Max Fraield:

Três dias se passaram desde o escândalo envolvendo Gabriel, e ainda mais com Howard e sua equipe dedicados à pesquisa da flor arco-íris para criar uma poção. No entanto, Jessica não deu nenhum sinal de sua investigação, e isso me preocupava. Além disso, a presença de Steve e Teresa Summer em minha casa adicionava um novo nível de complexidade à situação.

Olhei para ambos, que estavam diante de mim, e devo dizer que a atmosfera era intensa, com eles me analisando em silêncio.

— Por que estão na minha casa? — Perguntei, buscando entender a razão de sua visita.

— Está muito chato no palácio. — Steven soltou um suspiro, e confesso que senti vontade de socá-lo. — Sempre que venho visitar o senhor Max, as coisas ficam mais emocionantes.

Ele realmente era como a história o definia, sempre em busca de algo para se envolver e dar emoção, mesmo sendo um tipo de mago que até foi convocado para a Torre da Magia.

— Na verdade, ouvimos rumores de que a guilda está fazendo uma poção muito especial com algo que você insistiu. — Teresa foi direto ao ponto principal. — Queríamos saber se era verdade, mas não conseguimos chegar ao assunto principal.

Certamente foi Howard quem espalhou esse boato, mas por qual motivo? A questão permanecia sem resposta, adicionando uma camada a mais de mistério a toda essa situação.

Pela expressão em seus rostos, ambos pareciam ansiosos para descobrir a possível verdade, ainda mais se isso significasse uma possível cura para a irmã mais nova.

Antes que eu pudesse abrir a boca, houve uma batida forte na porta do escritório.

— Senhor Max — O mordomo anunciou quando dei permissão para entrar. — Jessica retornou de sua busca com um convidado, e o senhor Howard está aqui com mais um frasco de poção.

Um estrondo ressoou quando Teresa e Steven se levantaram abruptamente das cadeiras.

— Diga que estou a caminho — Respondi, pronto para enfrentar as novas reviravoltas que aguardavam do lado de fora daquela sala.

Com um aceno de cabeça para o mordomo, indiquei que estava pronto para sair. Teresa e Steven trocaram olhares rápidos, compartilhando um entendimento silencioso, antes de seguirmos juntos em direção à porta do escritório.

Ao sair, fui recebido pelo burburinho da mansão, onde empregados se moviam com pressa e conversas sussurradas preenchiam o ar. Jessica estava parada no corredor, ao lado de um homem cujo rosto era desconhecido para mim nesse momento. Mas em minha mente sabia como era a continuação da história.

Os cabelos castanhos caindo sobre a testa e até o chapéu que ele escondia o restante do rosto.

— Senhor Max, estou de volta com o que me pediu! — Exclamou Jessica, com um sorriso de alívio.

A tensão em seus ombros parecia ter diminuído um pouco desde que partira em sua busca. Olhei para o convidado ao seu lado, tentando decifrar quem era e qual seria sua ligação com tudo aquilo.

— Jessica, agradeço pelo que você fez — Falei. — Quem é o seu convidado?

— Héctor herdys — Jessica disse dando uma cotovelada no ombro de Héctor. — Ele foi difícil de encontrar, mas só dei um pouco de ajuda e falei que o daria um laboratório para pesquisar a alquimia dele.

Olhei chocado para sua direção, como ela prometeu um laboratório para alguém sem nem saber o que eu queria fazer com a ajuda dele. Claro que já estava pensando nisso e ainda mais usando um dos espaços secretos para montar um laboratório de alquimia, mas claro que também achei que a mesma iria usar o dela.

— Está bem, vou ver sobre o laboratório — Falei calmamente. — Mas onde está o Howard?

— Howard está esperando no salão principal com mais um frasco da poção. — Jessica informou, indicando o caminho com um gesto.

Sem hesitar, seguimos em direção ao salão, onde Howard nos aguardava com uma expressão ansiosa. O brilho de esperança em seus olhos era contagiante, e eu me vi desejando ardentemente que a poção que ele trouxera fosse a resposta que tanto buscávamos.

— Não sei se essa vai funcionar — Howard disse, acenando com a cabeça para Steven e Teresa. — Ouvi rumores sobre o que aconteceu no castelo imperial; imagino como deve estar um caos, principalmente com a mais nova sofrendo da doença de mana.

— Agradecemos a compreensão — Steven disse, com um sorriso tímido.

— Esta poção pode funcionar de verdade? — Teresa perguntou, demonstrando sua preocupação.

Peguei o frasco da mão de Howard e estendi para Héctor, que sem pensar duas vezes assentiu com a cabeça. Seu corpo brilhou no momento em que ele tomou o conteúdo.

— Que demônios — Os outros três disseram ao mesmo tempo que um brilho surgiu por todo o corpo de Héctor. Ele se concentrou e, no minuto seguinte, Jessica pegou um frasco e entregou a ele.

O brilho ao redor de Héctor se intensificou, formando uma aura cintilante que parecia pulsar com energia mágica. Ele fechou os olhos, concentrando-se ainda mais, enquanto a luz se tornava mais intensa.

Os corações na sala pareciam bater em uníssono, todos esperando ansiosamente pelo resultado desse estranho fenômeno.

De repente, uma sensação de calma e serenidade inundou o ambiente, como se o próprio ar estivesse vibrando com uma energia renovadora. Todos prendiam a respiração, observando com admiração e expectativa o que estava por vir.

Então, num instante de pura magia, Héctor abriu os olhos, e uma aura de cura radiante irrompeu de seu corpo, envolvendo-o em um brilho reconfortante. Era como se a própria luz estivesse expulsando as sombras e uma pequena parte esfera líquida cristalina à frente dele.

