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Capítulo 105 - Detetive confuso

Detetive confuso


Eduardo

Marcela: Tivemos que acrescentar mais terminais de embarque e desembarque de contêineres do que havia no projeto inicial da ampliação

Marcela: Então eu preciso refazer esses cálculos para ter certeza que não vou acabar assinando o primeiro porto submerso da história

Eu tinha apenas terminado de digitar uma resposta para enviar quando saísse do elevador, quando alguém, também perdido na CPN àquela hora da noite, chamou minha atenção.

— Você está muito atrasado para o expediente de hoje ou adiantado para o de amanhã? São oito e meia da noite, Senna — Sandro disse, assim que as portas de metal se afastaram uma da outra e eu entrei no nosso andar da CPN. Sua sobrancelha se ergueu, só uma. — Seu irmão, Ursinha.

Eduardo: O aquaman provavelmente vai curtir que alguém pense em meios de transporte para ele, mesmo sendo tipo um híbrido de Marcelo e Sereia não dá para o cara atravessar o oceano inteiro nadando

Enviei.

Só aí eu olhei para Sandro, que estava com fones de ouvidos e o celular na mão, bem na altura do seu rosto cansado. Ele virou a tela do celular para mim e o rosto de Cecília apareceu.

Ou algo tinha explodido na cozinha dela ou ela estava usando uma máscara de carvão, porque todo o seu rosto, exceto os olhos, estava preto e craquelando, mas apostei na segunda pela faixa com orelhinhas de gato que ela usava para prender os cabelos para trás.

Acho que aquelas coisinhas no canto inferior da câmera eram seus dedos dos pés, nos quais ela estava passando esmalte, com o pé apoiado na mesinha de centro do seu apartamento e o celular, pelo ângulo esquisito, estava encostado no vaso de cerâmica que ela tinha ganhado do nosso pai — uma bela posição, aposto que Sandro estava agora mesmo se questionando quando foi que começou a namorar aquele gafanhoto esquisito.

Ele desconectou o fone de ouvido do celular, para que Ceci pudesse falar comigo também.

— Acho que descobrir que vocês se chamam de Ursão e Ursinha só não é pior do que ser surdo — eu gracejei para a câmera e Ceci franziu o cenho, fazendo com que um pedaço de sua máscara caísse do seu rosto, deixando uma falha no meio da sua testa. — Sério, Sandro, a Cecília eu até entendo, mas você é uma pessoa decente!

— Ursão, se você jogar ele no fosso do elevador eu prometo que testemunho que foi um acidente — minha irmãzinha disse, e Sandro estava sorrindo para ela como se achasse lindo aquele panda invertido que estava na sua tela.

Provavelmente ele achava. Tenho certeza que eu também acharia Marcela Noronha com máscara de carvão com um buraco na testa a coisa mais preciosa em que eu coloquei meus olhos.

— Fui vítima do seu bolo de pepino, já estou morto por dentro — impliquei, porque podia até ter um sabor ok, mas ainda era bolo de pepino.

Leandro disse que se jogaria da sacada se fosse obrigado a comer uma fatia daquilo, mas Chico amou e acabou herdando o segundo bolo que Ceci fez porque acreditou que todo mundo ia amar, e agora ele estava guardando vários pedaços para Tiago.

Nunca fiquei tão feliz por não ser o namorado de Henrique Francisco como naquele momento, porque eu tinha certeza que Tiago comeria aquilo feliz e ainda lamberia os farelos que ficassem no nosso oftalmologista preferido.

Ventura, com o ombro apoiado no meu para nós dois nos enquadrarmos na câmera, tentou fazer cara de paisagem, mas Cecília estreitou os olhos para ele, como se esperasse uma defesa para seu bolo vinda daquele coração bruto pai de dois filhos. Três, porque Sandro e Golden eram pai e filho e só não via quem não queria (Sandro, porque o Golden já estava pronto para seu pai dar a mão para ele ao atravessarem a rua).

— Desculpa, meu bem, eu sou tradicional. Gosto de chocolate, baunilha, até uma caçarola às vezes — o engenheiro máster cuspiu para fora e eu tenho quase certeza que minha cara dizia "aham, anjo" para sua desculpa esfarrapada de quem não queria explicar que Cecília Senna tinha feito um bolo de pepino.

Qual é, era autoexplicativo o que tinha de errado com aquela receita!

— A Ana Sofia gostou! — Ceci se defendeu.

Bom, de fato a aniversariante canina tinha adorado o presente que ganhou da irmã-chef. Era isso, minha mãe tinha decidido que tinha três filhos agora: Cecília e Eduardo, humanos. Ana, Canis lupus familiaris.

Adivinha quem era a mimada da família.

— Ela lambe a própria bunda, Cecília, é esse mesmo seu argumento? — perguntei e Sandro começou a rir, sua risada de trovão ecoando pelo corredor e fazendo Cecília rir junto, terminando de fazer a máscara cair em pedaços no seu sofá branquinho que agora seria branco estilizado com listras negras para sempre.

— Você estava adorando até eu falar que era de pepino, Eduardo! — Eu sabia que, se estivéssemos perto de verdade, eu teria esmalte vermelho até dentro do meu nariz pelo ataque que eu tinha feito à sua receita.

— Objeção, eu disse que tinha uma cor estranha desde o começo! — eu me defendi. — Você acha que o Sandro saiu para atender o celular na hora exata que você serviu por quê? O Breno é um filho ótimo, mas nem ele teria um timing tão perfeito!

Sandro me empurrou com o ombro e eu acho que andei uns quatro metros para o lado. E ele nem tinha usado toda a força que tinha naquele corpinho de dois metros.

— Eu também achei a cor estranha, então não vai dar para ser a sobremesa especial que eu vou assinar na Horta — Ceci fez um biquinho muito contrariado que, se eu não a conhecesse há tanto tempo, podia até me convencer de que não havia segundas, terceiras e quartas intenções na forma como ela estava olhando para a câmera quando eu voltei para perto do engenheiro. — Mas o Lê veio aqui e eu mandei por ele queijadinha de limão cravo e alecrim para você experimentar, Edu. E você, Ursão, passa aqui para pegar umas para você, Breno e Gio. E se quiser me pegar...

Acho que a minha careta nunca mais sairia da minha cara.

— Sandro, se você quiser me jogar no fosso, é agora — avisei enquanto o engenheiro virava uma versão vívida de 50 tons de vermelho, o que eu acho que era a intenção de Cecília desde o começo, porque ela estava rindo tanto que lágrimas pretas escorriam pelos seus olhos.

— Estou brincando, Eduardo! — ela disse, mas fez que não com a cabeça na câmera para Sandro, como se eu não estivesse vendo. Nunca fui tão profanado e eu já tinha adormecido no sofá de casa e acordado com Henrique e Tiago se lambendo a um metro e meio de mim! — Está tudo bem com você, Edu? Por que você está na CPN a essa hora? Você não tem, tipo, um milhão de horas extras para compensar por causa do estádio?

Cecília tinha estudado leis trabalhistas para a Horta Verde, mesmo que Dani quem fosse lidar com a parte burocrática da coisa, e estava levemente fissurada por isso agora que assinaria as carteiras de trabalho de várias pessoas. Ela estava realmente preocupada e já fazendo cálculos sobre quantas horas extras eu e Marcela receberíamos em dobro porque era impossível compensar aquela quantidade de horas extras e noturnas no prazo da lei.

