C1: "Aquela noite, debaixo do céu estrelado"
As estrelas estavam tão visíveis que não parecia que estávamos na cidade. Era um céu lindo, que nunca vi antes.
Estávamos deitados no gramado do condomínio, olhando o céu estrelado.
- Jimin... - Chamo pelo seu nome, esperando ouvir a voz reconfortante que sempre escuto quando chamo por esse nome.
- Hm? - Ele responde. Sorrio, nervosa.
- Eu posso te contar uma coisa?
- Claro que pode. Não tem nada que não possa me contar. - Ele diz.
- É que eu tenho medo de me zoar. - Digo, com as mãos juntas em cima na barriga, mexendo os dedos ansiosa.
- Eu vou te zoar de qualquer forma. - Ele ri. - Fala, Erina.
- Hm...então...é que...eu... - Deixo de olhar pro céu e começo a ficar mais nervosa quando tento de fato falar de uma vez, como se estivesse embolada com minhas próprias palavras e não conseguisse simplesmente dizer.
- Você o que, garota? Desengasga! - Ele se vira pro meu lado no gramado, apoiado no cotovelo.
- Eu gosto do Yoongi! - Digo ao mesmo tempo que viro pra ele, também apoiada no meu cotovelo, falando tão alto quanto ele. E então tampo a boca lembrando que ele mora no mesmo condomínio que a gente. - Meu Deus, assim ele vai me ouvir.
Olho ao redor rapidamente, tentando ter certeza de que ninguém que não deveria ouviu o que eu disse. Por estar inquieta e com frio, me encolho no lugar e me aconchego na minha jaqueta jeans antes de voltar os olhos para o Jimin novamente.
- É isso. - Digo, com um meio sorriso. - Ele me olha sem dizer nada. Parecendo meio sério. - O que foi?
De repente ele incha as bochechas, como quem está tentando segurar o riso, e explode em risadas em seguida.
- Qual a graça?!
Ele continua rindo sem me responder e se joga de costas na grama de novo. Ele ri tanto que uma lágrima escorrega pelo canto do seu olho e ele rapidamente se livra dele enquanto ri.
- Que exagero, Jimin. É tão ridículo assim? - Digo, cruzando os braços.
- Não, é que você esteve tentando me contar isso fazem dias. E eu estava me perguntando o que era tão louco que você não conseguia me falar. ME falar. Você me fala tanta coisa constrangedora, e não conseguiu ME dizer isso? - Ele diz, se engasgando na própria risada.
- Ah, mas eu tive meus motivos...não tem noção de como eu me senti sobre isso...não sabia como dizer. Estava nervosa. Não sabia o que esperar da sua reação. - Explico, deixando os cabelos escorregarem por cima dos meus ombros enquanto me sento e junto os joelhos ao peito.
- Ai...quase morri. Erina, olha pra mim. - Faço como ele pede, relutante. - Perdão por rir de você.
- Ah...tudo bem. Deixa pra lá. - Respondo.
- Não. Desculpa de verdade se isso te deixou triste. Só achei estranho demais. Qual foi o motivo de estar tão nervosa pra me contar isso? Vai, me diz. - Ele se sente e chega mais perto de mim. - Somos melhores amigos. Você pode me falar.
- Ah...não. Deixa isso pra lá. - Digo, virando o rosto.
- Aaaah, não! Me fala, vai! Eu quero saber. - Ele me sacode por um dos ombros.
- Ah, para de me sacudir. Eu falo, tá bom. - Ele solta meu ombro e eu olho pra ele. - Eu...tive medo de você ficar...triste.
- Por que eu ficaria triste? - Ele sorri com uma sobrancelha erguida, apoiado com os braços pra trás.
- Bom...eu...eu admito que eu...achava que talvez...você...gostasse...de...mim? - Digo, meio que fechando os olhos na defensiva como se uma reação horrível fosse vir dele.
- Você acha eu gosto de você? - Ele repete o que eu disse em forma de pergunta.
- Você perguntando assim me faz parecer maluca.
Ele olha pro céu, sem dizer nada.
- Jimin!
- Oi?
- Não vai dizer nada? Não tem nada a dizer?
- Hm...tenho. Você é maluca. - Ele ri.
- Ah, sinceramente viu... - Digo, me jogando de costas na grama.
Ele deita na grama segundos depois.
- Erina.
- Que foi?
- Você gosta muito dele?
- ...gosto. - Respondo, hesitante.
- Ótimo. Você vai ficar com ele. - Ele diz, confiante como se pudesse mudar tudo ao seu favor.
- Ah, claro. Fácil. - Digo, debochando.
- Você vai. Confia em mim.
Ele olha pra mim após essa última frase, e eu pra ele.
Ele sorri.
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