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20| O HOMEM (pt.2)

Nina corria na velocidade da luz.

Pelo menos era o que aparentava a ela. Quando abriu os olhos, se forçou a engolir um grito. Tudo passava rápido e parecia um emaranhado de sombras. Ainda assim, Nina conseguia ver cada detalhe claramente. Via cada lasca no tronco de cada árvore. Cada falha no asfalto. Cada papel abandonado nas ruas. Cada cor de cada carro. Ela sentia como se estivesse num voo eterno e que nada a pudesse parar.

— Nina! — a voz de Oliver a fez sair de seu devaneio. — Chegamos!

Ela sentiu seus pés congelarem e no segundo seguinte estava com o rosto grudado no asfalto. Quando se levantou, reprimiu a si mesma por ter se deixado cair, resmungando baixinho.

— Você está bem? — perguntou Oliver, correndo até ela.

— Estou — ela respondeu, batendo as mãos em suas roupas para que a sujeira saísse.

— Tem certeza? — ele repetiu a pergunta.

— Tenho sim. Estou ótima — ela respondeu, forçando um sorriso.

— Estamos aqui, pessoal! — exclamou Eric.

Ele estava parado olhando para o céu. Naquela altura já havia anoitecido e a noite deixava mais escuro as manchas de sangue no rosto e nas roupas deles. As estrelas enfeitavam o céu azul-escuro como glitter em uma cartolina e a lua brilhava de uma forma como Nina nunca havia visto antes.

À frente deles estava Orquídea, aparentemente intocada desde que partiram de lá. Nina sentiu um arrepio subindo em sua espinha. Como um lugar só pode trazer tantas lembranças ruins? Foi lá onde Rebecca quase a matou, foi lá onde ela matou os guardas e foi lá onde sua irmã foi levada.

— Becca falou que a trilha começava na floresta do outro lado.

— Como tem tanta certeza de que a trilha ainda está lá, ou que ainda não estejamos indo para mais uma armadilha? — perguntou Oliver.

— Não tenho. Provavelmente haverá uma armadilha a nossa espera lá. Mas eu prefiro me arriscar e encontrar Rebecca e Emily.

— Eric está certo, Oliver — disse Nina. — Precisamos terminar com tudo isso. Se existe alguma chance de Emily estar viva, temos que descobrir onde achá-la.

— Só estou dizendo. Talvez não seja totalmente seguro confinar numa simples memória — ele disse, pondo-se a andar, passando por trás de Orquídea, rumo a mata.

— O que está insinuando? — perguntou Eric. Nina começou a sentir uma pontada de raiva na voz dele.

— Que, talvez, apenas talvez, você tenha se confundido e que no meio dessa mata não haja acampamento algum. Talvez White esteja lá, com Rebecca. Quem sabe? Talvez até mesmo o Homem esteja lá.

De novo, pensou Nina.

— Você acha que eu não pensei nisso o bastante? Acha que é o único que tem a habilidade para supor coisas? — Eric disse, totalmente furioso. — Quer saber, Oliver? Já estou cansado dessa sua forma de agir. Estou farto dos seus chiliques todas as vezes que alguém diz algo que você não gosta.

— Meninos... — ela começou, mas sua fala foi interrompida por um berro vindo de Oliver.

— Quer saber o que eu acho?! — ele dizia, as veias saltando do pescoço e o rosto se tornando vermelho como tomate. Nina não pôde evitar sentir o coração bater um pouco mais acelerado. Oliver era extremamente atraente quando estava nervoso. — acho que a única razão por estarmos envolvidos nisso é por sua culpa. É um péssimo líder que toma razões precipitadas e confia em evidências rasas. Não sei o que Rebecca viu em você.

Ao mesmo tempo, Eric gritava:

— Minha culpa? Como ousa dizer isso? Você entrou nessa porque quis! Não me lembro de ter lhe chamado para essa briga.

— Meninos... — Nina tentou, novamente. Aquela situação já estava tirando do sério. Todas as vezes que os dois discutiam era como se um fósforo se acendesse dentro dela e fizesse seu corpo pegar fogo.

— Eu tive escolha? Não me lembro de ter escolhido isso quando vocês me amarraram naquele refeitório, logo após ter apontado uma arma para minha cabeça.

— Não faz ideia do que já havíamos passado. Não sabe de metade do que fala. É apenas um menininho com medo de sangue que pensa que age feito um homem.

Nina explodiu.

— CHEGA! — quando gritou foi como se sua voz se elevasse a níveis sobre humanos.

Os dois meninos foram arremessados para longe como se pesassem gramas. Atingiram o chão e depois olharam para ela com um olhar de choque estampado no rosto.

— Vocês não percebem que isso não ajuda em absolutamente nada? Vocês estão brigando entre si como duas crianças pelo mesmo pirulito.

— N-Nina... — gaguejou Oliver, aterrorizado.

— Não! Cale a boca. Estou farta dessas discussões sem propósito algum. Cresçam, os dois. Temos uma ameaça muito maior do que a imaturidade e intolerância entre vocês — as palavras saíam de sua garganta como fogo da boca de um dragão.

