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8| EXPERIÊNCIAS

A luz clara resplandeceu sobre o rosto e fez brilhar a visão dos olhos fechados de Becca, despertando-a da escuridão que estava. Tudo era intensamente e demasiadamente claro, ocultando qualquer coisa que estivesse em sua frente. Não via nada e por um momento, pensou se teria ficado, de alguma forma, cega.

Ela buscava nas memórias algo que pudesse justificar onde estava. Mas foi em vão, não se lembrava de nada. O último flash que tinha era de que segurava um arma e a apontava para a cabeça de um guarda que clamava em dor.

Seu braço doía. Uma dor escaldante que parecia estar dando choques por todo seu corpo. Tentou mover suas mãos, mas levou um tempo até perceber que isso não seria possível. Algo impedia o movimento, como se a gravidade tivesse travado uma luta contra a vontade da menina de levantar a mão e estivesse vencendo o combate. Becca fazia força, mas nada parecia adiantar.

— Rebecca — uma voz ecoou em seus ouvidos, chamando-a. — Fique calma. — se tratava de um homem. Um homem que soava cansado, tanto física, quanto psicologicamente.

Uma imagem se formou diante de seus olhos quando ela se virou para o lado. Cabelos crespos, castanho-escuros e íris claras como o mel, que destacavam seus olhos num rosto com uma pele morena e lábios que formavam um sorriso. Eric, ela pensou. Então a claridade começou a ir embora, pintando um vulto que se movia de um lado para o outro. As lembranças agora estavam ficando mais claras, e a voz de um homem que ela odiava tocava como um disco travado em sua consciência. Atirem, repetia, enquanto as imagens que via iam ficando mais nítidas.

— Fico feliz que tenha acordado, senhoria Lancaster — disse White, com seu sorriso largo e os dentes brilhantes.

Não parecia o mesmo. O que quer que Eric tinha feito ao homem definitivamente o alterara. Ao invés do branco que usava a todo o momento, usava um terno onde havia uma mancha escarlate que brilhava contra a luz do lustre acima de todos. O vermelho também coloria seu cabelo, antes branco como a pele de uma princesa de contos de fada.

Becca sentiu a fúria contaminando-a e queria, a todo custo, avançar naquele homem e o estrangular com suas próprias mãos até que a vida se esvaísse por entre os dedos. Mas não podia fazer isso. Percebeu que havia uma fita preta que enrolava seus pulsos e os prendiam virados para baixo em uma cadeira de metal.

— É para isso que deixou essas duas cadeiras então? Para nos amarrar e nos matar? — perguntou ela, rangendo os dentes.

— Não exatamente. Veja, até segundos atrás, eu não tinha conhecimento de que a senhora cooperava com Eric Montenegro. As duas cadeiras estavam aí para que Eric — White dirigiu o olhar de Becca até a cadeira ao lado, onde estava o menino, amarrado assim como ela — estivesse na posição que está nesse momento e para que eu me sentasse ao lado dele enquanto propunha uma conversa. Pelo visto terei que ficar de pé durante o diálogo. — disse, entre risadas secas.

— Eu vou matar você — rosnou Eric.

— Veja bem, Sr. Montenegro. O senhor me disse isso quando estávamos em seu dormitório e pelo o que pude notar, ainda me encontro de pé.

— Dessa vez não estou blefando. Grave estas palavras: você irá morrer.

— Palavras, palavras — respondeu ele gesticulando debochadamente com as mãos. — Você age como se tudo que dissesse fosse se tornar realidade. Se quer tanto me matar, por que me deixou vivo no dormitório?

Houve um silêncio e Rebecca se perguntou se havia algo que Eric não havia lhe contado.

— Porque tive pena de você — respondeu Eric por fim.

— Ora — White riu como se Eric tivesse lhe contado uma piada. — Você me entretém. E por que você teria pena de mim?

— Você sabe o porquê — retrucou Eric, lançando-lhe um olhar que pareceu atingir o homem como um tapa na cara.

— É absolutamente extraordinário a forma como o senhor se mantém preso a assuntos finalizados.

