Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

13| O QUE EU FIZ? (pt.2)

Eric abriu os olhos e avistou o clarão do dia em seu rosto. Os raios de luz adentravam o quarto pelas cortinas abertas e iluminavam todo o ambiente. A brisa também vinha do lado de fora e refrestacava o dormitório, fazendo parecer que havia um ar condicionado ali dentro.

Eric se sentou na cama, esfregando os olhos. Quando o fez, o ar gelado foi contra seu peito nu, o fazendo estremecer. Desde a adolescência havia adquirido o costume de dormir sem camiseta. Sentir-se melhor, mais livre, de alguma forma bastante excêntrica. No entanto, dessa vez, havia algo de diferente. Havia mais alguém na cama com ele.

Deitada de bruços e vestindo apenas um sutiã branco e uma calcinha de mesma cor, Rebecca dormia como um recém nascido, sem fazer um barulho sequer. Os longos cabelos ruivos como o fogo caíam sobre seu rosto e deslizavam por seu corpo. Foi então que se lembrou dos detalhes da noite passada. De estarem se beijando, os corpos grudados como imãs e o calor humano o confortando. Lembrou de estar debaixo do chuveiro e de ver a água escorrendo pelas belas curvas de Rebecca e, por fim, lembrou-se de estarem na cama, no momento mais prazeroso desde que Eric chegara naquele lugar.

Quando se deu conta, sorria sozinho. Realmente haviam feito aquilo juntos? Ainda parecia surreal para ele. Olhou novamente pela janela e avistou o horizonte morto e sem cor diante dele. Em poucos minutos estariam ali fora, andando na direção do laboratório, sem Nina e sem Oliver. E o pior: nem sequer sabia o que fariam com eles.  Deveriam conversar a respeito? Deveriam simplesmente os fazer desmaiar? Deveriam usar a força bruta? Deus, será que teriam que matá-los? Afastou o pensamento da mente, bloqueando qualquer coisa do tipo que ameaçasse surgir. Não iriam fazer isso. Eles entenderiam o lado deles. Tinham de entender...

— Apreciando a vista? — a voz de Rebecca apareceu subitamente em seus ouvidos e Eric sentiu dois braços abraçando sua barriga nua. Seu toque era gelado.

Ele se virou, ficando de frente para ela, encarando-a. Os olhos verdes dela o lembravam brilhantes esmeraldas. Eram lindos. Ela era linda.

— Não, estava apenas pensando em como vamos falar com Oliver e com Nina — respondeu.

— Vamos apenas... falar. Eles irão entender.

— Irão mesmo? — ele não se sentia tão seguro quanto a isso.

Ela simplesmente assentiu.

— Terão de entender — então se virou, caminhando até um saco plástico jogado no chão. 

A menina o agarrou e enfiou a mão dentro dele, retirando de lá as roupas que Nina havia-os entregado no dia anterior. Colocou peça por peça rapidamente, cobrindo toda pele visível. De repente era de novo a Rebecca que ele conheceu no refeitório.

— Becca, sobre a noite passada... — lutava para encontrar as palavras corretas.

— Tudo bem — ela o interrompeu com uma expressão de entendimento em seu rosto. — Eu sei. Apenas aconteceu. Não significou nada pra mim também.

As palavras o atingiram como um tapa na cara, ainda que no fundo esperasse aquela resposta. Mas "não significou nada pra mim" não era o que ele pretendia dizer sobre o que havia acontecido entre eles.

— Eric? Tudo bem? — perguntou a menina e Eric imaginou a expressão de choque que deveria estar pintada em sua face. 

Rapidamente se recompôs e disse, entre um sorriso:

— Tudo. Fico feliz que tenha ficado claro entre nós dois que o que houve ontem foi algo de uma vez só.

Ela sorriu e Eric, controlando o choque, caminhou até o saco plástico que havia deixado cair no chão e  agarrou-o, andando rapidamente até o banheiro e fechando a porta com uma força que não queria depositar.

Removeu as calças da farda que roubara do guarda e vestiu a calça branca depositada dentro do saco plástico.

Caminhou até a pia e ligou a torneira, jogando água no rosto com as mãos, repreendendo-se mentalmente. O que esperava, Eric? E realmente, o que esperava? Precisava seguir em frente. Havia problemas maiores pela frente.

Quando saiu do banheiro encontrou Rebecca olhando pela janela, parada no mesmo lugar que ele estivera há pouco.

— E você, está apreciando a vista? — ele perguntou.

— Cresci nesta cidade e pelo que lembro este lugar fica perto da minha casa.

— Quão perto?

Ela moveu o dedo indicador e tocou o vidro.

— Aquela praça. Eu e minha mãe constumávamos vir toda tarde, à pé de nossa cabana, para eu escalar as arvores e brincar na grama. Era uma caminhada longa, mas lembro que saíamos daquela floresta — e moveu o dedo, indicando o conjunto verde de árvores próximos à praça.

