plano de fuga.
Ao chegar o fim da reunião, Kim yujin se despediu do rei Park e saiu da sala, junto de Sunghoon. Ambos caminharam até o jardim do castelo para conversar e jogar as cartas na mesa.
Yujin olhou para o príncipe, seu rosto sério, mas com os olhos marcados por uma suavidade que ele raramente via. Ambos estavam cientes do que estava por trás daquela conversa. O casamento arranjado entre eles era uma inevitabilidade cruel que se aproximava com cada dia que passava.
━━ Sunghoon — começou Yujin, quebrando o silêncio, mas sem olhá-lo diretamente nos olhos — precisamos falar sobre isso. Sobre nós.
Ele a observou por um momento, vendo como o peso da situação já começava a pesar em seus ombros. Mesmo sendo príncipe, havia uma fragilidade em sua postura, algo que não era visto por muitos. Ele havia mantido sua posição, sua fachada de príncipe forte, mas, naquele momento, sabia que não poderia mais esconder seus próprios sentimentos.
━━ Eu sei. — Ele suspirou, olhando para o lago, como se as respostas estivessem lá, flutuando em sua superfície calma. — Não quero isso. Não... nós dois. Eu não quero que exista um "nós", entende?
Yujin o encarou, surpresa com sua sinceridade. Ela nunca havia visto o príncipe tão vulnerável.
━━ Eu também não. — Ela baixou a cabeça, respirando fundo. — Eu... não posso me casar com você, Sunghoon. Não da maneira que eles esperam.
Sunghoon franziu o cenho. Não sabia exatamente o que ela queria dizer, mas havia uma urgência em sua voz que o fez sentir que havia algo mais. Algo que ela não estava dizendo. Um segredo, talvez.
━━ Yujin, o que está acontecendo? — perguntou, a curiosidade se misturando à preocupação.
Ela hesitou por um momento, olhando para ele como se estivesse ponderando se deveria revelar o que tinha em seu coração. Finalmente, ela falou, suas palavras suaves, mas cheias de peso.
━━ Eu... estou envolvida com alguém. — Ela finalmente se abriu. — Não posso mais esconder isso. Eu estou com a princesa Chaewon.
O coração de Sunghoon deu um salto, e sua expressão se transformou em surpresa. Chaewon? A melhor amiga de Yujin, uma pessoa que ele sabia que tinha um relacionamento de confiança com ela. Nunca, em seus piores cenários, havia imaginado que algo assim fosse possível.
━━ Chaewon? — repetiu ele, quase sem acreditar — Como... quando isso começou?
Yujin olhou para o príncipe com uma mistura de dor e alívio. Ela não sabia como ele reagiria, mas sentia que precisava ser honesta, finalmente.
━━ Desde há algum tempo. Eu nunca quis que isso acontecesse, mas... foi inevitável. Quando estou com ela, sinto que estou sendo eu mesma. Não posso negar o que sinto, Sunghoon. Ela me faz sentir viva.
O príncipe manteve-se em silêncio, absorvendo suas palavras. A revelação o deixou desconcertado, mas, ao mesmo tempo, compreendia. Afinal, ele mesmo não estava livre de seus próprios sentimentos.
━━ Eu... eu entendo, Yujin. — Ele finalmente disse, sua voz baixa, mas cheia de compreensão. — Eu não posso te obrigar a seguir uma vida que você não quer, e uma que eu também não quero.
Yujin soltou uma respiração pesada. Era bom finalmente ter alguém com quem dividir sua verdade, mesmo que fosse Sunghoon.
━━ E você? — ela perguntou, com um tom mais suave, mais curioso. — Você nunca me contou o que sente. Acho que nunca tivemos tempo para conversar de verdade.
Sunghoon olhou para o chão, seus dedos entrelaçando-se nervosamente. Ele sempre soubera que era impossível manter seus sentimentos escondidos para sempre. E agora, parecia que o destino havia decidido que seria o momento de se abrir também.
━━ Eu... estou apaixonado por alguém também. — Ele disse, sua voz um sussurro. Yujin o encarou com surpresa. — Pelo plebeu Kim Sunoo.
O nome ressoou como um choque, quase inacreditável. Kim Sunoo? O nome de um jovem plebeu que, até então, parecia tão distante das esferas reais. Yujin estava atônita.
━━ Kim Sunoo? — repetiu ela, tentando entender o que aquilo significava. — Mas ele... ele não é de nossa classe. Como isso aconteceu?
Sunghoon se soltou um pouco, olhando para o céu, como se buscasse respostas nas estrelas.
━━ eu sei. Ele é simples. Mas é essa simplicidade que me atrai. Ele não vê o príncipe Sunghoon, ele vê a mim. E é isso que eu nunca tive... alguém que me enxergue, que me ame pelo que sou, não pela minha posição ou pelos meus títulos. Nos conhecemos por acidente, mas foi amor a primeira vista.
Yujin permaneceu em silêncio por alguns momentos, refletindo sobre suas palavras. Então, finalmente, ela suspirou e se virou para ele, com um sorriso triste.
— Então, nós dois estamos presos em uma teia de obrigações que não queremos. — Ela falou, sua voz carregada de melancolia. — Eu com Chaewon. Você com Sunoo.
Sunghoon a olhou, e seus olhares se cruzaram, compartilhando uma compreensão mútua. Eles eram príncipes e princesas, mas seus corações ansiavam por algo mais simples, mais verdadeiro.
— Precisamos encontrar uma solução. — Ele disse, sua voz mais firme agora. — Não podemos continuar sendo forçados a seguir um caminho que não escolhemos.
Yujin assentiu, seus olhos se iluminando com uma ideia que começava a formar em sua mente.
━━ E se nós dois... fingíssemos que o casamento está acontecendo? — sugeriu ela, hesitante, mas com esperança. — Se formos apresentados como um casal, mas, na verdade, vivermos nossas vidas como quisermos. Eu posso continuar com Chaewon, e você com Sunoo. Se conseguirmos convencer a corte de que estamos cumprindo com nosso papel, talvez possamos evitar as pressões reais.
Sunghoon ponderou por um momento, os olhos fixos nela, antes de sorrir levemente.
━━ Isso não daria certo, yujin. Eu quero ser dele, somente dele. Não quero ser parcialmente "seu" para os outros.
━━ Então eu tenho outra idéia. Você descobrirá depois.
Yujin sorriu de, finalmente aliviada por ter encontrado um caminho para manter sua liberdade.
━━ Então, está decidido. — Ele falou, com um tom de determinação renovada. — Vamos fazer isso. Nossa felicidade não pode ser ditada pelo destino.
Eles se levantaram, os dois príncipes e princesas, mas não mais prisioneiros das correntes que a realeza tentava lhes impor. Juntos, iriam criar um novo caminho, um caminho onde os corações poderiam seguir seus próprios desejos.
E, no fim, essa decisão os uniu em uma aliança silenciosa, mais forte do que qualquer contrato real.
Nada a declarar.
Xoxo, thay
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