A mentira tem pernas curtas!
Posso afirmar com toda a convicção que vem de minha experiência como uma respeitável senhora casada que sou, até que perdure minha infinita paciência, que casamentos sempre dão boas crônicas ou pelo menos boas gargalhadas ou, ainda, um quase infarte. Lembro-me de algumas situações, no mínimo ilárias, que facilmente ilustrariam o que estou afirmando.
Vou começar à narrar uma delas, (aviso: maridos não repitam isso com vossas esposas, pode ser extremamente perigoso se elas não tiverem a mesma paciência de Jó como eu, ou uma faca de cozinha!).
Era apenas mais um rotineiro e cansativo dia de professora, profissão que aliás, amo de paixão, mas que me deixa extremamente esgotada e trabalhar arduamente, diga-se de passagem, em casa como dedicada dono do lar: afazeres, filhos, marido, cachorro e tudo que está atrelada à essa nobre e tão desmerecida missão incultida à nós mulheres! (Não sei por que, pois me pergunto se maridos não poderiam ser mais que apenas provedores, aliás, não são todos! Já esclareço, pois toda generalização é burra, mais creia, esse perfil é o da maioria).
Mesmo apesar de cansada, cheguei imaginando que o maridão adoraria uma janta bem feita, já que, não é toda noite que faço, às vezes apenas fazemos um lanche, caprichei, imaginando que chegaria cansado, apesar de eu também estar tanto quanto ele e mesmo assim cozinhar.
Não sou tão boa cozinheira como sou com as palavras, mas, posso dizer que a gororoba ficou comestível, então, preparei um arroz e feijão básico e uma bela macarronada com um molho de carne moída e bastante queijo (e saibam que esse é um dos pratos que faço melhor) e fiquei esperando o dito cujo chegar!
Esperei, esperei e nada, e resolvi comer com as crianças, pensava comigo: ah! Ele deve ter uma boa explicação! Talvez esteja trabalhando, mas até agora? Será que sofreu um acidente? Ah! Mais se ele estiver com seus amiguinhos bebendo eu o mato!
Minha mente acelerada que nem trem bala, primeiro pensou em mil possíveis contratempos que pudessem ter ocorrido, na tentativa de justificar tamanho descaso do marido, depois, as horas que se sucederam eu fiquei imaginando mil formas de torturá-lo e matá-lo.
Coloquei as crianças na cama e fiquei assistindo tv impacientemente no sofá.
Á certa altura da minha exaustiva e estressante espera, eis que ouço o barulho do carro e salto rapidamente raivosa para esperá-lo já na porta!
Antes que eu abrisse a boca para torturá-lo, e digo que para ele sem dùvida essa é a pior tortura quando falo sem parar, ele atendeu o celular e falava como se estivesse indignado: Alô! Oi... Cara acabei de sair daí? não eu não vou voltar! O quê? o motor não tá funcionando... Mas cara, você não pode esperar até amanhã? pode ser? Então, até amanhã! Pode deixar vou lá sem falta! Até mais!
Fiquei parada observando cada movimemto e expressão de seu corpo buscando à verdade ou a mentira, é, as mulheres são boas nisso, creio que seja o tal do sexto sentido, então, ele encerrou a ligação queixou-se do cansaço e eu senti nele um forte cheiro de bebida.
Deixei que ele falasse, mas todos os meus sentidos apitavam: Mentira! Mentira! Então, logo que ele se dirigiu ao banheiro para tomar banho peguei seu celular e procurei nas chamadas recebidas o número do fulano com quem ele supostamente estava trabalhando e bingo!
O último registro era de horas atrás e como eu ja imaginava aquela conversinha no telefone era apenas uma invenção para não falar que estava bebendo com os amigos e evitar a minha falação.
Fiquei me sentindo a filha que Sherlok Holmes não teve, mais que depressa fui tirar satisfação e adivinhem? Ele apenas deu um sorriso amarelo e disse: como que você descobriu?
Meu Deus será que assassinar o marido é pecado?
Depois disso dá pra imaginar, disparei que nem uma metralhadora por horas e horas, não sabia se ria ou chorava mesmo da situação tão grotescamente ridícula, mas, uma coisa certa eu conclui daquela situação: 1-a mentira tem pernas curtas e umas são mais curtas que outras!
2-as mulheres sempre descobrem tudo!
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