#26. INVASIONS GO START
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI, GIRININHOS!!!!! TURUBEM COM VOCÊ???? COMIGO TURU PORQUE É DIA DE POSTAGEM, AMÉM!!!!
Como sempre, muito muito obrigada por todo o amor e a playlist da fic tá na minha bio!
AVISO DE GATILHO: menção de tortura, suspense e violência
Boa leitura!
»»❤««
Eu e Namjoon estávamos em pé em volta de Jin, sentado na frente do painel de controle, todos nós completamente ansiosos. Ah, certo, eu tenho que contextualizar melhor as coisas, desculpa. A gente estava em um furgão estacionado o mais perto que podíamos da HT sem parecermos suspeitos.
Eu sabia que no perímetro ao redor havia diversos agentes especializados espalhados, pronto para qualquer ação que fosse necessária. Mesmo assim, eu não conseguia notar nada de diferente no bairro, eles eram muito profissionais mesmo...
O furgão era meio que o "Quartel General" da operação toda. Era estranho porque de fora parecia que o local seria muito apertado, mas por dentro era até que bastante espaçoso. Sem Hoseok ali, que estava fazendo companhia pra Yoongi e mantendo ele afastado de toda a situação, o local parecia ainda mais vazio. Talvez seja porque eu queria que todo mundo estivesse lá para sei lá, fazer um passeio, qualquer outra coisa. O vazio me lembrava o motivo de estarmos ali.
Nas grandes telas do furgão eram exibidas as imagens dos pseudo SmartPods do Jimin e do Seojoon, além das de outras mini câmeras ao redor de seu corpo, dando um campo de 360º. Além disso, o equipamento também mostrava os sinais vitais do híbrido e putz... Me dava tanta agonia ouvir os sons insistentes do eletrocardiograma que demonstrava quão acelerado estava seu coração. Eu também sentia que o meu ia sair pela boca, de verdade.
Jin dava instruções claras e contidas no microfone pro Jimin e nos walkie talkies para a equipe dele. Ele parecia tão calmo que eu achava que era mentira. Namjoon, como eu, apenas segurava com força o encosto da cadeira do Jin em sua frente, os nós dos dedos esbranquiçados tamanha força. Seu queixo estava travado e ele não soltava nem ao menos um som.
Todos nós suspiramos um pouco aliviados quando Jimin e Seojoon chegaram na primeira zona de segurança. O caminho havia sido traçado de forma que tivessem alguns lugares seguros para nós podermos descansar até o 27º andar. Nós não, Jimin e Seojoon mesmo.
Eu ainda lembrava de como foi encontrar o homem alto de aparência franca mais cedo, logo antes de tudo começar. Ele parecia honesto e eu era muito grato por todas as formas que ajudou Jimin no passado, mas... Naquele momento, eu só sentia remorso, porque eu sabia que ele ia tirar Jimin de mim.
Ver o híbrido de sapo vestir o macacão cinza que era o uniforme da HybridTech doeu tanto... Eu sei que ele já estava respirando melhor, mas aquilo parecia tão abafado que doía só de olhar. Doía mais ainda ver ele carregando no peito o bordado da pantera que representava a empresa que destruiu sua vida.
No rosto, no pescoço e nas mãos, que eram as partes que o uniforme não cobria apesar do boné, aplicaram uma maquiagem protética em Jimin, para ninguém perceber sua pele de sapo. Aquilo parecia tão errado... Aquele não era Jimin.
Mesmo assim, respiramos aliviados quando ele e Seojoon entraram no prédio e ninguém percebeu nada de estranho, nem mesmo o sistema de segurança, assim como o funcionário garantiu que aconteceria. Aquilo foi tão tenso...
Ai, eu me perdi de novo... Desculpa, acho que é porque eu estou muito, muito nervoso mesmo. Eu queria pular, gritar, sair correndo, fazer qualquer coisa se isso ajudasse a expulsar a inquietude dentro de mim, mas acho que também não funcionaria.
Enfim... Jimin e Seojoon entraram num quartinho escuro. Observei pela imagem da tela de Seojoon que o híbrido aproveitou para tomar alguns goles de água e tirar parte do uniforme para aplicar um pouco de hidratante na sua pele. Deus, fazia tanto tempo que ele não precisava aplicar hidratante com frequência...
O funcionário real da HT, por sua vez, começou a revisar novamente os caminhos e a planta do prédio com Jimin, que prestava atenção. Como se o híbrido já não soubesse de cabo a rabo, claro... Ele tinha treinado tanto para aquele momento...