— Você morava em uma cabana?

Ela assentiu.

— Quando meus pais se conheceram, eles decidiram que queriam morar no meio da natureza. Então compraram uma pequena cabana num condomínio dentro da floresta. Eu cresci solitária antes do meu pai abandonar a mim e minha mãe. Aparentemente, cabanas eram divertidas apenas por outonos, época que as pessoas vinham passar uns dias lá. Fora isso éramos apenas eu, minha mãe e a natureza.

— E o que havia de errado com as árvores perto de sua casa?

Ela se virou para ele, encarando-o com seus lindos olhos verdes.

— Elas eram chatas — então sorriu, caminhando até a porta, saindo e deixando o menino sozinho no dormitório.

Eric parou e encarou novamente a praça e a floresta. Então, respirou fundo e andou atrás de Rebecca pensando não somente numa luta contra White e o Homem ou a procura por uma irmã gêmea desaparecida, mas uma batalha que teria contra Oliver e Nina quando eles descobrissem o que ele e Rebecca estavam prestes a fazer. Seja lá o que fosse.

Após devorar com Rebecca um pacotes de balas de menta deixado pelo ex-ocupante daquele dormitório, os dois saíram do ambiente e se dirigiram ao ponto de encontro organizado entre os adolescentes. Ao chegarem lá, viram Nina e Oliver se aproximando sorridentes como duas crianças. O coração de Eric palpitava tão fortememte que ele poderia jurar que era possível o ver de longe, mesmo que estivesse coberto pela camiseta branca.

A luz do sol entrava pela enorme janela de vidro na parede, iluminando tudo e todos. Era tão estranho olhar para o lado e não ver o sangue derramado no chão ou pintando a roupa, o rosto e os cabelos de todos. Era estranho ver todos daquele jeito: limpos.

— Então — disse Oliver, se aproximando — como passaram a noite?

— Bem — disseram Rebecca e Eric em um único som. Se encararam por rápidos segundos antes de desviarem e olharem para frente.

— Nós também — disse Oliver, olhando para Nina com um sorriso no rosto. Ela, por sua vez, não retribuiu.

— Então, devemos ir? — perguntou Nina, se movendo em direção as escadarias. Eric via claramente sua ansiedade. 

— Na verdade, — Rebecca começou, e Eric já podia prever os gritos histéricos de negação vindos de Nina — Eric e eu conversamos e achamos que talvez seja melhor vocês ficarem aqui e nós irmos até o laboratório, sozinhos.

— O quê? — Nina falou, as sobrancelhas se franzindo enquanto ela se aproximava de Rebecca.

— Eu prometo que vamos encontrar ela. E que vamos trazê-la aqui em segurança — Eric falou, olhando para Nina, que já tinha um olhar composto por fúria.

— Você está brincando comigo? — ela rosnou. — Vocês não podem estar falando sério. 

— Nina, olhe... — Rebecca colocou a mão no ombro da menina, que agressivamente desferiu um tapa, retirando-a de lá.

— Não, olhe você — ela se infureceu, as veias saltando seu pescoço. — Como você se atreve a falar isso? Como tem coragem de me dizer para ficar de fora na busca pela minha irmã? Acha que só porque o Homem escolheu você e seu namorado, vocês têm mais capacidade de ir atrás da minha irmã? 

— Nós não somos... — Eric começou.

— O Homem irá matar vocês dois. Sem pensar duas vezes, Nina. Ele não irá matar Eric e eu, porque precisa de nós para saber se  o chip realmente funciona. Nós temos mais chances de achar Emily... — interrompeu Rebecca.

— NÃO DIGA O NOME DELA — Nina berrou. — VOCÊ SEQUER A CONHECE. 

— E se você for conosco, nunca terá a chance de revê-la — a ruiva rebateu.

Houve um silêncio onde só o que se ouvia eram as respirações descontroladas de todos.

— Não pode me impedir — disse Nina. — Eu estou indo.

— Não, não está — Rebecca avançou e segurou Nina pelo braço.

Houve um grito, e a frase "Solte-me" ecoou por todo lugar.

O clamor era agudo e pareceu abalar toda a estrutura de Orquídea. Eric observou o olhar de dor se formar no rosto de Oliver antes de suas mãos irem em direção de seus ouvidos. O som ecoava pelo crânio de Eric e vibrava cada músculo, cada osso e cada cartilagem de seu corpo. Parecia ensurdecê-lo. Quando olhou para frente, observou Nina com a boca escancarada, a voz saindo e atingindo Rebecca com um vigoroso empurrão. Tudo ocorria em câmera lenta.

Rebecca voou até ir de encontro com a parede, caindo no chão, imóvel. Nina estava chocada, assim como todos os outros.

