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Capítulo 26

♥ Fred ♥

O ser humano é uma raça estranha. Cheio de superstições e manias. E quem sou eu para criticar, né? Acreditando que o nosso caos diário tinha o dedo do destino. Mas tinha uma esquisitice que eu sempre achei mais ridícula que as outras: quando alguém diz que precisa se beliscar para ter certeza que não estava sonhando. Fala sério! Se você estivesse sonhando e se beliscasse no sonho, ia doer no sonho e você não ia saber a diferença, ia?

Mas, naquele momento, entrando na minha casa com a mão da Mariana agarrada na minha, eu deixava oficialmente para trás o direito de rir dos dorminhocos masoquistas, com duas ou três marcas de beliscão ardendo na minha perna.

Não.

Minha mãe me ensinou que mentir é feio.

A verdade era que eu tinha perdido a conta de quantos beliscões eu tinha me dado no caminho da área de lazer até na minha casa e tinha uma chance muito grande de ficar com um roxo na altura do bolso esquerdo da calça, porque eu também não era mané de deixar a Mariana perceber o que eu estava fazendo.

E ainda estava difícil acreditar que eu não estava sonhando e ela estava ali. Que ela tinha aceitado as minhas desculpas (ela não disse explicitamente, mas ela estava ali comigo, porra!). E o melhor de tudo, o que me parecia mais impossível, que ela me amava de volta.

Que diferença uma hora e um pouco de coragem podiam fazer na vida de uma pessoa. Eu tinha acordado um Fred infeliz e desesperançado, e estava ali, rindo igual ao bobo da corte.

Sem soltar a mão da Mariana, esperei ela largar a bolsa em cima do aparador antes de envolvê-la pela cintura com meu braço livre. Ela levantou o rosto de bochechas avermelhadas e testa cheia de gotículas de suor. O peito colado no meu, subia e descia com a respiração pesada e passei a língua pelos lábios, doido para começar a cumprir a promessa que eu tinha feito há dois minutos.

— Eu preciso de um copo de água — ela arfou, quase pesarosa de fazer o pedido.

Com uma gargalhada, soltei a Mariana e a puxei para a cozinha.

— Claro que você precisa. Outra coisa que você precisa, é melhorar a sua capacidade aeróbica antes de desafiar alguém a correr.

— Correr é uma coisa, Frederico. Encarnar o Usain Bolt, é outra.

Andamos até o armário, peguei um copo e depois fomos até o filtro em cima da bancada. Trabalhando juntos, eu coloquei o copo no lugar e ela girou o botão da água gelada. Menos de cinco minutos de relacionamento e já éramos um daqueles casais super sincronizados.

— Eu não vou fugir. Pode me soltar — ela implicou, me sorrindo de lado.

— Você precisa de duas mãos pra segurar o copo? — Soltei um falso suspiro. — Musculação também vai ser bom pra você, mariola.

Ela me ignorou e encostou a borda de vidro na boca. Eu nunca achei que era possível sentir ciúme de um copo, mas desci naquele nível. Enquanto ela bebia a água, coloquei o dedo na testa suada e afastei os cabelos dela para trás, jogando por cima do ombro. Encostei o nariz naquele pedacinho de pele que podia ser pescoço ou podia ser ombro e respirei fundo.

Melhor cheiro do mundo!

Eu tentei me lembrar se sonho tinha cheiro ou se caía no mesmo caso da dor, mas desisti. Não importava se era sonho. Eu só precisava não acordar nunca mais.

— Eu ia te ligar hoje — eu confessei baixinho.

Ela parou de beber água e me olhou.

— Me ligar. — Ela esfregou os lábios molhados um no outro. — Você não cogitou ir conversar comigo pessoalmente?

— Eu não sabia se você queria me ver e preferi começar pequeno. Mas só pra você saber, eu ia rastejar com tanto charme que eu aposto que, mesmo pelo telefone, eu te convencia a me perdoar.

— Talvez. — Ela riu. — Mas com mais de quatro mil quilômetros de distância entre a gente.

— Verdade — eu concordei e ela voltou a beber água. — O seu método dá de dez a zero no meu. Eu não sei como expressar a minha felicidade por você ser tão menos cagona que eu.

