
Capítulo 6
♥ Fred ♥
Tudo bem, talvez o vinho não fosse uma boa ideia.
Eu estava ganhando nota dez em ficar afastado da Mariana, e o bom senso tinha a mania irritante de se retirar do ambiente na hora que o álcool se apresentava para o serviço, mas era obra do destino, aquela garrafa na geladeira.
E eu merecia um prêmio depois de duas horas com a Mariana, concentrado no trabalho, sem ficar encarando a quantidade de pernas escapando do short curto ou espiando dentro do decote avantajado da blusa. Eu me comportei direitinho até quando ela ficava especialmente compenetrada, franzindo a testa e mordendo o lábio inferior, e eu tinha vontade de me inclinar e soltá-lo. Com a minha boca.
Na hora que o Lourenço sugeriu que ela me ajudasse, eu não sabia se pulava de alegria ou matava o cara. Que eu tivesse aceitado, mesmo com a óbvia hesitação da Mariana, era prova da minha incompetência em vencer o impulso de continuar empurrando aquela papelada com a barriga. Porque, vamos ser honestos, quando eu disse para a Bia que eu tinha um encontro marcado com aqueles documentos, o que eu quis dizer, de verdade, era que eu ia trazer eles para casa, largar num canto qualquer, tomar um banho e dormir vendo TV, mas olha só! Com a ajuda da Mariana, quase metade do bolo de notas já estava conferido.
E aquele era o único motivo de eu estar torcendo para ela ficar e tomar vinho comigo. Ela também merecia um prêmio.
— Eu aceito.
Aquela voz! Se alguém conseguisse reproduzir mecanicamente aquela voz, a Siri mandaria no mundo. Ou pelo menos, em todos os homens do mundo. Ou pelo menos, nos héteros. E nas mulheres gays. E...
Você me entendeu.
Eu entreguei a taça que eu tinha acabado de encher para a Mariana e me servi outra. O vinho estava geladinho, perfeito para a noite quente de verão. O silêncio reinou por alguns segundos, enquanto eu procurava um assunto para puxar, mas foi ela quem acabou falando primeiro:
— Você disse que queria conversar comigo?
Eu disse, não disse? Mas foi porque eu não queria ficar sozinho. Meu corpo estava cansado, mas a minha cabeça estava a mil, e eu precisava espairecer antes de dormir. A televisão poderia ter feito aquilo por mim, mas quem queria um filme de cinquenta anos atrás ou um documentário inútil quando podia ter a Mariana?
Para conversar, e mais nada. Ela ainda continuava a ser complicada. E piorou. Eu ia ter que me virar sozinho com aquela papelada, se eu fizesse merda.
Ela continuava a me olhar, bebericando o vinho e esperando pelo tal assunto que eu tanto queria conversar com ela.
— Sobre o Lourenço e a Bia. — Eu tive uma súbita ideia inspiradora. — Eu fiquei pensando, depois de ontem à noite. Você quer proteger o seu irmão e eu quero proteger a minha irmã. Então, eu achei que a gente podia conversar. Eu afasto a má impressão que você tem da Bia, e você faz a mesma coisa pelo Lourenço.
— Por que você acha que eu tenho uma má impressão da sua irmã? — Ela se inclinou para a frente.
— Você não tem? — Eu estudei a expressão dela com cuidado, mas ela não parecia estar tirando onda com a minha cara. — Não foi pra proteger o seu irmão da mulher que aparece do nada depois de tanto tempo, exigindo um exame de DNA e recebendo um monte de pensão atrasada, que você veio?
Foi o que a Bia me falou no dia anterior, mas pela confusão que tomou o rosto da Mariana, a minha irmã estava enganada. Isso que dava ir na onda dos outros.
— Você entendeu tudo errado — a Mariana confirmou. — Em primeiro lugar, o DNA era esperado. O meu irmão não fez mais que a obrigação em acertar a pensão atrasada, e eu sei que a Biatriz não ficou com o dinheiro. O Lourenço me contou que eles aplicaram tudo para a Alícia sacar depois dos dezoito anos. Não era da sua irmã que eu estava falando quando eu disse que queria proteger o Lourenço.
