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Boa leitura🌊
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Capítulo 02
A queda do avião e o sequestro
Depois que o avião teve seu motor ligado, o frio na barriga apareceu, pelo medo e pela expectativa de voltar para casa.
— Tava fazendo o quê por esses lados? — JJ perguntou.
— Eu arrumei um trabalho de guia em São Vicente. E tava procurando peixe. — Jimmy contou enquanto mexia no painel.
— Que tipo de peixe? — Hope perguntou dessa vez.
— Ah, você sabe, o de sempre. — Jimmy disse e Hope revirou os olhos. — Cavala.
Hope percebeu o olhar que John B e JJ trocaram, e deduziu que eles sabiam que alguma não estava batendo com a informação dada pelo piloto, mas ambos garotos ficaram em silêncio.
— Se segura aí, galera. — Jimmy disse colocando os fones. — Vai ter um pouquinho de emoção na decolagem.
Hope fechou os olhos depois de segurar em algumas coisas que estavam penduradas nas paredes e teto do avião. A decolagem foi rápida e Hope agradeceu mentalmente que o avião havia se mantido no ar.
───※ ·❆· ※───
Harrison estava em um casamento com seus pais. Seu primo mais velho estava casando e Hope estaria extremamente animada com o casamento se estivesse ali.
Louis e Camille haviam feito uma pequena homenagem à prima no casamento. Uma foto de Hope foi colocada em uma mesa na entrada da capela, com os dizeres:
“Rezamos para que nossa esperança volte para casa ♥
Hope Louise Stuart”
A ideia da frase foi de Harrison, ele sabia que Hope teria adorado a “piada” com o significado de seu nome. A foto também foi ele quem escolheu. E foi ele quem fez o brinde para os seus primos, brinde que ele e Hope fariam juntos. Depois de todos os brindes, Louis e Camille foram até o pequeno palco montado no enorme jardim da pousada que foi alugada especialmente para o casamento e Louis soltou um pesado suspiro antes de começar a falar.
— Boa tarde, eu e minha esposa gostaríamos de agradecer a todos vocês pela presença. Isso significa muito para nós dois. — Louis disse olhando cada um dos convidados.
— É muito ter todos vocês aqui nesse momento mais que especial, nesse momento mágico das nossas vidas. — Camille disse sorrindo. — Sabemos que a mudança de data repentina assustou todo mundo, mas foi uma mudança necessária não só por nós dois, mas também por toda a família do Louis. — ela disse, segurando a mão de seu recém marido com força.
— Acredito que todos que estão aqui tenham conhecimento do motivo da mudança na data e também da homenagem na entrada da capela e aqui na lateral do palco. — Louis disse segurando o choro. — A essa altura vocês estariam ouvindo minha prima caçula, Hope, falar sem parar sobre o quanto estava animada com o casamento…mas infelizmente, ela não pode estar aqui hoje. E olhar para as mesas cheias e ver o lugar dela vazio dói muito, mas ela não iria gostar de ver chorando por algum motivo que não fosse felicidade.
— Então em homenagem a ela, a primeira música a tocar para o início da pista de dança vai ser Style da Taylor Swift! — Camille disse fazendo as pessoas rirem. — Muito obrigada!
Os dois disseram do pequeno palco em meio uma salva de Palmas e formam até a mesa onde Jake, Blair, Harrison e os avós estavam sentados. Eles abraçaram os tios, o primo e os avós de Louis antes de irem até a mesa onde havia uma foto de Hope e tirar uma foto ali.
───※ ·❆· ※───
Depois de algum tempo voando, quando JJ percebeu que Jimmy não ouviria nada que falassem, ele chamou a atenção dos amigos com um gesto de mão e todos se aproximaram um pouco do loiro para ouvir o que ele tinha a dizer.
— Não tem cavala em setembro. — JJ disse baixo e de forma séria. — Nunca, beleza? Seja quem for, ele não é pescador.
— Vai ver eles apareçam mais cedo por aqui. — Pope disse, tentando achar uma explicação.
— Você acha mesmo? No Caribe? — JJ perguntou com sarcasmo.
— Não, eu já sei o que é. — Sarah disse convicta. — Ele trabalha pro meu pai e devia estar procurando a gente esse tempo todo.