Não que eu fosse reclamar das milhares de horas extras que eu fiz pelo estádio, porque eu tinha amado a companhia.

— Tenho, mas eu não vim aqui para trabalhar, na verdade — expliquei e Sandro olhou para mim, estreitando seus olhos por trás dos óculos que ele tinha acabado de empurrar no tronco do nariz, como se quisesse enxergar direito minha cara de quem estava deliberadamente desconversando.

Aí ele olhou para a sacola de comida que eu tinha na mão e deixou um sorriso de canto subir pelos seus lábios, na sua melhor feição de quem estava entendendo absolutamente tudo.

— E resolveu dar uma volta? Tantos barzinhos bons, boliches, teatros, cinemas em São Paulo e você vai parar no seu trabalho? — Ceci perguntou, se dobrando mais ainda para assoprar seu dedão do pé.

— Ursinha, sabe quem está fazendo horas extras hoje? — Ela pensou por alguns segundos antes de entender.

— A Má vai falir a CPN ou no mínimo comprar um carro novo — minha irmã concluiu, dando um sorriso que era um espelho do levemente debochado de Sandrinho.

Aí meu celular vibrou de novo e eu o peguei dentro do bolso.

Marcelo: (imagem)

Marcelo: hmm

Eu não acreditei que Marcela tinha encaminhado um print com o negócio da sereia para ele! Eu tinha demorado meses para fazer aquele homem gostar de mim, pelo amor da Ariel! Que retrocesso!

Eduardo: Você é um puta tritão, Celo

A intimidade que claramente eu não tinha.

Eduardo: Sua irmã manipulou essa imagem, Marcelo, você sabe que ela tem a índole necessária para algo assim

Eduardo: Me conta das flores novas que você ia receber na floricultura hoje

— Marcela é muito dedicada, Ceci — foi Sandro quem disse, fazendo com que eu tirasse os olhos da tela do meu celular para ver minha irmã risonha na do seu.

— Eu estou aqui só para ajudar — eu disse, me defendendo, mas nenhum dos dois pareceu realmente acreditar em mim.

— Coitada, vai ouvir a noite inteira sobre construir um porto com bambu, como se a vida já não fosse difícil o bastante para a engenharia sem a firulagem sustentável — Sandro disse, negando com a cabeça ao mesmo tempo em que batia a mão livre nos bolsos. — Porra, esqueci minha carteira na gaveta, já volto.

E aí ele colocou o celular na minha mão e fez o caminho reverso pelo corredor.

— Você está mesmo na CPN para ver a Má? — Cecília perguntou sem olhar para a câmera, muito concentrada em não borrar a unha do dedo médio e falhando, aparentemente, porque começou a limpar tudo com um palitinho dois segundos depois, com a mesma feição concentrada que fazia quando estava tentando dar ponto no caramelo.

— Claro que não, eu vim ver o Sandrinho, pura coincidência ela estar aqui — eu gracejei e ela rolou os olhos, dando um sorriso descrente. — Você foi com ele na obra da Horta hoje?

Isso foi capaz de fazer a chef parar o que estava fazendo e sorrir. Não um sorriso implicante, um sorriso feliz e de verdade que era tudo o que eu queria ver quando ela falava sobre a Horta, seu trabalho e seus sonhos.

— Fui! — ela contou, feliz, e era impossível não ficar feliz junto com ela. — As mesas chegaram e talvez eu tenha feito o pessoal da entrega posicioná-las de três formas diferentes antes de achar a certa e acho que eles me odeiam agora — Cecília riu, mas eu sabia que era impossível odiar aquela mulher — e agora estão instalando as prateleiras da despensa e parece que amanhã finalizam a instalação do sistema de refrigeração da câmara fria.

Claro que eu sabia de tudo isso, porque Sandro tinha contado para Marcela e eu quando nós almoçamos com ele e Lucas — que estava prestes a rodear Sandro fazendo xixi nele para declará-lo como sua posse para que eu não me aproximasse de seu pai, de tanto ciúme —, mas eu queria saber um pouco mais. O que tinha no coração bruto da ursinha.

— E está como você queria?

Ela sorriu mais ainda.

— As janelas novas ficaram lindas, eu preciso presentear a Má com uma fornada de cookies por isso — ela contou, porque Marcela foi quem viabilizou que fosse possível fazer a instalação em tempo recorde, já que as janelas novas eram maiores do que as antigas. — E o espelho d'água deu um toque lindinho demais, deixou outro clima e acho que... Acho que eu amo aquele lugar, Edu. Eu consigo me ver trabalhando lá por muitos e muitos anos.

— Eu fico muito feliz de ouvir isso, Ceci. Você merece, pirralha — eu disse e ela franziu o nariz.

— Obrigada por ter entrado nessa comigo, Edu. E por ter enfiado a Má e o Sandro nessa também.

— Isso você tem que agradecer diretamente a eles, Ceci. E sabe que eu faço tudo por você, né? — eu perguntei.

— Eu também faço tudo por você, Edu. Vou te fazer um bolo sem pepino amanhã se você vier tomar café com a sua irmã — ela disse e eu concordei, mesmo sabendo que "sem pepino" não significava sem outros vegetais.

Eu toparia um bolo de cenoura com calda de chocolate, mas tenho certeza que seria algo tipo aspargo ou berinjela e não o meu bolo preferido na face da terra — Cecília Senna jamais me daria esse refresco.

— Eu saio por dois minutos e vocês começam a ser fofos um com o outro? — perguntou Sandro, aparecendo por cima do meu ombro. — Será que isso também acontece com a Gio e o Breno? Porque parece que eles só sabem implicar um com o outro na minha frente e não é possível que seja assim 24h por dia!

— E o Lucas, né? Porque outro dia ele estava falando para a Giovana comer a ração horrível que tinha comprado para o Adolfo, que suponho que seja o poodle que você comprou para ela, e que ele ia comprar uma decente — Sandro franziu a testa. — Pai de três, Sandrinho — completei, dando um tapa no peito dele depois de devolver seu celular.

— Eu disse para a Giovana dar um nome tipo Pipoca ou Lulu para aquele filhote de cruz credo, mas ela achou que ele tinha muita personalidade para um nome genérico de cachorro — Sandro explicou e Cecília teve uma crise de risos do outro lado da tela. — É um poodle!

— Amo quando você marca as consultas no veterinário — Cecília estava gargalhando tanto que era difícil entender do que ela estava falando. — O Sandro liga e eles perguntam "qual o nome?" e ele "Adolfo" e automaticamente a pergunta é "não, Sr. Adolfo, o do cachorro".

Comecei a rir também.

— Tenho certeza que metade do pessoal da sala de espera acha que eu me consulto na clínica Patinhas com o veterinário do Adolfo — Sandro confessou, entrando na brincadeira e fazendo Cecília entornar o vidro de esmalte.

— Meu tapete! — ela gritou, antes de pegar o vidro e começar uma sinfonia de palavras mal educadas.

— Eu preciso ir, Breninho precisa de uma carona — Sandro me disse, enquanto Cecília amaldiçoava a gravidade porque seu tapete novo tinha sido caro demais para acabar embebido de esmalte vermelho. — E vai logo ver a Marcela, ela está rosnando para os cálculos há tempo demais. Não sei se é saudável.