Ela afastou o copo da boca, rindo, tossindo e cuspindo água para todo lado. Eu puxei um papel toalha do rolo preso na parede em cima da pia, mas só com uma das mãos não deu para separar uma folha e eu simplesmente continuei puxando até oferecer o papel a ela. Ela tentou se soltar, e quando eu não deixei, largou o copo em cima do balcão, revirando os olhos antes de aceitar e limpar o rosto.

— Eu adoro o seu jeito de falar. Tão romântico! — Ela se aproximou, parando a um milímetro de distância de se colar em mim. — E eu sei como você pode expressar a sua felicidade. Me dando o beijo que você quer?

Foi como se alguém tivesse aumentado o calor da cozinha uns mil graus. Eu dizimei aquele um milímetro entre nós e ela afastou os lábios, soltando um sopro de ar que deslizou pelo meu rosto.

— Não.

— Você está me negando outro beijo? — Ela arregalou os olhos.

— Nem morto. Adiando por alguns minutos. — Comecei a andar em direção à porta, com ela do meu lado. — Você está certa, quando eu começar a te beijar, eu não vou querer parar, e eu tive você em tantos lugares, Mariana. Agora eu te quero numa cama. Na minha cama.

— Você já me teve numa cama.

Chegamos no pé da escada e me virei a tempo de ver a sombra passando no olhar dela. Ela podia ter perdoado, relevado e me entendido, mas não tinha esquecido. E naquele minuto, fiz um pacto comigo mesmo: viver a minha vida fazendo de tudo para que qualquer sofrimento que ela precisasse passar não tivesse origem em mim.

— Aquele dia, não conta. — Subi as escadas de costas, uma mão trazendo ela comigo, a outra apoiada no corrimão para eu não arruinar o clima me estabacando na frente dela. — O que eu quero dizer é que eu quero você sem roupa nenhuma, deitada num colchão macio. Sem pressa. Eu quero decorar cada curva desse seu corpo que me deixa maluco de tesão. Com a mão. Com a língua. Quero beijar cada pedacinho da sua pele até a gente esquecer se é de dia ou de noite. Eu quero fazer amor com você. Transar. Te comer. Tudo que você quiser.

Eu senti, pela curva do corrimão, que era o fim dos degraus e dei mais dois passos, só para ela terminar de subir, antes de parar. Ela estava, de novo, respirando pesado.

— Perdeu o fôlego com a escada? — eu perguntei, mas eu sabia que não era, e deslizei a ponta do dedo pelo contorno do rosto vermelho.

— Essa escada é enorme. — Ela me encarou com os olhos castanhos tomados pelo negro das pupilas dilatadas. — E eu já disse que adoro esse seu jeito de falar?

— Romântico? — provoquei.

— Romance à moda do Fred. — Ela riu. — Parece nome de pizza.

— Isso quer dizer que você também quer me comer? — Usei meu tom de voz mais baixo e rouco.

Sem esperar resposta, até porque ela pareceu não ter nenhuma, me virei para o lugar em que o corredor se dividia entre direita e esquerda, e apontei o lado que ficava na frente da casa:

— Pra lá, fica a suíte principal, mas a gente vai pra cá. — Eu andei na direção oposta.

— Você não dorme na suíte principal porque era onde você dormia com a sua esposa?

— Não. Eu não durmo lá porque a minha ex-esposa... — Fiz questão de me virar para a Mariana e enfatizar a última palavra. — Levou a cama que era dela, e eu achei mais fácil voltar a dormir no meu quarto de solteiro.

O fim da frase combinou com a nossa entrada no meu quarto, e como nós estávamos onde eu sempre quis, finalmente soltei a mão da Mariana. Por sorte, a moça da limpeza já tinha vindo naquela semana, e a bagunça não estava muito vergonhosa. O sapato que eu tinha usado para trabalhar no dia anterior estava no meio do tapete, mas, um chute, e outro chute para o lado, resolveram o problema. A minha roupa branca, também do dia anterior, estava num montinho perto da mesa de cabeceira, não oferecendo risco de ninguém tropeçar nela. Eu tinha deixado a porta do guarda-roupas fechada, e não precisava me preocupar com a zona lá dentro. O móvel que era estante e mesinha de estudos estava organizado, mas só porque, nos últimos tempos, a única serventia dele era impedir a pasta com o meu notebook de ficar no chão, e a cadeira em frente a ele tinha o número aceitável de apenas uma toalha molhada jogada no encosto.

