Os Mil Demônios
Seres alongados como minhocas, descomunais, possuintes de dentes afiados e espessuras grotescas. Outros munidos de asas abrangentes e garras tão afiadas como as lâminas polidas de um ferro abrasado da forja de um ferreiro. Além de algumas peludas e barulhentas, que gritavam em um clamor desesperado pelo sangue daqueles que se escondiam na base das muralhas.
O encontro dos monstros a Saluem pode ser assemelhava-se a queda de enormes pedregulhos sobre as edificações. Tudo era destruído, fazendo casas tornarem-se escombros. O próprio palácio começou a desmoronar na colisão das criaturas — de coloração roxeada e com grandes bolhas que eclodiam em sua pele como pus — destruíam e devoravam a estrutura da fonte de maior nobreza do império.
Heiko em instantes chegou próximo ao palacete, analisando de perto o ataque dos monstros de Morgiana, mas salvar seu palácio não era importante, havia alguém em sua mente que desejava proteger. O deus trovão arqueou os joelhos e da pressão contra o solo fofo da areia disparou para o leste, em busca de sua general.
Não muito tempo após ele chegou ao destino desejado, vendo seu povo correndo e sendo atacado pelos monstros enquanto uma parcela pequena de soldados lutavam para se salvar e defendê-los. Heiko rapidamente entrou num combate voraz contra as bestas, ele aproximou de um bípede peludo de diversas cabeças e socou a lateral de sua costela. O impacto algoz fez explodir a lateral contrária da fera, jorrando todo seu líquido verde gosmento sobre a areia abrasada.
— Fujam! — Gritou o imperador tentando salvar a sua população.
Entretanto, o cenário era dos piores possíveis, sua voz não continha força diante da quantidade excessiva de monstros. Vendo os ataques e mortes ao seu redor Heiko gradualmente começou a se enfurecer. Seus dentes trincavam em angústia, e seus olhos semicerravam em cólera.
— Heiko! — Uma voz afeminada o gritou.
Pelo brado ser reconhecido rapidamente correu em sua direção como um sonido. Aparecendo num piscar de olhos próximo à Bruna, ele a pressionou contra seu úbere contraindo-o de alívio.
— Está machucando rei! — Ela se forçou contrário com um sorriso em seu rosto.
Ao soltá-la o grito de monstros saindo da fenda chamou a atenção de ambos. O sorriso do régio rapidamente tornou-se a feição preocupada que havia a tempos atrás.
— Sabe o que fazer. Não sabe, Bruna? — Ele questionou, aumentando gradualmente a intensidade daquela energia azul mística e elétrica que pulsava por todo seu corpo.
A mulher assentiu, dando conforto a seu velho amigo. Logo a general gritou com seus soldados enquanto saltava no bestunto de um monstro desforme, decepando-a com facilidade.
Heiko usou de seu poder. A velocidade utilizada não era alcançada por nenhuma das visões ali presentes, rapidamente o rei chegava próximo aos monstros atacando-os com facilidade. O toque mais ínfimo de seus socos destruíam todas as arcadas ósseas dos monstros presentes, fazendo-os explodirem ou voarem sucumbidos.
A velocidade absurda de Heiko e seus golpes fulminantes eram a ponta da lança para destruir os inimigos. Ele sentia-se em resfôlego, com o ar quente que saia de sua boca durante sua respiração acelerada.
Logo acertou um monstro subindo em sua cabeça — através de saltos por sua espinha dorsal — no mediano do crânio, fazendo desaparecer toda aquela feição trevosa de dentes afiados e rosto amedrontador.
Olhou para o lado, rapidamente tendo de acelerar seus passos para sumir novamente como um trovão daquele espaço em que se encontrara, conseguindo fugir de um ataque das garras afiadas de outra besta de braços alargados.
— Merda... Atacá-los requer que eu troque do modo de velocidade do Deus trovão para o ataque da lança relâmpago, se meus golpes derem abertura posso levar um acerto fatal...
Seu momento parado de reflexão sobre os escombros de uma casa logo foram subtraídos pelo próprio movimentar de fuga, Heiko fugiu daquele ambiente para desviar da queda de outro monstro absurdamente grotesco.
Possuinte de cinco patas de rejunção duras com diversas articulações, idênticas as de um caranguejo, douradas. O seu tronco era humanoide da mesma coloração e cintilação que seus membros inferiores. Seu rosto era como um capacete de armadura sem viseira. Em suas mãos a criatura munia-se de lanças curtas, sua estatura comportava os dez metros de altura.
Ah! merda... Heikou alçou seu olhar aos céus, vendo outros seres dourados caindo por sequência, e um ovo negro saindo por último, fechando aquele vácuo de monstros. Aquele ovo descia com lerdeza.
O rei atinou-se a movimentação daquele monstro com patas de caranguejo, que mirava sua lança em direção a um regimento de evacuação. Quando a arma foi lançada o homem se fez presente a sua alcunha, retirando da direção a pessoa que foi mirada. Bruna se via nos colos de seu imperador, vendo aquela arma pontiaguda atravessada nos granitos.
— O que é aquilo? — Bruna questionou espantada.
— São os nove guardiões, os monstros mais fortes da Morgiana. — Heiko olhou para o ovo. — E aquilo ali, é... O ser mais poderoso já domado por ela.
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