— Ela não fica linda rosnando? — perguntei e até Cecília parou de reclamar sobre o destino do seu tapete fofinho para falar um "meu deus, Eduardo".

Me despedi do casal maravilha, seguindo pelo mesmo caminho que Sandrinho tinha feito anteriormente, empurrando a porta devagar. Estava tudo apagado, apenas em uma penumbra gostosa que me fazia não sair chutando os móveis, porque o único lugar aceso era a mesa de Marcela que, como dito por Sandro, estava rosnando para um monte de papéis com cálculos onde ela rabiscava ainda mais números.

Tenho absoluta certeza, pela feição nervosa que ela estava fazendo, que seu novo porta canetas em formato de cacto fofo que Valter tinha dado para ela e para Lavínia, um verde e um cor-de-rosa, só não tinha ido parar na parede porque ela não queria que Valtinho voltasse a correr dela depois de todo o trabalho de reconquista — e ela tinha se saído muito bem, porque Valter Rodolfo panfletava Marcela Noronha quase mais do que panfletava Sandro Ventura ou eu, de tanto que gostava dela.

E mesmo rosnando para seus cálculos, eu sabia que ela amava tanto fazer aquilo que era até gostoso de assistir.

— Você tinha mesmo que mandar para o Marcelo que eu o chamei de sereia? — perguntei, dando um susto de leve em Marcela, que levantou o rosto para olhar para mim. Eu não sei se amava mais aquela mulher ou Henrique Francisco por ter colocado óculos nela, mesmo que fosse apenas para leitura e por dois meses para ela descansar a visão. — Quer que ele me odeie de novo?

Ela sorriu quando olhou para mim e meu coração saltou dentro do meu peito, como se estivesse fazendo ginástica artística — tenho certeza que ele estava fazendo um salto pak simplesmente por aquele sorriso lindo que estava no rosto dela, porque era para mim.

Puta cara sortudo, Eduardo Senna.

— Eu precisava ver você com essa cara de medo do Celo mais uma vez — ela disse quando eu fui até ela e abaixei para abraçá-la, largando as sacolas de comida na mesa e envolvendo a sua cintura fina com os meus braços ao mesmo tempo em que ela enrolou os dela no meu pescoço. — Veio fazer hora extra também? Achei que Fernando estivesse pegando leve com você.

— Não mais do que o Thales está pegando com você, já que ele me pediu para alterar ontem à noite o projeto que eu e Isaac apresentamos hoje à tarde — eu contei e ela riu quando eu plantei um beijo na sua bochecha, com todo o carinho que eu tinha no meu coração. — Eu não gostei da ideia de você aqui sozinha e vim alegrar a sua noite.

Marcela devolveu o beijo, manchando minha bochecha com o batom que estava usando.

— Minha noite estava bem divertida, Sandro estava quebrando o pau com o mestre de obras do conjunto residencial e aí a Ceci ligou e ele ficou manso em um milésimo de segundo e é tão engraçado quando ele fica fofinho com ela... — Má contou quando dei um beijinho no seu pescoço, que se arrepiou sob os meus lábios, deixando o assunto morrer.

— O que você estava falando sobre a companhia do Sandro? — perguntei quando ela parou de falar, dando outro beijinho perto do seu ombro. — Eu trouxe comida, beijos e eu mesmo, ele não tem como competir com isso.

Marcela riu e eu soltei sua cintura a contragosto apenas porque queria ver seu rosto e porque aquela posição não era assim tão confortável para a minha coluna — aos trinta, você já pensa em quanto analgésico vai ter que tomar se não se preocupar com ergonomia, especialmente porque eu gastava todas as minhas horas de abuso da minha cervical enrolado naquela mesma engenheira, rolando na cama ou no sofá ou no tapete com ela e encaixando em várias e várias posições deliciosas, mas pouquíssimo anatômicas.

— Não sei, Sandro é uma ótima companhia — ela gracejou e eu empurrei sua cadeira com o pé, fazendo-a rolar para trás por causa das rodinhas, mas logo a puxando de volta quando ela estendeu a mão e eu apoiei meu quadril na sua mesa.

— Eu vou embora e vou levar os hambúrgueres comigo — Marcela se puxou para ainda mais perto segurando no passador de cinto da minha calça, para alcançar as sacolas em um claro aviso de que sua resposta para aquilo era não vai, não.

A engenheira abriu a sacola e aspirou o cheiro, seu rosto tomando uma feição de satisfação que me fez sorrir de graça.

— Eu não pude ir jantar com você, então você veio aqui jantar comigo? — ela perguntou, porque a gente tinha combinado de se encontrar no apartamento dela antes de descobrirmos sobre as horas extras que ela tinha que fazer por causa do Porto de Vitória.

— Jamais perderia uma oportunidade de jantar com você, mesmo que seja fast-food na sua mesa com você prestando mais atenção nos seus cálculos do que em mim. — Marcela tombou o rosto de lado, mordendo o lábio de um jeito tão delicioso que eu senti um calafrio correndo pela minha espinha dorsal, de ponta a ponta, e era uma sensação incrível.

— Você é fora de série, amor — ela disse e eu ainda estava me reacostumando com Marcela Noronha me chamando daquele jeito, pois parecia que fazia uma eternidade desde que tinha acontecido da última vez e eu apenas adorava o jeito como seus lábios se moviam para moldar essa palavra.

— Ainda bem que você já garantiu o seu Eduardo, não é? — eu perguntei e ela sorriu, empurrando os óculos no tronco do nariz. — Edição única.

Marcela sorriu e pegou as caixinhas dentro da sacola. Eu tinha comprado uma versão de hambúrguer vegetariana feita de lentilha para mim, com muito cheddar e cebola caramelizada, mas eu sabia que fazer minha engenheira favorita feliz naquele dia de cão exigia um pouco de carne, então comprei para ela um x-bacon que fez seus olhos brilharem de felicidade.

Me sentei na cadeira que ficava do outro lado da sua mesa, apenas assistindo enquanto ela mordia o sanduíche e sujava os lábios de molho — ela estava usando jeans e uma blusa vermelha, seus sapatos estavam no cantinho porque ela já tinha desistido deles àquela altura e os óculos de armação transparente estavam escorregando pelo seu nariz — e tudo o que havia na minha cabeça era o quanto ela estava absolutamente linda.

E temperada, naquele exato momento.

Linda demais para minha sanidade.

Entreguei uma das garrafas de suco para ela, satisfeito porque a Sabor na Brasa, a hamburgueria onde eu tinha comprado os lanches, tinha se preocupado em colocar garrafas de vidro e não de plástico para os sucos, porém, eu tinha escolhido aquele lugar porque Ceci tinha dito que o hambúrguer vegetariano era incrível e também porque assavam os bifes na churrasqueira e não na chapa, então tudo tinha um gosto defumado muito bom, mesmo a lentilha, então o bacon deveria ser um espetáculo — segundo Leandro, era.

Marcela percebeu que estava com o cantinho da boca sujo e limpou; mordi o meu hambúrguer — eu não sei direito o que tinha naquele "bife" de lentilha, mas era tão gostoso que derreteu na minha língua.

