Capítulo Vinte e Dois
Max Fraield:
— O que desejam? — Perguntei, impotente, enquanto eles me olhavam com indiferença.
— Senhor... — Marcelo disse, confuso.
— Marcelo, não se preocupe! — falei, sorrindo, deixando o chefe dos lobos renegados ainda mais confusos para minha direção.
Não importa que Marcelo seja um guarda veloz da mansão e que Jéssica seja habilidosa com magia e alquimia, ainda não temos grande poder contra os homens-fera. Eles são fortes, mas, contando comigo, será que eles percebem que não somos apenas rostinhos bonitos?
Me preocupo com o que pode acontecer se só deixar eles fazerem o que querem . Jéssica e eu continuamos olhando para os bandidos, e ela segurava alguns frascos nas mãos.
— O que estão olhando, cabelo de fogo? — O chefe gritou irradiando uma aura de raiva. — Vocês são uns caras feios e ainda por cima loucos!
Isso é extremamente irritante. Bem, vamos acabar com eles e descansar. Mas esses cretinos querem atrapalhar meu caminho para as férias ideais. Quem eles pensam que são?
Senti o brilho do poder começar a pulsar, pronto para atacar a qualquer momento, mas algo estava errado, e eu precisava me acalmar primeiro.
— Já pensou em se olhar no espelho primeiro, seu cachorro fedido? — falei, encarando-o nos olhos com ainda mais raiva. Esse sujeito realmente não sabe com o que está se metendo.
Ele me olhou ainda mais furioso, e então suspirou, começando a contar na própria cabeça. Estava claro que essa era a primeira vez dele fazendo esse tipo de cena, o que me deu vontade de rir e até achei um pouco triste como tudo estava se desenvolvendo.
— Bom, hoje me sinto muito bem. Acho que terei paciência com vocês — disse o chefe com um sorriso surgindo nos lábios. — Afinal, temos um lindo rapaz conosco — Ele riu, e seu tom ficou sombrio. — Sabe como é difícil ver um belo rapaz a caminho de Liptoon? Ainda mais hoje, quando ele disse que estava apenas vendo os detalhes para pesquisar sobre poções.
Eh? De jeito nenhum... não é possível que alguém tenha vindo por um caminho que requer guardas ou tenha uma grande habilidade com magia. Qualquer pessoa que fizesse isso sem nada disso ou sem um parceiro ou grupo seria simplesmente a pessoa mais loucamente idiota do planeta.
— Ninguém pode ser... — Comecei a dizer, mas os outros bandidos se afastaram de repente, e não pude acreditar no que via diante de mim.
— Olhem! Se vendermos esse rapaz, podemos ficar ricos rapidamente! — O chefe disse, mostrando seu prisioneiro com tanto orgulho que até notei as orelhas de lobo dele se mexendo animadamente.
Meu queixo caiu.
— Dylan? — Minha voz se perdeu com o vento. — Eh? Dylan? O que está fazendo aqui?"
— Hehehe — Dylan riu sem jeito.
— Nada de 'hehehe'! O que está fazendo aqui? — Gritei, apontando para ele.
Respirei fundo. Não posso acreditar na porcaria que está acontecendo comigo. Ele queria uma poção e veio sozinho para fazer pesquisas. Poderia ser o protagonista principal do romance, mas acaba se esquecendo de que ele é uma pessoa que não possui muitas habilidades sem o tempo certo de treinamento.
— Agora, passem tudo o que têm! — O chefe disse com um ar superior, apontando para mim. — Ou vão virar nossos escravos também? Estou dando uma opção para escolher o melhor caminho.
Olhei para ele e, no instante seguinte, dei um soco na cara dele com toda a força, fazendo-o cair para trás pelo choque.
— Já cansei de ouvir essa baboseira toda! Jéssica, Marcelo, acabem com eles de uma vez por todas — falei irritado, e olhei para meu dedo, onde estava o anel de prata. Fiz isso assim que vi o chefe dos bandidos se levantar.
Jéssica jogou os frascos nos subordinados, enquanto Marcelo puxou o cabo da espada e acertou aqueles que estavam ao seu redor. Os frascos explodiram, e os subordinados congelaram no lugar.
— Ora... — O chefe disse irritado, avançando na minha direção.
Avancei contra ele, minha mão brilhou, e uma espada de prata surgiu a poucos centímetros do seu pescoço. Como pensei, suas palavras não têm fundamento, pois sua força se desfez com o meu anel de presente.
O bandido estava me olhando com pavor, afinal, posso tirar sua vida com apenas um pouco mais de força.
— O que você...? — O chefe perguntou, com uma expressão de dor e confusão, esfregando o lugar onde bati. — Como? Como um simples humano pode ser mais veloz do que um homem-lobo?