— Nina, olhe para trás — dessa vez foi Eric quem falou, igualmente espantado.

Foi apenas quando ela virou a cabeça que entendeu o motivo de todo o choque. Haviam pedras, muitas delas, pequenas, no entanto, flutuando atrás dela. A areia do chão havia se levantado e formado uma espécie de gigante. Por fim, o que mais assustou a menina, havia um carro suspenso no ar, as portas arreganhadas e os vidros quebrados, com os cacos igualmente no ar, apontados em direção aos meninos.

— Meu Deus... — ela falou e como se tivesse sido a deixa, tudo caiu no chão novamente, fazendo um barulho muito alto. Ela se virou para os meninos, sem acreditar no que acabara de ver. — Como?

— Não sei. Conforme você foi falando, as coisas começaram a levantar do chão — Eric respondeu.

— E seus olhos... — começou Oliver.

— O que tem meus olhos? — involuntariamente suas mãos se moveram até tocarem o rosto. Imagens assustadoras de olhos sangrando começaram a bombear sua mente.

— Eles estão bem. É só que... Estavam azuis.

— Meus olhos já são azuis, Oliver...

— Eu sei, mas dessa vez estavam mais cintilantes e claros

— Mas... — ela parou no meio da frase, lembrando-se dos olhos de Oliver no laboratório. Eles se tornaram azuis quando o guarda estava gritando.

— Sei que está discussão está maravilhosa, mas precisamos ir. Precisamos encontrar Rebecca — disse Eric, levantando-se do chão e se virando para Oliver. — Me desculpe por dizer aquelas coisas a você. Não deveria ter feito isso.

Com um aperto de mão e um abraço entre os dois. Eric, Nina e Oliver se puseram a andar, contornando Orquídea até chegar à trilha que Eric havia dito.

Todos puxaram um ar e, juntos, puseram-se a andar, floresta adentro, sob a luz do luar e o vento frio vindo da natureza.

Estou chegando, Em, disse Nina em sua mente. Estou chegando até você.

Estava escuro, mas a luz da lua ajudava um pouco com a iluminação, possibilitando Eric de enxergar sem muitos problema. A trilha era gigantesca e parecia que nunca iria acabar. Era basicamente um caminho infinito de pedras pequenas onde, dos dois lados, haviam árvores e mais árvores. A cada passo que dava ele ouvia o som das folhas secas se quebrando. O barulho, que lembrava a ele o som de ossos se partindo, dava arrepios em sua espinha.

— Fala muito ainda, Eric? — perguntou Nina, a respiração alterada demonstrando cansaço.

— Não deve faltar. Estamos seguindo essa trilha há muito tempo — na verdade, ele não sabia há quanto tempo estava lá. Minutos? Horas? — Devemos estar chegando.

Eric já estava se cansando. Sentia as pernas fracas e rezava para que elas não cedessem tão cedo. A respiração estava desregulada e o suor escorria por sua testa, molhando novamente o sangue que havia se secado na batalha do laboratório.

Ele sentiu o peito apertar. O simples fato de se lembrar de batalha e imaginar Rebecca sendo levada por White. Imaginar o sorriso no rosto dele, feliz por ter vencido. Imaginar ele a levando até o automóvel no andar de cima e o trazendo para cá. E o pior: imaginar as coisas horríveis que ele e o Homem poderiam estar fazendo com ela enquanto indefesa ou desacordada.

Ele ainda se culpava por aquilo. Devia ter prestado atenção nela, cuidado dela. Devia tê-la ajudado como prometeu que faria. Devia ter estado com ela.

Rebecca foi a segunda mulher com quem Eric estabeleceu uma relação de confiança desde que tudo começou. A primeira foi sua mãe e quando esta morreu, ele sentiu que uma parte de sua alma havia sido arrancada com garras de ferro, que perfuravam seu peito, dia após dia e levava uma parte de seu coração embora. Por muito tempo se culpou pela morte da mãe e a dor que isso lhe causava o fazia desejar morrer junto com ela. Pensar que isso poderia acontecer novamente com Rebecca causava arrepios em sua espinha. Não iria deixar que acontecesse. Custe o que custar.

— Gente, olhem ali — a voz de Oliver fez diluir o devaneio. — O que é aquilo? — ele perguntou, apontando para uma sombra escondida entre duas árvores.

Nina e Eric se aproximaram do menino. Conforme andava, Eric viu que sombra que Oliver apontava era, na verdade uma placa. Forçando ao máximo a visão, ele conseguiu ler o que ela dizia. Havia um risco numa das palavras e uma frase escrita com o que parecia tinta spray. Ao terminar de ler, Eric sentiu medo e raiva ao mesmo.

Acampamento  ̶L̶a̶n̶g̶f̶o̶r̶d̶   CRUEL
Bem-vindos, sobreviventes, à revelação final.

— Isso quer dizer que estamos no caminho certo — disse Oliver.

— "À 300 metros" — leu Nina.

— É agora — disse Eric. — Nós vamos até lá e vamos matar esse cretino.