— Quanto você e o Rogger conversaram no banco e você decidiu que ele era o amor da sua vida, quão amigos vocês ficaram? — Má perguntou, erguendo as sobrancelhas com muito bom humor no rosto. Uma Marcela alimentada não quer guerra com ninguém. — Porque ele tentou me conquistar assim uma vez, com jantarzinho na minha hora extra, mas era um combinado de salmão.

Eu ri.

— Até pensei em te trazer peixe cru, mas eu não estava muito a fim de comer aquele temaki de toranja para te acompanhar, desculpa. — Ela concordou, porque nós dois tínhamos achado o "salmão" de toranja meio estranho quando experimentamos. — Mas o importante é saber se funciona. Em algum momento enquanto você comia com o Rogger, você pensou "oh meu deus, esse homem e sua comida são tudo o que eu quero para o resto da minha vida"? Porque esse é o efeito que eu estou buscando aqui.

Marcela sorriu, segurando o sanduíche com uma mão só para liberar a outra, que se esgueirou por cima da mesa para alcançar a minha, entrelaçando nossos dedos. Eu sorri, observando seus dedos acariciando a minha pele, criando uma espécie de rastro quente em cada lugar que tocava.

De repente, ali, eu esquecia de tudo. Do fato de que Isaac e eu tínhamos apresentado um projeto que o cliente queria várias alterações, que o Golden tinha ficado emburrado porque ele e Alice tinham discutido por alguma coisa e ele estava chateado, de que eles fizeram as pazes uns quinze minutos depois, de que Fernando provavelmente ia pedir alterações quando nós entregássemos o projeto refeito, que uma das estagiárias novas acordou Isaac o cutucando com um lápis porque ele meio que dormiu na mesa por mais de quinze minutos quando o expediente acabou e ninguém tinha coragem de interromper o sono dele depois do nascimento da Luísa.

Só tinha Marcela na minha cabeça e no meu coração.

Será que ela também se sentia assim comigo? Como se nada mais importasse desde que nós dois tivéssemos um ao outro? Desde que eu estivesse por perto?

— Eu achei o Rogger bem loiro e perfeito — ela disse no meio de um sorriso que se transformou em uma risada, porque aquelas eram palavras minhas e não dela —, mas eu estava com a cabeça em outra coisa. Em outra pessoa.

Seu polegar desenhou uma forma aleatória na minha mão e eu sorri, tombando minha cabeça de lado.

— É mesmo? Quem foi que empatou a tentativa do Pirulito Louro?

— Acho que caras loiros não fazem meu tipo — Marcela disse, dando de ombros e desconversando.

— Isso elimina o Leandro e o Rogério, não vou mentir que isso não deixa meu coração mais leve. Gustavo é considerado loiro também? — eu brinquei e Marcela riu de verdade, aquele som soando como sinos nos meus ouvidos. — O quê? É simplesmente uma curiosidade científica!

— Acho que eu gosto de cabelos pretos e olhos azuis. Bem estilo Superman, mas com um toque sustentável e menos alienígena — ela disse e eu até tentei segurar o sorriso derretido que se desenhou no meu rosto, mole demais por causa daquela mulher que me desarmava só de olhar para mim.

Era meio maluco pensar sobre isso, porque ninguém antes tinha conseguido ter esse efeito em mim. Eu tinha conhecido várias pessoas ao longo da vida, me envolvido com mulheres lindas e inteligentes, mas nenhuma delas parecia fazer o menor sentido desde que eu tinha conhecido e entendido o que eu sentia por Marcela, porque aquilo era diferente de tudo. Ela era diferente de tudo.

A forma como meu coração batia acelerado, como ela conseguia me fazer esquecer as respostas petulantes e o sarcasmo saudável para simplesmente entregar tudo; não sabia ser evasivo, ou dar meias verdades, ou relativizar. Eu me sentia o mesmo, mas ao mesmo tempo, me sentia diferente. Intenso. Corajoso. Entregue.

Ela continuou:

— E o Gus... Não acho que ele seja loiro, o cabelo dele é tipo castanho claro. — Marcela franziu o cenho, como se estivesse raciocinando sobre o assunto, mas seus lábios curvados entregaram que ela estava achando engraçado. — Mas a parte mais engraçada sobre ele, na verdade, é que um certo detetive confuso achou que eu estivesse com ele.

Achei que aquele era o meu segredo com Gustavo, caramba!

— Esse detetive confuso, que não faço ideia de quem seja inclusive, cara maluco — brinquei e Má rolou os olhos, divertida — talvez tenha visto um beijo de ano novo, um double date com vinho, sabe? Coisas que possivelmente interpretou errado.

— Engraçado, porque o detetive confuso não tinha nada para se preocupar, ele é tipo muito charmoso. O beijo de ano novo eu até entendo, mesmo que, da minha parte, preferisse que não tivesse acontecido. Mas double date com vinho? Eu estava mais interessada no cara que encontrei no banheiro — Marcela disse e acho que foi isso que fez meus dedos tremerem entre os seus, com uma sensação gostosa percorrendo todo meu sistema sanguíneo, cálida e gentil como estar apaixonado. A engenheira apertou um pouquinho mais sua mão contra a minha, possivelmente sentindo o tremor. — Você realmente achou que eu estava com ele? Foi por isso que você...

Ela se calou, ajeitando uma das mechas do cabelo solto atrás da orelha. Talvez ela soubesse disso, talvez não, mas amava quando a deixava sem palavras, por mais que também amasse tudo o que ela tinha para me dizer. Era como se entregasse que algo também mexia com suas sinapses, a deixava confusa e menos racional, só saboreando os momentos a dois sem pensar muito, mas sentindo cada sensação com a potência de um terremoto.

— Que eu...? — incentivei.

— Que você demorou para demonstrar? — perguntou e suas bochechas coraram. Eu tinha entendido o que ela queria saber, mas eu ia me dar o gostinho de vestir minha fantasia de detetive confuso e deixá-la explicar, palavra por palavra. — Que gosta de mim?

Mordi minha bochecha, a parte interna. Que eu gostava dela? Não era mentira, mas também estava longe da verdade. Era mais do que gostar. Era muito, muito, muito, mais do que isso.

— Na verdade, eu já te disse como eu me sinto, uma vez — Marcela pareceu surpresa, franzindo o cenho e me encarando em dúvida. — Só não sei se você realmente não se lembra ou se eu me emocionei cedo demais e você preferiu esquecer — brinquei, dando um meio sorriso.

— Eu não... Quando? — quis saber e eu quase pude ver seu cérebro buscando aquele momento exato, falhando em encontrá-lo.

— Casamento do Túlio e do Romeu. — Rememorei aquela noite, sua boca apertada contra a minha, seu cheiro gostoso do banho que tomamos juntos e seu corpo enrolado no meu como se tudo o que ela quisesse fosse um total de zero distância de mim. — A gente estava na sua cama, você queria o seu celular para me chamar e...

E aí ela jogou sua borracha em mim, bem no meu ombro.

Marcela Noronha, senhoras e senhores.

— Ai!

— Você resolve falar comigo quando eu estou te procurando com você deitado comigo e simplesmente decide que está tudo bem se eu não me lembrar depois, quando obviamente eu não estava em condições de me lembrar depois? — perguntou, estreitando os olhos para mim e apertando os lábios um contra o outro.

Era exatamente a mesma feição incrédula que ela fazia nos nossos primeiros projetos, quando ainda estava aprendendo a lidar com seu novo eco-arquiteto designado e eu estava tentando dobrar a engenheira lindíssima e reativa que parecia pronta para me agredir 95% do tempo — os outros 5% ela estava se controlando para não fazer isso efetivamente, tenho certeza.