— Era de quê, então?
— Da Alícia — a Mariana respondeu como se fosse óbvio, me fazendo engasgar com o gole de vinho que eu estava engolindo.
— Da Alícia? Da minha sobrinha, uma criança de nove anos, Alícia? — Eu passei a mão pela boca, depois de me recuperar do acesso de tosse. — Você acha que a Alícia pode fazer mal pro seu irmão?
— Proteger pode não ser a melhor palavra, mas segue o meu raciocínio. O Lourenço vem conhecer a filha, não pode contar que é pai dela e tem uma semana, talvez mais uma ou duas outras visitas, pra causar uma boa impressão na menina pra quando eles contarem a verdade, a Alícia poder gostar, quem sabe um pouquinho, dele e aceitar que ele é pai dela sem ficar magoada por ter sido enganada. Imagina a pressão que ele está sentindo? Quando ele me pediu pra vir, eu não podia me negar. Eu preciso ajudar a Alícia a gostar do Lourenço.
— Olhando por esse lado...
Engraçado o negócio da perspectiva. Você acha que consegue se colocar no lugar da pessoa, mas nunca é possível ter uma compreensão completa do que o outro está passando. Como numa tomografia computadorizada, que mostra a doença, mas só o paciente é quem sabe a intensidade da dor que ele está sentindo. E o Lourenço ganhou mais um pouco (bem pouquinho, viu?) do meu respeito.
— Sua vez. — A Mariana me estendeu a taça, que eu não demorei a voltar a encher, aproveitando e fazendo o mesmo com a minha. — Qual a má impressão que o Lourenço deixou em você que eu preciso afastar?
Eu precisei apoiar a taça no meu joelho para não derramar vinho com a minha gargalhada.
— Você quer dizer além de ter sido preso uma vez por vender drogas, sair da cadeia e ser preso de novo pelo mesmo motivo, levando a minha irmã de quebra?
A Mariana voltou a me encarar com aquele meio sorriso e eu me toquei porque eu estava achando ele familiar: era o sorriso da Monalisa. Se a Monalisa tivesse lábios cheios e fosse sexy e gostosa. Eu aposto que se o Leonardo da Vinci fosse vivo, era ele quem ia pagar uma fortuna para pintar a Mariana.
— É esse o seu problema? — ela me perguntou. — Você acha que o Lourenço pode estar fazendo alguma coisa errada e prejudicar a sua irmã, de novo?
— Não é uma preocupação fora de propósito. E se eu posso ser bem honesto com você? — A minha pergunta a pegou no final de um gole, e ela buscou um restinho de vinho do lábio inferior com a língua.
O gesto tão pequeno, e aparentemente inocente, ameaçou me acordar da cintura para baixo. Eu mandei um recado para o dito cujo se recolher, aquela era uma conversa que merecia a minha atenção total, o que não ia acontecer se eu começasse a imaginar outras coisas que aquela língua era capaz de fazer.
Descer para brincar no parquinho, ia ficar para depois.
— Se não for pra ser honesto, melhor nem ter essa conversa — ela me garantiu.
— Com certeza — eu concordei. — É que eu sou dono de um negócio, eu sei o trabalho que dá. E, em cinco anos, o seu irmão sai da cadeia e já é um empresário super bem-sucedido, dono de um restaurante e dois bares? Me desculpa, mas é um pouco suspeito.
— Eu não sei se você sabe que os meus pais também morreram juntos, num acidente de carro? — Ela tomou outro gole de vinho, esperando a minha resposta.
— Eu sei. — Eu não entendi a mudança do assunto, mas deixei rolar. — A Bia disse que o Lourenço era adolescente?
— Ele tinha dezesseis anos, eu, dezenove e a Alexa, treze.
— Puta, merda! Eu não sabia que você era tão nova.