— Tá, precisamos descobrir. — JJ disse e Hope sorriu ao ver a mochila. — Comecem a…
— Não precisa procurar nada, tem uma mochila ali. — Hope disse apontando para a mochila. — Igualzinha a do José Bezerra.
— Foi rápida. — JJ disse sorrindo de lado para a garota, que apenas deu de ombros.
JJ e John B trabalharam juntos para conseguir pegar o que tinha dentro da mochila. Enquanto John B conversava com o piloto, tomando a atenção dele toda para si, JJ abria a mochila com cuidado e via o que tinha ali dentro. JJ pegou um livro, que continha algumas fotos junto dele e colocou no colo de Hope, logo ele, Pope e a garota mexiam nas coisas tentando ver quais pistas aquilo continha e o que elas queriam dizer.
Assim que leu o título do livro, Hope se lembrou de uma história que seu pai costumava contar a ela e Harrison, a história de El Dorado, uma cidade de ouro perdida. Hope e Harrison passaram anos brincando de expedição a El Dorado com seus primos e amigos, Hope conhecia aquela história de trás para frente e também se lembrava de algumas coisas no diário de Denmark Tanny sobre a cidade de ouro, ela havia decorado algumas coisas de lá que falavam sobre o assunto. Mas ao ver a foto que caiu de dentro do livro, seus olhos se arregalaram levemente.
— O Coastal Venture. Meu Deus. — Sarah disse assim que viu a foto nas mãos de Hope. — É o barco que a gente tava, com o Eberhimi e a cruz.
— Então ele tava procurando a gente? — Cleo perguntou.
— Tava.
— Ele trabalha pro meu pai. — Sarah disse e o avião sacudiu em seguida.
— Ai, galera, se segurem em alguma coisa. Porque vai ter uma turbulência pesada agora. — Jimmy falou e todos se seguraram.
— Gente, seja o que for. Parece que vai acontecer rápido. Olha. — Kiara disse olhando pela pequena janela do avião.
— Parece Barbados. Eu tive lá com o Terrance. — Cleo disse.
— Beleza. — JJ disse baixinho. — Nós somos sete e ele é só um. — ele continuou. — Vocês sabem o que eu acho, vamos assumir o controle.
— Tá, e quem vai pilotar o avião, imbecil? — John B perguntou
— Eu já vi o Pope no simulador. — JJ argumentou.
— Eu já pulverizei uma lavoura pro meu tio no verão. Mas isso não é a mesma coisa. — Pope disse olhando JJ.
— Olha, não é a hora de cogitar essa opção. — Kiara disse.
— Você tem outra ideia? — JJ perguntou à garota.
— A gente tem que pensar em algo seguro, JJ. Estamos a metros de altura da terra, mar, ou o que seja. — Hope disse e o garoto assentiu, parecendo pensar melhor.
— Por que não esperamos ele aterrissar em um lugar seguro? E aí a gente foge, e se alguém tentar mexer com a gente, partimos pra cima. — Pope sugeriu.
— Beleza. — as meninas falaram.
— Eu gosto de partir pra cima. — JJ falou sério.
— Guarda isso. Guarda e fica tranquilo. — Hope pediu, vendo JJ assentir.
JJ e John B usaram da mesma ideia para guardar o livro e as coisas na mochila. JJ estava tentando fazer tudo da forma mais rápida e imperceptível possível enquanto John B conversava com Jimmy, desviando a atenção dele do amigo. Mas o plano deu errado. Jimmy acabou virando o rosto e vendo JJ mexendo na mochila.
— Opa, peraí. O que vocês estão fazendo? — Jimmy perguntou enquanto largava a direção do avião e ia pra cima de JJ.
— Merda. — Hope murmurou quando o avião começou a perder controle.
— Pilota esse avião!
O avião começou a cair durante a discussão. Os adolescentes pediam desesperadamente para que Jimmy voltasse a pilotar o avião, mas ele não os ouvia e continuava discutindo com JJ e John B. Quando Jimmy retomou a direção do avião já era tarde demais e o avião caiu na água costeira, bem a beira da cidade. Os sete adolescentes caíram um por cima do outro com o impacto, mas felizmente todos estavam bem.
