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3| VIDA LONGA AO HOMEM

O lado de fora estava um caos. Jovens falavam demasiadamente e num alto volume, o que fazia com que Becca quisesse soca-los um a um, para que calassem a boca. E como se não bastasse, alguns dos adolescentes que estavam naquele lugar ficavam a correr para lá e para cá a buscar os rostos das pessoas que conheciam. Risos, choro e toda a forma exagerada de afeto era liberada ao ar, deixando a menina com um desejo profundo de nunca ter saído daquele dormitório. Ao menos lá, fazia-se silêncio, pensou.

Becca nunca fora boa de interagir com as pessoas, mesmo no colégio, onde era obrigada a conviver com elas todos os dias. Nunca foi uma pessoa que demonstrava sentimentos da mesma forma que os outros faziam, e eles demoravam a entender isso, fazendo com Becca passasse a maior parte do tempo sozinha. Não que ela se importasse com isso. Para ela, era muito melhor viver só do que ter ao seu lado pessoas em quem ela nunca poderia confiar.

Confiança, aliás, era uma das poucas coisas que ela um dia deu para alguém. Muito menos para homens. Desde que seu pai partiu, ela se fechara completamente para um outro homem em sua vida, assim como a mãe, que escolheu morrer só.
Ela era a única pessoa que Becca realmente confiava e a radiação a levou embora, deixando a menina completamente sozinha, lutando com os próprio medos.

A gritaria a trouxe para a realidade e a deixou ainda mais nervosa com toda aquela euforia e sentimentalismo.

Quando os guardas a chamaram no dormitório, Becca os acompanhou, de boca fechada, na esperança de descobrir onde estava. Mas falhou. Aparentemente naquele local não havia nenhuma forma de vista com o mundo lá fora. Eram apenas paredes imensas, fechadas no ponto mais alto por um teto de gesso branco, onde ficavam as luzes resplandescentes e os dutos de ar.

Assim que chegou ao local onde seria servido o almoço, ela percebeu que o lugar onde estava era sem dúvidas maior do que imaginara. O refeitório era grande o suficiente para abrigar uma cidade inteira. Tinha dois andares, com mesas relativamente grandes, pintadas de um cinza bem escuro e presas ao chão, espalhadas para todo canto.

O segundo andar, que era onde Becca estava, contava com uma espécie de sacada interna, que mostrava todo o andar debaixo. Eles eram quase iguais, exceto pelo fato de que no piso inferior haviam muitas pessoas, enquanto o segundo andar estava completamente vazio, exceto por Becca e o guarda ao seu lado.

Na parte fechada do telhado, candelabros acesos brilhavam uma luz branca e contribuíam para iluminar todo o ambiente, juntamente com o imenso teto de vidro negro,  que embora não permitisse a entrada de tanta luz solar, enfeitava o alto do ambiente. Mesmo sem saber onde estava, concluiu que se tratava de um local muito bonito.

— Sente-se lá embaixo. O sr. White quer falar com todos os jovens.

Becca obedeceu, e desceu as escadas boquiaberta, visualizando o ambiente onde estava. Era tudo tão lindo e grande.

Assim que chegou ao andar debaixo, avistou rapidamente uma mesa vazia. Começou a andar até ela, mas quando estava perto foi barrada por uma garota com cabelos negros e longos. Seu olhar era triste e desperado ao mesmo tempo, mas fora isso, Rebecca concluiu que ela era linda. Sem pedir permissão, colocou as duas mãos trêmulas, uma em cada ombro de Becca e perguntou, a voz desesperada de quem prende um choro histérico:

— Você viu minha irmã? O nome dela é Emily. Ela tem cabelos curtos e pretos e usa óculos redondos. Fomos separadas quando chegamos e eu não a vi desde então.

— Sinto muito, eu não a vi — respondeu Becca, retirando devagar as mãos da menina de seus ombros.

— Por favor, ela é idêntica a mim. Somos gêmeas. Tem certeza que não a viu? — Becca percebeu que os olhos castanhos da menina estavam cheios de lágrimas.

— Não... me desculpe — ela disse, sem graça.

Lágrimas escorreram dos olhos da menina, que saiu correndo e sumiu na multidão de jovens antes que Becca pudesse dizer algo.

Ela olhou novamente para a mesa vazia e notou que agora não estava mais do mesmo jeito, e sim cheia com três meninas que conversavam. Sobre a mesa estavam bandejas com uma comida que tinha uma aparência estranha, mas era devorada pelas 3 pessoas lá sentadas.

Sua barriga roncou. Quando fora a última vez que comera? Olhou ao redor e avistou uma mulher que entregava as bandejas com comida que estavam sobre um balcão de granito. Atrás, havia uma porta que ocultava de Becca seu interior.

Ela caminhou até a mulher e pegou uma bandeja para si. Procurou novamente uma mesa para se sentar e percebeu que todas estavam cheias, exceto uma, que estava ocupada por um garoto de cabelos crespos, colorados por um castanho escuro, que comia sua refeição em silêncio e cabisbaixo.

Becca andou até lá e quando chegou, perguntou:

— Posso? — apontando para o lugar vago na frente do menino.