O olhar da Mariana foi direto na minha cama revirada, porque eu fazia parte da seita que pregava pra que estender a cama se você vai deitar nela de novo daqui a pouco?

— Você dormia numa cama de casal quando era solteiro?

— Foi a minha mãe que cuidou da decoração — dei de ombros sem entender de onde vinha a desconfiança.

— E a sua irmã também tinha uma cama de casal no quarto dela?

— Esse é o seu jeito de perguntar se os meus pais eram do tipo que incentivam o filho a pegar geral enquanto criavam a filha pra casar virgem? — Eu virei a cabeça de lado com uma das sobrancelhas levantada.

Ela imitou a minha posição, gesto por gesto, esperando eu mesmo responder à minha pergunta.

— A Bia também tinha uma cama de casal no quarto dela — eu esclareci. — E o motivo era por que ficava mais fácil acomodar as visitas. Quando o assunto era trazer namorada, ou namorado, pra casa, eles eram até conservadores demais.

— Então, você não trazia suas peguetes pra dormir aqui?

— Só quando eles viajavam. — Não deu para segurar o sorriso. Eu nunca fui santo, e aquele quarto já tinha visto cada coisa...

Melhor deixar para lá.

— E eles viajavam muito? — Ela apertou os olhos na minha direção.

— Pelo menos um fim de semana por mês, eles tiravam pra eles mesmos, sozinhos.

O número que ela estava imaginando, devia ser bem maior que a realidade, mas não vou negar que era bom demais ver a Mariana com ciúme, e não fiz a menor questão de corrigir as noções erradas dela.

— E no último mês? — ela perguntou, mas no exato momento que eu entendi que ela estava me perguntando se eu tinha levado alguma mulher ali no meu quarto desde que ela tinha ido embora, querendo saber, na verdade, se eu tinha ficado com outra mulher, ela levantou a mão aberta. — Esquece. Não é da minha conta.

— É da sua conta, sim. — Eu me aproximei e apoiei as mãos nos ombros dela. — Não é novidade pra você que eu fui pra Fortaleza. Então, sabe como é, praia, piscina, um monte de mulher de biquíni...

— Fred!

Ela tentou se soltar, mas eu a trouxe mais para perto, rindo.

— E eu nem sei se alguém me deu bola, porque eu não olhei pra ninguém. — Minha confissão acalmou a gata brava o suficiente para que ela me deixasse abraçá-la. — Mentira. Teve uma morena, que estava de costas e o cabelo dela era parecido com o seu e, por um segundo, eu achei que, por alguma mágica, você tinha aparecido no meu hotel, mas, aí, a bunda murcha dela acabou com a minha ilusão.

Eu terminei de falar com as minhas palmas cheias da bunda da mulher na minha frente, que de murcha não tinha nada. Era arredondada e macia e uma delícia de apertar.

— Você é ridículo, sabia? — Ela passou os braços pelo meu pescoço.

Não tinha mais nada impedindo a gente de dar o beijo que ia começar tudo, mas eu estava gostando da antecipação. E pelo jeito, a Mariana também, porque ela deitou a cabeça no meu ombro, contente de ficar ali.

— Eu não tive ninguém, Mariana. Eu até deletei meu Tinder por sua causa. O meu pau está viciado, só fica duro pra você. Por você — eu sussurrei no ouvido dela. Ela gostava do meu jeito de falar? Que aguentasse. O estremecimento que desceu por ela foi a confirmação que eu precisava. — E você? Quantos caras precisou dispensar nesse último mês?

— Quem disse que eu dispensei os caras?

Minha cabeça levantou mais rápido que míssil sendo disparado, e segurei o queixo dela, virando o rosto sorridente para mim. Rindo, com certeza, da minha cara de pavor de imaginar que ela tinha tentando tirar a prova dos nove dos sentimentos dela por mim com um babaca qualquer.

— É bom, né? — ela me implicou.

— Nem um pouco. — Não era à toa que o povo dizia que pimenta nos olhos dos outros era refresco. O meu estava ardendo que nem o inferno. — Mas eu já devia estar preparado pra suas provocações. Não foi por isso que você usou esse vestido?