Com isso ele se pôs a correr, ainda seguindo a trilha. Não olhou para trás, mas sabia que Nina e Oliver estavam atrás dele. O sangue em suas veias queimavam como lava e ele sentia lágrimas de fúria, feitas de água fervente, escorrerem pelo seu rosto. Ele iria salvá-la. Iria salvar o amor de sua vida.

Eric apenas parou de correr quando deu de frente com uma cabana simples. Era pintada num tom escuro que, por estar apenas iluminava pela luz fraca do luar, Eric não conseguia reconhecer qual. Havia uma janela no topo da residência e uma espécie de sacada em frente a uma porta de vidro de duas folhas, sustentada por toras de madeiras coloridas com a mesma cor da casa. Havia uma pequena escada que levava até a porta, fazendo Eric deduzir que aquela era a única entrada na residência.

Sem pensar duas vezes, Eric se pôs a andar, a ansiedade tomava conta de sue corpo, causando-lhe tonturas e fazendo seu coração bater incrivelmente rápido. Conforme se aproximava viu que havia enfeites nas paredes como duas bonecas de mãos dadas, uma maior que a outra, penduradas e um desenho torto de um coração com as iniciais R.L & I.L pintadas dentro, aparentemente feito pela mão de uma criança há muito tempo.

Quando chegou até a porta, a respiração completamente fora de seu controle, notou que havia uma folha de papel grudada com fita crepe no vidro. Nela, haviam os dizeres, em letras escuras e garrafais:

ESTÃO PERTO, SOBREVIVENTES. APENAS UM PASSO.

Foi então que ele começou a ouvir as vozes de seus amigos que gritavam seu nome, furiosos.

— Eric — disse Nina. — Quer parar de agir dessa forma e me ouvir?

— Me desculpe... Eu estava...

— Perdendo a cabeça, eu sei — ela interrompeu. — Olha, eu não estou com um bom pressentimento. Talvez não devamos entrar aí.

— Nina, precisamos. É nossa única chance...

— Me escute! — ela sua voz subiu uma oitava — Não acha que isso está muito fácil? O que pensa que vai acontecer? Entramos aí e damos de cara com White? Com o Homem?

— Nina, nós temos que arriscar. É a única chance de encontrarmos Emily...

— Não é a única chance! Não percebe? É exatamente isso o que eles querem. Emily não está nesta casa, muito menos Rebecca.

— Nina, olha...

— Não, Eric. Pare e pense no que estou lhe dizendo.

Ele fez. Percebeu que realmente parecia loucura. Estava tudo muito fácil. O guarda, a trilha, a placa, a casa e a porta com o bilhete. Alguém desesperado não arriscaria.

— Tem razão. Me desculpe — ele disse, abaixando a cabeça e caminhou com ela até Oliver, que havia parado no fim da trilha e observado tudo.

— Precisamos pensar em algo que nos ajude a encontrar elas. Algo seguro para nós — disse Nina. — Mas não consigo pensar em nada.

— Talvez seja porque não há nada para pensar — uma voz surgiu do além e embora Eric não pudesse ver, sabia exatamente quem estava falando. — Francamente! Ajudei da melhor forma que eu consegui e mesmo assim vocês escolhem ignorar tudo e "pensar em algo mais seguro"?

White apareceu na janela no topo da casa. Estava com o mesmo sorriso de sempre no rosto e usava o mesmo terno perfeitamente branco. Sua cabeça estava do lado de fora e ele observava os jovens.

Uma fúria tomou conta de Eric e por um instante ele pensou em entrar naquela casa e arremessar aquele homem janela abaixo.

— Não me digam que estão surpresos em me ver — disse ele. — A essa altura, esperava que vocês fossem mais inteligentes.

— Nós sabemos de tudo, White. Tudo sobre o chip — gritou Eric. — Somos mais espertos do que você imagina.

White riu sarcasticamente.

— Quer dizer então que Theo falou demais? Bem, é uma pena. Ele era um dos nossos melhores soldados.

— Onde ela está? — perguntou Nina.

— Se refere a quem, senhorita Maldonado? À Rebecca ou à sua irmã?

— Às duas — ela respondeu, a voz saindo trêmula.

— Terá que entrar para descobrir — White falou.

— Fique esperando — disse Oliver.

— Ah, Oliver... Eu ficarei.

Então ele estralou os dedos. Depois disso tudo aconteceu muito rápido. Eric apenas viu guardas saltando da mata e correndo na direção dos jovens com seringas nas mãos.

Nina gritou e Oliver clamou o nome da menina. Eric testemunhou os dois caindo contra o chão, segundos após os guardas esperarem seus pescoços com as seringas. Seus olhos se fecharam e seus peitos murcharam com um último suspiro.

Eric estava imóvel. Os músculos duros feito pedra. O sangue subitamente parou de correr em suas veias e ele pôde jurar que não havia mais batimento alguém dentro de seu corpo. Ele não podia fazer nada, além de sentir a picada da agulha dentro de seu pescoço e sucumbir ao chão e apagar, olhando o riso diabólico do homem de branco que destruíra sua vida.

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