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17| SAUDADES MINHAS?

Becca estava voando. As asas douradas que saíam de suas costas batiam ao ar, fazendo-a levitar. Sentia o vento bater em sua face e se sentia liberta. O ar era puro e cheirava a flores, ela sobrevoava tudo e sentia feliz. Seu sorriso era sincero, coisa que já não acontecia havia muito tempo.

Ela voava sobre a cidade que vivia sob a luz do sol. E nada era devastado, tudo era normal. Pessoas andavam, conversavam, riam. Mães passeavam com seus filhos em carrinhos. Crianças brincavam alegremente no parquinho. Pessoas passeavam com animais pelas ruas. Tudo era bom. Becca chegou a pensar que tudo o que vivera era apenas um sonho ruim e que agora que havia acordado, tudo estava do jeito que estava antes.

Então ela sentiu uma friagem vindo ao seu redor. A luz solar esvaiu-se e uma escuridão pura foi tomando conta do ambiente. Cada brilho nos olhos das crianças foi apagado e então tudo ficou cinza.

O coração de Becca batia forte contra seu peito e seu rosto exclamava incompreensão. Como tudo mudou?

De repente suas asas se tornaram em pedras e então, pó. Ela já não voava mais e agora caía do céu direto para um buraco que se abrira no chão.

Agora tudo era escuridão, exceto uma luz azulada que brilhava. Becca chegou mais perto e viu que a luz estava em volta de um garoto, acorrentado, que chorava. Conforme ela ia se aproximando, Becca viu as asas do menino, fragmentando-se e quando ele levantou o rosto, o coração dela parou e suas pernas já não aguentaram mais o peso de seu próprio corpo.

O menino era Eric.

As lágrimas já estavam escorrendo pelo rosto dela e quando ela foi tentar alcança-lo, percebeu que também estava acorrentada.

— Por que, Rebecca?! — Eric gritava, puxando as correntes. — Por que fez isso comigo?

— Eric? Não... não lhe fiz nada.

— É culpa sua! Sempre foi.

— Eric, por favor...

Então a voz de White soou no ar, a gargalhada histérica e seu sorriso começou a ser pintado na escuridão.

— É culpa sua, Rebecca. Por que fez isso comigo? — Eric ainda gritava.

— Não, não fiz nada.

A culpa é sua Rebecca. Sabe que é, sussurrava a voz de White.

— PARE! NÃO FUI EU!

Então, Eric desapareceu, engolido pela escuridão, e ela gritou, desesperada, implorando por sua volta. O coração estilhaçado, as lágrimas escorrendo de seu rosto.

Sempre será sua culpa. Por que destrói tudo o que toca?, a voz de White sussurrou de novo.

Quando ela olhou para frente um viu seus olhos verdes pintados brilhando na escuridão. Sua íris refletia o desenho de um chip preto, o que a deixou com mais medo.

E a última coisa que ela ouviu foi seu grito desesperado, antes de abrir os olhos e se ver de volta à realidade.

A visão de Becca estava embaçada. Tudo o que ela conseguia enxergar eram vultos. Via um guarda parado ao lado dela, de pé, com as mãos voltadas para as costas e a cabeça voltada para os corpos no chão. Via Eric, do seu outro lado, a cabeça tombada e o corpo mole. Via seus pulsos, atados com fita isolante em uma cadeira de ferro. E via a sua frente, uma figura branca, que ria. A princípio pensou que fosse um anjo, mas então, conforme sua visão melhorou, percebeu que estava errada.

— Ah, pequena Rebecca — disse White, abrindo um sorriso de orelha a orelha. — Fico feliz que você está acordada. Eu gostaria de ter lhe acordado do meu modo, mas Eric me impediu.

Ela se virou para Eric e se assustou ao ver seu rosto marcado por hematomas e sangue. Sua sobrancelha estava cortada e seu rosto estava roxo. Apesar de tudo isso, Eric sorria. Becca sentiu seu peito apertar. Ela não acreditava que estava naquela posição de novo. Indefesa, amarrada em uma cadeira.

Eric cuspiu sangue no chão e se virou para ela.

— Você acordou.

Becca ainda ouvia os gritos de Eric acorrentado em seu sonho e se esforçava para parecer bem a ponto de dizer algo. Ainda bem que não era real.

— O que aconteceu com você? — ela perguntou. — Está tudo bem. Esses guardas me bateram até que eu acordasse, mas me curo rápido, já não sinto mais dor. Achei que você estava morta. Fico feliz que não está. Não ia suportar te perder.

