Não és a única
Após a fênix se dissipar, a noviça sentiu-se despreocupada com seus futuros colegas de classe. Os olhares distinguiam do sentimento da jornada antiga, visto que anteriormente eram carregados de admiração, agora o seu desejo de ser reconhecida parecia nada mais do que soberba.
— Aproxime-se — Rex vocalizava calmamente. Sentindo-se parceladamente culpado pela exibição do poder.
Ela se abeirou dos demais.
— Explicando novamente para que nossa cara Aurora não se sinta perdida. Abri essa classe de estudos para magos distintos dos demais. Ele é voltada especialmente para vocês.
— Distintos? — Aurora se dispôs sem perceber a curiosidade instintiva de sua fala.
— Sim. — Rex riu pausadamente — mesmo principiantes, ainda possuem habilidades específicas que os destacam, contudo, creio que não será tão legal apenas "dizer" a vocês.
O professor calmamente contornou aquela enorme árvore — Vão ficar aí parados? — No susto seus alunos se moveram. Aurora os observava, até ser notada pelo jovem de cabelo branco que a encarou, o fitar fulminante a fez engolir saliva a seco.
Vai ser mais complicado do que imaginei.
O caminho dava extensão a um espaço sem interferência da árvore. Rex andejou até o canto do jardim para sentar-se na grama.
— Professor? — Indagou o garoto de olhos puxados — Por que nos trouxe até aqui? — Curioso coçou ansiosamente os piercings em sua orelha.
— Ainda fico bobo sendo chamado deste jeito. Os trouxe para um treino de combate.
— Um combate? — Aurora ficou confusa — Pensei que estaríamos aqui para aprender.
— Minha primeira lição é ensinar que vocês não são únicos.
Não somos únicos?
O que ele quer dizer?
Questionamentos passavam por suas cabeças, Aurora se sentiu confortável para olhar os outros, mais apaziguada por seus vislumbres pacíficos. Contudo, o de fios níveos mantinha seu mirar de raiva e desprezo.
— Vocês! — Rex constantemente apontava para a jovem e o raivoso. — Alladin e Aurora. Podemos começar com vocês.
— Conosco? — Aurora tentou não gaguejar — Espera... Não é...
— Vamos acabar com isso. — Alladin se moveu para o centro do campo, abrindo as abotoaduras de sua camisa azul. Deixando a branca aparente.
Aurora, incomodada com a feição de seu oponente, dirigiu-se para o palco do combate.
Que pirralho chato!
Seus companheiros de classe acomodaram-se ao lado do mestre. — Comecem a hora que se sentirem confortáveis! — Gritou o rei. Seus alunos não se mexeram. Apenas Aurora que criou uma base com um movimentar estranho nos dedos.
Não vou atacar alguém desprotegido, esse garoto é louco!
— Você é filha da Abigail? — Alladin questionou melancólico.
— Conheceu minha mãe? — Um alívio pousou sobre o peito da aprendiza — Diziam que era uma pessoa maravilhosa! — Deu um sorriso sem expor os dentes.
— Odeio sua família. — A resposta cortou o clima.
Alladin locomoveu seu braço para frente, seus pulsos possuíam braceletes de prata que brilhavam fortemente. Uma ventania começou a se mexer vinda de sua palma, a intensidade daquele poder disferiu-se como um soco doloroso em seu peito que fez Aurora ser arremessada a metros, arrastando nas pedras e machucando sua pele.
Que poder absurdo é esse?
Quando se levantou, ela encarou novamente aquele olhar semicerrado. Levando a mão ao peito devido à dor.
Odeia minha família? Quem odiaria minha família?
A garota limpou o sangue que escorreu de sua boca. Logo dirigiu as palmas a grama, quatro raízes grossas e de pontas afiadas cercaram Alladin. Todavia ele não esboçou reação. Um orbe de vento criou-se ao seu redor protegendo-o dos ataques.
— É só isso que você tem? — Ele a subjugou — Pensei que sua família criava assassinos.
— Não há assassinos na minha família imbecil! — Ela gritou — O que ela fez para você?
Alladin rosnou, enquanto Rex se deliciava com aquele diálogo, até que o ataque de raízes acabou.
— Usar feitiços fortes é algo básico para magos comuns. Para ser poderoso de verdade tem que fazer mais do que isso. — Alladin começou a mexer os dedos colados criando traçados imaginários.
— O que ele está fazendo? — Questionou a garota enfaixada.
— Humanos incapazes de usar da magia são considerados de "fluxo limpo", isso se dá porque sua aura é fraca e não consegue se conectar a nenhum elemento ou Deus. O que acontece com Alladin é que ele conseguiu criar o próprio fluxo de magia, e por causa da ausência de um poder original acaba por conseguir fundir outros elementos com aquele que mais gosta de usar. O ar.
— Nunca tinha ouvido falar disso. — Pasmou-se o jovem de olhos puxados.
— Alladin é um Combinador, ele desencadeia uma série de energias mágicas em uma única sequência... Causando...
O combatente começou a flutuar, e ao redor de seu corpo apareceu esferas vermelhas.
Um desastre.
Aurora sabia da inutilidade sobre questionar-se a respeito, mas nunca havia visto nada igual.
— Vou te ensinar a se pôr em seu lugar Aurora!
Num deslocar de dedo uma esfera direcionou-se a garota. Ela criou um orbe verdejante ao seu redor, mas quando a magia o atingiu causou uma explosão quebrando-o com facilidade. A garota teve seu corpo destroçado, sendo arremessada novamente. Seus braços tremiam de dor e seu torso implorava para que ficasse parada.
Impossível. Que poder é esse? O que é esse garoto?
Havia rasgos em sua pele, o sangue escorria como água.
Treinei tanto para isso?
Seus olhos pediram descanso, fechando-se por conta própria.
E se ele te trair?
A voz da deusa bateu em sua mente, fazendo-a se recusar a derrota, mesmo com a dor sentida na coluna e tórax fez com que suas pernas rasgadas colocassem seu corpo novamente de pé.
— Pirralho! — Ela gritou. Em seguida, cuspiu o sangue acumulado. — É só isso que você tem? Parece um mago comum para mim.
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