Jin avisou que eles já tinham passado 10 minutos ali e os dois começaram a se arrumar novamente. Jimin, assim como Seojoon, pegou uma caixa de ferramentas com ele, utilizando-a para melhorar o disfarce. Afinal, a maior parte dos funcionários na verdade era composta de técnicos que faziam manutenções nos sistemas de segurança e limpeza. Era difícil ver algum deles andando por aí sem ferramentas.
Ai, aquilo parecia tão pesado... Por que tudo aquilo tinha que ser tão cansativo? Desejei que a caixa estivesse vazia quando ouvi o barulho metálico das ferramentas batendo na caixa e entre si quando os dois saíram da pequena sala e começaram a ir para o segundo ponto demarcado.
Jimin, tendo treinado andar no prédio pelas plantas holográficas junto com Jin demonstrava tanta segurança... Caminhava impassível, sem dúvidas, como se trabalhasse lá há muito tempo. Os dois entraram, então, no elevador para chegar ao 28º andar, onde era o depósito dos robôs de limpeza do prédio.
Como o elevador era mais cheio do que os corredores e estava apinhado de funcionários da HT dos mais diferentes tipos e setores, temi que percebessem que Jimin não era dali apesar de tudo. Mas, incrivelmente, ninguém deu bola.
"É uma empresa grande, é normal você não conhecer todos os funcionários. Além disso... A maioria de nós tem muito remorso por trabalhar na HT, então a gente não se fala, não se conversa... Quer fingir que não está ali, sabe?" tinha dito Seojoon quando Namjoon ficou preocupado com a possibilidade de reconhecerem que Jimin não era um funcionário.
Eu não fiquei tão convencido a princípio, mas era verdade... Todos lá olhavam um pouco pra baixo, os ombros parecendo pesados. E só pareceu piorar quando os elevadores chegaram no 17º andar, que era o primeiro andar de desenvolvimento de híbridos.
O coração de Jimin acelerou e o meu também, automaticamente. Dava para ouvir claramente os gritos desesperados e os gemidos de dor através das portas dos elevadores. Tanta tecnologia anti ruído... Acho que a HT queria que todos os híbridos se ouvissem e se desesperassem mais ainda com sua realidade. Meu estômago deu um nó e eu me senti completamente nauseado, aquilo era pesado demais.
Namjoon, ao perceber o jeito que eu pus a mão na boca e empalideci, veio até a mim, segurando minhas costas e tentando me examinar. Afastei ele, o foco era o Jimin, não eu passando mal. Entendendo, ele voltou a olhar a tela, mas não se afastou de mim, enlaçando meus ombros com seus braços pra me dar firmeza.
A partir do 25º andar o barulho era menos ensurdecedor, mas aqueles sons... Deus, parece que nunca sairiam da minha cabeça. Era tudo tão, tão, tão horrível, aquele lugar parecia um pesadelo e eu nem ao menos estava lá dentro.
Seojoon e Jimin saíram do elevador assim que chegaram no 28º andar. Fingiram conferir alguns robôs de limpeza antes de irem ao banheiro, um de cada vez para não levantar mais suspeitas ainda. Eles pareciam tão naturais executando aquela operação... Era incrível mesmo.
O assistente de manutenção se aproximou do híbrido de sapo no banheiro rápido o suficiente para segurá-lo antes que colapsasse no chão. Carregou Jimin até um dos boxes e sentou ele na tampa de um sanitário. Como Jimin olhava para baixo, eu não conseguia enxergar a expressão de Seojoon, mas parecia triste.
Me encolhi de dor ao ver Jimin tão mal, queria tanto poder fazer algo... Com a minha impotência apenas observei e torci para Seojoon reconfortá-lo enquanto eu me sentia ser reconfortado pelo próprio Namjoon, que dava tapinhas em meus ombros.
O funcionário pegou a garrafa de água para Jimin e deu para que o híbrido bebesse. Ele o fez, respirando fundo e tentando se acalmar. Lembrando que estava abafado, desabotoou o macacão novamente e deixou que Seojoon passasse o hidratante nele.
— Seojoon, você precisa sair em no máximo três minutos. — Jin falou com cuidado no microfone para os dois, dando avisos eventuais para que os dois não tivessem uma movimentação suspeita aos olhos das câmeras de segurança, já que Seojoon tinha explicado as programações do sistema.
