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31: Pássaro de Fogo

EM MEIO A NUVEM DE fumaça, um chamado ecoava em meus ouvidos, parecendo mais com uma voz longínqua vinda de um sonho esquecido. E era meu nome que era dito, sendo repetido diversas vezes. Meus olhos estavam pesados, minha cabeça doía e minha visão estava totalmente embasada, como se meus olhos estivessem cheios de lágrimas. Tentei tomar impulso para me erguer do chão, mas meus pulsos estavam envoltos no que provavelmente eram ervas daninhas, estas despontando do que pareceu ser uma gaiola feita de galhos espinhentos ao meu redor.

Ágata. ONDE VOCÊ ESTÁ?

Era Jason. A voz dele estava em minha mente, o que era impossível, já que seus poderes haviam sido retirados por Valerie. Mas ainda sim... Pulsava. A minha ligação com ele, antes um sussurro, era agora um rugido de grande poder, sua intensidade vibrando em cada célula do meu corpo. Meus olhos arregalaram-se quando um grande globo de Fogo passou voando por mim, em direção a um vulto vestido de preto. Desviei o olhar para onde o globo tinha vindo, e me deparei com um pássaro enorme, totalmente feito de chamas.

Aquela criatura... A mesma de quando eu tinha vinte anos, quando Jason teve um acesso de raiva e começou a queimar, até se transformar naquilo. Eu tive um susto e tanto, passara uma semana inteira sem conseguir dormir, tendo calafrios só de olhar para o fogo que queimava na lareira. E agora lá estava ele; o mesmo pássaro, olhos e asas em chamas, liberando suas brasas para o céu que começava a escurecer, a noite dando as caras, pequenas estrelas brilhando acima, alheias ao verdadeiro inferno que acontecia aqui em baixo.

Eu não estava acostumada a controlar a Terra, este foi o último elemento que eu desenvolvera, mas ao que parecia, se eu quisesse tirar a mim mesma dali, teria que fazer isso sozinha e rápido. Os ataques por parte de Jason, - era ele, não havia dúvida, - eram brutais, sem espaços de tempo entre um e outro, como se fossem balas saídas de uma metralhadora gigantesca. Valerie, ao que parecia, usava Magia da Terra para se proteger das investidas dele, seus escudos de areia parecendo aumentar de tamanho a cada minuto.

Senti o solo tremer uma vez, e o enorme pássaro em chamas ergueu vôo, emitindo um grito de guerra agudo o bastante para estourar tímpanos, sendo seguido de mais uma bola de Fogo. O tremor no solo voltou, mas nem um grão de poeira me atingia, mesmo quando a gaiola em que eu estava começou a girar por terra, me levando em direção à batalha violenta entre Terra e Fogo. Quando uma árvore foi arremessada em minha direção, me preparei para o impacto, mas ele não veio.

Como se um escudo protetor me envolvesse.

Mas é claro. Jason. Ele nunca me deixaria aqui sem uma garantia, seja qual fosse, de que eu estava a salvo.  Eu não sabia se ficava irritada ou comovida com isso, mas tentei me focar em sair daquela jaula ridícula feita de árvore torta em vez de quebrar a cabeça pensando sobre as ações dele.

Fechei os olhos, pressionando as palmas das mãos contra o solo lamacento, tentando sentir a Terra, a magia, a sensação fluir em mim, mas...  Nada. Não havia nada. A Terra não era minha ali; aquele território não era meu. Tudo que Valerie pudesse ter, tudo que pudesse tomar para si... Ela controlaria. Como a Magia de Jason conseguira se libertar com tamanha força, eu não sabia, mas agredecia aos céus por isso.

— Ágata?  — uma voz conhecida falou por trás de mim. — O que está fazendo aqui?

Quando meus olhos se encontraram com o dono da voz, eu estava totalmente boquiaberta.

— Telórius? O que você está fazendo aqui? — indaguei, surpresa. — Este é um local secreto, é quase um... Um covil. Como chegou até aqui, como descobriu onde nos encontrar? — minha mente era um turbilhão de perguntas não respondidas.

Ele pareceu ter a face tomada por um terror enorme, que fez com meus ossos tremessem de medo. O que podia ser tão ruim para que fizesse com que Telórius temesse? Abri a boca para perguntar mais, porém ele foi mais rápido:

— Jason recuperou os poderes. — falou, como se isso explicasse tudo. — O impacto da Magia dele foi sentido em todos os quatro Clãs Elementais. Segui-o até aqui.

Franzi a testa.

— Mas você teria que ter passado pela... — comecei, mas ele me cortou.

— Isso não importa agora. — ele disse, gesticulando o braço em minha direção, fazendo com que a madeira retorcida que me cercava queimasse até virar nada mais que cinzas.

— Obrigada. — eu disse, saindo do círculo de poeira negra ao meu redor. Uma explosão a metros dali iluminou toda a escuridão em volta de nós, e eu poderia jurar, jurar, que vi dezenas de criaturas idênticas a Besta da Escuridão espreitando por entre as árvores.

O que me fez estremecer por dentro, mas endireitar a postura por fora. Eu era poderosa agora. Eu era mais que o medo. Eu era mais que toda aquela disputa milenar por poder.

— Temos que tirá-lo de campo. — Telórius apontou com o queixo para Jason. — Valerie tem pleno poder nestas terras. Esse foi o refúgio dela por muito mais tempo do que seus noventa anos inteiros de vida. Jason é forte, mas a fera de Fogo em que se transformou não cessaria um embate nunca, não até que seu adversário morresse ou o matasse.