Eu tinha achado a nossa situação parecida, mas não tinha nada a ver. Eu me imaginei tendo que passar por tudo o que eu passei com dezenove anos, um garoto de faculdade, sem saber nada do mundo. Era impossível me colocar no lugar dela. A barra que ela enfrentou não tinha comparação com a minha.
— Naquela época, o Lourenço era bem diferente. — A Mariana tirou a sapatilha, e colocou as pernas dobradas de lado no sofá, se encolhendo nas almofadas. — Ele não levava o estudo a sério, usava drogas e bebia. O meu pai era militar, muito rígido e cheio de regras que o Lourenço fazia questão de quebrar, uma por uma, e eles tinham brigas horríveis. Depois que os meus pais morreram, o Lourenço jogou aquela rebeldia toda em cima de mim. Eu sei que é horrível falar isso, mas eu odiava o meu irmão naquela época. Eu passei a ser responsável por tudo em casa, larguei a faculdade pra trabalhar e tinha que cuidar da minha irmã, que era praticamente uma criança. Se o Lourenço não queria me ajudar? Tudo bem. Mas que ele, pelo menos, não me desse mais trabalho.
A Mariana bebeu o vinho todo, e eu tentei encher a taça dela de novo, porque ela parecia estar precisando, mas ela não deixou.
— Pra mim chega, obrigada. — Ela trocou a taça vazia pelo copo de água pela metade e continuou. — Nenhuma surpresa pra mim, a primeira vez que ele foi preso. Quando ele foi solto, ele pareceu se acalmar. Ele arrumou dois empregos, dava a impressão de ter tomado jeito, mas eu não conseguia confiar. Era um instinto, alguma coisa me avisando, que o pesadelo ainda não tinha acabado.
— E você estava certa.
— E eu estava certa. — Ela balançou a cabeça, pesarosa. — Foi por isso que, quando ele chegou em Porto Alegre, depois da segunda vez, eu pensava igualzinho a você. Quem fez uma vez, faz de novo, e eu fui contra o tio Rodolfo oferecer as economias dele pro Lourenço, mas eu também não sei te explicar como, nem porquê, mas eu senti o Lourenço diferente. Pode ter sido ficar cinco anos preso, ou conhecer a Alícia, ou os dois, mas ele tinha uma determinação, um foco, que eu nunca tinha visto nele. Em menos de dois anos, ele pagou o meu tio de volta. O que eu posso dizer? Ele tem a cabeça ótima pros negócios.
— Mesmo assim, cinco anos é um tempo muito curto. Você tem certeza que ele não tem um por fora pra dar uma ajudinha financeira?
Ao contrário do que eu esperava, a Mariana não pulou em defesa do irmão, ou no meu pescoço. Talvez fosse o vinho, mas ela estava relaxada e não parecia com vontade de brigar.
— Eu cuido de toda a contabilidade do Lourenço e ele não me ofereceu o trabalho só porque ele me achava capaz e de confiança. Ele queria me mostrar justamente isso, que ele não estava fazendo nada errado. Eu sei tudo que o Lourenço ganhou e gastou nesses cinco anos. Não tem um real que ele investiu nos negócios, que eu não sei a procedência exata. Se a sua preocupação é essa, você pode dormir tranquilo.
A Mariana podia estar mentindo. Aquela podia ser mais uma camada de proteção que ela queria jogar em cima do irmão, mas, naquele momento, ficou óbvio porque ela tinha começado a contar a história lá de trás, da época em que os pais morreram. Se o Lourenço tinha a confiança e a defesa da irmã, ele tinha feito por merecer. O respeito da Mariana precisava ser conquistado, e ela não era do tipo que facilitava. Eu tinha certeza que ela estava sendo sincera comigo.