A água começou a entrar no avião com rapidez e logo eles estavam quase submersos. Eles foram até a saída e John B abriu a porta com pressa, dando de cara com um grupo de guardas correndo na direção de onde estavam.
— Vamos sair daqui antes que afunde. — JJ disse olhando para Hope, e puxando ela pela mão.
— Ah, merda. Eles não parecem nem um pouco amigáveis. — John B disse ao ver os guardas.
— Não, nem um pouco amigáveis. — Pope disse atrás do amigo.
— A gente tem que ir, vamos. — John B disse deixando que Cleo e Sarah fossem antes dele. — Vai, Pope.
— Sua vez, Hope, vamos. — JJ chamou. — Vem, Kie.
— Eu tô indo, vai na frente. — Hope disse ao namorado.
— Saiam antes que afunde. — JJ disse para as duas.
— A gente não pode deixar ele aqui. — Kiara disse para Hope, que pensava o mesmo que ela.
— Eu vou me arrepender profundamente disso. — Hope murmurou antes de ir ajudar Kiara, ignorando os chamados de Sarah e dos outros.
As duas garotas foram até o homem que estava desacordado. A porta mais próxima estava fechada e as duas garotas precisaram fazer muita força para abri-la, quando conseguiram abrir a mesma, Hope ajudou Kiara a carregar Jimmy para fora do avião, mas ele era pesado mesmo com as duas o puxando pela água.
— Falta pouco. — Kiara ofegou. — Falta pouco.
— Vai ficar tudo bem. — Hope ofegou tentando não engolir água.
As duas nadaram mais um pouco ao chegarem na praia, e assim que seus corpos estavam em contato com a areia, elas soltaram o homem e apoiaram as mão na areia respirando fundo e tossindo um pouco. Algumas pessoas vieram ajudar e elas se aproximaram de Jimmy.
— Obrigado. — Jimmy disse para as garotas.
— Você mentiu pra gente. — Hope disse irritada.
— Quem é você? — Kiara exclamou.
— Ah, meu Deus. — Jimmy disse ao ver os guardas chegando. — Vocês têm que sair daqui. Vão embora, agora!
— Kie, vamos! — Hope falou pegando a mão da amiga sem tirar os olhos dos guardas.
Kiara e Hope saíram dali correndo e se esconderam entre dois barcos. Elas ficaram em silêncio, torcendo para que não as vissem, mas em questão de instantes, um dos oficiais as viu. Kiara socou seu nariz e elas saíram de onde estavam.
— Elas estão aqui! — um dos homens gritou.
Kiara foi pega, mas Hope conseguiu se soltar. Ela não queria deixar a amiga para trás, mas Kiara gritou que ela corresse e quando outro dos oficiais correu na direção dele, Hope olhou Kiara uma última vez e começou a correr o mais rápido que conseguiu.
Ser baixa e pequena tinha suas vantagens, entre elas estava sua habilidade em passar com mais facilidade pelo meio das pessoas e era isso que Hope fazia naquele momento. Assim que saiu da praia, Hope viu o centro comercial mais “rebuscado” da ilha, as pessoas que andavam por ali usavam roupas caras que Hope reconheceu de longe a qualidade das mesmas.
— Desculpa. — Hope disse depois de esbarrar em uma pessoa e cair no chão junto da mesma. — Desculpa mesmo, aqui. — ela disse entregando a carteira da mulher e a bolsa para ela. — Adorei a combinação que você quer montar com essa bandana, mas tenta com a preta, combina mais do que a branca, olha.
— Tem razão, obrigada. — a mulher disse.
— Ali! Achei ela! — Hope arregalou os olhos ao ver dois oficiais correndo até ela.
— Merda.
Hope voltou a correr, sem se importar com os esbarrões. Quando estava quase chegando em uma bifurcação da rua onde estava, um dos guardas entrou em sua frente e colocou a mão na arma que tinha na cintura. As pessoas que estavam em volta se afastaram assustadas e Hope olhou para os lados antes de correr pelo mesmo caminho que tinha usado para chegar até ali. Mas poucos metros depois, um dos oficiais apareceu de repente e pegou Hope pela cintura.
— Me solta! — Hope gritou enquanto se debatia nos braços do oficial. — Você não pode fazer isso, me larga! Sequestro é crime! Me larga, seu animal!
