Noites soturnas como esta me obrigam a divagar sobre os caminhos sinuosos pelos quais minha vida seguirá. E talvez você me acompanhe nesta caminhada sem destino certo, alguém que me ajude quando eu esbarrar meu dedinho numa pedra jogada por aí, alguém que descanse comigo às sombras na beira do caminho.

Contigo quero me sentir livre, esquecer dos medos e receios dos quais meu coração se ressente. Quero rir até ficar sem fôlego, dançar e cantar até doer, quero ficar num confortável silêncio, mais comunicativo que todo esse carrossel de palavras dedicado à uma possibilidade.

Em alguns momentos especialmente melancólicos, saudosos por um futuro que ainda há de ser, chego a sonhar com esses cenários, mas prefiro não fazê-lo. Pensar nisso me dói.

Me dói a possibilidade de nunca te encontrar, de nunca poder te fazer um cafuné, ou te levar para sair.

De um jeito ou de outro, no entanto, algo bom há de sair desse grito de carência de meu ser. E que desse sentimento de querer dividir com alguém tal companheirismo seja feito esse texto, essa ponderação sem sentido algum, sem propósito ou utilidade, só vontade.

Espero um dia poder segurar sua mão, e contigo bailar por esse caminho. Talvez não até chegarmos a nosso destino, mas por alguns quilómetros.
-M