10| OLIVER
Então houve o silêncio. Os corpos imóveis e com os olhos arregalados se encontravam jogados no chão, com o sangue escorrendo pelos cortes na pele desfigurada, brilhando sob a luz do sol que passava agora pelo teto quebrado.
Rebecca estava estagnada, encarando o chão melado e escarlate. Sua mente girava sem parar, ainda sem saber o porquê disso estar acontecendo. Quantas pessoas mais teriam que morrer para que ela ficasse em paz? Ohou para Eric, na esperança de encontrar algum apoio em seu olhar. Talvez ele pudesse ajudá-la a superar tudo isso, agora que estava acabado.
Ele, contudo, não a encarava de volta. Seu corpo estava petrificado e seus olhos se dirigiam ao chão do refeitório.
Havia sangue nele. Respingos que manchavam a pele morena e o uniforme roubado do guarda. Ainda que estivessem lá, nenhum dos dois foi atacado por um pedaço de vidro. A sacada acima deles impediu que isso acontecesse.
— Acha que ele está morto? — balbuciou, ainda sem olhar para ela. Sua voz falhava, como se não acreditasse no que tinha visto.
— Quem? — Becca perguntou.
— White. Acha que ele sobreviveu?
— Eric... — Becca não queria pensar naquilo. A simples possibilidade a fazia arrepiar — é impossível. Não tem como alguém ter sobrevivido a isso.
— Nós sobrevivemos — o olhar dele encontrou o dela. Havia uma escuridão que ela nunca tinha visto. Antes ela apenas se perdia no castanho cor de mel que continha seus olhos. Agora havia algo estranho. Algo... perturbador.
Passos ecoaram no ambiente e uma respiração ofegante foi captada pelos ouvidos de Becca. Todo seu corpo parecia que iria desabar e cair na escuridão, permanecendo flutuando sobre o vácuo. Seria realmente possível? Depois de tudo o que passaram, aquele homem ainda ter sobrevivido para atormenta-los? Teria tudo sido em vão? Imaginou por um instante o homem que sempre vestia branco se levantando do meio dos cadáveres, com as roupas, cabelos e rosto molhados e pintados com o vermelho que jorrara de seus colegas, segurando uma arma e atirando nos dois jovens.
Foi a respiração ofegante que a retirou de seus devaneios. Becca redirecionou os olhos e encontrou, parada sob a claridade da luz do sol, Nina. O brilho solar realçava a cor de sua cabelos, pretos como a escuridão da noite. Seus olhos azuis estavam arregalados e sua boca escancarada em forma de um O. Becca pôde ver os traços asiáticos nos olhos da menina, eram quase invisíveis na falta de muita claridade.
De um minuto para outro a expressão estampada no rosto de Nina transmutou-se e do silêncio do choque surgiu um suspiro aliviado com lágrimas escorrendo por sua pele branca. Os braços dela se abriram e a menina avançou correndo até se arremessar num abraço apertado envolvendo Eric e Becca, balbuciando ofegante:
— Graças a Deus que vocês estão vivos. Graças a Deus. Tive tanto medo.
Ela se soltou depois de aperta-los por longos minutos. Sua face estava molhada e as lágrimas pingavam de seu queixo indo de encontro ao piso do refeitório.
— Me desculpem... não soube o que fazer. Ele ia matar vocês...
— Está tudo bem — respondeu Eric, sua voz ainda fraca, observou Becca. — Você nos salvou.
— Salvei? — um sorriso se formou no canto da boca da menina. — Salvei mesmo? — e gargalhou.
Becca e Eric se encararam, ela com uma sobrancelha arqueada e ele com o rosto contorcido em estranhismo, enquanto Nina gargalhava alto e descontroladamente ao mesmo tempo em que lágrimas escorriam de seus olhos.
— Uau. Por que parece que vou desmaiar? — disse ofegante, interrompendo o riso.
— Deve ser a adrenalina abaixando. Só respire fundo — disse Becca.
