capítulo um. ( arma )
Dormir provavelmente foi a parte mais difícil. Meu corpo estava destruído, o cansaço me dominava e mesmo assim, foi uma tarefa extremamente difícil da qual eu não consegui concluir. Inútil, é assim que eu me sinto quando não consigo realizar algo tão simples.
Rolar na cama não era uma opção, então usei esse tempo para arrumar minhas malas. Não sabia quanto tempo ficaria e, por isso, peguei uma quantidade considerável de roupas. E foi aí que eu me toquei que eu ao menos sabia para onde estava indo. Minha indignação era tanta que nem me importei, meu pai já deve ter resolvido tudo mesmo, não precisaria me preocupar com nada.
Já de manhã, após terminar de organizar tudo e me arrumar, desci as escadas rumo em direção a sala. O piso já estava limpo e antes que eu pudesse notar, minhas malas já estavam no saguão. Eles queriam mesmo se livrar de mim.
— Quero minha moto comigo. — é a primeira coisa que digo assim que os vejo, não deixando espaços para recusas.
— Já estou providenciando isso, querida. — meu pai diz e eu bufo discretamente. Não queria mais sermões motivacionais sobre a minha capacidade ser única para essa caso.
— Vamos para o aeroporto, já estamos atrasados. — minha mãe fala apressadamente, pegando as chaves do carro e puxando nós dois pelo braço, como se fossemos crianças.
O caminho foi rápido, já que o pé de chumbo da Senhora Dominique não deixou barato para a estrada. A despedida foi, de certa forma, engraçada.
— Tome cuidado e não hesite em chutar algumas bundas, se for preciso. — minha mãe fala, me dando um abraço apertado.
— Pode deixar. — dou um sorrisinho de lado. Eu, com certeza, iria chutar algumas bundas para minha diversão. Apesar de não estar gostando de ir para a tal cidade desconhecida chamada Beacon Hills, estou começando a aceitar no fundo, pelos meus pais. E de certa forma, por mim também.
Sair da minha zona de conforto pode ser bom, ares novos e situações diferentes. Ultimamente lembranças daquela noite vinham com mais frequentes, em sonhos e memórias em forma de flashback's inoportunos durante o dia, atrapalhando o meu desenvolvimento. Um ambiente diferente poderia mudar isso.
— Arrasa naquela cidade, meu amor. — meu pai me abraça fortemente e beija minha testa de forma carinhosa.
— Ainda estou brava com vocês por fazerem isso comigo. — faço uma careta birrenta, fazendo os dois darem risada e me abraçarem juntos.
— Você vai gostar, é uma cidade calma. — meu pai diz dando um sorriso reconfortante, mas consigo captar o tom de mentira em sua voz junto a seu olhar de pura diversão. — Na medida do possível.
— Claro. — zombo, pensando comigo mesma como isso vai ser um desastre. Pego as minhas coisas com minha mãe e após ouvir o último chamado para o meu voo, vou em direção ao portão de embarque após me despedir pela última vez. — Que eu não perca minha paciência nessa cidade, amém.
Resmungo para mim coisas incompreensíveis por um tempo até entrar no avião. Após me acomodar na minha poltrona, o sono me dominou e estava quase apagando, mas não antes de pensar em como sentiria falta da França.
O avião pousou várias horas depois e pelo horário que sai, provavelmente já é noite e tiro minhas conclusões assim que saio da grande ave de metal. Pego todas as minhas malas e meu corpo implora por uma cama em um belo descanso, mas não posso ter isso até ir ao encontro de Chris Argent, para ele poder saber que a ajuda chegou.
Não vai ser agradável devido a minha aversão por ele, porém não tenho muito o que fazer a respeito disso. De qualquer forma, terei que trabalhar com ele mesmo. Quanto antes eu for, mais rápido acaba e vou poder voltar para casa.
Chamo um táxi e entrego o endereço que meu pai disse que seria minha residência por alguns dias. Ao chegar, não presto atenção em nada já que decido tomar um banho antes de ir, pois foram mais de dez horas de voo. Esse banho pode ter sido considerado de gato, mas não tive tempo para pensar nisso já que estava atrasada para o encontro com o Argent.
Vou até à garagem e me deparo com o amor da minha vida, vulgo minha moto. Meu pai é realmente rápido, não perdeu tempo mesmo.
O local do qual me foi dado foi uma clínica veterinária, então não perdi mais tempo e parti em direção a ela, pois estou mesmo bastante atrasada e se tem uma coisa que eu odeio, são atrasos. A ironia é que eu normalmente sempre estou atrasada.
