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A Filha de Dávila

Espadas cruzavam-se vorazmente, os impactos e as batidas eram os únicos sons na arena. O público extasiava-se, boquiabertos com as ações dos gladiadores. Rubi esquivava contraindo seu corpo contra os golpes altos, e retornava furiosas investidas na altura da cintura. O leão combatente digladiava tais ataques.

Ele se defendeu de um corte na costela, ficando numa posição desconfortável de braços soerguidos, posicionando a ponta da lâmina para baixo. Rubi e seu oponente sorriram.

— Você é boa — O suor pingava do rosto do Korr, amedrontado e excitado.

O duelista forçou sua arma, retirando-se do embate e afastando a garota. Ela sentiu dores em seus braços — Os músculos não estavam cicatrizados por completo.

Tsc!

Rubi o observou, o avanço letárgico mostrava a falta de sossego. Uma aura dourada envolvia o gladiador.

Ela se recordou dos treinos de casa — Vou abrir os seus fluxos. — Onde Maahes tocava nos pontos principais de energia dela — Treino de Ki é pura meditação e conexão com o próprio corpo — Uma luz que envolvia a garota começou a concentrar-se no seu olho esquerdo, tornando-se azul, fluindo como um raio. — Dávila era filha de magos, no caso, seus avós. A única família que cultuava Astarte, a deusa da guerra. Saber lutar está em seu sangue, como esteve no dela. Provavelmente a magia de Astarte flui em ti como era em sua mãe.

A dor e o estresse de adaptar-se aquele poder era insano. Ela podia tocá-lo, senti-lo fluir — Desfrute, minha garota.

O leão saltou, submergindo um golpe vertical. A movimentação acelerada causou um impacto fervoroso que subiu a poeira da arena. Ansiosos, o público se empurrava para tentar achar uma posição de visão adequada. Gradualmente a poeira começou a dispersar, dando visão as mandíbulas expostas do Korr, unidas a faceta assustada. Vendo seu ataque travado pela espada da gladiadora.

Ele suou frio. A garganta fechou devido o espanto, e a saliva prendeu na boca descendo como baba nos lábios.

— S-Sem mortes? — Proferiu gaguejando, suplicando piedade a Rubi.

O poder azulado condensado em seu olho era algo único, o Ki expressava-se pelo seu corpo melânico e a rispidez que sustentava a espada. Ela sorriu, satisfeita consigo — Sem mortes — Encarou seu adversário.

Rubi deixou a espada dele escorregar pela sua, fazendo com que seu oponente perdesse a base devido ao excesso de força. Ela lhe aplicou uma cotovelada na bochecha, fazendo o leão dar cambalhotas para distanciado. O combatente se ergueu ofegante, as costas pesavam e seus braços custavam a ficarem rígidos.

Num poderoso rugir, saiu correndo de encontro a ela. Ele parecia querer cortá-la, mas ela não hesitou. Evitando entregar um único movimento para o Korr.

Quando o gladiador se aproximou, Rubi rapidamente ergueu sua espada num corte transversal, assustando ele de imediato. O defronte de espadas fez com que uma cratera abri-se abaixo dos pés. A soberba de Rubi criou uma rápida expressão de surpresa. Ela olhou para a esquerda, de onde a garra do inimigo saltou em direção ao seu corpo. As unhas afiadas tocavam, rasgavam e adentravam sua pele como se fosse uma corrente de água sobre as mãos de um viajante.

O sangue saltou, banhando sua camisa, e por sequência a mão que ali pressionava o sangramento.

Merda!

A soberba lhe afetou.

O Korr rugiu novamente, avançando contra ela. Sem descanso, ela se preparou. A espada do adversário foi alçada sobre a cabeça. Rubi retraiu-se, cruzando novamente as lâminas.

No oportunismo, ele socou a ferida de Rubi. Fazendo a gritar de dor e cuspir sangue.

Rubi encarou-o, furiosa. Ela girou seu braço junto ao gládio, enroscando a espada do inimigo e jogando ao chão. Vendo a falta de posicionamento dele, forçou um corte profundo contra seu peito, fazendo o sangue descer pelo pomo.

— Vai me matar? — Ele estava assustado.

Rubi sorriu, lambendo a extensão da espada — Sem mortes, garanhão.

Ela o esperava para continuar o combate, e seu aguardo foi efetivo. Ele pegou sua espada e continuou a atacar de forma desbalanceada, pondo seu peso sobre a altura dos braços. Os golpes desviados beijavam à terra destruída. Na oportunidade de uma brecha ofertada pelo leão, ela virou chegou em sua lateral, enfiou a espada na coxa dele, até que encontrasse à terra. Enquanto ele sofria com a dor, ela girou o gládio dele contra si, encostando suavemente a ponta sobre o relevo do gogó.

Ele aguardou a morte, mas ela nunca chegou.

Apenas os aplausos e gritos da plateia animada com aquela batalha. O Korr sorriu para Rubi que o ajudou a se levantar tirando a espada de sua perna e o deixando livre.

— Você batalha bem gatinho, parabéns! — Ela estendeu a mão.

— Francamente! — Ele riu, retribuindo o gesto — És excepcional. — Os aplausos ficaram ainda mais altos — Sabe como te chamam nas ruas? A filha de Dávila. Sabe quem ela foi?

Rubi foi pega de surpresa, emocionando-se ao saber — Sim... — Deu um largo sorriso — Sei sim...

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