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1. Ele tinha cabelos cor cereja e nicotina em seus lábios.


Aquele era provavelmente o quarto ou quinto copo de tequila que Luci, minha melhor amiga, sorvia de uma vez só em menos de meia hora, fora todas aqueles drinks de gengibre e os coloridos-hipnotizantes que havíamos experimentado um a um. Cada vez que descia o copo para apoiar no balcão, jogava a cabeça para trás, balançando os brincos bonitos de pena que usava naquela noite.Como ela mesmo repetia, com a voz abafada pela música alta do bar 

— Só se faz dezoito anos uma vez, Ennik.  O aniversário em questão era o meu, ela estava certa "só se faz dezoito anos uma vez", e embora aquela ideia tenha sido o motivador para eu levantar da cama e estar aqui agora, todo aquele álcool fazendo efeito em minha corrente sanguínea só me trazem lembranças de Taehyung, meu ex-namorado, e mesmo que Luci ainda não tenha notado por estar bêbada ou ocupada demais nos lábios bonitos de Park Jimin, estou prestes a ter uma de minhas crises de choro, de novo. 

Eu era idiota por vários motivos, e se listasse todos eles, no topo estaria o nome de Taehyung ao lado da função de namorado. Eu deveria imaginar desde o começo que um garoto como ele, com certeza, seria aceito pelas melhores faculdades do país, mesmo aquelas que ficavam na ponta dele, e longe o bastante daquela cidade irrisória que vivíamos desde a infância, e que parecia uma péssima ideia se apaixonar pelo melhor atleta do time de futebol. 

De alguma forma, eu já esperava que ele fosse embora no momento em que coloquei meus olhos nele, mas evitava pensar nisso porque não imaginava que aquele dia chegaria tão cedo, por quatro anos eu pensei que poderíamos ser infinitos, mas quem eu queria enganar, Taehyung era um ótimo aluno. 

Tinhas notas incríveis, e era monitor de boa parte das disciplinas que estudávamos na escola, obviamente, seu currículo acadêmico era impecável e invejável o suficiente para que ele recebesse cartas de aceitação das universidades mais renomadas do país, e mês passado, quando ele finalmente respondeu à uma delas, eu automaticamente soube que aquele era nosso fim.

 Eu estava no meu último ano no ensino médio, e havia jurado para mim mesma que faria todas as coisas que jamais fiz nos últimos quatro anos que estive ao lado de Taehyung, mas não incluía chorar na mesa de um bar no dia do meu aniversário de dezoito anos, não, definitivamente não havia planejado aquilo.

— Tá tudo bem? —  A voz de Jimin parecia vir de algum plano espiritual, mas ele está bem ao meu lado, a mão apoiada em meu ombro enquanto Luci tentava enfiar a cabeça pela fenda do seu braço para me olhar. — Não é por conta do Kim, é? — Quando ela pronuncia seu nome, as lágrimas insistem em voltar e afundo o rosto na camiseta branca que Park está usando naquela noite, e desejo sumir, pelo menos naquele momento.


[...]


Já passa das duas da manhã, Luci está sentada sobre o balcão de madeira, brincando com os cabelos alaranjados de Jimin, e eu estou tentando me recuperar do último acesso de choro com drinks de Soda e Gelo. Park comentava alguma bobagem sobre instalar aparelhos de som no carro velho de Luci e ela insistia que ficaria com todas as fitas do Nirvana acumuladas na mochila de Jimin caso ele fizesse isso. Estou distraída, brincando com o canudo de minha bebida, quando um grupo de mal-encarados caminham para dentro do bar. 

Pelas jaquetas e todos aqueles patches imagino que sejam motoqueiros que estão cruzando a cidade, garotos jovens demais para pilotarem motos, mas ainda sim, aterrorizantes. Um deles, o mais alto, de cabelos num tom prata, está usando óculos escuros e por mais que seja ridículo usar óculos de sol dentro de um bar, nele, parece excepcionalmente bonito, assim como a jaqueta preta que cai perfeitamente em seus ombros. 

Assim que os avista, Jimin muda drasticamente a postura relaxada e acena com a cabeça para um deles, que o cumprimenta. Os garotos não sentam em nenhuma das mesas do bar, todos entram pela porta vermelha ao lado do palco baixo, enquanto a banda principal toca um cover tosco de Alanis Morissette, Jimin também desaparece depois de beijar Luci uma última vez e escorregar pela porta, descendo as escadas que consegui ver um por um milésimo de segundo, quando me estiquei para ver onde ele iria.