Ela respirou, praticando o "inspira e expira" que intercalavam-se com risadinhas e soluços. Becca a guiou até que se sentasse de costas para a parede, abaixo da sombra da sacada interna onde tinham se protegido da chuva de vidro. Quando levantou seu olhar, observou Eric olhando para os corpos novamente.
Lentamente caminhou até ele pensando no que diria. O que mais teria a dizer? Para saber se White havia morrido era necessário vasculhar todos os corpos desfigurados pelos cortes e ainda contar com a sorte para encontrar um terno branco encharcado de sangue. Se estivesse morto, seria um alívio colossal. Contudo, se não estivesse...
Afastou de si os pensamentos quando tocou no ombro do menino. Ainda sem nada a dizer.
— Precisamos achar aquele laboratório — ele se pronunciou.
— O quê?
— Precisamos achar aquele laboratório e checar se foi para lá que White levou os adolescentes. Precisamos salvá-los.
— Eric... — Becca começou. Não sabia o que dizer. Depois de tudo aquilo, ele ainda queria ir atrás de mais aventuras? — Não podemos. Não hoje. Temos que descansar.
Ele se virou para ela. Os olhos pegando fogo.
— Está dizendo que não devemos fazer nada? Que devemos ficar aqui se braços cruzados até que alguém venha e tente nos matar de novo?
— Não, não estou dizendo isso. É só que...
— É o quê então, Rebecca? Está com medo de encarar o Homem? Pois eu não estou. White a escolheu também e nem se deu o trabalho de lhe dizer o motivo. Isso não lhe incomoda? Não a faz querer ir atrás dele e cobrar respostas.
— É claro que faz. Estou dizendo que apenas devemos descansar por algumas horas. Acabamos de sobreviver a uma chuva de vidro que matou pelo menos doze guardas. E olhe para nós, estamos sujos de sangue e cansados.
— Eu não ligo para o sangue deles! — sua voz subiu uma oitava. — Quero respostas! Por que estamos passando por esse inferno? À troco de quê?
— E você terá suas respostas. Só estou pedindo que respire fundo e se acalme.
— Você não entende não é? Não posso esperar. Ele pode estar atrás de nós, Rebecca. Temos que sair daqui. Se não para buscar respostas, para salvar os outros adolescentes. Sabe lá Deus para onde White os levou e o que fez com eles.
— Pelo menos se acalme e respire. Nós vamos até o laboratório, apenas respire e iremos bolar um plano.
— Não quero esperar mais nenhum segundo! Não quero um plano! Não vê que temos que sair o mais rápido possível daqui? Ele pode estar voltando com um exercício agora mesmo. — Suas mãos se fecharam sobre os ombros da menina, a apertando. Elas tremiam e Becca pôde ver o pânico no olhos do menino. — Não estamos seguros aqui.
— ERIC! — exclamou, irritando-se. — Pare! Controle-se! Você não tem o direito de estar surtando agora. E nem você — apontou para Nina, que ainda ria enquanto chorava e soluçava. A menina a encarou com um olhar assustado. — Estamos todos nessa. Juntos. Precisamos nos conter, portanto parem. Apenas parem.
O silêncio se instaurou no lugar novamente. Eric estava pronto para protestar, mas Becca não havia terminado.
— Se quiser sair por essa porta achando que pode vencer o mundo sozinho nessa batalha contra o Homem, fique a vontade, Eric. A escolha será sua. A verdade é que não estamos seguros em lugar algum. Estamos sendo caçados. Então me faça um favor e pare de tentar bancar o herói e se dê um tempo para descansar. Precisamos nos limpar, ir atrás de novas roupas e descansar. Só então partiremos para onde quer que você acha que devemos ir. Fui clara?
Ela encarava o Eric, esperando algum protesto. Mas nada. Ele apenas assentiu, virou-se e caminhou até Nina sentou-se ao lado dela. Becca observou que a menina havia parado de choramingar e a encarava com o mesmo olhar assustado de Eric.
