Prólogo
Como um copo onde dois fluídos de densidades distintas, Rubi caminhava sobre a tempestade do deserto, sendo a separação do tufão de sedimentos agressivos, a margem tênue do sol. Tecidos protegiam seu rosto deixando apenas parcela dos olhos livres. Sua respiração enfraquecia possuía o ritmo da redução de seus passos.
Merda...
Aurora...
Exaurida, unicamente pensa na garota que ama, onde sua mente despejava recordações e momentos sublimes. A fadiga a derruba no meio da duna, fraca para mover até seus braços, põe-se a chorar.
Morrerei assim... Ela segurou a areia em suas mãos. Longe de quem amo, no meio do deserto, afundada na areia. As lágrimas sumiam nos sedimentos porosos. Alguém me ajuda. Seu coração palpitou desesperadamente, mas desesperançosa apenas viu o arenito engolindo-a, fechando os olhos na expectativa de não assistir sua morte.
Queria ter comido um pernil.
O seu presságio acabou sendo alterado. Seu corpo criou forças até sentir vontade de despertar, com tremelicas em suas pálpebras, abriu seus olhos, concebendo o céu escuro e estrelado. Onde a única iluminação era da fogueira ao lado. Ouvia-se a colisão do metal e da pedra do outro lado das chamas. Um homem amolava uma espada.
Ao identificar o sujeito, Rubi entrou em pânico hasteando velozmente seu corpo das areias, mas a exaustão lhe fez ajoelhar-se em sequência. O homem a olhou, seu cabelo azul e as queimaduras em seu rosto, eram inesquecíveis. A movimentação da garota atiçou das sombras do deserto um cachorro preto de olhar vermelho e mandíbulas esbravecidas, que começou a babar em sua frente. A presença de ambos os machos lhe causava aflição.
— Skraz, está assustando-a. — Rodrigo atenuou seriamente.
— O que quer comigo? — Ela questiona.
— Geralmente agradecemos a nossos salvadores. — Do lado da perna ele pegou e arremessou um cantil de couro. — É água, se a tempestade não lhe matou a desidratação faria o serviço. Francamente quem vem ao deserto sem água.
— Por que me salvou? — Seu passado entrou em conflito a bondade de Rodrigo, não conseguindo conceber tais acontecimentos. — Quis matar a mim e a Aurora, agora está me dando água.
— Agora compreendo os motivos de pensar que lhe conhecia. É a espadachim de Myan — Rodrigou riu sarcasticamente — Não leve a mal, julguei que ganharia um salário maior conseguindo capturar aquela maga.
— Como pode pedir que eu não te leve a mal? — Questionou raivosa, mesmo amedrontada pela proximidade do cão sombrio.
— Não possuo nada pessoal contra vocês, nem mágoa, raiva ou ódio. Era apenas um soldado atrás de status. — Rodrigo jogou a espada amolada nos colos de Rubi — Bela lâmina, afiei as extremidades. Participou de alguma guerra?
— Por que questiona?
— Está desgastada, tem resquícios de sangue. — Os olhos azuis afogaram-se nos de avelã da viajante — Seu olhar é seco, assim como sua lâmina. Deve ter matado pessoas, soldados com família, mães com filhos e adolescentes sem lar. Não pode me julgar por Myan, suas mãos são tão sujas quantos as minhas.
A espadachim engoliu a resposta a seco. Deixando seus pensamentos serem levados na vestimenta de couro avermelhada do imperial.
— Para onde está indo? — Ela se ergue, tirando a areia das roupas com batidas, infelizmente partes mais incomodas não poderiam ser limpas devido à presença dos estranhos.
— Korr... — Skraz respondeu com sua voz arrastada — Venha conosco... É sua melhor opção.
— Mesmo não confiando em nós — Rodrigo ofertou um pedaço de carne seca — É realmente sua melhor escolha.
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