Fenrir
Por trás da figura materna de olhos avermelhados, algo no balanço entre o voraz e o pacífico, tranquilidade e imponência. Eles viam a mãe fazendo carinho naquele lobo colossal, Baal conseguia compará-lo ao tamanho de Gasoc. A fera encontrava-se em sono profundo, mas apenas dois olhos mantinham-se fechados, enquanto outros diversos olhos observavam diversas direções, inclusive os garotos.
— Mãe, é você? — Baal questionou.
A mulher deu um enorme salto, abraçando os filhos. As emoções deles vieram a tona assim que conseguiram tocar na mãe. O choro de Baal era alto, ele limpava as lágrimas no vestido da mãe. Yam fazia o mesmo.
— Olha como vocês cresceram! — Karoma acariciava seus cabelos, dando beijos em ambos — Estão lindos e fortes — Ela se afastou, e os segurou pelo queixo. — Amo vocês dois!
— Não acredito que a senhora está viva — Yam deu um sorriso aliviado.
— Não estou filho — A resposta frígida o frustrou — Provavelmente vieram aqui com a ajuda de Julia. Minha amiga não desfaz tragédias. — As falas de Karoma deixaram seu filho triste. — Ei! O que lhes disse sobre a morte.
— Tão natural quanto a vida — Responderam em uníssono.
— Na verdade, estou aguardando a vossa vinda — Ela continha unhas azuis afiadas como garras, e delas coçou seu braço — Estão aqui para controlar o fluxo de Fenrir, não é? Aprender a usar os olhos de sangue ao seu favor.
Quando Karoma falou, a fera ergueu a cabela e bocejou, quase como um cachorro mimado. Voltando a dormir em seguida. Baal apontou para o Deus, e ele assistir os olhos abertos seguindo a ponta de seu dedo.
— Fenrir então é nosso avô? — Questionou Baal.
— Ainda possui dúvidas? — Karoma ironizou
— E como conseguimos dominar o poder herdado? — Yam questionou
Karoma virou de costas aos filhos, para que assim os três contemplassem o sono do Deus. Em um momento ínfimo, os olhos de todos se fecharam. No céu nublado, onde o concreto era a única coisa que os separava do oceano. Um paraíso sem ventos, onde o silêncio e solidão predominam.
— Após a morte, vim para meu pai, pois sabia que este momento chegaria. — Ela deu um sorriso balbuciado — Vocês são o futuro dos Hast, os únicos que podem manter nossa raça viva. Quando suas horas chegarem, farão o mesmo ritual que o meu, na espera dos novos herdeiros do poder Fenrir.
— Mãe... — Baal a abraça forte.
— Então teremos de matá-la? — Yam questionou com a voz recuada.
— Sou apenas uma materialização. Terão de arrancar um dos corações de Fenrir.
Ao fim da fala da mãe, o Deus acordou, abrindo seus dois olhos fechados. Ele grita um bocejo poderoso que ressoa como um grito fervoroso. O monstro arranha suas garras no chão, tirando lascas de concreto.
— Meus netos — A boca de Fenrir não se movia em suas falas, ele possuía a voz de um grande demônio — Mostrem-se dignos de carregarem meu poder.
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