Eu sorri, porque tinha acontecido tanta coisa desde então... Acho que eu nunca tinha sequer cogitado que aquela mulher furiosa e conservadora com a engenharia seria a mesma que me faria meu coração disparar feito um louco — e não de medo, como costumava ser com Valter antes de ele também descobrir quem Marcela Noronha era por trás dos rosnados e das pranchetas voadoras.

— Você queria que eu tivesse dito? — perguntei, erguendo as minhas sobrancelhas e mantendo meu sorriso de canto para ela. — Porque eu posso falar, mas não quero criar um padrão de Eduardo abre o coração e as coisas começam a desandar entre nós dois, porque foi assim que aconteceu da última vez.

Ela tombou a cabeça de lado, me encarando com aqueles olhos que me diziam que não tinha nada errado comigo, que Gustavo não tinha chances, que nossas obras eram um sucesso — aquele que emanava certeza, confiança e que me deixaria convicto sobre qualquer assunto.

— Nós não vamos fazer isso de novo, Edu — garantiu. — Estamos na mesma página e, dessa vez... Eu acho que vai dar certo. Nós dois. Eu quero que dê certo.

Deslizei meu polegar pela mão dela e passei a língua devagar pelos meus lábios.

— Eu também quero, amor — eu disse, elaborando a última palavra apenas para fazê-la sorrir, e ganhando o dia quando ela o fez.

A gente apenas se olhou por alguns segundos e acho que, embora nada tenha sido efetivamente falado, muita coisa foi dita ali. Algumas certezas, alguns sentimentos, e eu sentia, no meu coração, que era recíproco. Que o que eu sentia também era o que ela sentia — e isso, por si só, fazia com que meu coração martelasse contra o meu peito como se eu estivesse tendo uma taquicardia, mas de um jeito bom.

Acho que fui eu quem soltou a mão da dela quando ouvi passos se aproximando no corredor, que logo se materializaram em Thales Carvalho com Thales Junior no bebê conforto que ele carregava nas mãos. Ele apenas subiu as sobrancelhas, olhando para Marcela e eu sentados juntos na mesa dela.

— Noronha, eu achei que você fosse tocar isso amanhã, não é nada urgente e não queria te dar tanto trabalho depois do estádio — disse ele, abrindo um sorriso que era um pedido de desculpas que a engenheira abanou com a mão.

Apesar de tudo, ela gostava de estar trabalhando e isso era tão Marcela Noronha quanto possível.

— Já estou finalizando — Deu de ombros e ofereceu um sorriso cansado para o chefão. — Você não, pelo visto, já que trouxe até o estagiário.

Thales Junior, como se entendesse que tinha sido mencionado, soltou uma risada de bebê gostosa que fez todo mundo na sala sorrir junto. Ele era a cara de Thales, a ponto de eu ter certeza que se seu nome não fosse realmente Thales Carvalho Junior, ele provavelmente seria chamado de Mini Thales ou seja lá qual fosse o diminutivo de Thales — Thalinho? Thaleszinho? Carvalhinhoinho (porque Carvalhinho era o big boss, certo?)? — exatamente como rolava com a cópia de Sandro, Breno.

— Na verdade, Marcela está em um jantar de trabalho e eu esqueci de assinar um documento que a Alice precisa encaminhar amanhã de manhã, então tive que vir. Vou ter que pegar a assinatura do Fê também, então levar o Junior é um bom jeito de ele não me expulsar do apartamento pela ousadia de aparecer com trabalho a essa hora. — Thales riu e Junior acompanhou de novo antes de enfiar um mordedor na boca e se babar inteiro. A coisa mais linda. — E, apesar de não gostar de fazer horas extras, aparentemente ele não se importa em designar isso para os outros, certo?

O olhar de Thales caiu em mim.

Acho que entreabri os lábios, prontos para dizer que com certeza estava ali pelo trabalho para não acabar criando algum tipo de constrangimento, porque uma coisa era Sandro saber que eu e Marcela tínhamos um lance, outra coisa era o chefe supremo da CPN saber que eu estava ali simplesmente porque ela estava, porque seria como somar dois mais dois entender o que estava acontecendo — e, sinceramente, depois de tudo, o que eu realmente não queria era acabar sendo um problema para Marcela ou que ela acabasse se tornando alvo de fofocas maldosas por estar sentada comigo na sua mesa.

No entanto, foi ela quem respondeu:

— Ele só está me fazendo companhia hoje, não precisa puxar a orelha do Fernando. — E aí ela sorriu.

Tenho plena convicção de que foi só uma frase, mas aquilo me fez derreter como uma geleira no aquecimento global. Ela não disse nada sobre estarmos juntos, mas também não se afastou, não deu uma desculpa esfarrapada — ao contrário, apenas agiu naturalmente e deixou que o cérebro de Thales fizesse a matemática que quisesse com o fato de que estávamos ali, àquela hora, e que eu apenas tinha ido ali por ela.

— Eu sou a favor de não te deixar sozinha aqui a essa hora da noite — Thales gracejou, sem parecer achar aquilo estranho ou suspeito, de alguma forma. — Eu vou estar na minha sala e vou tentar não fazer barulho para atrapalhar seus cálculos, mas, Má, sinta-se à vontade para ir embora e terminar isso no expediente de amanhã.

— Tudo bem — a engenheira concordou e Thales seguiu seu caminho, entrando na primeira das três salas de vidro da CPN.

Então seus dedos pequenos encontraram os meus de novo e eu segurei sua mão por cima da mesa. Claro que, de onde estava, o big boss não conseguia ver o que nós dois estávamos fazendo, mas algo queimou em mim com aquele gesto.

Algo quente. Algo bom. Algo como... Sentir que eu era bom o bastante para ela e que isso era o que eu queria ser. Algo que me fez perder completamente a noção de como formar frases — e, normalmente, eu sempre tinha um comentário petulante para acrescentar, mas nada me ocorria. Absolutamente nada além de "caralho, eu amo você", embora, quando eu realmente dissesse isso, provavelmente nenhum palavrão devesse estar envolvido.

— Edu — Marcela me chamou e foi isso o que me fez levantar os olhos dos nossos dedos entrelaçados para o seu rosto. Ela estava sorrindo com um ar de divertimento que deixava seu rosto suave e sereno —, respira.

Só então eu percebi que eu não estava fazendo isso.

Dez minutos depois que o chefão apareceu, acabei assumindo a missão de ficar com Thales Junior quando Marcela estava concentrada demais e Thales assustou a pobre criança socando sua impressora que, aparentemente, tinha decidido que era um excelente momento para não imprimir o contrato que ele precisava.

Não sei se eu tinha um dom com crianças ou se Junior simplesmente estava muito focado em tentar enfiar a gola da minha camisa na boca, mas, de todo modo, ele tinha ficado muito pacífico e eu nem precisei tentar segurá-lo como o Simba, a solução perfeita segundo Fernando, que estava a um passo de lançar um livro sobre como divertir bebês. Teria uma página, aparentemente.

De onde eu estava, dava para ver Thales enfiando papel na pobre impressora e Marcela, que em partes realmente fazia cálculos e em partes olhava, enquanto eu estava com o bebê no colo, e dava risada.