— Só mais um pouco, tá? — Seojoon sussurrou pro híbrido, tocando de leve seus cabelos. — Me desculpa te trazer aqui mais uma vez e... Fico feliz de te conhecer de fato, Jimin.
— Obrigado por ajudar a gente apesar dos riscos... — Agradeceu o híbrido fraquinho, parecendo mais recuperado. Ele levantou o rosto e deu um leve sorriso. Ah, Jimin era tão lindo... Aquilo doía demais.
— Não posso avançar mais com você... Tome cuidado... — Pediu o funcionário antes de ir embora para não levantar suspeitas. Tudo era tão rápido, mas precisava ser... Mas parte de mim não parecia conseguir acompanhar e digerir aquilo.
E Jimin estava, de uma vez por todas, sozinho. Sozinho no meio da HybridTech e eu estava me sentindo completamente desesperado. Eu acho que nunca senti tamanha aflição minha vida inteira. Eu tinha certeza pelo eletrocardiograma que nossos corações estavam batendo no mesmo compasso dolorido de medo e desespero.
Jimin passou mais um tempo pegando fôlego e se acalmando no banheiro. Jin olhava um pouco apreensivo pro cronômetro, provavelmente estava dando o tempo de Jimin ter que ir, mas ele também não queria pressioná-lo. Afinal, agora era o pior momento da operação toda, o decisivo e, de longe, o mais perigoso.
— Jimin... Você precisa ir... — O investigador avisou com a voz suave e o híbrido concordou com a cabeça fraquinho, fazendo que a imagem principal da nossa tela se movesse junto.
Colocou o sobretudo de volta, deu mais um gole na garrafa de água, lavou de mentira as mãos protéticas, pegou sua caixa de ferramentas e saiu do banheiro. Passou perto de alguns robôs, olhando-os como se checasse se estava tudo certo antes de seguir até as escadas de emergência.
Desceu o lance de escadas, cada degrau que iria levá-lo até ao 27º andar me corroendo por dentro. Eu estava tão apreensivo, nem conseguia imaginar o que Jimin estava sentindo. Só queria que tudo acabasse logo e a gente fosse pra casa comer nosso bolo de banana.
Quase lá, Jimin tirou seu uniforme e colocou um jaleco branco por cima da roupa. Como aquele andar era fora dos domínios de Seojoon não sabíamos como o sistema de segurança era programado. Tínhamos a esperança de que pela rigidez do sistema de eletrocução e privacidade do local, não houvesse câmeras para perceber as movimentações. Mesmo assim, Jin e Seojoon decidiram que seria mais seguro se ele se caracterizasse como um pesquisador também. Deixou pra trás junto com as roupas a pesada caixa de ferramentas pelo menos.
Parou por um momento na frente da porta corta chamas que levava ao piso certo, respirou fundo e, com o eletrocardiograma quase nos ensurdecendo, entrou no local. Ele tinha chegado.
Observou o corredor principal e estranhei o local. Era tão diferente dos outros andares da HT. Todos eram modernos, claro, mas aquele era muito luxuoso, muito mesmo. Em vez de chão e paredes extremamente brancos, o piso era de um mármore preto e lustroso e as parede cinzas, como cimento queimado.
Também não possuía nenhuma divisória entre alguns ambientes comuns, parecia ser composto apenas por salas particulares. Jin apertou algumas teclas, avisando baixinho no microfone que estava escaneando o local. Não encontrou nenhuma câmera e me senti respirar um pouco mais aliviado.
À esquerda, havia um corredor com meia dúzia de portas e à direita, uma enorme porta metálica, sem nenhum tipo de maçaneta aparente. Sem ter muitas outras opções, Jimin olhou mais uma vez ao redor antes de ir para a esquerda.
Uma das portas estava aberta, os pesquisadores provavelmente eram um pouco desleixados com a segurança naquele andar. Afinal, quem iria invadir o 27º andar com a chance de ser eletrocutado?
— Espere um pouco, estou detectando fontes de calor... — Jin murmurou, apertando com pressa os botões holográficos do painel de controle. — Tem gente nas outras salas... Entre nessa vazia, Jimin, e pode fechar a porta.
— Meu Deus... — Namjoon murmurou, meio engasgado, apontando um canto da tela. Era uma placa de metal preta, com inscrições prateadas que diziam "Lee Chinhae e Lee Danbi". — Seojoon não falou que esse era o nome do casal que comanda a HT?