— Eu queria te fazer lembrar — ela admitiu, mordendo o lábio inferior.

Não tinha uma ocasião em que a visão da Mariana com o lábio apertado pelos dentes branquinhos não me atingisse feito um raio, o choque de eletricidade levando o sangue todo para o guloso que morava entre as minhas pernas. Não foi diferente daquela vez e eu a virei de costas para mim, jogando a cortina de cabelos negros por cima de um dos ombros, dando um beijinho no pescoço dela só porque eu podia.

— Eu tenho um tapete na minha sala que não me deixa esquecer — eu sussurrei, a ponta do meu indicador descendo pelo ziguezague de tirinhas azuis em direção ao pote de ouro no fim do arco-íris.

— Não é melhor eu fazer isso? — ela se ofereceu na hora que comecei a puxar uma das pontinhas do laço.

— Eu acho que eu consigo.

— Você não está nervoso, hoje?

Eu tive vontade de rir. Será que ela não estava ouvindo as batidas do meu coração? Ou sentido o tremor na minha voz?

— Pra cacete. Mas eu prestei atenção quando você fez da outra vez. — Eu dei uma olhadinha para a janela. A cortina azul clara estava entreaberta, mas o vão entre os dois painéis era pequeno e o tecido não era muito transparente, garantindo que o quarto estivesse iluminado, sem comprometer nossa privacidade.

Eu afrouxei as tiras até ser possível empurrar as alças pelos ombros, deslizar o vestido para baixo, juntar o som das nossas respirações aceleradas com o farfalhar do pano caindo no chão. Ela encostou as costas nuas no meu peito, deitando a cabeça no meu ombro e eu subi as mãos, envolvendo os seios perfeitos nas minhas palmas. Eu amparei o peso deles, meus polegares brincando com os bicos durinhos.

— Eu morri de saudades de você, morena.

— Eu também. — Ela arfou.

E quando eu achei que ela ia virar o rosto e me oferecer os lábios para um beijo, ela me deixou a ver navios, se afastando. Eu só não fui atrás, porque a Mariana rebolando de fio dental era um show que cativava a atenção de qualquer plateia. Aproveitei e dei uma ajeitadinha na situação dentro do meu jeans.

Ela foi até à cama e sentou, tirando as sandálias e empurrando o par para perto do meu montinho de roupas. Depois ela se deslizou para trás, chegando ao meio do colchão, onde acertou o rumo e subiu, indo pousar a cabeça no travesseiro onde eu tinha perdido horas e horas de sono pensando nela. E ali estava ela, como eu sonhei tantas vezes, deitada na minha cama, quase nua a não ser pela calcinha vermelha, um braço dobrado acima da cabeça, a outra mão repousando na barriga, um pé apoiado no colchão, o joelho levemente flexionado. A pele morena parecia brilhar na luz azulada, os cabelos esparramados pela fronha branca e eu parado, de queixo caído e babando pela beleza daquela mulher que me alucinava em todos os sentidos.

— Era assim que você me queria? — ela perguntou na voz mais sensual que eu já tinha ouvido.

— Eu tenho quase certeza que eu disse sem roupa nenhuma. — Nem sei como eu fui capaz de falar, a boca seca, o cérebro em curto-circuito.

— Ah? — Ela levantou a cabeça e olhou para baixo, como se só naquele momento estivesse se dando conta do triângulo de renda entre as pernas. — Vem aqui cuidar disso, então?

— Tudo eu nessa casa!

Com um passo, eu tirei um tênis. Mais um, e me livrei do outro, ao mesmo tempo em que puxava a camiseta pela cabeça. Uma pequena pausa e adeus calça e meias, conseguindo a incrível façanha de manter o equilíbrio. Subi de cueca na cama e engatinhei por cima dela, parando para dar um beijo naquele ossinho do quadril que eu adorava nas mulheres e amava especialmente na Mariana.

— Oi — sussurrei, sem fôlego e sem paciência para esperar outro segundo que fosse para devorar aquela boquinha linda.