— Não importa quão educado eu seja, depois de aparecer assim do nada, ameaçar minha vida e a de meus subordinados, ainda vai usar uma pessoa inocente? Você se considera um Deus? Acha que pode decidir o destino dos outros? — Falei, sorrindo e notei que um dos olhos dele tremeu. — Agora, em minha mão, tenho este simples artefato, um dos tesouros ocultos de Summers, dado a mim pelo próprio imperador!"
Isso mesmo, o imperador me deu esse artefato que se transforma em um anel de prata. Ele me deu como uma forma de compensação pela humilhação que Gabriel me fez passar ao me trair. Além disso, foi em reconhecimento por tudo o que fiz. Lembro-me de ele dizer que é um artefato destinado a ser usado por um herói.
É um segredo altamente confidencial, que pessoas comuns não poderiam saber. Mais do que isso, apenas o imperador e seus sucessores saberiam, assim como aqueles em quem confiassem. Em outras palavras, tenho em minha posse uma espada secreta, cuja existência foi esquecida por toda a nobreza.
Algumas informações sobre essa espada são ocultas, mas pelo que o imperador me disse, ela possui um encanto que é ativado quando estou em perigo. Sua magia se ativa, e a criatura que me ataca perde seus poderes mágicos, que são transferidos da espada para mim.
Na história original, Gabriel descobre a espada através de uma carta na metade da história e se torna o melhor cavaleiro do Império, já que o imperador não queria entregá-lo, pois era o bem mais estimado de todos.
Então, quando o imperador perguntou se eu queria algo, "roubei a espada". Não, ganhei de presente, em resposta ao que o idiota fez.
Não é para a pessoa que encontrar primeiro? Hehehe.
Em outras palavras, como era para o protagonista, é um prêmio perfeito, que possui todas as classes de magia e proteções!
Este é o poder da arma final? Claro, depende da habilidade do portador e a minha habilidade é alta.
— Não minta! Você parece ser uma pessoa super fraca! —O chefe disse, mas em seguida rosnando para mim. — Como o imperador poderia reconhecer você e lhe dar uma espada dessas!"
Mesmo que eu seja um cavaleiro, este lobo mal comportado precisa ser domado!
— CALE-SE! — Gritei e, usando minha velocidade, dei um golpe com a ponta da espada em sua cabeça.
O chefe ficou meio tonto, mas me encarou com raiva.
— Isso dói, você quer morrer? — Gritou, colocando a mão na cabeça.
— Você pode se calar? Para um bandido, fala demais, e consigo ver que não sabe o que fazer, ainda mais sendo o único com força diferente dos seus subordinados — Falei, desinteressado em seu ódio. Os subordinados já estavam caídos no chão, com Jessica e Marcelo os cutucando com as pontas dos pés. — Mais tarde vamos competir apropriadamente, já que você está fraco de cansaço! Diga-me por que você e seus subordinados sequestraram o rapaz? Também quero saber por que se tornaram renegados?
O chefe me olhou desconfiado e depois ao redor. Por alguns segundos, vi a preocupação em seu rosto quando olhando para os subordinados, enquanto Jéssica e Marcelo estavam desamarrando Dylan. Então, suspirou e voltou a me encarar, escondendo sua expressão.
— O que você quer que eu faça? — O chefe perguntou, surpreendendo-me. — Só deixe os outros irem! Pode me matar se quiser, só os deixe ir embora livres!
O local ficou em silêncio, mas observei o homem-lobo. Apenas nossas respirações podiam ser ouvidas.
— Não vou matar nenhum deles e nem você — Falei, deixando-o surpreso. — Mesmo que tenham me atacado primeiro, vou deixá-lo viver, se me fizer uma promessa de mestre e escravo.
Melhor fazer isso, é o único jeito de ter aliados ao meu lado.
— Você quer um homem-lobo ao seu lado? — Perguntou ele.
— Não, quero que todos trabalhem para mim. Irei cuidar de vocês, fornecer comida e algumas roupas, pois as suas estão deploráveis — Falei.
—Sinceramente! Enlouqueceu? Em vez de prendê-los para fugirmos, você está perdendo tempo com esse homem-fera que nos atacou? — Jéssica disse , surgindo ao meu lado.
Olhei para ela, que balançava a cabeça.
— Te pagarei quatro vezes mais! — Sussurrei.
— Óbvio que concordo completamente, senhor Max. Como eu poderia ser contra um ato para ajudar o próximo? — Jéssica disse , apertando as mãos em frente ao peito. — O senhor é realmente maravilhoso! É incrível, estou tão emocionada! Tão amável! Farei tudo ao meu alcance para ajudar o senhor Max, assim como o Marcelo irá fazer o mesmo.
Jéssica é tão surpreendente.
Ela consegue ser mais ambiciosa e materialista do que qualquer humano que conheci, aqui ou na minha vida passada.
Marcelo concordou e Dylan ficou em silêncio.
— Viu, irei ajudar, mas antes... — Minha fala sumiu quando senti minha visão embaçar.
Me vi caindo e ouvi vozes gritando meu nome. Braços fortes me seguraram e perdi a consciência em segundos.
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