— Eu estou bem. Está tudo bem.

Eric sorria para ela, o que a confortava, de certa forma, mesmo que ainda via seu rosto repleto de lágrimas e sua expressão devastada.

— Com licença, os pombinhos revolucionários já acabaram? — White perguntou, com seu olhar de nojo estampado no rosto.

— Sabe, White, você precisa começar a ser mais criativo na forma como nos prende — disse Eric — Essa ideia de nos amarrar em cadeiras já não funciona mais e acredito que já tenhamos provado isso.

— Aliás, de onde vem tanta fita crepe? — Becca perguntou, continuando.

— Realmente, é uma boa pergunta — respondeu Eric

— Acreditem, se dependesse de mim, vocês já estariam mortos. Mas cumpro regras.

— Do Homem? — perguntou Becca, a preocupação começou a surgir em sua mente. Era nítido que a decisão era dele.

— Sim — disse White, o deboche desenhando seu rosto. — Do Homem. E ele não está nem um pouco feliz com tudo o que vocês fizeram.

Becca arqueou uma sobrancelha.

— Com o que nós fizemos? E o que vocês fizeram conosco?

— Vocês assassinaram muitos de nossos guardas e destruíram uma parte do compartimento que demos a vocês de abrigo temporário — continuou White, como se ela sequer tivesse falado.

— Matamos o guardas que contribuíram na tentativa de nos matar. E destruímos o refeitório em Orquídea para que pudéssemos sobreviver — disse Becca, não acreditando que estava ouvindo aquilo.

— Como sabe o nome do compartimento? — perguntou o homem, surpreso.

— Por que a surpresa? Acha que é o único que pode saber das coisas? — perguntou Eric.

White riu.

— Seu egocentrismo me diverte, Eric — murmurou ele — Me pergunto se Nina e Oliver achariam o mesmo. O que você acha, Rebecca?

Aquela sensação de vazio retornou e ela sentiu seu coração desacelerar seus batimentos. Por um momento sentiu-se um monstro novamente. Ela ouviu o som dos ossos de Nina se quebrando em seus ouvidos e se viu rolando as escadas, revivendo toda situação.

Becca engoliu em seco e reprimiu a sensação ruim em si mesma.

— Como sabe disso? — foi o que ela conseguiu falar.

— Câmeras, minha querida. Por toda Orquídea. Eu assisti o momento exato em que tudo aconteceu.

— Nada disso teria acontecido se vocês não tivessem nos implantado esses chips — ela disse, procurando não deixar se atingir por aquelas palavras.

— É uma teoria interessante. Mas, infelizmente, aconteceu. Vocês dois deveriam estar felizes porque agora têm habilidades sobre humanas ou algo do tipo — disse ele, revirando os olhos.

— Você só pode estar de brincadeira — riu Eric, num tom sarcástico. — O que espera de nós? Gratidão?

O homem de branco não respondeu, apenas o encarou com seus olhos azuis frios e mortos.

— Você me amarrou em uma cama e tentou me matar muitas vezes. Ainda bem que consegui fugir, senão já estaria morto — continuou o menino.

— E quanto tempo sua liberdade durou? Ao que me parece, meu caro Eric, você está amarrado e indefeso novamente — White se aproximava lentamente enquanto falava o que tornava tudo ainda mais aterrorizante.

Becca tentou forçar as fitas, na esperança de que se soltassem, mas foi em vão. Nenhuma delas cedeu.

— Não por muito tempo.

— Ah, Eric. Sabe, é por isso que você sempre foi meu favorito. Essa sua coragem sempre foi formidável. É uma pena que você morrerá sem ter a chance de usá-la a nosso favor.

— Sei porque admira minha coragem. Porque você mesmo não tem nenhuma para admitir a verdade.

— Novamente com esse assunto?

Eric parecia satisfeito enquanto White parecia desconfortável. Desde a última vez que os ele e Becca viram o homem, no refeitório, Eric insistira nesse tal "assunto" que ela não sabia o que era, mas que, de alguma forma, afetava White num lugar profundo.

— Por que não simplesmente fala? É tão difícil assim?

— Eu deveria perguntar a você. Foi difícil contar a Rebecca o que sente por ela?

Becca sentiu seu rosto corar e seu coração pular contra o peito quando os dois olharam para ela.

— Eu sei que você acha deve fazer isso. Mas precisa perceber que o quão cego está.