— O que... — começou Oliver

— Me desculpe, Rebecca. Mas eu estou indo — disse Nina, e se virou para Oliver. — Me dê o mapa.

Sem contrariar-la, entregou-a o mapa que Eric não havia percebido que segurava até aquele momento. Nina agradeceu, com a voz baixa e disse:

— Podem vir se quiser.

E virou-se novamente para as escadarias, colocando os pés no primeiro degrau.

Então Eric ouviu um sussurro fraco vindo ao longe e só teve tempo de ver um vulto com cabelos avermelhados correr e se arremessar contra a menina de cabelos pretos, fazendo-a rolar escadaria abaixo.

Oliver começou a correr em direção às meninas. Eric não podia deixá-lo chegar ao andar debaixo, ele iria separá-las e partir com Nina para o laboratório. E sabe lá Deus o que iriam encontrar lá. Correndo até o menino, segurou o pulso dele e o puxou, parando-o. 

— Não — foi tudo o que disse.

— Me solte — Oliver retrucou, empurrando-o.

Eric então se moveu o mais rápido que conseguiu.

A queda foi rápida, mas para Becca durou séculos. A raiva a controlava por inteiro e a adrenalina a impedia de sentir dor. Tudo o que via era o corpo de Nina gritando e chorando. Aquilo devia estar doendo, ela pensou, mas continuou empurrando-a, mais e mais forte até que por fim atingiram o chão.

A queda foi bruta. Becca caiu por cima da menina, os cabelos entrando em sua vista. A adrenalina abaixou e toda a dor veio de uma só vez. Becca ficou lá, deitada sobre o corpo de Nina, gemendo de dor até enfim ter forças para se levantar. Quando o fez, observou o ambiente em que estavam.

Era uma espécie de salão, coberto de janelas que permitiam a entrada da luz do sol. Lustres enfeitavam o teto, ainda mais bonitos do que o do refeitório. O chão era ladeado com pisos brancos, fazendo com que o lugar brilhasse ainda mais. À frente de Becca, portas lindas de madeira que se erguiam do chão reluziam com o brilho do salão. No centro do lugar havia uma mesa, sobre ela, um vaso pintado a mão com orquídeas mergulhadas dentro. Havia um ar feliz ali, diferentemente do andar de cima onde uma sensação obscura tomava conta do ar. 

Sua mãe iria adorar isso. Ela era uma viciada em decorações. Ao pensar na mãe o coração de Becca se contorceu.

— Me desculpe por isso, Nina. Não queria que fosse assim, mas não posso deixar que você vá — ela disse.

Não houve respostas. Becca imaginou que a raiva ainda impedia Nina de falar, então, tomando um grande ar, continuou:

— Me desculpe também por pensar em desistir. Eu não quis dizer aquilo. Eu estou com você, pro que der e vier. E eu me importo com você, Nina, muito. Por isso eu preciso que fique aqui. Para que fique segura. Você entende isso?

Nada ainda. Apenas o silêncio e o eco de sua voz indo embora. 

— Nina me respond... — Becca se virou e sua voz falhou no meio da frase.

Nina estava deitada no chão, segurando o mapa que levava ao laboratório contra o peito. Os olhos estavam fechados e ela estava inerte. O azulejo sob sua cabeça quebrara, numa rachadura que imitava o formato exato de sua cabeça.

Becca sentiu as lágrimas aparecendo em seus olhos e lutou para engolir um grito. Ela se aproximou, arrepios subindo pela sua coluna. A cada passo, sentia que afundava mais no chão.

— Nina? — chamou, mas nada foi ouvido, nem sequer uma som ou uma palavra.

Becca sentiu o chão ceder sob seus pés e caiu de joelhos ao lado do corpo da menina de cabelos pretos. Suas mãos se moveram e se fecharam em torno de seus ombros, sacudindo-os com toda força que lhe restava.

— Nina? — ela chorava enquanto sacudia a menina, chamando-a sem receber respostas. 

Não, sua mente ecoava. Você a matou. 

O choro era incontrolável então, as lágrimas caíam e os soluços apareciam com mais frequência. A palavra "não" escapava de sua boca, involuntariamente. Como pôde fazer isso? Como fora capaz?

Ela enterrou o rosto no peito da amiga, sibilando, o mais alto que conseguia:

— Me desculpe. Me desculpe, Nina.

Então sentiu uma mão sobre  seu ombro. Um toque leve e suave, que Becca reconhecia. 

Virou-se para trás e deu-se de cara com Eric, os olhos inchados e vermelhos e lágrimas caindo como cachoeiras deles.

— O que eu fiz, Eric? O que eu fiz? — ela se levantou e o abraçou, o rosto repousado em seu ombro, as lágrimas molhando a camiseta, a alma preenchida como vácuo e o coração estilhaçado em milhões de pedaços.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro