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Palpitar

Rex e Aurora utilizam das raízes para descerem do telhado. Em solo, a jovem se despede do mestre para que possa deixar a seus amigos despreocupados com a falta da aula. O acoçador de fogo, sorri de maneira acanhada pela conversa sentimental. Ele rastejou seus passos no beiral da escada. — Aurora... Caso soubesse o quanto és especial pequena...

Passos de uma bota de ferro estrondosa o emergem inconsciente, alertando-o da chegada de alguém. Ao olhar para cima um soldado de respiração rápida encara o rei desesperado, o suor resvala sobre o canto daquele juvenil escudeiro descendo tão lentamente como a pressão que se acoça do corpo por tentar falar com o monarca e sua feição intimidadora.

Rex sobe até o plaino entremente o primeiro e segundo andar, forçando sua presença, o cavaleiro jogou suas costas contra a parede em busca de refúgio.

— O que teme soldado? — Rex questiona, mas nada saiu da boca do novato. A inquietação acode seu torso e para acalma-la leva delicadamente a palma de sua mão até o trapézio do militar, apertando-o gradualmente e fazendo uma pressão incômoda — Diga...

— Salu... — A palavra trava em sua boca com a dor sentida — Saluem, senhor! O mago espião foi descoberto em Danagor! Ele foi torturado, mas conseguiu fugir. Infelizmente não conseguiu sobreviver aos danos causados... — O soldado penetrou sua visão a íris flamejante do lorde, dando clara compreensão de que não era aquilo que ele queria depreender — Morgiana! Lorde! Morgiana está indo para Saluem!

Rex o soltou, com o rosto amedrontado e descrente, o medo sobre Morgiana e suas falas vieram a tona de modo sorrateiro e desesperançoso.

Quero destruir Saluem, e matar Heiko.

De todas as pessoas que conseguiam dizer algo com tanta soberba, Rex sabia que sua antiga amiga era boa em cumprir suas convicções. O rei desceu as escadas rapidamente, pegando a força o sobretudo de um dos parlamentares que estava a adentrar o palacete. Indo até às ruas, seus olhos imergem em medo súbito.

Heiko, por favor, esteja bem!

O poder de cintilação vermelha encobertou todo seu corpo, assustando os moradores que passavam no arredor. Aquelas brasas começaram a ficar maiores e mais densas ao ponto do fogo emanado pelo líder cobrir seu corpo. Gradualmente as labaredas começavam a tomar forma.

Aquele fogo mágico molda-se três vezes maior do que o próprio rei, criando um bico agudo em sua ponta e extremidades assemelhadas a uma crista, além de laterais que materializam fortes asas.

Rex mostrou naquele momento, o porquê de ser conhecido como filho da fênix. Alçando um voo — flamejante —, queimando parte do solo abaixo de seus pés. Usando da magia, voa em direção ao caos. Em direção a seu amor.

Heiko, por favor, esteja bem!

Aurora e seus amigos, puderam apenas ver o fogo vulcânico que apareceu como um mero lampejo na janela do quarto enquanto saia por voar nos céus.

Eles encontraram o escudeiro novato, chorando de medo no plaino da escadaria. Aurora agachou-se e tocou no braço do moço no intuito de acalmá-lo. Os olhos chorosos do militar se viram menos medrosos ao ver a garota, que aparentava ter sua idade, munida de tamanho sossego.

— O que houve? — Questionou alegre, quase como uma deusa na salvação de um mártir.

— O-o rei. Sa-saluem. — Ele engoliu as palavras gaguejadas que subiam em sua garganta. — Há uma ameaça de ataque a Saluem! O rei foi ajudá-los!

Aurora se pôs de pé novamente, de brando firme continuou a descer as escadas e correr para fora do palacete. Sua mente começou a pensar em variadas possibilidades e coisas que poderiam acontecer.

— Aurora! Espera! — Alladin gritou — O que houve?

— Precisamos ir para Saluem! — Ela gritou de volta, sem dar muita atenção a ele. Com força, ela assobiou, esperando algo cair dos céus. — Alladin! Vem comigo! — Ela olhou para os seus outros dois colegas.

— Ficaremos por aqui, não se preocupe. — Kim logo deu o mando.

Aurora assentiu, mais tranquila pelas palavras da amiga. Até que algo brando esbravejou pelos céus, o som feito por uma forte águia ressoou na cabeça da maga, e não muito após, seu Grifo apareceu.

A besta pousou próximo aos alunos, que rapidamente se afastaram de pavor — assim como os outros cidadães que passavam no momento. — A aprendiza logo fez um carinho no bico de seu amigo alado, e subiu nas costas da criatura.

Sentada e acomodada no ser, estendeu as mãos para Alladin, que demorou um tempo até que pudesse aceitar que subiria naquele monstro. Quando assentou habilmente envolveu seus braços sobre a barriga de sua colega.

— Pelos deuses, quantos homens possuem medo de voar? — Reclamou Aurora.

— Não é medo de voar imbecil! É só medo dessa coisa...

O Grifo baforou em desgosto.

— Se acostuma rápido. — Aurora assobiou novamente, e a besta deu umas passadas rápidas ao solo até bater as asas e alçar voo.

Kim os olhou voar pelos céus, convicta e relaxada, mas algo logo atiçou seus sentidos. A gladiadora puxou Hyung para suas costas enquanto olhava para alguém que vinha na direção do palacete.

Aquela mulher loira com sua armadura platinada e a roupa de couro, girando na ponta de seu dedo o cabo de sua espada afiada enquanto cantarolava para si. Seu olhar parecia o abismo, e sua feição era sanguinolenta de frieza e desalento.

A garota enfaixada armou instintivamente sua base, amedrontada por qualquer movimentação brusca da incógnita, mas a pressão da desconhecida impedia-na de agir precipitadamente. Até que a estrangeira parou próximo aos alunos, olhando com soberba para o palácio.

— Com licença, este é o palácio de Myan? — A desconhecida questionou, analisando minunciosamente cada detalhe da estrutura colossal de seu arcabouço.

— Quem quer saber? — Kim respondeu, deixando Hyung soando frio.

Ei Kim... Mais respeito! Ela tem uma espada! — O garoto sussurrou no ouvido da gladiadora.

A mulher pôs um sorriso maquiavélico no rosto, sem intenções de demonstrar gentiliza ou educação. — Um gladiador não pode deixar de dizer seu nome a outro não é mesmo? — Ela questionou de modo retórico — Sou Dominick. Prazer em conhecê-la.

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