— E mais uma vez está enganado, Eric. Engana-se quando pensa que sabe algo sobre mim — ele se ajoelhara e estava rosto a rosto com o menino

O coração de Becca batia forte e ela suava frio. Sentia que algo iria dar errado.

— Olhe nos meus olhos então. Olhe no fundo dos meus olhos e me diga que é mentir — Eric disse, movendo a cabeça para mais perto dele.

— Eu não preciso fazer nada. Não é você quem dá as ordens aqui — White desviou e se levantou, dando as cosas para o menino.

— Do que vocês estão falando? — perguntou Becca, finalmente.

— Ele não sabe do que está falando, Rebecca. Claramente seu namorado perdeu a cabeça.

Eric se virou para ela e puxou um longo ar. Ela via as mãos trêmulas e o suor escorrendo pela sua testa. As pupilas estavam dilatadas e mesmo sem ele dizer nada, ela sentia a tristeza e a dor por trás dos olhos castanhos.

— Ele está apaixonado pelo Homem, Becca. Esta é a razão da qual ele faz isso. Ele ama o Homem e está tão cego que não vê o monstro manipulador que ele realmente é — Eric se virou para White, novamente. Havia lágrimas em seus olhos. — Você é uma pessoa boa, White, eu sei disso. Você só precisa se ver assim.

O homem congelou. Sua face ficou ainda mais pálida do que já era anteriormente. Seus olhos se arregalaram e sua boca diminuiu até que sobrasse apenas um risco em seu rosto. Ele petrificara. Becca não via nem mesmo seu peito inflar recebendo o ar. Gotas de lágrimas escorriam por suas bochechas manchando a pele branca como a neve. Algo nele havia mudado. Era como se a máscara que ele vestia com aquele sorriso cínico e o olhar de nojo estilhaçara-se como vidro e ele se tivesse se tornado essa pessoa indefesa e incapaz de se mover. Não mais um homem rijo e durão, mas um rapaz mergulhado na tristeza e perdido na solidão. O olhar em seu rosto era parecido com o olhar de Eric no sonho que Becca tivera e aquilo fez com que um arrepio subisse por sua espinha.

— Como se atreve? — a voz dele quebrou-se enquanto ele falava a frase. Soava violada e odiosa ao mesmo tempo.

E mesmo antes de Eric ter a chance de responder, um grito estridente cortou o ar. Era maléfico, triste e assustador.

Como se tivesse levado um choque, White avançou até Eric e desferiu um soco em sua face. A cadeira caiu para trás enquanto White gritava e desferia golpes e mais golpes no menino. O ódio e a tristeza caiam de seus olhos em formas de lágrimas.

— PARE WHITE, VAI MATÁ-LO! — Becca gritava enquanto tentava se soltar. As fitas estavam muito apertadas, não iam se soltar tão cedo.

White continuava a gritar e a bater em Eric. A cadeira estava virada, o que fazia Becca ver apenas os pés do garoto tremendo em espasmos. Ela não o ouvia, não sabia se era pelos gritos ou porque ele desmaiara.

O coração dela parecia que ia pular de seu peito. Ela implorava para o homem parar, mas ele sequer a ouvia. Mexia todo seu corpo se debatendo, enquanto gritava. Vamos, por favor!

Então ela sentiu sua nuca queimar. Era forte, da mesma forma que queimara quando White apertara aquele botão no refeitório. Ela sentiu seu coração acelerar ainda mais e a adrenalina correndo por suas veias. Ela nunca se sentira tão viva, tão forte e tão poderosa.

Num movimento as fitas se arrebentaram, libertando seus pulsos, agora com pequenas feridas que sangravam devido a cola. Enquanto movia-se para soltar seus pés olhou para a cadeira de Eric e engoliu um grito.

White ainda esperneava, dizendo "eu te odeio" e desferindo golpes, mas os pés de Eric já não se moviam em espasmos.

Não!

Movendo-se o mais rápido que conseguiu, Becca soltou seus pés e correu até White.

Tudo parecia um borrão. Num instante agarrou o terno branco de White com as mãos e o jogou para longe, com todas as forças que tinha. Ele voou como um boneco de pano, até atingir o chão se tornar imóvel. Becca olhou de relance para ver se os guardas se moviam em direção a ela, mas surpreendeu-se quando os viu parados, como robôs desligados.

Seu olhar foi de encontro ao de Eric, esperando o pior em sua consciência. Tudo o que ela viu foi o menino imóvel com os olhos arregalados e uma enorme macha de sangue no chão ao lado de sua cabeça.

— Eric? — ela chamou, a visão manchando com as lágrimas aparecendo em seus olhos.