Para onde o Park está indo?  pergunto, enquanto finalizo o meu drink de Soda e vejo mais um grupo de pessoas atravessando a porta vermelha, dessa vez, esquecendo-a aberta pela euforia com que descem os degraus de madeira. — Ele é um dos juízes da luta de hoje. — Luci diz, pegando a última pedrinha de gelo do meu copo e jogando na boca feito bala de hortelã. Pelo visto aquilo só soava particularmente bizarro para mim, o fato do namorado dela ser jurado de uma luta em algum lugar daquele bar

  — Luta? Você tá brincando, né?  Luci sorri, vestindo a jaqueta bonita de Park, que a faz parecer menor do que já é, e pulando para fora do balcão — Você quer ver? Hoje tem uma luta importante  A proposta parece tentadora, ao mesmo tempo que soa extremamente estúpida. Ver caras se batendo não parece a forma mais divertida de comemorar o seu aniversário, mas ainda sim, nas últimas horas tudo o que fiz foi beber e chorar por Taehyung, além de começar com o pé esquerdo os primeiros minutos de meus dezoito anos. — Hmmm, talvez uma olhadinha rápida não faça mal, e tam... Antes que eu possa concluir a frase, Luci me arrasta pelo braço até o banheiro com aquelas luzes horríveis, tem um cara de costas usando o mictório e só então me dou conta de que aquele é o banheiro masculino, embora ele não esboce nenhuma reação aos nos ver entrar. 

— É o seguinte, Ennik... — a voz Luci sai num tom baixo, e estou praticamente lendo através de seus lábios cada palavra que ela pronuncia. — Você não pode comentar sobre isso com ninguém, ok? Só estou te levando lá porque confio em você, isso não é legal, você sabe... —  Ao pronunciar a última palavra, ela olha na direção do cara no mictório, que fecha o cinto rapidamente e sai do banheiro passando por nós. O som está alto o bastante para que ele tenha escutado alguma coisa, e permaneço encarando os lábios de Luci com vestígios de batom vermelho enquanto ela me faz prometer que aquilo morrerá ali. 

Exatamente, morrerá ali junto com a minha dignidade.

Quando Luci caminha até a porta vermelha e abre, há um lance de escadas de madeira bem abaixo e então, outra porta. Ela desce rapidamente os degraus, fazendo barulho com suas botas e cumprimentando um dos caras mal-encarados que estava ali e eu sequer havia notado — E aí, Hobi?  O rapaz sorri para ela, não deixo de notar as mãos machucadas e enfaixadas com gaze quando Luci o entrega duas notas de vinte.

  — Quem é essa aí? — Ele aponta para mim com o queixo. — É uma de nós agora.  É tudo que Luci responde, e ele abre a porta para que nós duas possamos passar. De longe, avisto a cabeleira ruiva de Jimin, sentado em uma cadeira por cima de um amontoado de madeiras, no centro da sala mal-iluminada e com cheiro de mofo, suor e sangue, misturado a sensação quente de um ambiente fechado e cheio, há um ringue, com lona preta e cordas ao redor e há um número surpreendente de pessoas ali dentro. 

Luci e eu escorregamos por uma das brechas entre as pessoas, e tenho certeza que boa parte dos olhos ali estão em mim, e me odeio por ter escolhido aquele maldito vestido rosé agora. O cara de cabelos cor de prata caminha para o centro do ringue, ele está sem os óculos agora e só então noto seus traços asiáticos, nas costas de sua jaqueta as palavras "Mad Man" estão reluzentes, na mesma cor de seus cabelos, ele está falando alguma coisa, mas estou ocupada demais apreciando seus detalhes para prestar atenção nas palavras que escapam de seus lábios bonitos.

Luci está olhando na direção de Jimin, que sequer notou sua presença graças aquela péssima iluminação do local, e quando o discurso do rapaz bonito acaba, outro garoto sobe até o ringue, ovacionado pela maioria dos caras mal-encarados, o que inclui o garoto de cabelos cor-de-prata.

— É ele.  Luci sussurra como se falasse consigo mesma, enquanto seus olhos estão fixos no rapaz no centro do ringue, eu mal consigo ver seu rosto daquela distância, porém é impossível não notar os cabelos verdes que chacoalham a medida que ele caminha ao redor do ringue. As mãos cobertas por faixas brancas, contrastando com as manchas vermelhas provavelmente do sangue do garoto que estava na outra ponta, com os cabelos descoloridos colados ao próprio suor. O rosto angelical completamente machucado, e provavelmente ele havia apanhado muito já que mal conseguia parar de pé naquele momento. — Se o "DiCaprio" aqui não levantar agora, então o Heartbreaker é o vencedor.  Jimin grita, fazendo uma contagem regressiva, e então o som quase ensurdecedor dos gritos daqueles rapazes ecoa pelo lugar.