Num minuto, eu estava com o meu peito roçando no par de seios mais gostosos do mundo, meus lábios prestes a encostar nos dela. No outro, eu me vi de costas na cama, com a Mariana por cima, segurando minhas mãos afundadas no colchão, ao lado da minha cabeça. Pelo menos, a situação peito com seios ainda continuava igual.

— E aí, Frederico, quem é a indefesa agora?

— Impressionante, mariola. Sem querer desmerecer o seu esforço, só porque eu quero te ajudar a aprimorar suas habilidades ninjas, eu sou mais forte que você. Se eu quisesse, eu saía daqui.

— Com certeza. Mas, se eu realmente tivesse me sentindo ameaçada, essa perna aqui... — Ela apertou o joelho encaixado entre as minhas pernas, e confesso que eu estava tão excitado, tão necessitado de qualquer contato, que o grunhido desavergonhado que me escapou não foi de desconforto. Ela continuou a falar com os lábios encostados nos meus. — Teria feito estrago suficiente pra me dar a vantagem que eu precisava pra fugir.

— Eu achei que você não ia ter peninha de mim.

Foi mais forte que eu. E humilhante. Mas eu me esfreguei na perna dela igual a um pinscher tentando cruzar com a almofada da sala.

— Nesse caso, é do meu interesse manter você em perfeitas condições físicas.

— Que alívio. Eu achei que você estava esperando a oportunidade perfeita pra se vingar.

Ela me olhou com a testa franzida, por vários segundos.

— Sabe que não é má ideia?

Ela me largou e ajoelhou na cama, olhando em volta do quarto.

— Ei! Volta aqui! Eu estava brincando. — Eu tentei puxar a Mariana de volta, mas ela não deixou e engatinhou até a beirada da cama.

— Mas eu não.

Se eu estivesse em pleno uso das minhas faculdades mentais, a afirmação poderia ter me deixado com a pulga atrás da orelha, mas com a bundinha linda virada para o meu lado enquanto ela se abaixava e remexia em alguma coisa no chão, tudo que o Tico e o Teco conseguiram fazer foi compilar uma lista das sem-vergonhices que eu podia fazer com ela naquela posição.

Fui arrancado de uma fantasia especialmente deliciosa envolvendo a Mariana de quatro, a minha língua e um pote de Nutella ao ver o que ela tinha na mão ao se virar para mim com uma expressão vitoriosa. O cinto que estava na calça que eu tinha usado um dia antes.

— Da última vez, foi tudo do jeito que você quis — ela falou devagar, andando de joelhos de volta para onde eu estava. — Eu acho justo, hoje, ser do jeito que eu quiser.

Eu engoli em seco. Se a Mariana achava que uma surra de cinto era o castigo pelo meu comportamento deplorável no Natal, tudo bem, eu ia virar o traseiro para cima e deixar o couro comer. Mas eu já estava lamentando o fim da nossa relação antes mesmo de começar, porque eu nunca fui muito bom com esse lance de dor. Se eu gritava e chorava como uma menininha histérica quando dava uma topada com o dedão do pé, imagina levando umas boas lambadas de cinto? Depois que visse como a minha masculinidade era frágil e delicada, a Mariana, com certeza, não ia querer mais nada comigo.

— Calma, Fred. Eu não vou te bater.

— Não? — A minha voz saiu fina.

Menininha histérica. Eu avisei!

— Não — ela confirmou e eu relaxei no colchão, deixando ela segurar as minhas duas mãos. — Eu só quero garantir que você vai me deixar fazer o que eu quiser com você.

A minha ereção, que tinha se encolhido de medo na hora que eu vi o cinto, voltou a pulsar com tudo quando ela começou a enrolar a tira de couro branco nos meus punhos apertados um no outro. Não era a primeira vez que eu brincava de amarrar na cama, mas era a primeira vez que eu era o amarrado. Eu fiquei quietinho e deixei ela se concentrar em me prender, meu tesão indo à loucura na expectativa do que ela planejava fazer comigo. Uma das coisas que eu mais adorava na Mariana era como ela perdia toda a seriedade e inibição e virava outra mulher quando o assunto era sexo.

E pena que eu não tinha Nutella em casa...

— Droga! — ela xingou, olhando para trás de mim. Eu não precisava me virar para saber a causa da frustração dela. A minha cabeceira era uma peça maciça de madeira. Não tinha como ela me prender. — Lá se vai a minha vingança.