Não houve resposta e Becca sentiu seu coração parar. De repente estava de volta ao sonho, onde o menino estava acorrentado, culpando-a.

Sempre será sua culpa. Por que destrói tudo o que toca?

— Não — ela chorou. As lágrimas caindo de seus olhos como águas de uma cascata. O ar em seus pulmões parecia tóxico e a sufocava. Era aquilo. Tudo havia acabado.

— Becca?

Ela levantou o rosto e viu o menino respirando, os olhos castanhos a encaravam.

— Eric! — ela exclamou, o beijando várias vezes. — Eu pensei que...

— Eu sei, eu sei. Está tudo bem, ele não tocou em mim. Permaneceu socando o chão. Fiquei em choque, não soube como reagir.

Becca o desamarrou e quando ele se pôs de pé os dois se envolveram em um abraço. Ele estava lá. Estava com ela.

Quando se soltaram, o olhar dele não estava mais focado nela, desta vez estava fixo em algo no fim do corredor.

— Embora eu ache realmente comovente, não posso deixar os dois terminarem assim — White, com os olhos arregalados, suor entre os cabelos grisalhos e sangue escorrendo pelos dedos, segurava um revolver levantado na direção dos dois.

— White.. — Eric começou.

— CALE A BOCA — gritou ele, começando a tremer. — Eu vou matá-la, Eric. Eu juro que vou. Eu odeio você. Se eu não posso ser feliz, ninguém poderá.

— Você não está pensando direito, por favor, abaixe o revólver — retruco Eric, movendo-se lentamente para frente de Becca.

— Cale a boca, cale a boca — White parecia realmente transtornado, desviando o olhar, como se não quisesse olhar.

— Atira! — Becca exclamou, empurrando Eric de lado e dando um passo à frente. — Atire em mim.

— Rebecca, perdeu a cabeça? — Eric correu até a gente dela novamente.

— Eric, não. Isso acaba agora — o menino recuou e se virando para White, ela continuou — Eu não tenho medo de você, não tenho medo de suas balas e muito menos da morte. Isso acaba agora, White.

— Eu vou atirar em você, sua vadia. E depois vou colocar uma bala na cabeça do seu namorado — ele disse, entre risadas histéricas e sorrisos

— Então, atire, White. Mas faça por você. Faça pelo ódio que tem de nós. Faça pelo ódio que sente por não saber lidar com suas experiências.

— Cale a boca, sua idiota. Não sabe de metade do que fala.

— É mesmo? Porque me parece que você perdeu o controle da situação. O que o Homem irá achar quando souber que você nos matou?

— Eu vou levar vocês dois para ele. Vou inventar uma história e vou sair como herói da situação. E então ele vai me amar — mais lágrimas caíam de seus olhos, em meio a risadas nervosas. — Ele irá me amar e encontraremos outras cobaias.

— Então o que está esperando? — Becca estendeu os dois braços para os lados. Ela sentia o nervosismo dentro de si, mas desta vez não iria desistir.

— Acha que não tenho coragem? — ele balançou a arma.

— Acho que não. Não vai conseguir matar Eric. E não vai conseguir me matar.

Então ele abriu mais um sorriso, desta vez era o mesmo sorriso de antes. Era o sorriso cínico de quem estava no comando.

— Quem falou alguma coisa sobre matar você, pequena Lancaster?

Então houve um clic e a sala se encheu de fumaça novamente.

White desapareceu e Eric correu e puxou a menina para longe da fumaça. Os tiros eram ouvidos enquanto a voz do homem gritava e xingava.

— Guardas, peguem os dois. Não machuquem a garota.

E parecendo que tinham sido ligados, os guardas criaram vida e levantaram suas armas, indo em direção de Becca, o rosto com uma expressão brava e terrorista.

Então houveram mais tiros, desta vez não de White, e os guardas caíram no chão, imóveis. Uma poça de sangue já se formava ao redor de seus crânios e o último suspiro de ar deixavam seus corpos sem vida.

— Ah, meu Deus — Eric, que estava com os braços em volta de Becca, disse. Ele olhava para cima e a menina viu um sorriso se abrindo em seu rosto.

Ela se virou para a sacada e por um momento pensou que estava alucinando. Haviam duas pessoas lá, paradas. O menino jogava mais uma granada de gás na direção de White e a menina, segurando um rifle de assalto e com os longos cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, sorria para ela.

— Olá, Rebecca. Saudades minhas? — gritou Nina, piscando um olho.

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