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Capítulo 69 - Mas é com amor

Mas é com amor


Eduardo

— Eu amo você, Marcela! Eu amo tanto você, mas tanto que eu estou puto comigo mesmo por ser tão idiota! Por que você não me ama de volta?

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— E sabe o que é pior? É que mesmo sabendo que eu era só o seu segredo sujo eu continuo — solucei e minha cabeça girou um pouquinho — louco por você.

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— Eu assinei meu certificado de trouxa com lágrimas e eu te chamei de Begônia porque não conseguia falar seu nome porque isso me matava por dentro, porque é o caralho amar e não ser correspondido e...

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— O que eu tenho de errado? Me fala o que eu fiz errado, Marcela, porque eu achei que estava fazendo tudo certo. Eu ia me declarar para você, sabia? Falar que você é a única pra mim desde... Sei lá, desde que você escalou aquela mesa pra me beijar.

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— Eu sei que foi uma merda de beijo horrível, mas foi com você, então ele está no meu top cinco de beijos preferidos.

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— Acabei de perceber que você dominou o meu ranking. O primeiro foi quando a gente finalmente deixou rolar no cruzeiro. O segundo quando a gente fez a cena do Titanic, você tem noção do quanto estava linda? Porra, Marcela. O terceiro nem é um beijo, foi quando você colocou a mão no meu peito enquanto a gente dançava no casamento Retúlio e eu senti... Foda-se o que eu senti, porque você não sentiu.

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— Como você pode não ter sentido, caralho?

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— E agora eu... Eu nem consigo olhar para você direito. Eu sei lá quem disse que amar é ótimo, mas que filho da puta. Amar é uma merda.

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— Eu também acho o Gustavo lindo, aliás. Você acha que eu sou mais bonito que ele?

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All by myself, don't wanna be — eu cantei para o celular. Com certeza os ouvidos da pobre Celine Dion sangrariam se ela ouvisse o sacrilégio que era a minha versão da sua música. — All by myself! Anymore!

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— Eduardo Senna! — Alguém disse logo após eu enviar o último áudio e eu olhei para cima para ver Leandro planando em algum ponto em cima de mim. — O que você está fazendo?

Sim, para cima, porque depois de esbarrar em Gustavo eu tinha decidido que não queria mais voltar para o bar, mas também não queria ir para casa e acabar tendo a noite da Begônia 2.0, então apenas me sentei no meio-fio em frente ao Bar dos Ardos e esperei. O que exatamente eu não sei, mas esperei.

Ele pegou meu celular da minha mão e eu peguei a garrafa perto do meu pé e dei um gole. Acho que meu fígado gritou "por favor, para!", mas eu o afoguei.

— Você mandou dez áudios para a Marcela? — ele perguntou e eu vi que ele começou a mexer no celular depois de uns dois segundos apontando a câmera para a minha cara. — Você é um perigo para você mesmo.

— Eu só precisava que ela soubesse que... — eu solucei de novo — que eu sou o amor da vida dela. Quer dizer, ao contrário.

— Ok, mas você fala isso quando estiver sóbrio em uma conversa olho no olho — Leandro respondeu e ergueu as sobrancelhas. Eu estiquei minha mão para pegar o iPhone de volta, porque não queria que ele apagasse as mensagens, mas não alcancei e só deixei a mão cair na minha cara. — Amanhã você brigaria comigo se eu não apagasse. Levanta do chão, Eduardo.

— Eu só estou sentado aqui — eu retruquei.

— Você está deitado na sarjeta, parceiro — aí eu olhei. Ok, eu estava mesmo deitado no chão. — E está coberto de folhas.

— Eu estava com frio!

— Vem, levanta — Lê me ofereceu a mão e eu peguei, mas ele só me colocou sentado e se sentou ao meu lado no meio fio, enfiando o celular no bolso da minha jaqueta. Eu estava vestindo uma jaqueta bomber e tênis branco, a marca registrada do hétero topzeira, então claramente estava no fundo do poço. — Ok, o que aconteceu para a gente ter essa recaída hoje?

Eu bati as folhas que estavam agarradas no meu peito e elas começaram a rolar no chão. Leandro deu um gole na garrafa de absinto e, quando abriu os olhos, eu soube que eram um reflexo dos meus: vermelhos, caídos, sem foco em coisa alguma.

Dois bêbados na sarjeta. Mas era isso que a amizade era, não é? Duas pessoas que não fazem ideia do que estão fazendo com a própria vida tentando se ajudar.

— Eu beijei outra pessoa, só que enquanto eu fazia isso, eu... Eu comecei a achar que era Marcela e... — eu contei, vendo Leandro erguer as sobrancelhas para mim. Tinha absinto escorrendo pelo seu queixo e eu me senti privilegiado pela visão. Aquele homem molhado devia ser quase uma obra de arte. — Eu acho que não consigo fazer isso e superar. Eu simplesmente não consigo parar de querer que fosse ela. Quando eu achei que fosse ela, eu...

Eu me senti feliz. E depois me senti mal como se tivesse a perdido de novo.

Só que eu não disse isso para Leandro.

— Você não precisa sair transando com tudo que se mexe para superar a Marcela, Edu, cada um tem seu tempo e sua forma e...

— Mas a Marcela me superou — eu não quis falar de Gustavo, então apenas deixei aquilo morrer na minha boca. Porque eu não queria que Leandro soubesse que ela tinha me trocado por alguém melhor do que eu, porque... Porque eu não queria ter a confirmação de que eu era um pedaço de lixo e estava jogado na sarjeta, que era claramente o lugar certo para mim.

— Ok, entendi — ele apontou o bico da garrafa para mim. — Eu vou ser um cuzão, mas é com amor.

— Eu não tenho certeza se isso é possível...

— Marcela está solteira, cara. Então ou você faz alguma coisa pra vocês dois ficarem juntos de vez, ou então se acostuma com essa ideia. Ela vai beijar na boca, ter encontros, transar, talvez alguém vá buscá-la no trabalho ou suba para levar flores e você vai ter que lidar com isso. — Leandro olhou para mim por alguns segundos e eu senti sua mão na minha coxa. Ele pareceu assustado. — Não chora, Eduardo! Eu não sou o Chicão, eu não sei o que fazer quando você chora!

Então era por isso que de repente meu rosto estava molhado? Eu estava chorando?

Ah, pronto. Lá vai o pisciano. De novo.

— Fica solteiro pra sempre, Leandro. Nunca acredita quando te disserem que o amor completa as pessoas ou qualquer caralho desses. É a maior furada! — apontei para mim mesmo. — É assim que o amor se parece, tá vendo?

Leandro estreitou os olhos para mim e tombou a cabeça. Notei que ele demorou um pouco olhando dos meus olhos para o meu cabelo e depois para a minha boca e fazendo o caminho reverso. Será que tinha sujeira na minha cara?

Era bem possível. Deus sabe o que eu tinha feito, já que eu nem tinha consciência sobre estar deitado na rua até ele me avisar.

— Se parece com você, então o amor é lindo pra porra — ele disse e tirou mais alguma coisa que estava engalfinhada no meu cabelo.

— Não, Leandro! Não! É que nem o Pennywise, você acha que ele vai devolver o seu barquinho e na verdade ele vira um monstro e te devora! — Eu expliquei e, por acaso, notei que estava apontando para o bueiro como se o próprio palhaço fosse sair dali. — Me promete que você vai ficar solteiro para sempre!

— Eu te prometo, Eduardo, que você vai superar a Marcela — ele disse e deu dois tapinhas na minha perna, me entregando a garrafa, que eu virei na boca sem nem pestanejar. Cada vez que eu bebia, queimava menos.

E foi bem providencial, porque aquela saudade apertou meu peito no momento que ele falou o nome, quase como um reflexo involuntário.

Eu amava a Marcela.

Eu precisava falar isso para a Marcela.

Porque eu ia perder a Marcela para um cara que faz cerveja e que até eu queria beijar, se parasse para pensar bem.

All by myself...

— Marcela eu te... Sai Leandro, solta o meu cabelo! (barulhos aleatórios de Leandro me derrubando e rolando no chão comigo enquanto eu tentava afastar o celular da sua mão) Marce... Porra, você me mordeu? (sons estranhos que fora de contexto seriam bem comprometedores, parte dois) Eu te amo, Má!

Enviar.

— Eu não acredito que você me fez rolar no chão! No chão, Eduardo Senna! Eu sou bonito demais pra rolar na leptospirose! — Leandro disse, saindo vitorioso do nosso embate com o meu celular na mão. Ele apagou a mensagem de novo. — E agora isso aqui vai ficar comigo como uma medida de segurança.

Eu achei seguro.

Claramente eu não estava no meu melhor juízo para falar com ninguém.

Era o álcool falando "vai lá, ela não tem vergonha de você, idiota, você entendeu tudo errado".

Eu não deveria ouvir o álcool.

Mas ele falava palavras bonitas que me ludibriavam.

E eu queria tanto acreditar no absinto.

Porque a outra opção era...

— Não, Edu! Não, não, não! Sem olhinhos lacrimejantes de cristal! Quem é meu campeão? Você é meu campeão! — Leandro disse me sacudiu pelos ombros. — Você não superou a Marcela do seu jeito e nem do jeito do Chicão, mas você ainda tem a mim e eu tenho uma ideia. — Ergui as sobrancelhas para ele, ansioso pelo Plano C. — Você tem medo de agulhas?

— Eu não vou me drogar, Leandro!

— Eu estou falando de tatuagem! — ele explicou quando eu comecei o discurso pró-Proerd.

Oh.

Oh.

— Não estamos bêbados demais para isso? — perguntei.

Leandro levou um tempo para considerar. Julgando que ele deu um gole generoso no absinto, eu acho que a minha pergunta não era bem uma pergunta...

— Provavelmente — ele respondeu e deu de ombros, me entregando a garrafa de novo. — Mas a tinta do cara é ecológica.

Tomei um gole também.

E pareceu uma ideia incrível.

E foi assim que eu parei em um estúdio de tatuagem que ficava aberto 24h com Leandro Lamas, senhoras e senhores.

Eu nem conseguia realmente lembrar como é que a gente tinha chegado ali, mas Leandro disse que foi de Uber. Ou 99 Táxi. Ele não lembrava o que tinha solicitado, mas o importante é que estávamos ali e não tinha nenhuma costura que indicava que eu tinha sido dopado e agora só tinha um rim para chamar de meu.

O estúdio em si não era nada grandioso, eram duas portas de vidro com um letreiro neon que dizia "tatuagens e piercings". Dentro, havia uma recepção e uma porta que levava para o estúdio em si, onde haviam duas macas separadas por um painel de acrílico e uma prateleira com as tintas e as pistolas; a parede era coberta por fotos de tatuagens que tinham sido feitas pelos tatuadores dali.

Aliás, àquela hora, só tinham duas pessoas ali: um cara que largou seu energético para nos receber e uma moça extremamente tatuada e bonita que parecia totalmente sonolenta, mas que despertou com o sorriso mole de Leandro e escreveu o número do celular no pulso dele.

Eu fiquei imaginando porque aquilo funcionava 24h. Existiam emergências de tatuagem? Eles faziam plantão que nem Henrique Francisco no Capixaba-Paulistano quando era clínico geral?

Ele precisa de uma tatuagem de medusa imediatamente! Page cardio!

O tatuador, que se chamava Santiago, nos olhou enquanto eu e Leandro encarávamos os desenhos nas paredes.

— Vocês estão sóbrios?

Não sei porque ele fez essa pergunta. A resposta era óbvia quando Leandro estava com uma garrafa de absinto embaixo do braço e eu estava cantando o abecedário da Xuxa: totalmente sóbrios.

Mesmo assim, ele nos fez assinar termos de consentimento. Só por precaução, explicou. Eu assinei como Eduardo Noronha só pra ver como ficava, mas acho que Noronha combinava mais com Marcela. E Fernando, sabe? O arquipélago.

A moça tatuada entrou bem quando eu devolvi a caneta para o Santi. Ela apontou para Leandro.

— O bonitão vem comigo — e sorriu.

— Eu sou o bonitão! — Leandro riu antes de segui-la para o outro lado da parede de acrílico. Hihihihihihihi, foi o som exato que ele fez. Santi, nosso amigo Santi, com certeza já sabia que ou ele estava bêbado ou era um sociopata àquela altura. — Eu quero uma coisa muito sexy que exalte meu sex appeal, Natália. Tipo essa rosa saindo do seu peito, que coisa mais linda. Ou uma carpa. Carpa é sexy, não é, Edu?

Eu deitei na maca simplesmente porque sim, Santiago ainda não tinha dito pra eu fazer isso.

— Não! — eu respondi.

— Então, Eduardo, o que vai ser? — Santi perguntou, vindo na cadeira de rodinhas até perto de mim, e aí eu notei que tinha uma mesa com uma luminária. — Não uma carpa, pelo visto.

— Na verdade eu não pensei sobre isso...

Santiago riu e passou os dedos pelo cabelo espesso com paciência antes de prendê-lo com um elástico em um coquinho. Ele parecia super paciente, provavelmente mais do que acostumado com a situação, porque com certeza uns 50% do seu lucro vinha de tatuagens feitas em gente bêbada e louca que entrava ali no meio da madrugada.

Ele parecia demais o Kurt Cobain e provavelmente já tinham falado isso mil vezes para ele, porque ele apenas me olhou com tédio quando eu comecei a cantarolar Smells Like Teen Spirit.

— Ok, eu vou te ajudar — Santi disse. — Pensa em algo que você gostaria de ver todo dia quando acordar. É isso que você tem que tatuar, algo que vai gostar de ver daqui a cinquenta anos.

Não foi uma pergunta difícil de responder.

— O rosto da Marcela...

— Você não vai tatuar o rosto da Marcela, Eduardo! — Leandro berrou do outro lado da divisória e ouvi alguns sons que não entendi muito bem. — A Nathália não me deixa levantar daqui pra ir aí botar juízo na sua cabeça, mas se você fizer isso, saiba que eu tenho um ralador e não tenho medo de usá-lo!

Santiago ergueu as sobrancelhas. Acho que assim como eu ele estava pensando que existiam formas melhores de remover tatuagem do que ralando.

— E se não fosse um rosto? Pensa em algo menos realista e mais conceitual, sabe? Uma tatuagem que você quer ter para a vida toda.

A resposta também veio automaticamente, sem qualquer esforço, como se estivesse na ponta da minha língua aquele tempo todo, apenas esperando para sair:

— Uma pena contornando o seio. É minha tatuagem preferida.

— Meu Deus, Nathália! Você ouviu? Isso é muito sexy! — Leandro berrou do outro lado.

E ele nem sabia realmente quão sexy era uma tatuagem contornando o seio.

— Ok, então, uma pena — Santiago disse, baixando um óculos estranho na frente dos olhos, provavelmente uma lupa. — Vou fazer no seu peito porque contornando o seio não vai ficar bom para você, cara. Só me fala o lado e eu vou fazer o rascunho.

— Esquerdo — retruquei. Pertinho do coração.

Então ele desenhou a segunda pena mais bonita que eu já tinha visto. E depois fez o decalque no meu peito e começou a tatuar.

A última coisa que eu lembro foi de ouvir Leandro perguntando sobre o motivo de Nathália estar o torturando e sobre um vento frio... eu acho que na bunda.