— De jeito nenhum. — Deitei com os braços flexionados em cima do travesseiro, os punhos amarrados repousando acima da minha cabeça. — Se você não quer que eu me mexa, eu não me mexo.

— E você vai aguentar?

Pergunta válida e justíssima. E a resposta era, provavelmente não. Mas se era o que ela queria de mim, era o que eu ia fazer por ela.

— Eu vou fazer o meu melhor — ofereci a promessa que eu me achava capaz de cumprir, o que foi suficiente para ela, que abriu um sorriso satisfeito.

— Hummm, por onde eu começo... — Ela mordeu o lábio inferior e eu fechei os olhos para não dar meu segundo vexame com ela, gozando na cueca por causa do som da voz sexy e da expressão no rosto da Mariana imaginando o monte de possibilidades safadas que ela podia usar para me torturar. — Já sei. Pela camisinha.

Eu caí das nuvens.

— Camisinha, por quê? — Levantei a cabeça. — Você mudou de ideia? Você não quer mais ter um filho comigo?

— Eu quero. — Ela segurou minhas bochechas com as duas mãos, a cortina de cabelos caindo em volta de nós dois, garantindo que minha única visão fosse o rosto carinhoso me encarando. — E essa é uma conversa que vai acontecer, depois. Mas eu queria um tempo com você sem pressão, pra gente se conhecer e se divertir sem a agonia, todo mês, de esperar pra ver se eu estou grávida ou não.

— Quem estava com pressa era você — eu disse com a voz suave para não parecer uma acusação. O que não era. Eu só queria entender.

— Eu sei. E eu ainda estou com pressa. Uns dois, três meses, no máximo?

— Se é o que você quer, Mariana... — Com um gesto de cabeça, eu indiquei a mesinha de cabeceira. — Tem camisinha na gaveta.

Porra! Aquela mulher ia me matar, virando aquela bundinha para o meu lado toda hora, daquele jeito.

— Por falta de camisinha, não, né, Fred? — Ela levantou a mão agarrada a um bolo de embalagens coloridas.

Eu gostava de me garantir, qual o problema?

— Não se preocupa. Tem mais no banheiro.

Ela largou as camisinhas na cama, rindo.

— Olha lá que eu vou te cobrar, hein?

— Eu te deixei na mão alguma vez, mariola? — Assim que terminei de falar, me dei conta da merda que tinha acabado de sair da minha boca. Claro que eu já tinha decepcionado, e muito, a Mariana. E pior, não por falta de camisinha ou de vigor sexual (aliás, que fique bem claro, falta de vigor sexual nunca foi problema para mim!), mas por escolha própria.

— Fred... — ela suspirou e se aproximou novamente, afastando uma mexa de cabelos da minha testa. — A gente não pode deixar aquele dia continuar estragando as coisas boas que podem acontecer pra gente. Você sabe que isso aqui não é uma vingança de verdade, não sabe? É só uma brincadeira. Que a gente pode parar se você quiser.

— Eu não quero parar. — Eu enfiei minhas mãos presas por baixo da minha cabeça, reforçando a minha afirmação. — Você pode se vingar de mim. E aí, a gente fica quite e não se fala mais nisso.

— Tudo bem, mas isso quer dizer que a gente não vai se beijar?

Aquilo ia ser a porra de um dos maiores sacrifícios que eu tinha feito na vida, mas eu assenti, porque eu não ia voltar atrás na minha palavra.

— E se você lembra... — Ela começou a deslizar de joelhos para baixo no colchão, deixando as pontas dos cabelos varrer o meu peito, numa carícia de deixar qualquer um louco. — Você me negou dois orgasmos antes de me deixar gozar.

Ela enfiou os dedos pelo elástico da minha cueca e foi levando junto dela, enquanto continuava a descer. Eu juro que eu senti cada fio de seda escorregando pelo meu pau, pelo meu saco, pelas minhas coxas...

Cacete, eu não ia sobreviver àquela experiência!

— Que tal... — Eu precisei parar, limpar a garganta e começar de novo. — Que tal se, ao invés de você me negar dois orgasmos, você gozar duas vezes antes de mim?

Até porque, eu estava tão duro que um sopro era o que precisava para me fazer jorrar como o Vesúvio.

