado de falar.

Então, como se o meu corpo tivesse aguçado meu instinto aranha, eu escutei a risada de Eduardo e me virei com a taça em mãos, bebendo um gole e me sentindo mais quente por reflexo — do vinho claro. Não por causa do Edu, porque amigos não se sentiam quentes quando olhavam para seus amigos — mesmo que o amigo em questão estivesse sentado em uma mesa perto da banda com uma garrafa de Eugência em mãos e os cabelos meio despenteados de tanto que ele deveria ter passado seus dedos ali ao longo do dia.

Claro que não era por isso, porque se fosse, então eu estaria queimando fazia horas, desde o momento que ele colocou os pés na empresa às oito e trinta da manhã, completamente impecável, até quando ele estava arrastando sua cadeira de um lado para o outro às seis da tarde com um botão da camisa social aberto.

Mas eu estava normal, sem queimar, sem arder no fogo da danação daquilo que eu queria desesperadamente ter, mas que não podia, porque eu me preocupava com Eduardo e queria ter certeza de que a gente não... de que ele nunca mais teria que derramar uma única lágrima por minha causa.

E eu havia tanto me acostumado com ele em minha vida que eu sinceramente não queria conhecer um único segundo em que ele...

Que mão esmaltada e cheia de anéis era aquela no ombro dele?

Não.

No peito dele.

Lado esquerdo e afagou o local com familiaridade.

Eu segui o braço com o meu olhar, conectando-o ao corpo de uma mulher que era desconcertante de tão bonita — com a sua pele dourada quase reluzindo as linhas negras que marcavam o seu corpo inteiro em desenhos que à distância eu não conseguia dizer exatamente o que eram — que até mesmo eu não tiraria os meus olhos dela, assim como Eduardo estava fazendo, completamente hipnotizado e interessado, não desviando os olhos nem mesmo para beber um gole de Eugência.

Veja bem, estamos falando de Eugênicas aqui!

E aí algo percorreu minhas veias, arrepiando-me inteira. Só que não era aquela eletricidade gostosa de sentir escorrendo pelas suas veias deixando o seu corpo inteiro carregado. Não, era como se alguém estivesse injetando nitrogênio líquido nas minhas veias, o que era algo estranho e desconhecido para mim.

E não tinha nenhum sentido de eu me sentir assim, certo? Quero dizer, nós dois éramos muito muito amigos e o Edu tinha que ter outras amigas, mesmo que naquele momento ele estivesse usando aquele sorriso nada de bom moço e...

Se bem que eu não sabia que o Chicão deixava o Edu ter amigos além dele e do Leandro, mas às vezes ele abriu uma exceção para aquela pessoa. Ela poderia ser prima do Leandro ou sobrinha do Tiago?

Eu respirei fundo quando ela arranhou o braço do Eduardo com aquelas suas unhas de gel (certeza que eram para estarem tão bonitas assim) vermelhas e apontou para o próprio peito antes de tocar o dele de novo, e tudo o que ele fez foi concordar e sorrir para ela, umedecendo seus lábios com a sua língua.

Espera!

Eles estavam falando da samambaia?

Por que ela havia conhecido aquela samambaia?

Por que ela poderia conhecer a samambaia e eu não?

Eu virei a taça nos meus lábios com brutalidade, tomando um longo gole sem nem ao menos apreciar qualquer uma das qualidades que o Romeu havia listado anteriormente sobre o vinho, porque o único jeito de ela ter conhecido aquela samambaia era se o Eduardo tivesse tirado a blusa na sua frente e ela tivesse tido a visão do céu na terra com todas as linhas que delineavam o corpo dele, pedacinho por pedacinho.

E eu estava super tranquila em relação àquilo, porque nós éramos muito amigos e a gente trabalhava juntos e o Eduardo era solteiro, então ele poderia sair com pessoas que ele achasse interessante enquanto seguia com a sua vida e colocava mato nas obras e tentava enfiar o bambu em...

Então ela colocou a mão na coxa dele de maneira nada inofensiva e a minha mão teve um espasmo nervoso, virando mais a taça contra a minha boca do que eu deveria, derramando o líquido inteiro na minha roupa enquanto meu corpo entrava em curto circuito e eu quase me engasguei com o líquido que estava escorrendo pelo meu pescoço e manchando minha blusa inteira — basicamente um balde d'água fria gourmetizado.

Meu Deus, ele não...

A mão dela!

Na perna!

Na coxa!

E estava subindo?

Oh. Meu. Deus!

Eduardo, olha essa bendita mão!

Pelo amor da sua mãe, olha o caminho que essa mão, porque eu...

— Marcela, que merda você está fazendo? — Romeu brigou comigo quando eu voltei a mim mesma e notei que havia me banhado em Pinot Noir.

Sentindo ciúmes, aparentemente.

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#SegundouComLibriela!

Pela primeira vez na história, Marcela está se tocando de que o Cristal pode estar se enrolando com outras pessoas e... hmmmm parece que a nossa engenheira favorita não curtiu muito a sensação (ACORDA, MARDOOOOOOOOO).

E o questionamento continua o mesmo: QUEM É ESSA PESSOA ENCOSTANDO NO EDU E POR QUE ELA CONHECE A SAMAMBAIA-PENA??????? 

Bambuzete que é bambuzete raiz já deve estar cheia de teorias! Compartilha algumas com a gente aqui!

Esperamos que estejam gostando! Não esqueçam da estrelinha para fazer com que a nossa semana comece com tudo!

Beijinhos,

Libriela <3

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