— Fica quieta, ou vamos fazer isso do jeito difícil. — o homem falou segurando ela com força.
— Meu pai é policial, ele vai acabar com vocês! — Hope exclamou enquanto ela levada até o mesmo carro onde Kiara estava.
Assim que Hope foi colocada dentro do carro, Kiara a puxou para perto e elas foram levadas até um lugar extremamente protegido e bonito, mas assim que notaram o tanto de seguranças no local, as esperanças de uma fuga começaram a escapar de seus dedos.
Os guardas as levaram para dentro, segurando seus braços e as forçando a andar até a entrada de uma casa. As garotas foram recebidas por uma governanta, que ficou apenas olhando em silêncio para elas. Hope olhou a casa e não pôde deixar de ficar curiosa em ver cada um dos artefatos que aquela elegante e, ao mesmo tempo, simples casa continha.
— Leve elas lá para cima, ao quarto Orinoco. — a governanta disse ao guarda ao pé da escada.
— Por aqui. — o guarda disse pegando as meninas pelo braço. — Subam.
O guarda as colocou dentro do quarto e elas o encararam por alguns segundos.
— Por que a gente tá aqui? — Kiara perguntou. — Pra quem você trabalha?
— O jantar é às 20h. — o guarda disse irredutível. — É melhor se arrumarem.
— Fala o que vocês querem! — Hope exclamou enquanto o guarda fechava e trancava a porta em seguida.
Kiara e Hope olharam todo o quarto, prestando atenção aos detalhes. Hope parou em frente ao guarda-roupa e passou a mão pelos vestidos presentes ali. Tinham quatro tamanhos de vestido na cor vermelha e quatro na cor preta, os vestidos eram exatamente iguais, mudando apenas a cor deles.
As duas revezaram no banho e depois colocaram os vestidos. Hope vestiu o preto, enquanto Kiara vestiu o vermelho. As duas ficaram deitadas na cama, esperando que alguém aparecesse e as tirasse daquele quarto. Depois de esperarem durante longos minutos, as duas escutaram uma batida na porta e se sentaram depressa na cama, ficando de pé ao ouvirem a porta ser destrancada.
— Ele está esperando por vocês. — a governanta disse para as meninas.
Hope e Kiara decidiram apenas seguir a governanta sem a encher de perguntas. Mas ambas andavam lado a lado, prestando atenção em tudo. Elas entraram em uma sala, onde viram um homem de costas pegando bebida.
— Ah, com licença. — Kiara disse enquanto ela e Hope entravam na sala.
O homem se virou na direção delas e assim que Hope e Kiara viram Rafe Cameron parado em frente a elas, as duas se olharam confusas.
— Eu sabia que você e o Ward estavam por trás disso. — Kiara acusou.
— Do que você tá falando? Estão tentando se meter no meu negócio? — Rafe disse, também em tom acusativo.
— Olha, porque vocês não param de se acusar? Tá na cara que nenhum de nós três tem a mínima noção do que tá rolando aqui. — Hope disse se colocando entre Kiara e Rafe.
— Eu me perguntei se o reencontro de vocês causaria alguma tensão. — um homem disse no outro lado da sala, nenhum dos três havia o notado ali antes.
— Quem é você? — Rafe perguntou.
— Eu? — o homem perguntou e Hope revirou os olhos. — O meu nome é Carlos Singh. — a surpresa era nítida no rosto de Hope, ela conhecia aquele nome.
— É um prazer te conhecer, Sr. Cameron. — Singh disse. — E a vocês, Srta. Carrera e Srta. Stuart, peço desculpa pela forma grosseira como as trouxeram. — ele falou olhando as garotas, notando Hope levar a mão até o machucado em seu braço. — Mas, por favor, venham. Sentem-se. Podem vir, eu não mordo. — Singh disse olhando para eles por cima do ombro.
Hope, Kiara e Rafe se olharam e então as meninas seguiram para dentro da sala, com Rafe logo atrás delas.
— Forma grosseira? Mas e eu? — Rafe perguntou confuso.
— Eu tenho certeza que ele não te sequestrou. — Hope resmungou, fazendo Rafe a olhar com o cenho franzido.