— Eu acho justo — ela concordou, para a minha felicidade.

— Então, senta aqui na minha cara, senta? — Eu me acomodei melhor, dando espaço a ela de me atender.

— Na segunda vez, quem sabe?

A negativa nem doeu, porque ela começou a tirar a calcinha e quem se importava com qualquer outra coisa?

— Você é tão lindo, Fred. — Ela deixou o olhar passear por mim, e o desejo nos olhos dela fez o meu pau dar um pulo. — Eu precisei me contentar com lembranças por um mês, mas agora, eu posso fazer isso olhando pra você, de verdade.

O isso ficou claro quando ela apoiou uma das mãos atrás dela, inclinando o corpo para trás, abrindo as pernas e acariciando um seio.

Não era possível! Um grunhido, que nem parecia meu, saiu da minha boca no segundo que eu entendi, sem a menor sombra de dúvidas, que a Mariana ia se masturbar na minha frente.

A! Mariana! Ia! Se! Masturbar! Na! Minha! Frente!!!

— Caralho, morena! Isso é covardia!

Sem dar a menor bola para mim, ela desceu a mão e quando o dedo do meio desapareceu na bocetinha mais linda, rosada e molhada que eu já tinha visto... foi demais.

— Puta que pariu! Pro inferno com essa porra!

Pulei da cama e passei os braços pela cabeça dela, a puxando pelos ombros, a jogando na cama e caindo por cima dela.

— Você durou menos de cinco minutos — ela riu, sem fôlego.

— Você fez de propósito, não foi? — Eu nem fiquei chateado pelo esqueminha sujo e provocante. Eu tinha assuntos mais importantes para resolver. — Que se foda. Eu preciso da sua boca na minha.

Ela devia concordar comigo, pois agarrou um monte de cabelo da minha cabeça e me beijou. Mas aquilo não podia ser chamado de beijo. Foi uma explosão. Lábios e línguas e paixão numa batalha feroz por mais. Gemidos descontrolados e dentes se chocando. Eu me encaixei entre as pernas dela, escorregando da umidade que me recebeu se esfregando de volta em mim no mesmo desespero com que eu me esfregava nela.

Mas eu não queria gozar daquele jeito. Eu queria, eu precisava gozar dentro dela! Me virei de barriga para cima, levando ela comigo.

— Camisinha, Mariana! — Desgrudei a boca da dela o suficiente para falar.

Eu ainda estava com as mãos presas e eu podia até tentar colocar a camisinha daquele jeito, só que ia demorar muito e...

— Eu pego... eu...

Acompanhei as mãos desesperadas abrindo o pacote, mas fechei os olhos e respirei pela boca na hora que ela deslizou o látex pelo meu pau latejando, usando um controle que eu não sabia que eu tinha, e só porque eu ia morrer se eu não sentisse ela em volta de mim no próximo minuto...

— Caralho! Caralho! — gritei quando ela se ajeitou por cima de mim e sentou de uma vez.

Eu nunca mais! Nunca mais! Ia fazer nada! Nada! Que pudesse me trazer o risco de não ter aquilo na minha vida para sempre!

Ela era minha outra metade. Minha mulher. Meu agora e o meu depois. O meu depois de depois!

E eu estava tão perdido, queimando num tesão inimaginável, que demorei a perceber que ela estava quietinha demais e abri os olhos.

Ela estava chorando e me levantei, passando os braços por trás dela para não deixar ela cair.

— O que foi? — Eu beijei as lágrimas salgadas na bochecha molhada. — Por que você está chorando?

— Eu só... Eu achei que isso nunca ia acontecer outra vez, e é tão bom... Tão perfeito... — Ela enfiou o rosto no meu pescoço, e me apertou com força. — Não me perde de novo, Fred? Por favor, não me perde de novo?

— Nunca mais, meu amor. Eu te amo. Eu prometo. — Eu nos virei com cuidado, porque era difícil, com a porra dos meus pulsos presos, mas eu consegui continuar dentro dela ao deitar a Mariana na cama, comigo por cima. — Chega de choro, vai? Eu vou te fazer esquecer tudo. E aproveita que é muita curva pra eu decorar e muita pele pra eu beijar...

E foi exatamente o que eu fiz.

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