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O respeito pela vontade popular


Nem sempre o que escrevo é divertido. Desta vez, pela primeira vez, na minha vida estou num país a comemorar o início da luta armada contra o meu país. Nesta confusão de letras e palavras, procuro sentir o sentimento de alguém, tal como nós portugueses, que lutaram pela sua libertação. Enganem-se aqueles que estes povos não sabem seguir o seu rumo pelos seus próprios pés. Enganem-se aqueles que a cultura e os padrões europeus são o estereotipo da perfeição. Mas não se enganem que na realidade, um português, quando quer, consegue estabelecer «pontes» que poucos povos ao longo da história da humaninade tiveram sucesso num equilibrio, onde o negócio era a base do relacionamento.

Nos anos de 2001 e 2002, passei o 1º de Dezembro com espanhois, em Portugal. Trabalhava num consórcio onde a língua castelhana predominava, mas os feriados nacionais eram respeitados. No entanto, recordo-me que alguns colegas me perguntavam o motivo do 1º de Dezembro.

Estando a trabalhar numa empresa espanhola, obviamente não foi facil explicar. Na realidade Portugal nesse dia 1 de Dezembro de 1640, iniciou o seu periodo de libertação que só terminou em 1668. E, a palavra «restauração» sem dúvida que foi muito inteligente pelos nossos antepassados, porque na realidade tratou-se, tal como em Angola, por uma luta de libertação.

E neste contexto, tal como nós portugueses, os angolanos vibram com esta data contra o regime colonial, omitindo muitas vezes quem era , de facto, o colonizador. A força da palavra colonizador (que já não existia nessa época, porque estes territórios eram provincias com alguma autonomia política), esconde diplomáticamente o papel que Portugal teve nesse periodo. Tal como a Restauração da Independência, que incide no período filipino, desvaloriza a palavra «Espanha».

Culturalmente somos diferentes dos povos de Espanha, e seguramente muito mais dos povos africanos. E esse erro, com a história, tem-se vindo a comprovar. Enganem-se aqueles que os padrões europeus são melhores que os de outros povos do mundo. Porém, em qualquer sítio há vantagens e desvantagens.

Uma das vantagens é o conhecimento e o entendimento do pensamento destes novos países e fugir de comparações absurdas. A libertação de qualquer sociedade é o valor mais alto que se pode alcançar. E o modo de vida, aos nossos olhos, ser melhor ou pior, já não nos diz respeito.

Voltando a Espanha. Não sei se foram nossos colonizadores. O facto é que para além da lingua, muitos hábitos culturais são semelhantes. Os nomes não diferem muito. E até nomes de localidades são os mesmos, como Montijo, Vila Real, etc.

Por isso é gratificante para mim, apreciar a alegria deste povo, que honra os seus martires que lutaram pela sua independência e, neste caso, também, pela reconciliação nacional.

Uma luta armada deixa sempre marcas. Lembro-me de antepassados meus que detestavam os franceses por causa do Napoleão e do mal que fez a muito europeu. Também nas guerras de libertação, muitos compatriotas morreram ao serviço da sua bandeira mas por decisão política da epoca, deixando familias sem pai e com filhos muito jovens.

No entanto, acho que o tempo vai apagando estas marcas. A reconciliação é um dom que devemos ponderar até nas relações familiares. Enquanto cá andamos nesta terra, devemos aprender a saber ganhar e também a perder. Acima de tudo é a paz, que nos ajuda a viver melhor, independentemente dos padrões culturais.

Por isso congratulo-me por este dia 4 de Fevereiro.

Porque também ainda hoje sinto o 1º de Dezembro!

Kamakenzo, 4 de Fevereiro de 2020

António José Alçada

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