— Ótimo — Becca disse, por fim. — Obrigada.
Então um barulho foi captado pelos ouvidos de Becca. Um barulho alto que soava como um estilhaço de um vidro sendo pisoteado.
Ela se mexeu o mais rápido que pôde, alcançando no primeiro corpo a vista a arma no cinto do guarda morto. Estava melada e pingava sangue, sujando seus dedos que já se posicionavam no gatilho.
E então ela viu uma sombra se mexendo no balcão onde há dias fôra servida a comida. Abaixara-se rapidamente no momento em que Becca puxou o gatilho. Não acertou. Como ela não havia percebido antes que alguém estava lá? Devia estar realmente nervosa e em choque com toda aquela situação.
— LEVANTE-SE!
Mas a sombra não respondeu.
Suor escorria dos cabelos ruivos de Becca. Sentia-se exausta demais para tudo. Queria apenas se jogar no chão e fechar os olhos, só abrindo-os quando tudo tivesse acabado.
— Eu mandei levantar! — gritou, provocando ecos por todo o ambiente.
A sombra obedeceu. Por trás do balcão a imagem de um menino assustado se formou. A face estampava medo puro, com a boca escancarada e os olhos castanhos escuros brilhando como estrelas em um céu vasto e negro no espaço. A roupa e os cabelos loiros estavam pintados com respingos de sangue. Ele estava aqui quando aconteceu?, pensou Becca.
As mãos do garoto estavam trêmulas e lágrimas estavam se acumulando em seus olhos, deixando-os mais brilhantes do que eram antes. Ele era atraente, de certa forma. Se as circunstâncias fossem outras, Becca provavelmente inventaria alguma desculpa qualquer para puxar conversa.
— Quem é você? — ela perguntou e percebeu que Nina e Eric já estavam atrás dela, encarando o menino.
— P-por favor... não atire... — a voz saiu fraca, quase muda.
— Responda minha pergunta e não vou.
— Meu nome é Oliver — as mãos tremiam mais e as lágrimas já escorriam dos olhos. Sua pele ia ficando mais pálida conforme cada palavra saía de sua boca. — Oliver Santiago.
— Como veio parar aqui, Oliver? — perguntou Eric.
— Eu... eu... me atrasei... Por favor, não quero morrer.
— Como assim? O que quer dizer com "me atrasei"? — foi a vez de Nina perguntar.
— Havia um guarda na porta do meu dormitório. Ele disse para eu me apressar porque eu tinha que ir. Ele disse que me esperava no corredor, mas quando cheguei até lá ele estava caído no chão, desacordado e sem a farda.
Os olhares se voltaram para Eric, que trajava a farda.
— Você demorou todo aquele tempo para andar até o corredor?
— Eu demoro para acordar. Por favor, senhorita, abaixe a arma. Eu lhe imploro.
— Como podemos saber que está comentando a verdade? — perguntou Becca.
— Podemos perguntar ao guarda, mas acho que não seria uma ideia agradável para vocês.
— E como veio parar aqui, no refeitório?
— Eu me perdi. Fiquei horas vagando pelos corredores desse lugar, e são todos idênticos. Suponho que passei por pelo menos duas vezes em cada um. Até enfim chegar a um lugar enorme que tinha marcas de pneus no chão. Não entendi muito bem. Até onde sei, não existem adolescentes que saibam dirigir. Então vi essa porta na parede e a atravessei. Dei de cara com mais um corredor escuro que terminava dentro desse refeitório. No meio do caminho para cá eu ouvi uma explosão alta e quando cheguei aqui me deparei com isso.
Ele apontou para os cadáveres no chão.
— Desci as escadas para ver se não estava sonhando, mas quando cheguei perto, me desequilibrei e cai em cima dos vidros. Não me dou muito bem com sangue. — Oliver passou as mãos pela testa molhada pelo suor e Becca percebeu que ele não estava blefando. A respiração estava descontrolada. O suor marcava a camiseta, sua mão ainda estava trêmula e sua pele ficava cada vez mais pálida. — Como podem perceber, me faz passar mal.