— Está vendo, Junior? — perguntei enquanto limpava a baba escorrendo nos cantinhos da boca dele com o paninho que Thales tinha me entregado; seus grandes olhos verdes, exatamente como os do pai, focados em mim como se realmente entendesse do que eu estava falando. — Engenheiros são muito irritados, então, quando você crescer e for um carinha profissão-herdeiro muito gente boa, dê orgulho para o seu padrinho e comece a linhagem Carvalho de arquitetos.

— Ei! — Marcela protestou e o bebê olhou para ela e gargalhou de novo. Minha teoria é que ele conhecia a voz dela por causa das várias horas que a ouviu, nas madrugadas insones de Thales. — Nós não somos irritados e ser engenheiro é incrível, Junior!

— Eu sei que a moça parece um anjo e é difícil discordar dela, mas acredite em mim, a parte legal é nossa — repliquei, conversando com Thales Junior.

Ele, aparentemente, queria conversar conosco de volta, então soltou uma série de sílabas aleatórias e barulhos de pum que fez com a língua, me fazendo sorrir com ele enquanto eu soltava vários "aham", "você jura?", "Thales Junior, ainda bem que você me informou sobre isso!" para incentivá-lo a continuar.

Aí ele ergueu a mãozinha e eu dei um high five nos seus dedinhos minúsculos, que se enrolaram ao redor do meu indicador e, por Deus, eu me senti uma criatura preciosa. Eu tinha acabado de começar a porque Fernando Nogueira só faltava tatuar o quanto amava aquela criança na testa.

— Eu sabia que você ia concordar comigo, Junior — disse para ele e Má rolou os olhos, dando risada. Seu cotovelo estava apoiado na mesa e o rosto no punho, completamente desconcentrada de sua missão para olhar o que nós dois estávamos fazendo.

Junior que me desculpasse, mas eu acreditava que aquele olhar era para mim e não para ele. Nenhuma prova, muita convicção.

Nem notei quando Thales saiu pela porta de vidro, com um envelope timbrado em uma mão e o bebê conforto na outra — sua impressora provavelmente estava muito feliz porque ele parou de agredi-la.

— Dez minutos com o Eduardo e você resolveu conversar com todo mundo, filho? — Thales pai se aproximou e o filho estendeu os bracinhos, passando para o colo dele depois que ele colocou o bebê conforto sobre a mesa que Alice costumava ocupar. — Se eu te apresentar para o Lucas, você vira palestrante antes de completar um ano de idade.

— Ele estava me contando que vai ser arquiteto — eu gracejei e o bebê riu de novo.

— Do jeito que ele empilha blocos? Engenheiro com certeza, um talento natural — Thales disse, arrumando o filho na cadeirinha.

— Você sabe que Fernando nunca vai deixar isso acontecer, não sabe? — Marcela perguntou no meio de uma risada, só para provocar, e o big boss fez uma careta.

Thales Junior soltou várias outras sílabas aleatórias.

— Ele disse "vai arquitetura!" em linguagem de bebê — expliquei e Thales riu, fazendo seu filho bater palminhas.

— Ok, ainda bem que eu já tenho o que eu preciso antes de você conseguir fazer essa lavagem cerebral no meu filho.

— Me avise quando ele começar a desenhar casas com o sol no cantinho da folha, assim eu vou saber que deu certo — eu retruquei. — Posso ter algumas dicas, inclusive.

— Se você fosse mais cria do Fernando do que isso, seria Eduardo Nogueira — ele disse e riu, dando um tapa no meu ombro antes de ocupar sua mão com a alça do bebê conforto. De fato, o N daquela empresa tinha uma grande influência sobre mim e eu não podia negar que ele tinha me ensinado muita coisa. Fernando era um arquiteto de mão cheia e eu adorava aquele cara. — Eu preciso levar esse contrato para o Fê, obrigado por olharem o Junior para mim — Má e eu assentimos. — Não fiquem aqui até de madrugada, tá bom? Nossas armas secretas merecem uma boa noite de sono.

Marcela e eu nos entreolhamos e sorrimos para ele antes que ele se despedisse e sumisse pelo corredor batendo um papo com o filho que, de fato, tinha resolvido que era um bom momento para ter uma conversa com o pai. Vários barulhos de língua envolvidos.

Voltei para a cadeira em frente a Marcela, que puxou uma folha limpa de sulfite por baixo da pilha das outras rabiscadas, começando mais um cálculo complexo enquanto eu a olhava fazer aquilo. Era como observar um gênio trabalhando.

— Ele é um fofo, não é? — perguntou, sem tirar os olhos do que estava fazendo e seu sorriso largo fez seu nariz franzir, daquele jeito lindo.

— Quase tanto quanto você — eu disse, observando o movimento e ela parou o que estava fazendo para olhar para mim de novo, seus olhos castanhos e altivos encontrando os meus.

Deixei meu indicador passear pelo tronco do seu nariz por um segundo, até o limite dado pelo arco do óculos, sentindo sua pele macia antes da minha mão cair sobre a madeira da mesa de novo.

— Você realmente acha o meu nariz franzido bonitinho? — perguntou e eu franzi o cenho, tentando me lembrar de quando tinha dito aquilo para ela, mas acho que nunca tinha feito isso.

— Seu nariz franzido é lindo — eu respondi e acho que ela percebeu que eu não tinha entendido de onde aquela informação tinha vindo.

— Quando você estava em Campinas e eu saí com o pessoal da VixSão, a Tamara me contou que você disse isso para ela — deu de ombros e mordeu a parte interna da bochecha por um segundo. — Desculpa por ter insinuado que você e ela... Você falou para ela do meu nariz!

Eu ri, acompanhando a risada de Marcela.

— Desde que eu me envolvi com você, Má, não teve outra pessoa — confessei, tirando aquilo do meu coração. — Bom, teve aquela ficada bêbada e esquisita com a menina no Bar dos Ardos quando eu estava em crise emocional achando que eu tinha perdido você.

Eu já tinha contado que tinha rolado algo com a Duda (?), mas acho que nunca tinha explicado porquê. Mas era sobre isso, não era? Nós dois estávamos indo devagar e fazendo diferente dessa vez, então acho que falar as coisas para Marcela, falar de verdade, era importante.

Prossegui:

— Mas, desde você, Má... Amor... Só teve você. Só tem você.

Marcela piscou várias vezes, olhando dentro dos meus olhos, mas os cantos dos seus lábios denunciaram que havia um sorriso ali, pronto para aparecer.

— Então eu não tenho que me preocupar com você tendo um encontro com a Nath? — perguntou e algo no jeito ácido como ela perguntou fez uma risada sair do fundo da minha garganta, porque eu lembrava da nossa conversa no banheiro dos Ardos, e eu tinha ficado com a leve sensação de que...

— Você estava com ciúmes da Nath, não estava?

Marcela riu e suas bochechas vermelhas praticamente depuseram contra ela. Eu me acendi como um braseiro, porque ela estava... Ela ficou pensando em mim, naquela noite. Assim como eu tinha feito, pensando nela.

— Por que você acha que eu entornei vinho em mim mesma? — perguntou, depois de um segundo e eu tenho certeza que meu queixo estava no chão com aquela revelação, porque Marcela Noronha com ciúmes era algo novo. Com ciúmes de mim, então, nem se fala. — Eu só tinha olhos para você e vocês dois estavam rindo e se divertindo e... Ela estava com a mão no seu peito, então eu achei que, talvez...