Acasos da vida.
દ
Não demorei menos que cinco minutos para avistar o estabelecimento do qual eu deveria estar. Não poupei tempo, já que quanto mais cedo eu fizesse isso, mais cedo eu estaria em casa.
Notei que várias pessoas estavam prontas para irem embora e julgo ser pelo meu atraso. Acelerei mais e quanto estava perto o suficiente, freei derrapante levemente causando um barulho que atraiu suas atenções. O quê posso fazer? Gosto de entradas chamativas.
Retirei o capacete e balancei a cabeça com o intuito de arrumar o cabelo. Clichê, eu sei.
Observei as pessoas melhor. Pensei que fosse me encontrar somente com o Argent, mas pelo visto me enganei quando reparei vários que aparentam ter a mesma idade que eu. Costumo manter na minha memória os traços marcantes da pessoa, então o que obtive foi: queixo torto, branquelo cheio de pintinhas, olhos azuis intensos, rosto angelical, ruiva, asiática, olhos entediados e Ah... Maxilar marcado e olhar desafiador.
Allison.
Eu, quase, senti falta disso.
A encarei mais do que o necessário, levantando as sobrancelhas rapidamente em uma provocação que somente ela entenderia. Seu maxilar trincou e eu soube que atingi meu objetivo.
— Peço desculpas pelo meu atraso. — desço da moto após colocar o capacete no guidom e caminho até eles, até estar perto o suficiente para eles me analisarem.
— Ravena Tuer. — Chris é quem quebra o silêncio, me cumprimentando com um acenar de cabeça. — Da última vez que te vi, era uma criança.
— Da última vez que me viu, eu não tinha uma arma. — rebato sorrindo falsamente, tirando a arma de trás do cós da minha calça e levantando para todos verem. Balancei ela no ar para fazer graça.
— Você tinha. — rebateu com sua voz rouca, arqueando apenas uma sobrancelha.
— É. — dou de ombros, colocando a arma no lugar que estava anteriormente. — Eu tinha.
Os demais observam nossa interação em silêncio, apenas esperando a oportunidade para falarem algo.
— Ela tinha uma arma quando era criança? — o branquelo de pintinhas, pergunta incrédulo com uma careta em seu rosto, desacreditado. Minha atenção vai para ele, o que me faz analisá-lo de cima a baixo, lentamente.
Ele percebe e quando nossos olhos se encontram, fica desconcertado.
— Quem são? — pergunto para Chris, mas ainda estou olhando para o garoto. Viro meu rosto lentamente para o lado na direção do Argent, como se fosse olhá-lo, mas deixo meus olhos no desconhecido. Por fim, levo meu olhar para Chris rapidamente. — Pensei que fosse ser somente você.
— Eu quero te apresentar eles. — ele diz e aponta para o garoto de queixo torto. — Esse é o...
— Scott. — não deixei que ele falasse, o que ocasionou surpresa por parte de todos, menos o mais velho. — Alfa genuíno. Lydia, Banshee. Kira, Kitsune... Fiz o meu dever de casa.
Não falei o nome de todos, afinal ficou bem claro que eu sabia. Costumo me fazer de desinformada no começo, apenas para surpreender depois. É uma forma de demostrar poder e controle, obviamente eu não iria para uma cidade sem saber o que me esperava, eu sou uma Tuer.
— Então deve se lembrar da minha filha. — ele retornou a falar, sem esboçar reação diante minha ação. Ele sabe como funciona o esquema dos Tuer's em ambiente desconhecido.
— Allison Argent. — sibilei o nome lentamente, olhando para a dona dele. Ela me encara de volta, sem dizer nada. — Já aprendeu a caçar um lobisomem?
Meu olhar provocativo sempre a irritou.
— Já aprendi a caçar ameaças. — usa um tom seco, quase raivoso. Seus olhos não estão amigáveis, assim como sua expressão ao todo e sua postura não é diferente. Ela está na defensiva. — Eu tomaria cuidado se fosse você.
Soltei uma risada baixa, balançando a cabeça para os lados e olhando para o chão.
— Allison... Allison... — repeti seu nome com diversão. Tornei a olhá-la, com a mesma expressão divertida de sempre. Um sorriso brinca em meu rosto. — Sempre falando demais.
+ torta de climão, temos? sim!!
+ peço desculpas pela demora, estava com um puta bloqueio nessa parte final, e por isso, decidi mudar. no original quem narra essa parte é o stiles, mas decidi mudar pra ravena, e assim, acrescentar cenas novas e apagar algumas.
+ o que estão achando??
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