Jessica pegou um frasco da bolsa dela e gentilmente o ofereceu a Héctor, que o aceitou com gratidão. Com um movimento suave, ele à esfera líquida entrou dentro e começou a brilhar como um arco-íris tão forte que iluminou a sala.

— O que foi isso? — Teresa perguntou, visivelmente impressionada.

— Meu poder permite que eu ingira qualquer tipo de veneno ou poção e "ensine" sua composição ao meu corpo, permitindo-me criar minha própria mistura. Além disso, com um pouco de alquimia, posso refazê-la. — Héctor explicou com delicadeza, e pude notar seus olhos dourados brilhando com serenidade.

Sabia que essa habilidade seria incrivelmente útil, e me aproximei dele. Héctor havia sido abandonado por causa desse dom e explorado por aqueles em quem confiava.

— Você será um grande herói para todos neste lugar. Por essa razão, vou apostar no seu futuro. — Falei calmamente, estendendo a mão em um gesto de solidariedade e apoio.

Héctor olhou para minha mão estendida por um momento, como se estivesse surpreso pela oferta de confiança e apoio. Seus olhos dourados encontraram os meus, e pude ver uma mistura de gratidão e determinação refletida neles.

Com um sorriso tímido, ele estendeu a mão e apertou a minha com firmeza, aceitando o gesto de solidariedade. Era como se um laço de confiança e esperança se formasse entre nós naquele instante, unindo-nos em um propósito comum.

— Obrigado, senhor Max. — Disse Héctor, sua voz carregada de emoção contida. — Prometo fazer o meu melhor para ajudar e proteger aqueles que precisam.

Seu compromisso era evidente, e eu sabia que podia confiar nele para seguir adiante com determinação e coragem. Juntos, enfrentaríamos os desafios que estavam por vir, guiados pela esperança de um futuro melhor para todos.

— Peço que faça mais algumas poções — Pedi, apontando para Jessica. — Pode levá-las para o Alister.

Ela assentiu e pegou o frasco, pronta para cumprir minha solicitação.

— Como sabe que vai dar certo? — Howard perguntou, com um sorriso curioso dirigido a mim.

— É minha intuição — Respondi, confiante na força dessa convicção interior, mesmo diante das incertezas que ainda pairavam sobre nós.

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Esperamos alguns minutos até que Jessica voltou, e a porta se abriu com ímpeto, revelando a entrada triunfante de Alister. Sua palidez havia diminuído um pouco, e ele sorriu para mim. Num instante, percebi que ele estava me abraçando com força.

Senti a energia de sua mana começando a se estabilizar lentamente.

— Max, estou me sentindo ótimo — Ele murmurou para mim, enquanto seus cabelos eram bagunçados.

Ele era apenas uma criança afinal. Havia esperança para ele no final das contas. Ouvi um soluço e percebi que Teresa e Steven estavam chorando.

— Realmente funcionou. — Howard disse, incrédulo. Num gesto espontâneo, ele abraçou Héctor e o girou no lugar. — Você sabe o que isso significa?!

— Nada foi nada — Falei.

— Encontrar a cura para a doença de mana, não é nada demais ! — Howard exclamou, animado demais. Ele então olhou para Héctor, que parecia um pouco envergonhado. — Você é um herói!

— Viu como minha intuição estava correta? — Afirmei, sentindo uma pontada de orgulho. Notei que Alister ainda me abraçava, chorando sobre meu ombro, então comecei a fazer uma massagem reconfortante em suas costas.

O ambiente estava impregnado de emoção e esperança, enquanto todos absorviam a magnitude do momento. Alister, ainda emocionado, afastou-se do abraço e olhou para mim com olhos marejados de gratidão.

— Max, eu nunca vou esquecer o que fez por mim. — Ele disse, sua voz embargada pelo choro recente.

Um sorriso suave se formou em meus lábios, e eu coloquei uma mão em seu ombro, transmitindo conforto e apoio.

— Você sempre terá o nosso apoio, Alister. Estamos todos juntos nisso. — Respondi, com sinceridade.

Enquanto isso, Howard e Héctor compartilhavam um momento de celebração, trocando palavras animadas sobre o sucesso da poção. Era uma cena de alegria e gratidão, onde a esperança havia triunfado sobre as trevas da incerteza.

Teresa e Steven, ainda emocionados, se aproximaram para se juntar à comemoração, seus sorrisos brilhando com alívio e felicidade.

Naquele momento, o futuro parecia mais promissor do que nunca, impulsionado pela força da união e da determinação de superar qualquer obstáculo que surgisse em nosso caminho. Era o começo de uma jornada rumo à cura e à renovação, onde cada passo nos aproximaria mais do destino que almejávamos alcançar.

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O mês seguinte foi um turbilhão de atividade e reconhecimento, à medida que a notícia da cura se espalhava rapidamente. Fui aclamado como o maior contribuinte para esse avanço, e me vi frequentando o palácio imperial e clínicas com frequência, ajudando nobres e plebeus a receberem o tratamento e testemunhando suas melhoras após períodos de doença.

Foi uma jornada cansativa, mas gratificante, ver tantas vidas sendo transformadas pela cura que ajudamos a trazer. A cada dia, sentia-me mais exaurido, como se tivesse passado dias intermináveis como duque, cumprindo meus deveres com diligência e dedicação.

Quando percebi, o imperador estava organizando um banquete em minha homenagem para comemorar nossos feitos. Enquanto me preparava para mais um evento de celebração, uma sensação de exaustão me atingiu profundamente. Percebi que estava precisando urgentemente de férias, um tempo para descansar e recarregar minhas energias depois de tantas semanas intensas de trabalho árduo.

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