Foi então que o vi pela primeira vez.

Em meio a toda euforia, gritos e algumas notas jogadas ao ar, ele estava ali. Encostado em uma das pontas do ringue, usando uma jaqueta preta como os outros do grupo, as palavras "Cry Baby" brilhando através do tecido e o sorriso cretino surgindo nos lábios. Quando olhou em minha direção, por um milésimo de segundo, foi como se eu estivesse fora de órbita. 

A sensação estranha se alastrava pelo peito, braços e mãos, chacoalhava os miolos e parecia particularmente errada. Ele tinha nicotina entre os lábios, um olho roxo contrastando com a pele dourada, uma cabeleira de cor cereja completamente bagunçada e emanava aquela certeza de que eu deveria manter distância, sair dali, subir aquelas escadas e pedir um táxi direto para casa, mas naquela noite não consegui tirá-lo de minhas veias, nem de minhas vistas. — Aquele é o Jungkook, ele é o mais novo do grupo e também o melhor lutador, todos aqui o conhecem por Cry Baby.  Luci comentou, antes que eu pudesse ao menos questioná-la, talvez porque o impacto que ele havia me causado estivesse explícito no meu rosto, ou simplesmente porque àquela altura, eu estava começando a derreter. 

— A próxima luta será a dele  Luci sussurrava perto de minha orelha, enquanto meus olhos permaneciam em Cry Baby, e ele certamente também havia notado aquilo.

Em meio a euforia de seu nome sendo gritado de todos os lados, Cry Baby caminha até o centro do ringue, jogando a jaqueta que a pouco cobria seus braços musculosos para um dos rapazes que estão embaixo, e num movimento brusco arranca a camiseta branca que está usando, exibindo a tatuagem de uma rosa vermelha que contorna o ombro e peito, tento não hiperventilar no momento que ele olha em minha direção e sorri, mesmo que eu esteja agarrada a Luci no meio da bagunça de pessoas que nos empurram como bolinhas de ping-pong, sinto que ele pode me ver ali ou talvez esteja sob o efeito do álcool na corrente sanguínea até aquele momento. Jimin autoriza a luta e tudo que vejo em seguida parece em câmera lenta: Cry Baby socando forte um outro garoto, um sorriso coberto de sangue e a certeza de que amores platônicos podem surgir nas ocasiões mais impróprias como aquela.

Cry Baby era uma mistura filha da puta de tudo aquilo que deveria se manter fora do meu alcance, ele emanava perigo e aquela sensação clichê até mesmo para mim, de que causaria problemas facilmente. Agridoce como whisky de mel, e quase inofensivo se visto de longe, mas potencialmente destrutivo ao toque, embora eu estivesse  completamente — certa de que me permitiria ser tocada por ele. É, talvez os drinques de gengibre tivessem atingido diretamente o meu raciocínio.

Quando a luta finalmente termina, decido ir embora. Está quente, estou tonta e o cheiro de suor e mofo parece ainda pior. Atravesso o mar de gente que chacoalha notas para o ar, enquanto Luci me puxa pelo braço até alcançarmos a porta, mas sou puxada para trás num solavanco.

— Ei...

Alguém segura firme minha mão para obter toda a minha atenção. Os meus olhos se voltam para a pessoa parada atrás de mim, fazendo com que meus miolos sejam praticamente mastigados com delicadeza.

É Cry Baby.

O cabelo cor cereja completamente úmido, assim como o abdômen completamente suado que naquele momento, é o único ponto para onde consigo olhar.

— Eu nunca te vi por aqui. — ele diz, deslizando as mãos pelo cabelo bonito e penso que só estou de pé por que Luci está segurando firme meu braço. Não sou capaz de responder nada, abro e fecho a boca dezenas de vezes sem encontrar palavras para dizer.

— Esta é a Ennik, desculpe, ela está um pouco bêbada... Você sabe, não está acostumada a beber. — Luci responde, enquanto eu permaneço no estado de choque.

Ele sorri, ele apenas sorri e sinto como se tivesse sido socada por toda sua gangue.

— Prazer em conhecê-la, Ennik, espero te ver outras vezes.  Ele diz, despedindo-se de Luci com um aceno e voltando para o mar de pessoas logo a frente que o espera.

Eu tava ferrada pra caralho




Design de capa: @relicariodalua 


*Cry Baby é uma one-shot, ou seja, capítulo único. Por enquanto, não pretendo continuá-la. 

*O título Cry Baby foi inspirado no filme com o mesmo nome.


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