— Os pais do Yoongi? — Sussurrei, sem nem acreditar. Jimin estava entrando na sala do pesquisador que mais o torturou... Ah, aquilo era tão horrível, tão tão horrível.
Jimin, sem nos ouvir porque Jin desativou o microfone para que ele também não se estressasse com isso, entrou na sala e fechou a porta com cuidado atrás de si, como foi pedido. Jin escaneou mais uma vez o local, mas novamente não havia nenhum sinal de câmeras. Afinal, quem no mundo sequer pensou que um híbrido invadiria o andar dos pesquisadores chefes? Talvez também quisesse manter em sigilo, sem nenhuma gravação, aquele andar. Enfim, eu não sei de verdade...
Era uma sala muito espaçosa. Na verdade, mais parecia um laboratório. Havia bancadas brancas e lisas no meio do cômodo, assim como o chão, lustroso. Ao redor estavam espalhados diversos armários e estantes, alguns deles mostrando alguns potes com diversas etiquetas. Não queria nem pensar o que era aquilo.
Em cima da bancada, havia uma bandeja metálica com várias ferramentas do mesmo material. Bisturis, pinças e várias outras coisas que eu não reconhecia, mas que me deixaram nauseado de novo. Assim que percebeu o que era aquilo, Jimin desviou o olhar.
— Certo, Jimin... — Jin começou a direcionar o híbrido novamente. — Aquele armário à direita parece espaçoso o suficiente para você ficar. Escolhi ele para você não ficar muito longe da porta qualquer coisa, certo?
Jimin concordou com a cabeça. Foi abrir o armário e seu coração acelerou ao tomar um susto com o que encontrou lá dentro. Respirou fundo antes de prender a respiração ao tirar recipientes cheios de animais mortos e colocá-los em outro armário para dar espaço para si.
— Desculpa... Os scanners são superficiais... — Jin pediu com a voz carregada e sentida. Eu, por outro lado, me sentia muito tonto, eu queria muito, muito vomitar. Namjoon me segurou com mais força novamente. Talvez eu seja muito sensível...
Parecia que eu sempre me superava na dor que eu sentia... Achava que nada doeria mais do que ver Jimin chorar sobre Yoongi, ou sobre suas cicatrizes, ou até mesmo aquela noite que passamos afastados antes de nos declarar... Ver ele entrando na HT... Eu sempre achava que doía demais, mas sinceramente, ver Jimin transportando animais mortos de um armário para o outro, pra depois se esconder onde ficavam era pesado demais. Tão, tão pesado que parecia simbólico. Aquilo era horrível, horrível.
Jimin pareceu só soltar o ar quando terminou de fechar o outro armário. Ele era tão forte, eu realmente não entendia como ele conseguia aguentar aquilo tudo daquele jeito. Eu me orgulhava tanto dele, mas também queria tanto que ele não tivesse que lidar com aquilo...
Com cuidado, entrou no armário, se acomodando todo encolhidinho e fechando as portas depois, deixando toda a nossa tela escura. E assim só sobravam os sinais vitais do híbrido para nos guiar, aquilo parecia tão terrível e claustrofóbico.
— Respire, Jimin... — Jin pediu e conseguimos ouvir sua respiração um pouco vacilante através do ponto. — Muito bem, parabéns por ter chegado até aí, você foi incrível. Pode beber mais água e se hidratar, não sabemos quando alguém vai aparecer aí.
— Ok... — O híbrido sussurrou fraquinho e fez como o recomendado.
— Vou repassar o que vamos fazer agora, certo? — Jin continuou, a voz controlada. — Você vai esperar alguém aparecer na sala, de preferência uma pessoa só. Se aparecerem duas, você vai esperar uma delas sair. Se tiver chances de alguém te descobrir dentro do armário você vai usar aquele treinamento de dois contra um que eu te passei, lembra?
— Lembro... — Jimin concordou baixinho. — Tenho que usar o elemento surpresa...
— Isso, tenho muito orgulho no meu aluno. — Jin riu fraquinho, tentando melhorar um pouco o clima de tensão. — Depois de paralizar a pessoa com o taser você tira o chip dela. Até lá já deve ter dado o tempo para ela recuperar os movimentos o suficiente para poder desativar o sistema de segurança.
— Parece simples... — Jimin riu fraquinho, irônico.