— Por que deveríamos confiar em você, Oliver?
— Eu não sei. Só por favor, abaixe a arma. Não me sinto bem sob pressão, me faz...
Não terminou a frase. Os olhos se reviraram e seu corpo foi de encontro ao chão, deixando todos sem saber o que fazer.
Então Eric se moveu, indo até o chão e agarrando um pedaço de vidro ensanguentado. Foi até um dos corpos e com o objeto cortou tiras do uniforme do guarda.
— O que está fazendo? — perguntou Becca, sem entender absolutamente nada.
— Improvisando cordas. Não podemos sair confiando em todos que aparecem em nossos caminhos. Temos que discutir sobre isso. Saber quais são as segundas intenções dele. Até lá — o barulho de mais uma tira se rasgando soou no ambiente —, ele fica impossibilitado de fugir.
Eric se levantou e caminhou até atrás do balcão, onde ressurgiu arrastando o corpo do menino desacordado.
Amarrou as mãos e os pés dele com os tecidos. Fez vários nós, tão rápido que Becca mal teve tempo de piscar. Como podia ser tão bonito e tão ágil ao mesmo tempo?
Por fim, terminou unindo, com o último pedaço de tecido, as mãos e os pés do menino, que não dava sinal de que iria acordar tão cedo.
— Pronto — Eric disse, esfregando uma mão em outra, com um sorriso no rosto.
— E agora? O que fazemos? — perguntou Becca.
Ele se virou para ela e seus olhos cor de mel penetraram sua alma, invadindo o mais profundo possível. Exibia aquele rosto e Becca percebeu que mesmo coberto de sangue, Eric conseguia manter seu charme, de maneira involuntária. E de alguma forma, aquilo a confortava, a fazia se sentir segura, como nenhuma pessoa jamais fizera, exceto, talvez, sua mãe.
Não, repreendeu a si mesma. Você não pode, Rebecca.
— Rebecca? — a voz de Eric a despertou de seu devaneio.
— O quê?
— Disse que já está ficando tarde. O sol já está se pondo. Devemos descansar.
Becca olhou para o buraco no telhado de vidro. A mistura de cores do céu indicava que o luar estava próximo. Céus, ela realmente havia perdido a noção de tempo naquele lugar.
— Não, não posso, algo pode acontecer enquanto durmo — disse Becca.
— Tomarei guarda, e trocaremos os turnos. Deite-se. Avisarei quando chegar sua vez — ele sorriu, passando as mãos pelos seus cabelos ruivos que desciam por seus ombros como lava descendo pelos vulcões.
Ela obedeceu, por fim, deitando-se no lugar onde pararam e observaram a chuva de vidro. O chão frio contra sua camiseta agora escarlate a causava arrepios, mas não a incomodava. Seus olhos se desviaram para Nina, que já se encontrava imersa num sono profundo. Becca riu baixinho.
— Eric?
— Sim?
— Boa noite — pronunciou, mesmo sabendo que ainda não era exatamente noite lá noite.
Eric sorriu novamente.
— Bons sonhos — foi a última coisa que ouviu antes de afundar num sono intenso.
— Rebecca? — murmurou Eric, meio sem jeito enquanto empurrava o corpo da menina o mais leve que podia. Estava agachado, de modo que suas pernas davam sustentação ao seu corpo. — Acorde.
Os olhos da menina se abriram lentamente. Mesmo a noite, Eric conseguia enxergar a íris esverdeada da menina. Seus olhos brilhavam como um mar infinito e ele ficaria horas admirando.
— Eric? — rápida como a luz, ela se sentou, com seus cabelos escorrendo por seus ombros. — Aconteceu alguma coisa? Oliver acordou?
Eric sorriu. Não pôde evitar. Rebecca era toda forte e destemida e isso o encantava cada vez mais. Era corajosa e se mostrava sempre pronta para lutar.