— Eu acredito em você, e pra retribuir, eu vou afastar as suas preocupações também. — Eu derramei o resto todo da garrafa na minha taça, recebendo o olhar brilhante e interessado dela. — A Alícia é muito fechada, ela expressa os sentimentos com ações, não com palavras, e eu sei todos os sinais dela. Você e o seu irmão? Parece um milagre, vocês chegaram ontem, mas vocês não precisam se preocupar. A Alícia gostou muito de vocês.
— Você está falando sério?
— Sério. A Bia também está de queixo caído. Talvez, esse instinto mágico seja de família e a Alícia puxou você?
— Se for, mais um motivo pra você confiar no meu irmão. — Ela apontou um dedo para mim. Se eu tivesse liberdade com ela, eu teria dado uma mordida naquele dedo. — Você é muito bom com as meninas.
— Elas são tudo pra mim, mas eu acho que pelo drama todo que envolveu a primeira gravidez da Bia, a minha ligação com a Alícia é mais forte. A gente morava aqui, nessa casa, quando ela nasceu. — Eu olhei para a porta que, outro dia mesmo, a Bia tinha atravessado com a Alícia enrolada num cobertor cor-de-rosa, com a mesma expressão que ela costumava ter no rosto naquela época, uma mistura de felicidade e sofrimento que me partia o coração. — Às vezes, quando a Alícia chorava de madrugada, a Bia desligava a babá eletrônica, porque a minha mãe levava o monitor pro quarto dela, e a Bia queria deixar ela descansar, mas eu sempre escutava e ia ajudar. Depois que a Alícia dormia, a gente colocava ela na cama da Bia, e ficava cada um de um lado olhando ela dormir, sem entender como uma coisinha tão pequena...
Eu me interrompi, não por causa do bolo na minha garganta, imagina! Mas a Mariana não devia ter o menor interesse naquele assunto chato. Eu ponho a culpa no traiçoeiro do vinho.
— Essa é a sua ex-esposa? — ela mudou de assunto, se inclinando para a frente, largando o copo de água vazio na mesinha e pegando um porta-retratos que eu tinha tirado junto dos outros enfeites, para liberar espaço. Foi só então que eu reparei que ela tinha colocado tudo de volta, por cima dos papeis.
— A digníssima — eu confirmei, olhando a foto da minha lua de mel, eu e a Camila em frente à Torre Eiffel. Uma foto que estava ali pelo mesmo motivo que eu ainda não tinha reposto os móveis que ela tinha levado, puro desleixo e falta de motivação.
— Vocês eram um casal muito bonito. Pena não ter dado certo.
Não era só eu que estava com a língua solta. Sem o incentivo do vinho, a Mariana séria e discreta de uma hora atrás, nunca teria feito aquele comentário sem demonstrar a mesma falta de graça que avermelhou as bochechas dela ao ficar curiosa com o meu divórcio. Me chama de aproveitador, mas quando eu ia ter outra oportunidade de pegá-la descontraída e calma daquele jeito, e poder desvendar um pouco mais sobre aquela mulher que me fascinava tanto?
— E você? Nunca casou?
— Nunca. — Ela me deu um sorriso triste.
— Não deve ter sido por falta de oferta.
O sorriso triste se transformou numa risada, daquelas em que falta alegria e sobra amargura.
— Obrigada, eu acho foi um elogio, mas não, eu já me conformei que eu nunca vou conhecer o pai dos meus filhos.
— Você quer ter filhos? — A pergunta pulou da minha boca, não porque era inesperado que a Mariana quisesse ser mãe. Inesperado era a mulher linda e interessante falar de casamento e filhos como se fosse uma coisa impossível de acontecer com ela.
— Não é o que toda mulher quer?
— É? — Foi a minha vez de soltar uma risada amarga e irônica. Eu tomei um gole do vinho antes de continuar, apontando para a foto que ela ainda segurava. — A Camila é a exceção, então. Foi por isso que a gente se separou, ela não queria ter filhos.
— E você não sabia, quando casou? — Ela me olhou de lado, desconfiada.