Parecia que alguém tinha me atropelado na manhã de domingo. E dado ré por cima de mim para garantir que ia me moer por inteiro. Cada músculo do meu corpo doía como se eu tivesse feito triatlo ou tivesse feito uma rinha com Leandro, e a minha cabeça...

Puta que pariu, a minha cabeça era uma bomba-relógio. Eu praticamente podia ouvir o tic tac que precedia a explosão. Cérebro para todos os lados.

Eu não fazia ideia de como é que Leandro e eu chegamos em casa depois da noite anterior e, para ser sincero, boa parte da noite era um completo espaço em branco — blackout de novo, Eduardo?

E tinha o gosto de morte na minha boca.

Maldito absinto!

Maldito Eduardo por só querer beber absinto!

Tateei o colchão tentando encontrar meu celular e, quando rolei, percebi que ainda estava vestido de macho hétero top com a roupa da noite anterior. Provavelmente meu quarto estava com cheiro de barril de cachaça de novo.

Alcancei meu celular e olhei as horas: 14h23min. Puta que pariu, eu não tinha dormido, eu praticamente estive em coma.

E aí eu vi que tinha uma mensagem no direct do meu Instagram.

@maluguedes: Tá vivo, Eduardo?

@maluguedes: Você provavelmente se lembra de mim como Júlia

@maluguedes: Dá uma olhada na sua galeria de fotos

Malu Guedes era a namorada do Felipe Galhardo, certo? Certo.

Então eu tinha conhecido Malu Guedes, o que explicava porque eu me lembrava de uma ruiva bebendo cerveja e conversando comigo.

Ok.

Mas não explicava porque... Ágata tinha falado que Marcela queria que eu fosse feliz e eu tenho certeza que não foi um delírio.

Eu tinha beijado uma mulher que tinha jogado a bebida dela em mim porque...

Gustavo era lindo e Marcela sabia disso.

Eu cantei Celine Dion para Marcela.

Puta que pariu.

Puta que pariu!

E aí eu fui até a conversa de whatsapp com ela só pra ver... Leandro tinha apagado tudo. Eu poderia beijar a boca de Leandro nesse exato momento, porque eu não sei o que meu eu bêbado diria para Marcela Noronha.

Provavelmente nada que me deixaria com 1% de dignidade remanescente, porque eu tinha saído pra beber justamente porque não estava sabendo lidar com o amor que eu sentia por ela depois de... Gustavo.

E tudo eram flashes estranhos e confusos demais.

E aí eu resolvi olhar a galeria de fotos, seguindo a dica de Malu.

Deus do céu, eu estava jogado no chão e coberto de folhas e era só a primeira foto.

Eu com certeza não me lembrava de ter um book completo com Felipe Galhardo. Eu estava usando os óculos dele! Pelo menos ele estava rindo. E eu com certeza não tinha intimidade para estar dando um selinho nele.

No filósofo!

No filósofo!!!!!!!

A partir de hoje eu só bebo chá!

E aí várias fotos minhas com Leandro. Só dava para ver que a gente tinha conversado muito e, em algum ponto, começou a se abraçar. E tinha uma foto de Leandro me esmagando em um abraço, com o meu rosto meio amassado na curva do pescoço e... Ok, essa foi a minha sessão de favoritas.

E mais fotos com Felipe, porque toda a vergonha que eu puder passar é pouca.

E aí fotos com uma ruiva lindíssima e Felipe, enquanto eu abraçava os dois pelo pescoço em uma espécie de enforcamento carinhoso. E um vídeo no qual eu pedia para ser amigo dele e de Júlia.

Ah, Júlia. Eu fiquei chamando a Malu de Júlia.

Grande dia!

E outro vídeo enquanto eu gritava para a "Júlia" que eu amava Marcela Noronha. Porque aparentemente eu tinha resolvido que o mundo precisava saber que eu amava aquela mulher. Será que Gustavo tinha escutado...?

Caralho, Eduardo Senna.

Ca-ra-lho.

@eduardo.senna: Desculpa, Malu!