— Não é sua culpa, White. Você está cego e não percebe o que está fazendo.

— Eric, do que você está falando? — perguntou Becca, que, até o momento, tinha permanecido calada. Apenas observava o peso que as palavras que saiam da boca do menino atingiam o homem.

— Ele sabe do que estou falando. Apenas nos solte, White, e nos deixe ir embora. Não deixe seus sentimentos te enganarem.

As palavras entravam e giravam na cabeça de Rebecca. Do que ele estava falando? White não parecia ser o tipo de pessoa que tinha sentimentos além de escárnio e desdém por outra pessoa.

— Eric, não me faça fazer de novo o que fiz no dormitório. Subestimei sua habilidade, mas não permitirei que isso aconteça de novo — havia fúria em seu olhar e Becca percebeu os dedos dele se fechando em formado de punho

— Por favor, White — pediu Eric novamente. — Não precisa fazer isso.

— Eric, pare de falar — pediu Rebecca, observando a raiva fazendo o punho do homem de branco tremer.

— Sugiro que ouça sua amiga — respondeu White. — Não quer que as coisas fiquem feias, quer? — ele se aproximou perto o suficiente para que os rostos dos dois ficassem a um dedo de distância.

— Apenas escute o que estou te dizendo. Pense com a cabeça, não com o coração.

White não disse nada. O sorriso que esboçava desapareceu, deixando surgir um ódio repentino. Era algo diferente de tudo o que Becca já tinha visto. Algo extremamente perverso e puramente mau.

A mão do homem moveu-se lentamente até seu terno. De lá arrancou algo, que Becca não pôde identificar até que o objeto estivesse  totalmente exposto e uma lâmina prateada brilhasse.

No cabo do canivete haviam desenhos que Rebecca não conseguia decifrar o que eram. Pareciam rabiscos entalhados no metal, mas nada que mostrasse um significado a menina.

White passou lentamente a lâmina no pescoço de Eric, e Becca sentia que seu coração ia saltar do peito. Suas mãos de moviam, mas ela não conseguia sair do lugar de onde estava. Observava enquanto Eric respirava descontroladamente e White o encarava com o olhar carregado de uma ira profunda.

Ele moveu o canivete pela parte de cima da farda que cobria o peito do menino, parou-o quando a ponta encostava em seu coração e disse, entre um sorriso maléfico:

— Sabe, existe um ponto onde você consegue perfurar o centro do coração de um homem com apenas um golpe. É bem aqui — moveu o canivete e Eric soltou um gemido de dor. Becca percebeu que enquanto falava, White afundava um pouco mais a ponta da arma no peito do menino.

— Se quer me matar, faça logo. Não tenho medo de você — disse Eric, lutando para manter a voz firme.

— Ah, minha cara criança. Não se preocupe, pretendo feri-lo de outra forma.

A mão do homem se moveu rápido como o vento e Becca apenas teve tempo de observar enquanto a lâmina brilhante, refletindo a luz clara que acendia o ambiente, se enterrava em um só golpe dentro de sua perna, rasgando o tecido da calça que usava e pintando o chão branco com sangue. 

Rebecca gritava e se debatia enquanto o choque tomava conta do corpo de Eric, que observava a cena imóvel. White realmente tinha feito aquilo, tudo porque ele não soube calar a boca.

A lâmina estava enterrada na coxa da menina enquanto o homem de cabelos claros observava a dor e as lágrimas brotando nos olhos e na voz da garota que tentava ao máximo se soltar das fitas que a prendiam, indefesa, na cadeira.

— SEU DESGRAÇADO — ela berrava enquanto se movimentava para frente e para trás.

— Para — falou White, baixo, enquanto movia sua mão até o cabo do canivete. Rebecca pareceu não ouvir. Ao invés disso, insistia gritando desesperadamente. — PARA! Ou eu giro.

Rebecca congelou e observou. Eric viu o medo tomar conta nos olhar da menina, que encarava White com os olhos arregalados e com lágrimas escorrendo deles. Merda, ele pensou. Foi culpa minha.

