O sol mal havia começado a se erguer no horizonte quando o príncipe Sunghoon foi despertado por um som que não podia ignorar — o tambor do conselho real, convocando-o para uma nova reunião. O palácio, sempre imponente e silencioso em suas vastas colunas de mármore, parecia agora ainda mais opressor, suas paredes douradas refletindo o peso de um destino que Sunghoon não havia escolhido. Ele se levantou, os músculos tensos, e olhou pela janela de seu quarto, observando os primeiros raios de luz cortarem o céu ainda escuro.

Era uma manhã como muitas outras, mas hoje, havia algo diferente, algo além dos pensamentos relacionados a sua paixão medíocre por Sunoo, era um pressentimento de que algo estava prestes a mudar. Ele sabia que, mais tarde, seria forçado a cumprir uma promessa que nunca fizera de coração, mas que agora era mais inevitável do que nunca: o casamento com a princesa Kim Yujin.

O príncipe nunca tivera a liberdade de decidir sobre sua vida pessoal, uma liberdade que a realeza jamais lhe permitiu. Mas, nos últimos meses, a sensação de aprisionamento se tornara mais insuportável. A coroa, embora gloriosa e poderosa, era também uma gaiola dourada. Cada passo que ele dava estava marcado por expectativas, por obrigações que pareciam sufocá-lo.

Seu pai, o rei, parecia ignorar qualquer desejo ou sentimento que Sunghoon pudesse ter, forçando-o a casar-se com Yujin para selar um acordo político vital para a estabilidade do reino. A união, prometida ainda na infância, agora era uma corda apertada ao redor de seu pescoço, e a ideia de se tornar um homem casado com alguém que também não queria essa aliança fazia com que ele se sentisse ainda mais impotente.

Yujin... o nome dela soava como uma sentença. Ela era tão bela quanto distante, uma princesa que jamais demonstrara interesse por ele ou por qualquer outro homem, mas que agora era forçada a ser sua esposa, como se os sentimentos não fossem mais do que peças de um tabuleiro de xadrez. Ele sabia que ela, assim como ele, estava presa em um destino que não escolhera, mas o que mais o angustiava era a certeza de que ambos seriam incapazes de se libertar de seus papéis preestabelecidos.

Sunghoon deixou os pensamentos se dissipar por um instante e se concentrou na sua própria imagem no espelho. O rosto que ali se refletia estava sombrio, como se o peso do mundo repousasse sobre seus ombros. Seus olhos, que já foram cheios de energia e brilho, estavam agora cansados, como se as correntes invisíveis de seu nascimento estivessem o puxando cada vez mais para baixo. Ele não queria ser príncipe. Não queria se casar. E, o mais doloroso de tudo, não queria ver Yujin como sua esposa.

A realidade era cruel: mesmo que ele tentasse, não poderia fugir. Eles se casariam, e o reino esperava que fossem uma união forte, capaz de consolidar o poder e garantir a paz entre os dois maiores impérios vizinhos. Mas o que não podiam entender, o que ninguém parecia perceber, era que nem ele nem Yujin estavam prontos para aquilo, porque Sunghoon amava Sunoo.

À medida que se preparava para enfrentar o inevitável, Sunghoon sentiu uma profunda tristeza. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que, com Yujin ao seu lado, nunca conheceria a verdadeira liberdade. Talvez o que mais o aterrorizava não fosse o casamento em si, mas a percepção de que estava prestes a perder sua própria identidade — a única coisa que ele ainda possuía.

Ainda assim, como um príncipe, sua vontade era impotente diante do trono. O peso da coroa parecia ainda mais esmagador naquele momento, e a sensação de que sua vida se tornara uma prisão sem escape o consumia a cada segundo.

A verdade é que Sunghoon se levantou da cama naquele dia apenas com os pensamentos relacionados a Kim Sunoo, o plebeu pelo qual se apaixonara. Sunghoon era louco por gostar daquele pobre homem, mas o amor era assim, e mesmo sendo errado para a realeza, em sua realidade parecia mais do que certo.

━━ Olá, Park — disse a princesa Kim yujin, se aproximando dele e sorrindo fraco — Como vai?

━━ Péssimo, você sabe — disse Park — e você?

━━ Estamos na mesma — riu sem humor — mas tenho novidades para contar após a reunião.

O criado então chamou os dois para a sala de reunião, onde permaneceram por duas horas seguidas, ouvindo sobre os planos para a cerimônia de casamento "perfeita" e ensaiando discursos genéricos de compromisso.

O amor parecia tão difícil. Yujin tinha seu olhar tão perdido quanto o de Sunghoon, porque ela também pertencia a outra pessoa.

Há um tempo, ela e a princesa chaewon do reino dos Jeon começaram a se relacionar, o que também abriu espaço para que yujin começasse a odiar tudo que envolvesse aquele maldito casamento com o príncipe Park Sunghoon.

Ambos não tinham nada um contra o outro, e até poderiam ser grandes amigos, mas não noivos. O mundo da realeza trazia grandes consequências, e Sunghoon se tornara capaz de sentir o peso da coroa pela primeira vez.

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