Açúcar, tempero e tudo que há de bom. Estes foram os ingredientes escolhidos para criar as meninas super poderosas. Já para criar Sebastian St. Vincent...
Provocador, moralmente condenável, colérico, perigosamente belo, além de mentalmente instável (ao menos na humilde análise desta autora). Esses são apenas alguns dos encantos de Lorde St. Vincent. A presença impetuosa do referido nobre é de ocasionar desmaios nas frágeis debutantes desavisadas, mas se tem algo que Lady Evangeline St. Vincent
possui é força de espírito e, provavelmente, uma paciência de Jó, o que a faz ser a dama ideal.
Chegou aos ouvidos atentos desta autora que Lady St. Vincent desaprovou veementemente o comportamento de seu marido no fatídico desentendimento entre Cam Rohan e sua esposa, já anteriormente divulgado neste periódico. Nos foi informado que o Lorde vem sendo privado de uma necessidade fisiológica primordial para sua subsistência como forma de castigo. Seria comida? Ou água? Ou talvez sono?! Sua autora prefere não divagar. O fato, caro leitor, é que tem se visto pelos clubes de Londres um Lorde St. Vincent transfigurado em um verdadeiro anjo das trevas. Esta autora o presenciou tentando chutar um cachorro na rua. Sua autora não mente! (Há de se constar aqui, todavia, que o quase um metro de distância que o pé do Lorde passou do animal deixou claro que o mesmo não queria realmente ferir o fofo bichinho)
Além disso, toda a aristocracia ficara boquiaberta com o acontecido no baile de Lorde St. Clair, na terça-feira passada.  Lorde Sebastian St. Vincent jogou limonada na face de Lady Danbury durante o jantar. Sua autora não mente! (Se é relevante ou não o fato de que Lady D. havia primeiramente atingido-o no joelho com sua bengala ou o fato de que a dama pareceu divertir-se com o banho daquele líquido ácido fica a seu critério, estimado leitor)
A sociedade clamava por socorro... Londres não resistiria por muito mais tempo ao Lorde indomável. Fora preciso Lady St. Vincent entrar em ação.
A ação envolveria uma aposta.
A aposta teria como prêmio o fim da abstenção de uma necessidade vital.
O prêmio custaria um preço alto a ser pago.
O pagamento seria a vergonha.
Lorde St. Vincent aceitou a aposta.
Aqueles que resolveram sair para passear pelo Hyde Park ontem foram surpreendidos com uma serenata (é a segunda só nessa semana). Não tratou-se de um simples cortejo de um homem apaixonado, esta autora notou. Era uma seresta de um homem desesperado (nada mais desesperador que a privação de uma necessidade fisiológica. Sua autora, por exemplo, detesta sentir sede). Sendo fiel ao senso crítico imparcial, esta autora descreverá o espetáculo musical como pertubadoramente estranho.  Por todo parque ouviu-se a voz de Lorde St. Vincent com um tom condescendente cantar:
"Eu tentei te roubar
Aos poucos pra você notar que fui eu
Te guardei onde ninguém vai tirar

No fundo dos meus olhos
Pra dentro da memória te levei
Amor, você me tentou
Ô, Evie!

Eu te amei como jamais
Um outro alguém vai te amar
Antes que o sol pudesse acordar
Eu te amei, ô, Evie!
Ô, Evie!"

Esta autora não saberia explicar o motivo, mas houve uma pequena comoção entre os presentes quando Lorde St. Vincent cantara o trecho "eu tentei te roubar"...

Ah, gentil leitor, a aristocracia revela-se demasiadamente musical nos últimos dias. Cara Lady, se estais lendo este periódico e seu sobrenome é Smythe-Smith devo pedir encarecidamente que não. Por obséquio, não!!!