Talvez eu não fosse o único detetive confuso daquela relação? Talvez.

— Ela estava falando da tatuagem — eu disse e Marcela pareceu um pouco surpresa, abrindo levemente os lábios, então eu me apressei para explicar: — Sabe a tatuagem do Leandro, a borboleta na bunda? — Claro que ela sabia, aquele desenho de cinco centímetros era lendário. — Foi ela quem fez. E na mesma noite eu fiz a...

Pena.

— Samambaia? — Marcela arriscou.

— Não é uma samambaia — eu disse, embora provavelmente ela já soubesse disso.

— Então o que é? — quis saber, inclinando a cabeça de forma curiosa como um gato faria.

Hesitei por um segundo, sem saber se realmente deveria falar o que era. Quer dizer, aquilo era praticamente uma declaração de amor em tinta, então eu... Acho que ia na mão oposta de ir devagar com ela, mesmo que o que eu sentia por ela estivesse, literal e figurativamente, tatuado no meu peito há bastante tempo.

Mas eu... Será que isso era apressar demais as coisas ou era parte de simplesmente falar as coisas? Era uma tatuagem idêntica a dela, porque eu quis marcá-la na minha pele para sempre — e eu sempre critiquei casais que faziam tatuagens combinando, parecia uma coisa muito estúpida de se fazer (mesmo que, oficialmente, ela tivesse feito a dela sozinha e eu tivesse apenas sido maria-vai-com-as-outras, emocionado e a quisesse por perto de alguma forma quando não podia ter, mesmo que "alguma forma" significasse tatuada em mim).

E talvez fosse realmente estúpido. Mas, de alguma forma, eu sabia que nós dois não íamos terminar e eu não ia querer arrancar aquele desenho do meu peito com um ralador, porque aquele era o lugar que sempre seria dela. Meu coração sempre seria de Marcela Noronha.

— Você precisa entender que tem um contexto — eu disse e ela ergueu a sobrancelha, curiosa. — Porque eu não tatuaria seu rosto no meu peito sem qualquer explicação.

Marcela começou a rir.

— Se esse desenho é o meu rosto, você claramente pensou em um híbrido de Marcela e cachorro salsicha, porque é comprido demais e eu tenho quase certeza que meu queixo tem um tamanho normal.

Marcela traçou uma linha no ar com o indicador, como se estivesse demonstrando o caminho que o desenho fazia na minha pele. Provavelmente dava para ver a sombra por trás do tecido lilás.

Eu tinha gostado muito daquela camisa, mas Leandro ia queimá-la em retaliação quando soubesse que eu tinha deixado Getúlio, e não ele, escolher aquela para mim. Aparentemente, lilás fazia meus olhos ficarem bonitos.

Não tanto quanto os da engenheira, que me encaravam pedindo por uma resposta.

— Eu podia ter pensado nisso, aposto que um híbrido seu com um cachorro salsicha seria a coisa mais bonita que qualquer um já tatuou, vou ter que ter uma conversinha com a Nath sobre o assunto — gracejei e ela rolou os olhos, bem pouco amorosa. — É uma pena, amor — soltei, porque não fazia mais sentido fingir que era uma samambaia ou qualquer outra coisa.

Marcela pareceu considerar aquilo por um segundo enquanto meu coração batia numa velocidade muito maior do que aquela recomendada pela medicina moderna, olhando para o desenho por trás do tecido da camisa, estreitando os olhos um pouco e franzindo o cenho em algo que interpretei como... Uma pena? Eu tenho uma tatuagem de pena!

Sim, ela tinha. E era por isso que eu tinha uma também, para começo de conversa.

— Você não vai mesmo me falar o que é? — perguntou ela.

Ela não estava acreditando? Ela não estava acreditando!

Tudo bem, era meio difícil de acreditar mesmo. Às vezes até eu achava que era mentira, mas todos os dias de manhã ela estava lá, no meu espelho, marcando meu peito e me fazendo pensar em Marcela. E eu não me arrependia de vê-la ali, porque colocava um sorriso no meu rosto, mesmo que tivesse sido feita em um momento em que eu só sabia chorar por alguém que eu tinha perdido e tinha absoluta certeza que nunca ia recuperar.

E ali estávamos nós dois. Juntos de novo.

— Eu acabei de te falar o que é — expliquei, mas ela crispou os lábios, claramente sem acreditar. — Se eu te falar que é outra coisa, eu vou estar mentindo para você, Má. Não é o seu rosto, é uma pena no peito. Que nem a sua.

— Você vai me obrigar a abrir a sua camisa e olhar? — ela perguntou, erguendo a sobrancelha direita em um claro desafio.

— Bom, achei que a gente estava indo devagar, mas vou deixar claro que definitivamente estou bem pouco inclinado a te impedir de tirar minha roupa — eu disse, deixando o sorriso nem-tão-bom-moço-assim se esgueirar pelos meus lábios, porque nem mesmo o fato de estarmos onde estávamos faria com que eu segurasse suas mãos e impedisse se ela realmente resolvesse tentar.

Camisas eram compradas para serem vestidas. E, no meu caso, para serem desabotoadas e retiradas por uma engenheira linda que não acreditava que eu seria emocionado o bastante para tatuá-la no peito.

Tantos anos e ela ainda duvidava que eu era esse tipo de cara.

— É uma samambaia e você não quer me contar por que sabe que é meio ridículo? — Marcela perguntou. — Eu não vou julgar, eu disse para o Lê que a borboleta dele era linda e estava falando sério. Meio controversa? Meio controversa, mas ele tem o cóccix que precisa ter para sustentar algo daquele tipo.

Eu ri, porque tenho certeza que Leandro Lamas era a única pessoa no mundo que ficava bonita para um caralho com uma borboleta na bunda.

— É uma pena! — insisti.

— Gustavo já teria me falado o que é — provocou, fazendo gracinha e tentando cobrir uma risada com a mão.

— Ah, é, amor? — eu retruquei, erguendo minhas sobrancelhas e fazendo com que ela soltasse a risada que estava tentando esconder. — Quero apenas que você saiba que até eu deixaria o Gus beijar minha boca se quisesse, então eu continuo com ciúmes e você está me provocando!

Ela colocou a mão sobre a minha e eu entrelacei nossos dedos de novo, entregue como se ela fosse uma sereia e eu um marinheiro que tinha a escutado cantar. Se meu destino fosse ser devorado no fundo do mar por Marcela Noronha, acho que eu morreria feliz.

— Ele não tem a menor chance, detetive confuso — ela disse e, do jeito que ela me olhava, eu tinha plena convicção de que podia confiar nas suas palavras. — Mesmo você tendo tatuado uma samambaia feia que não quer me mostrar!

Eu ri, tombando a cabeça para trás.

— É uma pena!

— Se isso for uma pena, eu vou tatuar um bambu — ela gracejou, totalmente convicta.

— Vou pedir para a Nath separar uns modelos de bambu para você, vai ficar uma gracinha — eu gracejei de volta no mesmo tom que ela tinha usado. — Talvez eu chore, até. Pisciano emocionado e tal, você sabe.