— Você me enganou. — Rafe disse ao homem.
— Sim, Sr. Cameron. O falso pretexto. — Singh disse enquanto se servia de uma bebida. — Mas creio que os fins justificam os meios. Sente-se, nós temos muito o que conversar.
— Por que estamos aqui? — Hope perguntou sem esperar que Singh pensasse em se pronunciar.
— Bom, Srta. Stuart, Srta. Carrera, Sr. Cameron, temos muitos interesses em comum. Objetivos. — Singh disse.
— Isso não é sobre a cruz. — Rafe disse sem paciência.
— É, sim. — Singh disse sorrindo. — De certa forma, é sobre a cruz. Mas é também sobre algo muito maior do que a cruz. Por ordem de grandeza, é o fim de uma grande missão. — ele disse olhando para um quadro. — Sabe, a lenda diz que há 450 anos atrás um soldado espanhol saiu da Bacia do rio Orinoco com algumas pepitas de ouro. E quando perguntaram ao soldado de onde haviam vindo as pepitas, o soldado disse que as ganhou de uma aldeia indígena pacífica que vivia em uma cidade de ouro. El Dorado. E pelos próximos 450 anos, as pessoas tentaram encontrar esse ouro. Tentaram. Conquistadores, cavaleiros, capitães de navios, tribos, nações inteiras. Lutando entre si numa corrida pelo fim do arco-íris. Milhares de vidas perdidas devido a febre do ouro. E cabe a mim…cabe a mim completar a missão…
— Desculpa interromper, mas será que você pode acabar logo com esse discurso motivacional? — Hope perguntou irritada. — Vai direto ao ponto, a gente não tem mesmo pra onde ir. Aproveita que você sequestrou nós duas e enganou o senhor aqui do meu lado e fala logo o que você tem pra falar! Esse papo de: “Cabe a mim acabar com esta busca e bla bla bla” é irritante e cansativo.
— Hope… — Kiara falou baixinho.
— Vossa Excelência quer nossa ajuda, certo? Então fala logo o que você quer e deixa a gente comer alguma coisa! Palavras não alimentam e eu passei dois meses em uma ilha deserta sem comida de verdade! — Hope exclamou irritada, fazendo Rafe e Kiara segurarem a risada. — Obrigada.
— Bem, vocês três…vocês três terão um papel nisso. — Singh disse, cortando a última parte de seu discurso decorado. — E então, Srta. Carrera? Tem interesse em história?
— Eu prefiro o futuro. — Kiara disse simplesmente.
— Aí, eu não ouvi nada do que você disse. Quanto tempo vai ficar filosofando? — Rafe perguntou também irritado.
— Vocês são bem diretos, não são, Sr. Cameron e Srta. Stuart? — Singh disse apontando para os dois.
— Já que percebeu isso, aproveita e fala logo o que você precisa de mim e da Kiara. — Hope disse cruzando a perna.
— Eu acredito que vocês e seus amigos estão com uma coisa que pode me ajudar a conquistar o que eu quero. — Singh informou.
— E o que é? — Kiara perguntou com calma.
— Um manuscrito antigo. — Singh disse. — Um diário, na verdade. — ele prosseguiu, e as meninas trocaram um olhar rápido, ambas já haviam percebido onde Singh queria chegar.
— Eu não faço ideia do que você está falando. — Rafe reclamou.
— Olha, isso é ridículo. A gente não sabe de diário nenhum. — Kiara disse e Hope assentiu.
— Então como descobriram que a cruz estava no Royal Merchant? — Singh perguntou e Hope soltou um suspiro.
— Queríamos muito ajudar, mas não podemos. — Kiara disse simplesmente.
— Esperava que não falassem isso. — Singh disse olhando as meninas de forma séria. — Porque, infelizmente, eu não acredito em vocês.
— Aí já é um problema seu. — Hope resmungou bem baixinho.
— Vocês e seu amigo não achariam a cruz sem ele. — Singh disse se referindo ao Rafe.
— Ele não é nosso amigo. — Kiara disse.