— Eu sabia e eu achava que estava tudo bem, mas eu mudei de ideia. — Eu me sentei mais reto no sofá. Era instintivo levantar todas as minhas defesas quando o assunto era aquele. — As pessoas têm o direito de mudar de ideia, não têm? O que uma pessoa não tem direito é de fazer a porra de uma histerectomia total sem conversar com o marido e...
— Ei! — A Mariana estendeu a mão interrompendo o meu discurso que, talvez, estivesse sendo mais animado que o necessário. — Você não precisa se explicar pra mim. Claro que você tem direito de mudar de ideia. E histerectomia total? Ela é tão jovem, e se ela mudar de ideia também?
— A Camila, mudar de ideia? — Eu ri, de novo, me lembrando das nossas discussões e do ímpeto com que ela argumentava e defendia o direito de não ser mãe. — Mais fácil eu abandonar a medicina e assumir a contabilidade da clínica, sozinho. Não, ela não tem uma célula de instinto materno no corpo. E eu espero que ela seja feliz assim. Só não deu pra gente continuar junto.
— Mas não deve ter sido fácil. — A Mariana largou o porta-retratos de volta na mesinha. — Hoje em dia, as mulheres estão independentes e defendendo tantas conquistas significativas que, às vezes, eu até tenho vergonha de falar que o meu maior sonho é casar e ter filhos. Parece coisa do século retrasado, eu sei, mas foi o que eu sempre quis. Por isso que é um conceito difícil de entender, pra mim, uma mulher abrindo mão de engravidar, por vontade própria.
— Um sonho é um sonho. E você é nova, tem bastante tempo pra realizar o seu.
— Não tão nova, mas eu já me resolvi. Se eu não posso ter o sonho inteiro, pelo menos da parte mais importante, eu não vou desistir. Depois do ano novo, eu vou começar a tomar providências pra ser mãe.
— Eu achei que você ainda não tinha conhecido o pai dos seus filhos?
Apesar do tom de brincadeira, me deu um aperto estranho no peito, mas é claro que ela devia ter alguém em Porto Alegre. Uma mulher como a Mariana só ficava sozinha se quisesse.
Ela se inclinou para a frente com os olhos estreitos.
— Quem disse que eu preciso de homem pra ter filho?
Eu me inclinei na direção dela também e repliquei no mesmo tom atrevido:
— Eu não sei quem explicou pra você de onde vem os bebês, mas parece que ficou faltando uma informação fundamental. — Eu estalei o dedo. — Talvez seja por isso que você não ficou grávida até hoje?
Ela tentou prender o meio sorriso, mas não conseguiu.
— Você é médico, me espanta você não conhecer o método de inseminação artificial.
— Conhecer, eu conheço, mas o método natural é tão mais gostoso, você não acha? — Eu tomei o último gole de vinho, virando a taça sem tirar os olhos da Mariana, que também parecia estar com dificuldade de desviar o olhar do meu.
Ela correu o dedo pelo decote da blusa. De repente, a sala ficou sufocante e quente demais, e não importava quantas mensagens eu estava mandando para o dito cujo inconveniente, ele estava muito interessado em uma participação mais ativa naquela conversa, e da próxima vez que eu me avisasse que o vinho não era uma boa ideia, eu prometia me escutar!
— Está tarde. É melhor eu ir. — A Mariana quebrou o clima, jogando as pernas para fora do sofá e calçando as sapatilhas.
— Eu vou te levar. — Eu estiquei a mão para impedir o protesto que ela ameaçou fazer. — Sem discussão. Eu preciso de um pouco de ar pra espairecer a minha cabeça do vinho.
— Você precisava do vinho pra esquecer dos números e agora precisa de ar pra espairecer do vinho?
— Fazer o quê, mariola? Eu sou um homem complexo desse jeito.
Ela abriu um sorriso inteiro. E se eu achava a Mariana maravilhosa quando estava séria, não existia uma palavra que fizesse jus ao rosto dela transformado por um sorriso.
Eu estava era muito mais ferrado do que eu pensava.
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