— Pede sim, certeza que ela vai adorar perder o tempo dela trabalhando por algo que nunca vai acontecer, amor — Marcela brincou e eu ri, negando com a cabeça e considerando se eu deveria ou não apenas abrir os botões da camisa para ela, mas decidindo, no último segundo, que seria muito melhor quando ela tirasse a minha roupa, o que não iria acontecer naquela noite. — Eu preciso terminar esses cálculos, porque não estou pretendendo emendar o expediente de hoje com o de amanhã.

Marcela, devagar como quem estava hesitando em concluir uma ação, puxou a mão da minha para poder pegar o lápis e firmar sua folha. Ofereci a fatia de torta de chocolate que tinha comprado para ela como uma oferenda, que ela aceitou de bom grado.

Eventualmente, espetava um pedaço do doce em um garfo que eu tinha buscado na cozinha da CPN (após acertar o pé na mesa de Galileu, porque eu não estava enxergando no escuro e confiei demais na minha memória) e rabiscava números.

Eu assisti.

Ela franzia a testa às vezes, voltava atrás conferindo o que estava fazendo para se certificar de que nada estava errado; às vezes, ela mordia o lábio e apagava algum número, trocando algo de lugar ou reescrevendo parte do seu raciocínio.

Eu amava que os olhos dela pareciam menores atrás da lente dos óculos, deixando suas bochechas maiores como um hamster. Eu estava perdidamente apaixonado por um hamster matemático.

— Você está me atrapalhando, Eduardo! — ela disse, erguendo os olhos para mim. Quando estava daquele jeito, não pareciam menores, era apenas Marcela sendo linda de óculos de novo.

— Não estou fazendo nada! — me defendi, porque, de fato, não estava. Eu tinha até parado de falar e isso era extremamente difícil para alguém que queria contar para ela até que eu tinha marcado um corte de cabelo para a semana seguinte.

— Você fica me olhando! — disse, apontando para mim com a borrachinha que ficava em cima do lápis, porque sua borracha oficial estava perdida no escuro depois de ela tê-la jogado em mim. — Desse jeito Eduardo!

— E como exatamente eu poderia te olhar? Eu sou o Eduardo, é o jeito que eu olho para as coisas! — repliquei, mas acho que ela não ia acatar a minha tese, porque o "jeito Eduardo" de olhar para ela com certeza não era o mesmo que eu olhava para mais nada. — Você fica muito, muito, linda e incrível toda engenheira. É difícil evitar o olhar apaixonado.

— Você realmente acha que é fácil resolver uma integral com você me olhando e me falando essas coisas? — devolveu, com as bochechas vermelhas e um sorriso que ela não conseguia esconder. — Eu também... sinto coisas quando você fala desse jeito comigo.

Deus, sou eu. Eu quero ficar mais na Terra para amar essa mulher, por favor, não me leva agora, mesmo que eu esteja nesse estado de plena felicidade!

Claro que eu sorri de volta.

— É mesmo? — perguntei, levando minha mão para a dela de novo. — Me fale quais.

— Várias. Muitas. Coisas que me fazem não jogar coisas em você enquanto você está claramente me atrapalhando e adorando cada momento — ela disse e eu acho que se eu sorrisse mais, alguém teria que dar pontos na minha boca, de tão arreganhada para expor todos os dentes. — Me ajuda aqui, Edu.

Eu fiz que sim, porque ela realmente merecia terminar aquilo logo e ir para casa, tomar um banho e descansar. Se quisesse me usar de travesseiro, eu estaria inteiramente à disposição — e até gostaria bastante. Adoraria. Faria com muito, muito, prazer.

Ergui minhas mãos em rendição.

Marcela sorriu e baixou os olhos de novo, voltando para os seus cálculos, para o mundo da engenharia que era tão dela quanto eu.

Puxei o celular do bolso, vendo que Marcelo tinha respondido as mensagens.

Marcelo: Eu recebi várias!

Marcelo: Essas são Astromélias

Marcelo: (imagem)

Marcelo: Essas rosas ficam lindas, porque elas são maiores que as normais. Importei da Argentina

Marcelo: (imagem)

Marcelo: Olha essas orquídeas, Eduardo! Não são a coisa mais linda que você já viu?

Marcelo: (imagem)

Marcelo: (imagem)

Marcelo: (imagem)

Marcelo: Acho que eu até chorei quando vi essa orquídea-tigre, coisa mais preciosa

Marcelo: Fiquei com dó de borrifar água nela

Marcelo: E as begônias? Sei que você gosta muito

Marcelo: (imagem)

Marcelo: (imagem)

Marcelo: (imagem)

Ok, acho que ele tinha totalmente superado o lance da sereia. Totalmente. Aquela era a primeira vez que Marcelo Noronha estava me flodando com mensagens e eu achei absolutamente adorável, mas guardei isso antes de contar para Marcela que meu cunhado me amava muito, muito mesmo.

Eduardo: Amei as begônias vermelhas, injusto para todas as outras terem que competir com elas

Olhei para Marcela, concentrada.

Eduardo: Você nem imagina o quanto eu amo begônias, Marcelo

Eu não percebi que estava assobiando uma melodia até ouvir Marcela murmurando baixinho enquanto fazia as contas, provavelmente sem nem se dar conta.

I wanna know what love is

I want you to show me

I wanna feel what love is

I know you can show me

Então eu me levantei, sem parar de assobiar aquela melodia do Foreigner, porque ela cantarolando sobre amor era meu novo estado de espírito preferido. E porque eu queria mostrar para ela o que era o amor e queria que ela me mostrasse também, porque ninguém me fazia sentir daquele jeito. Só ela.

Contornei a sua mesa, olhando o que ela estava fazendo por cima dos seus ombros. Certo, aquilo estava meio estranho...

— Ei, amor — chamei, e ela apenas fez "hum?", concentrada. — Você se esqueceu da constante.

Ela parou de escrever e conferiu. Estava mesmo sem a constante.

— Droga! Você tira a minha concentração!

E eu sorri, dando um beijo na bochecha dela enquanto ela pegava uma folha nova para começar de novo, daquela vez, do jeito certo.

Como nós dois estávamos fazendo.

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Oiee, bambuzetes lindas <3 Chegamos no último dia da nossa maratonaaa!!

O que acharam? Vocês curtiram tanto quanto nós?

Marcela duvidando da pena é tudoooooooooooooooo!!!!!!!!!!! Quem mais quis arrancar a camisa do Edu pra mostrar que é verdade?

E a Má não se importando que o Chefe-Supremo visse Mardo junto no escritório????? Olha que evolução....

Muito obrigada por toparem essa maratona, por todos os comentários, surtos e carinho <3 isso faz a nossa semana muito melhor!

Agora Libriela precisa segurar um pouco as postagens para conseguir escrever, ok? Vou explicar rapidinho o nosso processo de escrita para vocês entenderem mais ou menos como funciona: uma de nós escreve o cap, depois a outra revisa e volta para a que escreveu realizar ajustes (isso pode demorar entre duas a três semanas). Isso quando a gente segue por aquele caminho e não fica batendo cabeça se não gosta do resultado.

Então é por isso que nós demoramos para postar!

Resolvi explicar, porque várias pessoas mandam mensagens cobrando capítulo e continuação, mas não é tãaaao simples assim, ok? Estamos nos esforçando o máximo possível, então pedimos um pouco de compreensão e paciência <3

Beijinhos,

Libriela <3


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