— Para você vai ser mesmo, um poço de talento. — Brincou Jin novamente, mas eu realmente estava tão tenso que não conseguia sequer pensar em rir.
Namjoon se aproximou novamente de Jin, confiando que eu conseguiria me manter em pé por pelo menos dez segundos. Encostou a mão no ombro do homem, indicando que queria falar com Jimin e Jin abriu espaço para ele.
— Jimin... Para você se preparar pro choque... — Falou, um pouco confuso e acho que foi a maior prova de que Namjoon estava atordoado pra mim. O médico tinha uma comunicação tão boa normalmente. — Essa sala que você está são dos pesquisadores chefes... Aquele homem... Aquele homem pode acabar entrando.
— Ok, hyung, obrigado. — Jimin agradeceu, obviamente sussurrando. Tentou deixar sua voz mais animada, talvez tentando se distrair da seriedade e do perigo de aquilo tudo. — Vou ficar canalizando minhas emoções pra eu ter bastante ódio dele em vez de medo.
— Não lembrava de ter criado um menino tão violento... — Brincou o médico, parecendo um pouco mais aliviado com a fala do Jimin. Jimin era tão, tão forte que ainda por cima tinha que acalmar a gente. Quanto mais detalhes eu percebia, mais miserável parecia me sentir.
E, sinceramente, aquela talvez fosse a pior parte da operação, porque simplesmente não sabíamos quando algo iria acontecer. A gente não tinha nenhum dado sobre o 27º andar, e só sabíamos da rotina e do percurso que os pesquisadores faziam antes de entrar nele.
Os pesquisadores poderiam aparecer nos próximos minutos, ou talvez simplesmente não apareceriam. Jin manteve ativa a tela dos sensores de calor para evitar qualquer surpresa na aproximação das pessoas da sala, mas aquilo não era o suficiente para saber de fato quando iriam entrar.
E quanto mais tempo demorava, pior era, porque Jimin com certeza estava ansioso dentro daquele armário terrível e escuro, sem saber o que iria acontecer... Claustrofóbico, apreensivo, era horrível, horrível.
— O Jungkookie tá aí? — O híbrido perguntou baixinho depois de alguns minutos.
— Estou sim... — Respondi quase sem fôlego, me aproximando com uma rapidez desesperada até o microfone e quase atropelando Namjoon pelo caminho. — Eu tô aqui, Jiminie hyung.
— Me ajuda a passar o tempo... — Pediu baixinho, respirando mais fundo novamente. Sua voz tentava manter certa animação, mas estava claramente apreensiva.
— Claro... O que eu posso fazer?
— Conta pra mim as receitas das comidas que você faz. Porque aí quando eu voltar pra casa já vou saber fazer tudo... — Pediu e eu senti meu peito, tão pesado, ficar um pouquinho mais leve. Ouvir Jimin fazendo planos pro futuro era algo que me dava uma alegria inexplicável.
— Certo... Vou começar pelo bolo de cenoura, que tal? É bem fácil... Eu descasco a cenoura e corto ela em pedacinhos menores para colocar no liquidificador...
E passamos muito, muito tempo assim. Eu não conhecia tantas receitas assim, então comecei a falar de algumas banais também, como todos os tipos de saladas de fruta. Me demorava, falando de todos os detalhes, da espera, do cheiro, da textura dos ingredientes e do barulho da faca na tábua ou até mesmo do processador funcionando... Tudo que eu conseguia pensar e lembrar, tentando desesperadamente distrair Jimin de tudo aquilo. Queria poder trazê-lo pro nosso mundinho, nossa bolha de felicidade, onde poderíamos cozinhar com tranquilidade sempre.
Passaram-se quase três horas até Jin, que inspecionava o monitor dos sensores detectores de calor minuciosamente, me silenciar e colocar Jimin em alerta. Aconteceu algumas vezes antes e na verdade apenas eram outros pesquisadores passando pelo corredor, mas dessa vez alguém realmente entrou na sala.
— É um homem, Jimin... — O investigador avisou e ouvimos os sons agudos do cardiograma se acelerarem junto aos nossos próprios corações.
O híbrido respirou fundo e se esgueirou para olhar a movimentação através da fresta do armário. Eu estava tão, tão nervoso. Aquela era a hora mais decisiva de todas. Decisiva tanto pra bem quanto pra mal e, sinceramente, meu coração estava tão, tão agoniado com aquilo que eu pensei que morreria naquele exato momento.