— Ótimo. Obrigado, senhorita Lancaster — disse White, num tom calmo, como se tudo o que estivesse acontecendo fosse completamente normal.

Então arrancou de uma vez o canivete da perna de Rebecca, que gritou novamente. A voz desesperada dela dava a Eric calafrios.

— Observem agora, vocês dois — disse White, abrindo os braços como se estes fossem as asas de um anjo. — O milagre do chip. A nova raça de humanos que o Homem pretende criar.

Ele apontou para Rebecca e Eric pôde ver que a dor já estava indo embora. As lágrimas ainda marcavam o rosto da menina, mas ela já não gritava mais, ou se debatia. Ela simplesmente observava o ferimento em sua coxa. Uma mistura de choque com medo tomava conta de seu corpo, Eric sentia o corpo trêmulo e por mais que lutava, permanecia imóvel, estático.

— Rebecca? — chamou Eric, quase sem voz, preocupado com o pior.

— Sumiu... — foi tudo o que ela respondeu, a voz quebrando-se.

— O que sumiu?

— A dor. Ela... simplesmente sumiu.

— Não, Rebecca, é só a adrenalina. Fique calma, vai ficar tudo bem — ele tentou procurar palavras que a consolasse, mas não conseguiu. Tudo estava acontecendo rápido demais.

— Não, Eric — ela disse, ainda com a voz fraca. — Você não entende. A dor... sumiu.

Um silêncio se instaurou depois disso. Eric não sabia mais o que dizer. Rebecca parecia muito bem para alguém que tivesse acabado de ser esfaqueado. A cabeça do menino se encheu de dúvidas. O que ela queria dizer com "sumiu"? O que diabos estava acontecendo?

A quietude foi quebrada com o riso arrepiante de White. Ria igual uma criança indefesa, como quando Eric assistia aos desenhos na televisão.

— Eu disse a você, Eric — apontou para o menino. — Disse que havia muita coisa que não sabia sobre o chip.

— Do que você está falando?

— O chip fortalece o ser humano que o obtém. Faz com que este fique mais forte, imude aos efeitos da radiação e a algumas doenças.  No entanto, existe uma forma diferente de chip em que eu e o Homem temos trabalhado. Este será destinado aos guardas e deixará, além de tudo o que eu disse anteriormente, o ser humano mais ágil e acelerará o processo de cura do corpo.

O sorriso do homem chegava a incomodar Eric. Ele parecia realmente feliz em relação a tudo o que dizia.

— Está dizendo que o corte que você fez na perna da Rebecca... cicatrizou?

— Não, mas cicatrizará. Só mais alguns segundos e a pele dela irá se regenerar mais rápido do que a pele de uma pessoa que não tem o chip.

— Mas... — começou Rebecca, a respiração descontrolada — Achei que nós tínhamos rejeitado o chip.

— Esta é apenas uma história que eu inventei para brincar com Eric. Obviamente eu não tinha como saber que ele escaparia e viria atrás de você. Mas foi bom que a senhorita veio com ele. Eu, infelizmente, perdi sua crise no meio da multidão e não tive tempo de te procurar para lhe contar a verdade.

Ninguém disse nada. As palavras entravam pelos ouvidos de Eric com uma velocidade inacreditável e sua mente não conseguia compreender tudo de uma vez. Ele sentia-se enjoado e cansado. Queria simplesmente ir embora de uma vez ou acordar deste pesadelo infernal que nunca parecia ter fim.

— Há um tempo, o Homem anda tentando modificar o chip original, afim de criar guardas que não seriam vencidos tão facilmente por jovens rebeldes como vocês — White continuou, sem demonstrar sentimento alguém no rosto pálido. —  Quando enfim chegamos ao protótipo perfeito, concluímos que este precisaria ser testado antes de ser introduzido nos guardas.

— O que está querendo dizer? — perguntou Eric, confuso, ao mesmo tempo que ansioso.

— Que vocês dois, Rebecca Lancaster e Eric Montenegro, foram experiências concluídas com sucesso.

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