Encarei o verdadeiro cenário de destruição em que o bosque se transformara: árvores em chamas, muitas arremessadas por toda a extensão do terreno, um nuvem de poeira e brasas cercando a tudo e a todos. Telórius tinha razão. Não poderíamos matá-la; não aqui.

Um sentimento ruim encheu meu peito, mas as palavras vieram mesmo assim:

— O que eu preciso fazer para tirar Jason daqui?

Telórius me encarou, o rosto sério.

— Terá que se tornar a adversária dele.

Respirei fundo.

— O que quer dizer que ele só vai parar de me perseguir quando eu morrer. — dei um risinho irônico. —Mas que incrível.

Fiz um movimento com a mão para o pássaro de Fogo erguendo vôo mais uma vez, agora para o ponto exato onde Valerie estava. Petrifiquei. Ele iria arrancar a cabeça dela fora. Ele iria mesmo. Telórius pareceu perceber isso também, mas eu fiquei totalmente confusa com sua reação, quando ele gritou:

NÃO! — e então atirou uma flecha de Fogo na minha direção.

Um escudo de Água se formou praticamente no mesmo segundo ao meu redor, mas a flecha o atravessou, passando de raspão pelo meu braço, queimando-o de imediato. Mordi a língua, reprimindo um grito. Tocando o machucado, olhei chocada para Telórius, perplexa com o que ele tinha acabado de fazer.

Um chiado doloroso foi ouvido, e o pássaro de Fogo caiu por terra antes de atingir seu alvo, como se sua asa tivesse sido atingida. Olhei para o meu braço de relance antes de me virar para Telórius, tremendo de raiva:

- Por quê você fez isso?! - berrei. - Ele iria matá-la! Jason iria matá-la e você o impediu!

- Fiz o que foi preciso. - ele não me encarou de volta, e seu tom foi tão curto e grosso quanto seria se ele tivesse resolvido me ignorar. - Eu salvei a vida dele. Eu o salvei.

Eu estava pronta para perguntar se ele estava dizendo aquilo só para convencer a si mesmo, quando Jason ser ergueu do chão, parecendo entrar em combustão instantânea, trazendo um calor tão brutal que o senti penetrar por cada poro do meu corpo.

Ele estava vindo na nossa direção. Ou melhor, na direção de Telórius.

- Ele vai nos atacar. - arfei. - O quê diabos você fez?!

Ele continuou com a expressão impassível, e se não fosse pelo tremor que percorreu seu maxilar, eu diria que ele não estava nem um pouco preocupado com o fato de uma fera em chamas estar vindo para cima dele com o que parecia ser literalmente fome por sangue.

- Eu ataquei o ponto fraco dele. - falou.

- A asa dele? - indaguei, franzindo a testa.

Telórius se virou para me olhar com o que pareceu ser um traço de divertimento irônico característico do Clã do Fogo.

- Não. Mas você é. E ele virá defendê-la. - apontou com o queixo para Jason, cada vez mais perto, com mais força.  - E quando ele estiver perto o bastante, criarei um portal de volta para Goddess Falls. Vocês dois atravessam e eu lido com a bruxa.

Podia ser um bom plano, mas deixá-lo lutar com Valerie sozinho? Era suicídio, além de covardia e injustiça. Aquela briga não era dele; Telórius não tinha nada a ver com tudo aquilo que estava acontecendo comigo e com Jason.

Parecendo saber que eu o contestaria, ele me encarou, com ceticismo:

- Tem alguma ideia melhor?

E eu não tinha. Não tinha nenhuma opção viável além de ficar ali e lutar até a morte com uma mulher que vivera reclusa durante centenas de anos, dando gota por gota à uma sede de vingança que a havia corroído de dentro para fora, transformando-a em alguém sem amor, sem felicidade, sem coração. Apenas uma podridão contaminada de sentimentos ruins.

- Faça o que tiver que ser feito. - eu disse, decidida.

Telórius fez um movimento quase imperceptível de cabeça, e um portal de luz azul bruxuleante se abriu, expandindo-se até me engolir por inteiro.

Eu senti o impacto. Era como bater contra uma parede de gelatina. Como atravessar uma superfície cremosa e molhada, gelada e esquisita. E então veio o calor. Puro, bruto, mágico, sussurrando palavras desconexas por minha pele e ouvidos. E eu caí. Caí pelo que pareceram ser minutos, até bater contra o chão duro.

Não reconheci o lugar a minha volta. As imagens pareciam tortas, minha cabeça doía, tentando assimilar tudo que havia ao redor. Porém meus olhos vagaram pouco, pois eles cessaram sua busca ao se depararem com uma cabeleira negra azulada a alguns metros de distância.

- Jase. - balbuciei, me arrastando em sua direção.

- Ágata... - sua voz saiu abafada. Ele tentou virar a cabeça na minha direção, mas não conseguiu.

Continuei vagarosamente, até estar ao seu lado, nós dois vulneráveis, dolorosamente desprotegidos. Ele entreabriu os olhos, seu olhar castanho cruzando com o meu um momento antes de...

Brilhar em pequenas labaredas alaranjadas. Senti minha visão ficar violeta por um segundo, e foi exatamente por este pequeno espaço de tempo que consegui segurar os soluços, para desabar em lágrimas, passando as mãos por seu abdômen, por sua pele morna e dourada, subindo até seu rosto, encostando nossas testas.

- Eu amo você. - ele sussurrou, fechando os olhos.

E eu me aninhei em seu corpo, aproveitando o conforto, o calor, o batimento de seu coração contra o meu e sua respiração em meu pescoço antes de fechar os meus olhos também.

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