— Ele está sozinho e aparentemente fechou a porta atrás de si... Também não tem nenhum outro pesquisador no corredor, então se fizer um pouco de barulho não tem problema... A situação está favorável, Jimin. — Jin explicou, o tom de voz ainda incrivelmente controlado.
Obviamente, Jimin não respondeu daquela vez, tendo que se manter o mais silencioso o possível. Respirei agoniado, observando o pesquisador andar até a bancada no meio da sala distraído através da fresta do armário. Vê-lo me encheu de asco e de ódio... Ele tinha feito tanto mal ao Jimin e provavelmente a vários outros híbridos...
Eu sentia tanto, tanto ódio e tanta raiva que por um minuto eu mesmo me assustei com a intensidade dos meus sentimentos. Aquilo me atordoava. Eu não conseguia nem imaginar o que se passava pela cabeça do Jimin, ao encontrar seu carrasco pessoal daquele jeito.
Jimin abriu a porta do armário devagar e silenciosamente. Se esgueirou com cuidado e agilidade, não fazendo nenhum som e muito menos chamando a atenção do pesquisador. Ao mesmo tempo, seu coração batia tão rápido que o eletrocardiograma quase me dava dor de cabeça.
Aproximou-se agachado, tomando cuidado para não entrar no raio de visão do homem e nem fazer nenhum movimento brusco, o taser e o spray já em mãos. Nem nós que tínhamos microfones espalhados em seu corpo conseguíamos ouvir seus passos leves no piso branco.
O pesquisador não teve nem chances de reagir. Jimin lançou primeiro o spray que Namjoon tinha desenvolvido especialmente para aquilo, o médico prometeu que aquilo inibia a Área de Broca do cérebro, responsável pela fala.
O homem continuaria lúcido, mas não poderia falar nada que prejudicasse ainda mais Jimin. Só de saber que as palavras detestáveis que ouvimos na mensagem holográfica direcionada ao Yoongi não seriam proferidas novamente já me fazia sentir um pouco mais aliviado com tudo. Apenas pudemos ouvir um murmúrio surpreso do médico e um gemido ao ser eletrocutado pelo taser logo depois, mesmo que tivesse tentado correr na direção da porta para fugir.
Não chegou a desmaiar, observando com os olhos arregalados o híbrido de sapo enquanto caía no chão, completamente paralisado. Jimin rapidamente agachou ao seu lado, guardando o spray e mantendo o taser pendurado no pulso enquanto pegava nos bolsos o aparelho que Namjoon, Seojoon com seus conhecimentos da HT e, de algum jeito, Hoseok, tinham desenvolvido para poder tirar o chip.
O olhar incrédulo e cheio de ódio do pesquisador para o híbrido era avassalador, parecendo reconhecer Jimin mesmo com a maquiagem protética que cobria a textura de sua pele. Consegui ouvir o híbrido prender a respiração, nervoso.
Mesmo assim, ele reuniu coragem e, sob o olhar agressivo do homem inerte, segurou seu braço direito. Trouxe pra mais perto e tateou o pulso dele até onde Seojoon tinha explicado que ficavam os chips, direitinho, com uma calma e paciência que eu duvidava muito que realmente sentia.
Alinhou a maquininha para retirá-lo da pele e ouvi, dessa vez, todos prendermos a respiração juntos. O clima era tão tenso que o tempo pareceu até mesmo parar, era ali que a parte principal da operação teria passado. Jimin pressionou o botão, fazendo um buraco superficial do tamanho de uma ervilha no pulso do médico, que gemeu de dor.
— Merda, errei... — Jimin alinhou o aparelho do lado do furo que já tinha feito e tentou de novo, mas o chip continuava sem aparecer.
Novamente o batimento do meu coração acelerou junto do cardiograma, completamente nervoso, o suor frio escorrendo pelas minhas têmporas. Jimin fez um e mais um, outro, vários furos no pulso do homem, deixando-o terrivelmente ensanguentado.
Mesmo assim, o chip não estava lá.
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ONDE TÁ ESSE CHIP, MEU DEUS???? Spoiler: a resposta tá lá nos primeiros capítulos de Croack halfskdhdjks
E aí? O que acharam? Hjdhsajlkdhasljk tava super insegura e com medo porque tanto eu quanto Jungkook não queríamos narrar a invasão, mas vou fingir que tá tudo certo aaaaaaaaa
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BEIJINHOS DE LUZ E ATÉ DIA 6!!
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