— Ai, olha aqui. — Rafe disse irritado. — Isso é ridículo, tá? Eu tô fora. — ele disse se levantando e indo até a saída. — Não sei nada sobre esse diário, então…
— Eu pareço um idiota, Sr. Cameron? — Singh perguntou enquanto Rafe voltava para dentro da sala, após ser cercado por um segurança. — Eu pareço um idiota? O senhor tem a cruz. Ela e os amigos já estiveram com ela. Então alguém aqui tem o diário.
— Já pensou na hipótese de termos recebido informações externas para conseguir achar a cruz? — Hope falou fazendo todos a olharem. — Não éramos somente nós que estávamos atrás da cruz, sabe, Sr. Singh?
— Informações externas? — Singh perguntou e Hope assentiu.
— Estávamos em lados opostos na busca. — Hope falou olhando para Rafe. — Muitas coisas aconteceram, achamos muitas coisas por acaso e outras no meio das pesquisas que fizemos. Você pegou as pessoas erradas, nenhum de nós tem esse diário ou ao menos já viu ele. — ela disse por fim.
— Poderão ir embora quando eu tiver o diário. — Singh disse de forma irredutível.
Os três foram levados até o quarto onde as meninas já haviam ficado algumas horas antes. O próprio Singh os acompanhou até lá, fazendo questão de mostrar que os três saíram de lá apenas quando ele soubesse do diário.
— Aproveitem minha propriedade durante a estadia. — Singh disse. — Eu só vou avisá-los. Minha paciência não é infinita. Vocês tem um dia. Vão até a janela para uma demonstração. Acho que vão gostar.
Singh disse saindo do quarto, deixando que trancassem os mais novos logo em seguida. Rafe foi até a porta para tentar abrí-la.
— Eles não vão abrir. — Hope disse indo até a janela.
Hope e Kiara afastaram um pouco as cortinas e observaram enquanto os guardas levavam Jimmy para algum lugar.
— Quem é esse cara? — Rafe perguntou.
— Jimmy Portis, foi ele que tirou a gente da ilha. — Kiara disse ainda olhando pela janela.
— Foi ele que entregou a gente. — Hope completou.
Singh apareceu pouco depois, olhou para eles na janela e mostrou a arma em sua mão antes de caminhar até o lugar onde Jimmy estava, já fora do alcance dos olhos dos três jovens. Em questão de segundos, Rafe, Kiara e Hope se assustaram com o barulho de um tiro. Os três engoliram em seco e ficaram com os olhos focados na janela por alguns segundos.
— Esse diário…aí, não mintam. — Rafe disse para as meninas. — Não mintam pra mim. Esse diário tá com vocês? Kie?
— Não. — Kiara respondeu olhando diretamente para Rafe.
Hope se afastou da janela e andou até o banheiro, fechando a porta do mesmo e vomitando o que nem tinha no estômago. O medo de não conseguir rever sua família, de não conseguir sair dali viva a atingiu como um soco no estômago e sua ansiedade começou a marcar presença. Ela se sentou no chão do banheiro e colocou a cabeça entre as mãos.
A porta se abriu pouco depois e Kiara entrou se abaixando em frente a amiga e apenas segurando suas mãos e dizendo que tudo ficaria bem. Quando ela estava mais calma, Rafe se aproximou meio sem jeito delas e respirou fundo.
— Eu vou tirar a gente daqui, eu…eu prometo. — Rafe disse e Hope o olhou.
— Como eu sei que posso confiar em você? Como eu sei que você não vai tentar se livrar da gente na primeira oportunidade? — Hope perguntou segurando a vontade de chorar.
— Eu prometo pra vocês, eu vou ajudar vocês, a gente vai sair daqui. — Rafe disse colocando a mão no joelho de Hope, mas retirando a mão dali em seguida. — Eu sei que minha palavra não vale muito pra vocês duas, mas eu vou ajudar vocês.
— Você vai ajudar nós duas e os nossos amigos também. — Hope disse. — A gente não sai daqui sem eles.
Oi Pogues, como vcs estão?
Foram dois capítulos pra vcs bem rapidinho, agr só na semana q vem.
O que acharam do capítulo? Estão gostando?
Quem aí viu o edit q eu postei de um "What If?"?
Vou deixar o link da playlist da trilogia Bad Reputation liberada no meu mural pra vcs!
Espero que tenham gostado, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante.
Bjs, Ana!
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