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𝐏 𝐀 𝐑 𝐓 𝐄 • 𝟏


Olhava para baixo, vendo apenas a trilha sob meus pés. Vez ou outra encarava as costas largas de Vinícius, curvadas devido a bolsa pesada que carregava. Há dias incontáveis estávamos caminhando, sem tempo para parar ou tranquilidade para pensar no próximo passo.

Até aquele momento não conseguíamos entender a peripécia do destino em transformar metade da humanidade em mortos-vivos. Ninguém imaginava que um vírus, que causava falta de ar e gripe, no futuro, faria os infectados terem uma morte cerebral por falta de oxigênio, mas, ainda sim, continuar a andar, mover o corpo e começar a comer carne humana.

O mundo todo estava em um caos. Quando tudo aconteceu, eu estava de férias na casa dos meus pais. Eu havia acabado de reformar a casa deles, tinha conseguido me formar como médica militar e, de surpresa, fui pedida em casamento. Ganhei tantas coisas das quais sonhava em conquistar, mas acabei perdendo tudo para o Apocalipse.

Minha mãe me contava histórias sobre o fim dos tempos bíblico, mas aquilo que estávamos vivendo não chegava perto do que ela contava. Talvez o Todo-Poderoso estivesse nos punido por termos nos tornado uma raça de seres que matam, roubam e traem sem pensar duas vezes, em que, com o passar dos anos e a escassez dos recursos naturais, estaríamos tão dispostos a matar o amor. O mundo morria de fome ao mesmo tempo que desperdiçava comida.

Tudo sempre foi tão contraditório, como naquele momento. Os mortos-vivos apareceram em grande escala, de uma forma tão rápida, que a ciência não conseguiu impedir. Em questão de dias, todos estavam vivendo uma realidade parecida com uma distopia: se escondendo, buscando suprimentos e matando zumbis.

Eu tive que matar. Lembro-me que na minha formatura de medicina, eu jurei proteger a vida e salvar pessoas, mas, depois do vírus, precisei quebrar esse juramento para sobreviver. Ninguém mais foi o mesmo depois desse "novo mundo". Porém, pior do que matar zumbis quaisquer lá fora, tive que matar dentro da minha própria casa. Os meus pais... Viraram. Foram infectados pelo vírus quando ainda causavam apenas a gripe e falta de ar, mas, quando o surto de transformações começou, eles também se tornaram mortos-vivos.

Aquela noite ainda está gravada na minha memória. Eu estava dormindo quando ouvi barulhos. Peguei a minha arma, cujo o esconderijo era meu travesseiro, e levantei da cama para ver o que era. A porta do quarto do meu irmão estava escancarada. Comecei a ouvir gritos vindos do quarto dos meus pais. Era o meu irmão. Quando entrei ali, vi o seu corpo ser dilacerado por eles.

Não pude salvar nenhum deles. Culpei-me para sempre.

Foi isso que me fez ir atrás de Vinícius. Eu já havia perdido toda a minha família, estava sozinha, se eu pudesse ter pelo menos o meu noivo comigo, poderia suportar viver nesse mundo.

Após enterrar os corpos dos meus pais e do meu irmão, preparei uma mochila com suprimentos e objetos que eu usaria na minha jornada até a casa de Vinícius. Infelizmente ele morava do outro lado da cidade; de carro eu levava cerca de duas horas para chegar, mas a pé, enfrentando as ruas caóticas, levaria no mínimo um dia. E foi bem como eu imaginava. Após longas vinte e quatro horas, bati no portão de metal da casa do meu namorado. O gesto foi tão humano, para a brutalidade que fomos forçados a viver, que eu acabei rindo sem querer. Tive que pular o muro, pois passadas uma hora, Vinícius não abrira para mim.

Eu o encontrei encolhido no sofá, desidratado e faminto. Cuidei de Vinícius por três dias até que tivesse forças para se levantar. Quando melhorou, me contou o que houve. A sua família também tinha sido transformada, ele chorou por eles até desmaiar. Não havia comida em casa, ele nem mesmo tinha forças para procurar lá fora. A verdade é que Vinícius amava sua família mais que tudo no mundo e perdê-los assim foi algo cruel para o seu coração.

– Ainda bem que eu te encontrei a tempo.

Nós permanecemos na casa de Vinícius por alguns dias, na esperança de que o exército viria procurar sobreviventes. Tivemos que sair para procurar suprimentos, mas era mais difícil do que eu pensava. Também foi difícil encontrar água; não havia mais o abastecimento das casas pelos dutos, e a chuva quase não caía, a sorte é que achamos alguns galões de  água em uma mercearia próxima, e tivemos que regrar cada gotinha.

Talvez ficamos um mês assim, até que a água acabou, as casas e comércios próximos a casa ficaram sem estoque de comida e a ajuda nunca apareceu. Não podíamos continuar ali, Vinícius achou que devíamos procurar um lugar para ficarmos. Minha melhor opção foi procurar uma fazenda ou um sítio nas campinas ao redor da cidade, pois ali, além de não ter água em fácil acesso, nem comida disponível, os zumbis eram muitos, perdi a conta de quantos tivemos que matar.

Então, por isso que, naquele momento, estávamos seguindo pela trilha, a passos lentos e exaustos. Já fazia uma semana que caminhávamos em direção a fazenda de uma amiga que me lembrava dos tempos em que o mundo era normal. Minha esperança era de que eu pudesse encontra-la viva, junto com os outros, e finalmente ter um lugar para descansar e, quem sabe, resistir ao caos mundial.

A estrada de terra parecia não ter fim. Quando o sol ficava muito forte, Vinícius me obrigava a parar, e as vezes eu nem resistia. Com a pouca comida e água, a energia dos nossos corpos era pouca. Acho que perdi dez quilos desde que tudo começou. Vinícius também perdeu massa, mas ainda mantinha os músculos que demorou quatro anos para conquistar, pelo menos isso. Ele era como uma âncora para mim, apesar de não achar que era forte, foi ele quem me manteve viva e me fez continuar a seguir em frente. Desde quando eu o encontrara, jurei que o protegeria até o último dia em que respirasse.

Nós sonhávamos em ter uma família. Ele me pediu em casamento um pouco antes de tudo e planejamos toda uma vida juntos. Seria três filhos, um cachorro, um gato, e uma casa com um enorme jardim. Eu sonhava em ter Vinícius como esposo, cuidar da nossa casa e dos nossos filhos. Imaginava-me chegando cansada do trabalho, após um exaustivo plantão, e o encontrar ali na mesa da cozinha, ensinando a tabuada para a nossa filha. Vinícius era tudo o que eu queria para mim. No entanto, nem sempre as coisas são como deveriam ser.

O fim do mundo nos forçou a abandonar essa realidade e viver uma nova. Nunca vou poder entrar em uma igreja, vestida de noiva, e me casar com Vinícius, também não teríamos a nossa casa com jardim e os filhos nunca nasceriam, não naquele cenário de destruição. Uma criança não mereceria passar por todos esses sofrimentos.

Foi então que algo aconteceu.

– Uma criança! – Ouvi Vinícius dizer apontando para a frente

...Continua......

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