— Não — respondeu. — Não aconteceu nada. Olhe.
Ele apontou para Oliver e Rebecca redirecionou o olhar. Desde que desmaiara, o menino não dera nem sinal de que iria acordar tão cedo. E com os nós que Eric havia feito em seus braços e pernas, não havia forma alguma de que ele escapasse. Eram nós muito bem dados que nem mesmo o próprio menino seria capaz de desfazer se estivesse preso a eles.
— Só lhe acordei para que pudéssemos trocar de turno.
— Oh, é claro — ela respondeu, se levantando. Eric fez o mesmo.
Ele era um pouco mais alto, fazendo com que a cabeça de Rebecca batesse em seu peito. Estavam um de frente para o outro e Eric reparou rapidamente na situação em que ela estava. Mesmo sob a escuridão era capaz de ver. A camiseta estava manchada de sangue e suor, exibindo uma estranha mistura de cores. A calça também se mostrava suja de sangue, mas uma área em particular chamava a atenção do garoto.
— Sua coxa... — ele murmurou sem pensar — como está? Com tudo o que aconteceu não tive tempo para perguntar.
— Acho que cicatrizou, como White disse que aconteceria. Está bem melhor. A dor foi embora. É como se ela nunca tivesse sido cortada.
— Fico feliz.
Ela sorriu.
— Me desculpe — Eric disse. — Por ter te arrastado para tudo isso.
— Não tem porquê se desculpar, Eric. Se não fosse por você eu não sei o que teria acontecido comigo. Você me salvou, e não sei como dizer o quanto sou grata por isso.
— Não precisa me agradecer. Desde que me seguiu tem sido ferida.
— Isso iria acontecer uma hora ou outra. O que acha que fariam comigo quando descobrissem que tenho outro tipo de chip? O Homem iria rodar o mundo até me achar.
— É estranho tudo isso estar acontecendo tão rápido. Em um dia éramos estranhos que receberiam um chip e seguiriam com suas vidas num mundo erradicado. Agora estamos sozinhos numa batalha contra uma figura que nem sequer tem uma identidade — Eric se sentou. Suas pernas pulsavam de tanto cansaço e seu corpo implorava por algumas horas de sono.
— Não estamos sozinhos — Rebecca se sentou de frente para ele. — Temos uns aos outros.
Eles se olharam e Eric sentiu seu coração acelerar, batendo como se fosse pular de seu peito.
— Sabe, Rebecca, tenho que confessar uma coisa.
— O quê?
— Por algum motivo, você me faz sentir seguro.
Um sorriso de canto de orelha se formou e ela abaixou a cabeça. Se o lugar estivesse mais claro, Eric poderia ver o rosto dela ruborizar.
— Também me sinto segura com você, Eric.
E antes que ele pudesse responder, ela o beijou, a princípio de leve. As duas bocas se encostaram num celinho. Depois se tornou mais profundo, com a sua boca se abrindo e retribuindo o beijo. Ele sentia os dedos dela vagando sem rumo por seus cabelos e tocando seu pescoço.
Ele fechou os olhos e deixou ela tomar controle do beijo. Entrelaçou seus braços pela cintura dela e se permitiu flutuar pela escuridão do calor humano que trocavam.
Então um barulho cortou o ambiente.
Os dois se desgrudaram e procuraram a fonte que emitira o som. Quando acharam, caíram na risada, repreendendo-se em seguida por conta do barulho.
— Quem diria — disse Rebecca. — Ela é linda, mas ronca como um porco — riu apontando para Nina.
Eric riu, sendo interrompido por um bocejo longo. Pare, não pode demonstrar cansaço, ela vai pensar que não gostou, pensou.
Mas ao invés disso ela apenas o encarou, aconselhando:
— Durma Eric. Precisa descansar.
Ele obedeceu, sem resistir. Deitou-se como Rebecca havia feito e a última coisa que viu antes de dormir foram os cabelos ruivos da menina, agora sentada de costas para ele, observando o corpo desacordado de Oliver.
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