@eduardo.senna: Eu estou bem

@eduardo.senna: Eu sinto muito ter te conhecido desse jeito

@eduardo.senna: Mas nós ainda podemos ser amigos?

E aí eu enviei o vídeo no qual eu pedia isso para ela e Felipe.

@maluguedes: Hahaha

@maluguedes: Você foi super legal, só estava triste

@maluguedes: E claro que nós podemos ser amigos, Felipe precisa se afastar de Sócrates um pouco, estou ficando preocupada com ele

@maluguedes: Vamos marcar um chá!

@eduardo.senna: Você é muito fina inglesa e eu estava louco de absinto, Malu

@eduardo.senna: ME PERDOA

@maluguedes: Hahahaha assim nem parece que a gente se conheceu num bar

@maluguedes: Tá perdoado, amigo

E ela anexou um gif dela e de Felipe rindo para mim. Ele estava segurando um livro de filosofia e ela uma xícara. E eu só talvez tenha querido morrer um pouco. Só de leve. Por uns dias. Pela vergonha.

Me sentei na cama e coloquei a cabeça entre as mãos, pensando que... Eu tinha dormido sujo de sarjeta. Leandro surtaria se ele estivesse bem. Mas ele tinha que estar, porque a gente não podia ter sido teletransportado para casa, né? Ele teve que tomar as rédeas — que loucura.

Então eu me levantei, notando que o cheiro ruim que eu estava sentindo era eu, e abri a persiana e a janela antes de pegar a toalha para tomar um banho, para arejar o quarto.

E aí algo estranho aconteceu.

Eu tirei o tênis.

Abaixei a calça e joguei no cesto.

Tirei a jaqueta.

E tirei a blusa.

E aí eu vi.

A pena.

No meu peito!

Eu tinha tatuado uma pena no peito!

Eu tinha literalmente tatuado Marcela Noronha, em formato de pena, do lado esquerdo do peito.

— Caralho — eu sussurrei para mim mesmo, enquanto contornava o desenho com o dedo e o olhava no espelho. Aquilo era, gritantemente, uma tatuagem feita para Marcela.

Feita do lado do meu coração, bem onde ela estava morando há um tempo. Até o meu eu bêbado e completamente lunático sabia que... Era ela. Sempre. Apesar de tudo.

E aí uma segunda coisa estranha aconteceu.

— CARALHO! — Um berro na voz de Leandro, que eu reconheceria em qualquer lugar. E várias coisas caindo no chão.

Eu nem pensei muito antes de sair correndo do banheiro, de cueca e carregando um abajur (a primeira coisa que eu vi que poderia ser usada como uma arma enquanto passava pelo meu quarto) e saí correndo. Quando eu cheguei no quarto de Leandro, a origem do som, dei de cara com Chicão e Tiago de samba canção, cada um com um objeto da mão — um garfo e uma garrafa térmica, respectivamente.

— Que foi, porra? — perguntei, entrando no quarto de Leandro, que parecia tão ridículo e amassado quanto eu. Aí eu vi vários potes de creme rolando pelo chão, o que explicava o barulho.

— Você fez uma tatuagem? — Chicão perguntou, olhando para o meu peito com os olhos arregalados. Então era real, a pena estava lá. Não era só um fruto da minha imaginação. Droga. Ele estreitou os olhos para o terceiro mosqueteiro e disse, em um tom de reprimenda: — Leandro Lamas!

Leandro passou entre Tiago e Chicão e olhou para mim.

— Ah, você fez uma pena no peito! Que gracinha, Eduardo! — ele disse e seu indicador cutucou meu peito. Bom, pelo menos foi do lado direito. — Você. Me. Deixou. Tatuar. Uma. Borboleta. No. Cóccix. Caso não tenha ficado claro, no cóccix, Eduardo! Em cima da bunda! No ossinho da alegria! Uma borboleta!

Eu achei que ele estava zoando.

Mas ele continuou me olhando daquele jeito de quem estava planejando um assassinato.

Não era possível.

Ele tinha feito uma borboleta. No cóccix!

Eu mordi os lábios para não rir, porque Leandro estava muito puto. Tiago, infelizmente, não conseguia esconder seus mais ou menos trinta e oito dentes, então foi pra ele que Leandro olhou com um olhar assassino.

Chicão, felizmente, entrou no meio de nós dois e colocou as mãos na cintura, a típica posição de Leandro quando a gente fazia bagunça. Ele não parecia assim tão imponente com o peito exposto e uma samba-canção amarela com várias cabeças do Homer Simpson.

Se eu tivesse que chutar, no entanto, eu diria que Tiago tinha gostado da versão autoritária do Dr. Henrique Francisco Gadelha.

— Eu não acredito que eu deixo vocês saírem um dia sozinhos, um dia, e vocês fazem uma coisa dessas! Sinceramente, eu esperava mais maturidade e... — ele disse com o indicador em riste, aí hesitou e começou a rir muito, autorizando que Tiago e eu começássemos também. — Eu queria muito brigar com vocês, mas eu não consigo. Por favor, Leandro, eu preciso ver!

— Eu vou te matar, Eduardo Senna — ele disse antes de virar de costas e subir a camisa.

E lá estava ela.

Uma borboleta no cóccix dando oi para nós três.

E ninguém sabia o que dizer, porque... O que você diz para uma pessoa que tatuou uma borboleta no cóccix? "Eu sinto muito, cara" não parecia muito apropriado.

— Agora você já pode ser líder de torcida — Chicão disse e eu comecei a rir, sentindo meu estômago doer e meus olhos lacrimejarem enquanto eu simplesmente olhava para a melhor tatuagem que eu tinha visto na vida.

Bom, depois de...

— Vão tomar no cu! Os dois! — Leandro vociferou para mim e para Chicão, que apenas continuávamos rindo.

— Se ajuda, eu achei muito sexy — Tiago comentou e Leandro praticamente se jogou nos braços dele.

— Você é meu melhor amigo agora, Tiago Lira!

— Eu nunca pensei que fosse achar alguém bonito com uma borboleta no cóccix, Leandro, mas esse dia chegou — eu disse e o abracei mesmo correndo o risco de sofrer homicídio por me aproximar demais do galã. — Eu realmente nem lembro como foi que a gente acabou com essas tatuagens, Lê.

— Isso tem cara de ideia sua, Leandro — Chicão disse, se enfiando no abraço também. — Eduardo só bebe e chora, isso exige mais do que a versão bêbada na fossa dele conseguiria conjecturar.

Leandro nos abraçou de volta e puxou Tiago, obrigando-o a participar daquilo.

— Era isso o que eu temia, eu sabia que algo tão brilhante só poderia ter saído da minha cabeça. Por que a gente não fez uma tatuagem da amizade, Edu?

Bem...

Porque eu tinha feito uma tatuagem do amor, basicamente.

Marcela Noronha tatuada no meu peito para todo o sempre.

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Encerrando nossa maratona de final de semana com um dos capítulos mais engraçados e lindos e incríveis e surtantes da história de CEM <3

Eduardo mandando mil declarações de amor e o Lê APAGANDO TODAS ELAS? PELO AMOR DE DEUS, SOMOS CARDÍACAS!!!!!!!

A gente sabe que a Má tem uma rede de apoio e amor bem fortes, mas o Edu com o Chicão e o Lê não fica para trás <3 as Três Espiãs Demais são maravilhosas juntas hihihi

Qual a tatuagem preferida de vocês? Borboleta ou a Pena? A gente ama a pena, mas adoooooooramos pensar no Leandro com uma tatuagem sexy de borboleta ahahahaha

Esperamos que tenham curtido esse surto de capítulos! Não esqueçam da estrelinha e de nos dizer o que vocês esperam que venha aí <3

Um beijinho, bambuzetes,

Ps: E esses gifs, Brasil? A gente não aguenta tanta sedução haha

Libriela <3


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