Poder
–Por que concordou tão facilmente?
O senhor de roupas azuis retira sua atenção do horizonte, voltando os olhos para a irmã loira a sua esquerda, materializada em sua clássica forma humana de roupa branca com detalhes em amarelos, dessa vez sendo uma espécie de vestido curto.
–Você sabe que, aquilo foi uma desculpa. –Merelian continua, aproximando dele. –Apesar de eu ter ciência do quão forte o defensor amarelo é, não é o suficiente para parar o Oliver. Então, realmente coloca tanta fé naquele humano?
–Não somente nele. –Cronos fala, retornando a atenção para o território de Karma. Apesar de não conseguir ver o que está acontecendo lá, seu foco permanece no local. –Mas na equipe, principalmente nos poderosos.
–Acha que eles… Estão prontos? –Ela questiona, tomando cuidado com as palavras.
–Esse é o teste. –O senhor conclui. –Se não conseguirem passar disso, não vão passar do que vem por ai.
–Tem razão. –A mulher concorda, descruzando os braços ao suspirar. –Espero que consigam.
–Ah, eles vão. –Cronos diz, confiante. –Principalmente ela, não há como falhar.
–Ela? –O irmão sorri com a pergunta.
–Sim, ela.
***
Guerra é lançado para fora daquela dimensão.
Rodando, sua mente dispara enquanto o corpo reage aos ferimentos que, sem nem mesmo qualquer feitiço ou magia, foram refletidos em sua alma.
Um único golpe o apagou por alguns segundos.
Retornando o foco para quem o atingiu, o avatar vê o rosa atravessar o nada entre as dimensões ao persegui-lo em espirais, concentrando-se num único ponto antes de tomar uma velocidade absurda.
Utilizando sua espada, ele ataca o ponto e, vendo a enorme mulher emergir da tonalidade, mira em sua face conforme o punho dela atravessa o vermelho.
E, para sua surpresa, a lâmina colide contra o rosa e é barrada.
Diferente da mão da defensora, que atravessa o carmesim com tudo.
Em um murro, Yasu manda-o para ainda mais longe e sua forma física rompe, sendo destroçada no ataque.
Regenerando-se em uma magia, ele atinge um plano e grunhe, levantando de uma vez conforme tudo gira e a dor o domina.
“De onde vem tanto poder!?” Subindo os olhos, seus sentidos captam a energia rosa vindo e, em um salto no espaço, sai de sua rota de colisão.
Aterrissando nas rochas como um cometa, Yasu inunda a planície com o rosa ao criar um oceano inteiro com sua energia, mergulhando o Titan nela ao olhá-lo com nada mais além de, fúria, como um predador raivoso.
–Eu vou… –Ela balbucia, claramente fora de si enquanto abre as mãos, pressionando todo aquele planeta e dimensão com sua aura. –Eu vou te matar, desgraçado!
–Ten… –Guerra abre a boca para responder e, cessa a fala, dobrando o espaço ao ser atacado.
Desviando por milissegundos do soco, ele prontamente desvia de um segundo murro e, sua face é atingida pela cauda da mulher, arrancando a parte lateral de seu rosto.
Girando, Guerra sente tudo girar e, antes mesmo de processar o dano, é atingido novamente.
O corpo dele é lançado e sai quicando pela planície, atravessando o rosa menos denso que, quase em uma brincadeira sádica, deixa-o se afastar somente para em seguida o puxá-lo com tudo.
Feito uma marreta, o róseo atinge-o e o lança na direção de Yasu, abrindo os braços ao vê-lo vir.
Movendo a lâmina em um giro, a espada estrala e, sendo imbuída com o máximo de energia possível, Guerra ataca em velocidade máxima a defensora.
Sua arma colide com tudo com o denso rosa, fazendo o vermelho medir forças com ele ao atravessa-lo e, perder a potência, sendo parado em frente ao rosto dela.
Arregalando os olhos, ele vê a lâmina de sua espada ser totalmente contida pela aura de Yasu, ainda com os braços abertos.
–O que foi? –Ela questiona, vendo o metal reluzir no carmesim a poucos centímetros de sua face. –É só isso?
Cerrando os dentes pontiagudos ao atravessar a própria boca com eles, Guerra utiliza o máximo de seu contrato com o Titan original da Guerra e, em magias, amplifica ainda mais o corte, dobrando o espaço para parti-la em dois.
Conseguindo somente, avançar um único centímetro.
Arrepiando dos pés a cabeça, a descrença atinge-o com tanta força quanto o ataque de Yasu, explodindo o centro de seu peitoral em um rápido soco de esquerda.
Antes dele ser lançado para trás, outros três socos atingem-no.
Um jab de direita no queixo, um segundo soco de esquerda pelo outro lado novamente no queixo e, por fim, um murro de baixo para cima.
Seu corpo gira no impacto, rompendo nele mesmo ao ser direcionados a várias direções e, antes de conseguir afastar-se um único metro, é agarrado pelas mãos da defensora.
Que, utilizando a mesma dobra de Dex, o parte em pedaços.
Lançando-os pelo rosa, Yasu esmaga-os com o rosa e o próprio planeta é compactado no movimento da energia, agindo como um impulsionador da gravidade.
O vermelho rompe, indo pro solo antes de ser condensado e prensado, refletindo o dano em sua essência.
Em um urro de dor, Guerra rasga o rosa em sua forma de energia e sobe para o espaço em formas de tiros, refazendo sua forma ao disparar contra a defensora.
Simplesmente rebatendo os tiros, ela vê enormes metralhadoras serem formadas e, disparando, tentarem feri-la também.
Acelerando os movimentos, Yasu começa a rebater todos os disparos enquanto cinco, dez, cem, duzentas armas de fogo são criadas pelo ar, atirando em potência máxima.
Sem ser atingida por um único disparo, ela sorri para Guerra, incrédulo.
–O que foi? –A voz dela ecoa na mente do Titan, começando a tremer. –Está com medo?
“Está com medo?”
Cerrando os dentes na mais pura ira, ele prepara-se para atacar de outra forma e, é atingido.
Em um único movimento, Yasu atravessa aquela região em uma torsão e atinge-o num chute, mandando-o para o espaço ao destruir seu corpo novamente.
Saindo da atmosfera e, retornando a representação humana repleta de feridas, Guerra grunhe em dor, raiva, agonia e, com medo.
“SUA DESGRAÇADA!” Cobrindo o pavor com a fúria, ele abre as mãos e a sua espada brilha no solo, sendo pisada por Yasu, impedindo-a de simplesmente retornar para seu dono.
Subindo os olhos, Yasu encara-o somente com desprezo, não tendo dificuldade alguma em segurar a arma que tenta loucamente retornar ao avatar.
–Se for isso, prepare-se… –Ela começa a falar lentamente, pronunciando cada palavra com extremo foco, garantindo que a criatura está entendendo. –Porque eu vou te destruir.
“ME DESTRUIR!? PATÉTICO! VOCÊ VAI MORRER E IR ENCONTRAR AQUELE MERDA!” Urrando pelo plano das almas, Guerra cria enormes círculos de energia por todo o espaço, condensando-os em imensos rifles e armas, todas apontadas para a mulher. “QUERO VER REPETIR ISSO DEPOIS DISSO!”
As armas reluzem, sendo carregadas pela essência dele e do Titan original, tremendo conforme os mecanismos das magias e feitiços são ativados, estremecendo todo aquele plano.
Em meio a um imenso terremoto e deslocamento de ar quanto a energia, girando em uma enorme espiral ao formar gigantescos furacões, Yasu estende a mão e, abrindo-a, provoca o ataque em um claro chamado.
Então, tomado pela fúria, Guerra ativa todas as armas simultaneamente.
Atacando com todo o seu ser, ele faz o céu rasgar diante do vermelho que, feito meteoros, adentram na atmosfera ao rompê-la e descerem em explosões, expulsando o ar e a mana dali em labaredas de fogo.
O vermelho em forma de tiros colidem contra o rosa, atravessando-o como uma gigantesca tempestade e a terra é pulverizada, levantando ondas de matéria que, tornando-se plasma perante ao contato direto com a energia da guerra, é destruida.
Arrebentando totalmente aquela região do planeta, as explosões afundam o continente conforme a atmosfera vaza para o espaço, sendo lançada para o vazio ao girar em uma gigantesca espiral no vermelho, tingindo o planeta rochoso.
Não satisfeito, Guerra concentra o que lhe restou de energia em um único ponto e, formando uma arma de lazer do tamanho de uma bazooka, atira contra onde Yasu está.
O feixe carmesim atinge o centro dos ataques, afundando-o totalmente no que restou da matéria daquele planeta.
Entrando em processo de explosão, ele emite ondas de magma ao também virar plasma. O núcleo aquece em temperaturas colossais conforme o vermelho cessa os ataques, deixando as armas no espaço flutuando ao vibrarem loucamente.
“Acabou.”
Recolhendo as armas, Guerra custa a respirar ao sentir o cansaço atingi-lo. O esforço imenso o custou toda a sua reserva de energia, apesar dela já estar sendo preenchida novamente, isso o esgotou.
Sorrindo, ele olha com desprezo para onde sua oponente estava, finalmente conseguindo afastar o pavor da derrota.
Que é revivido em uma explosão rosa.
Emergindo do núcleo de plasma, a forma da defensora surge em meio da energia rosa e da matéria energizada, subindo os olhos naquela gigantesca cratera ao iluminar toda aquela região com o rosa.
–Entao, foi isso? –A voz dela ecoa na força rosea, fazendo o Titan tremer. –É, deu para esquentar.
Antes de conseguir processar a informação, seu foco é voltado para as mãos da mulher, abrindo lentamente.
–Então, será assim.
Em sua volta, a energia rosa começa a condensar, tomando a forma conforme um cabo e um cano são feitos, criando um rifle.
Então, vários deles são criados em massa, atravessando toda a energia rosa ao apontarem na direção da criatura, totalmente incrédula.
Tendo copiado totalmente sua técnica e, com uma habilidade assustadora, ele vê as armas ressoarem em uníssono, apresentando uma composição infinitamente mais superior e elaborada que as suas.
–Então… –Yasu sorri, já não suportando a presença dele. –Morra.
As armas estalam.
Guerra reage, o tempo desacelera conforme o medo domina-o por inteiro, fazendo-o começar uma fuga que jamais vai acontecer.
Como se o espaço entre eles fosse zero, as armas disparam e os tiros rasgam-no com tudo, despedaçando seu corpo ao serem refletidas no plano das almas, destroçando sua essência em uma invasão quase infinita de munições.
Sem chance de fugir, Guerra é rasgado pelos disparos do rosa, iluminando a escuridão ao dizimar o vermelho.
Após menos de dois segundos, Yasu cessa os tiros, observando sua energia seguir pela criação antes de desaparecerem, retornando em seguida.
Conforme o rosa retorna a sua dona, ela sorri, finalmente se acalmando.
Em seguida, voltando a atenção para seu amado, a defensora retorna para o selo.
Tendo acabado de varrer da existência um pilar da criação.
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