Ele levantou a cabeça e assentiu, sem dizer nenhuma palavra. Seus olhos eram da cor do mel e provavelmente os mais bonitos que ela já vira algum dia. Era um menino negro com músculos fortes e ao mesmo tempo mostrava-se reprimido e tímido.

— Algum problema? — ele perguntou, olhando para ela novamente. Foi então que ela percebeu que estava parada o encarando.

— Não — respondeu, baixo e se sentou.

Becca começou a petiscar sua comida. Aquilo não caía bem em seu estômago e ela concluiu que não era apenas a aparência daquela refeição que não a agradava. O gosto era como se algo lá estivesse podre. Você precisa comer, Rebecca. Caso o contrário irá morrer de fome. Entenda que essa é sua vida agora, pensou, e, com muito esforço, continuou a comer.

A gritaria e o alvoroço permaneceram durante muito tempo, mas ela já não os ouvia. Ficou pensando em tudo o que aconteceu em sua vida até aquele momento, de como tudo aconteceu muito rápido desde a explosão. A morte da mãe, a ascensão do Homem, o chip e de repente, lá estava ela, sentada em uma mesa com um garoto que ela nunca vira antes.

De repente todos se calaram. Fez-se um silêncio mortal, e Becca foi capaz de ouvir o barulho de um sapato tocando o chão com passos fortes que ao longe, se aproximavam do refeitório em que estava. Ela sabia de quem se tratava, mas mesmo assim, se virou para olhar para ele.

— Senhoras e senhores — disse o homem de branco olhando por cima na sacada que ela há pouco estava. — É um prazer ter todos vocês aqui.

Mesmo de longe, ela via que em seu rosto havia a frieza que ela conheceu em sua sala. Estava parado com suas roupas brancas e um sorriso estampado no rosto e ela percebeu que todos o olhavam de uma forma estranha, sem falar absolutamente nada, como se fosse algum deus.

Ela se virou novamente para seu prato. Não queria olhar nos olhos azuis e frios daquele homem.

— Gostaria de ter a atenção de todos, por favor. O que vou falar é muito importante.

Ninguém disse nada, mas Becca pode sentir os olhos do homem sobre ela.

— Todos, senhorita Lancaster — disse ele.

Ela se virou e olhou para o rosto dele novamente.

— Ótimo — disse, ainda olhando para ela. — Venho aqui para comunicar a todos que a saída de vocês desse lugar está marcada para amanhã de manhã.

Aquilo surpreendeu Becca, não achava que fosse sair daquele lugar tão cedo.

— Vocês irão à um laboratório, onde farão apenas um simpels exame para confirmar se o chip que fora introduzido em vocês funcionou como o planejado. Se a Introdução foi um sucesso, estarão livres para ir embora e viverem suas respectivas vidas no mundo lá fora. Caso a Introdução tenha sido um fracasso — seus olhos se voltaram para Becca e a encararam como nunca tinham feito antes —, bem... veremos como deverá ser procedido. Obrigado a todos por terem cooperado e por terem se mantido fortes o bastante para passar por tudo isso. O Homem e eu imaginamos o quanto deve ter sido doloroso.

— Tanta mentira... — sussurrou alguém atrás de Becca. Num ímpeto, a garota se virou na tentativa de encontrar a pessoa que sussurrara, mas nada, apenas deu de cara com o menino que se sentara na mesa antes dela. O olhar dele estava preso em White, sem qualquer expressão aparente.

— Seguro em minhas mãos — disse o homem na sacada, levantando algo que, a princípio, Becca não conseguiu identificar. Parecia um tipo de controle remoto —, a segurança e liberdade de vocês. Agradeçam ao Homem por criar algo tão magnífico. Quando apertar este botão, o chip será ativado e começará a fazer efeito em vocês.

Becca sentiu um frio na espinha. Sentia que algo não estava certo.

— VIDA LONGA AO HOMEM — gritou White e pressionou o botão do mecanismo que segurava.

Todos pularam e gritaram de alegria. Sorrisos contaminaram o ambiente que anteriormente se mantinha num silêncio profundo.

Becca, então, sentiu sua nuca queimar, não do mesmo jeito que sentira seu rosto quando acordara. A nuca realmente parecia estar pegando fogo. Ela gemeu de dor e sentiu seu estômago se embrulhar de novo, de um jeito ainda pior.

Tocou o pescoço com os dedos e quando o fez, sentiu que era como se os tivesse colocado em lava pura. A dor era aguda e começou a se espalhar por todo o copo. Sua visão entrava em lapsos de escuridão, conforme ela se levantou e se pôs a andar para longe daquela multidão. A cabeça latejava como se levasse marteladas. Tudo o que ela ouviu foi alguém perguntando se ela estava bem e sem responder, Becca correu em direção à uma porta que indicava ser o banheiro, sem antes perceber que o menino que estava sentado com ela na mesa também demonstrava dor em seu rosto.

Ao entrar no banheiro, correu até o vaso sanitário e vomitou toda a comida que tinha em seu estômago. Depois, se encostou na parede da cabine e, sentindo a dor se esvair lentamente, completamente aterrorizada com o que tinha acontecido, Becca concluiu duas coisas em sua cabeça: a primeira era que havia algo muito errado com ela. E a segunda é que White tinha alguma coisa a ver com aquilo.

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