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#25. FEELINGS GO DIFFERENT

OI, GIRININHOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!! MEU DEUS, ESSE É O SÁBADO QUE EU MAIS AGUARDEI, ACHO QUE EU VOU EXPLODIR DE EMOÇÃO PUTA QUE PARIU!!!!!!!!!!!

Como sempre, muito muito muito obrigada a todo o apoio que vocês me dão! Eu morro de amores!

A playlist de Croack tá na minha bio aqui no wattpad pra caso vocês queiram ouvir e boa leitura!!!

#OsGirininhos

»»❤««

 — Eu também te amo, hyung. — Ri ao ouvir a declaração do híbrido de sapo. Apesar de ele já ter dito isso pra mim, meu coração se aqueceu novamente. Eu amava amar Jimin e era surreal pensar que ele me amava também. Talvez eu nos amasse.

Era um pouco estranho, sabe? Eu pensava que ser apaixonado por Jimin ia doer muito depois de ser dispensado por ele, mas eu estava bem.

Talvez porque tinham outras coisas me preocupando que doíam mais, talvez porque eu nunca esperei ser correspondido de qualquer forma. Talvez porque eu estava tão imerso na bolha de felicidade que era estar apaixonado por alguém, sentindo algo por alguém depois de tanto vazio que aquele sentimento parecia suficiente por enquanto.

Mas talvez todos esses "talvez" não fossem importantes de fato. Era o que eu tinha percebido mais cedo, eu só queria correr atrás da minha felicidade, viver ela sem muitas complicações. Um dia por vez, focando nas preocupações mais importantes, mas impedindo que elas me engolissem. Que elas nos engolissem.

— Não, Jungkook... — Não me chamou pelo apelido e comecei a ficar preocupado. A apreensão que eu sentia minutos atrás e tinha desaparecido voltando com toda força. O que estava acontecendo?

— Jiminie hyung...? — Chamei, preocupado, quando o híbrido se manteve calado por um tempo.

— Não. Quer dizer... Eu te amo desse jeito também. — Murmurou, confuso e perdido entre as palavras, ainda sem olhar pra mim. Parou, respirou fundo e pressionou os lábios um nos outros antes de conectar suas íris amareladas nas minhas. — O que eu queria dizer é... Eu também sou apaixonado por você, Jungkookie.

Silêncio.

— Quê? — Foi a única coisa que eu consegui balbuciar.

— Eu sou apaixonado por você. — Jimin falou mais firme daquela vez, parecendo ter aberto o registro imaginário de sua garganta que continha todas as palavras que deveria recitar. — Eu amo você, amor amor, amor romântico... Amor dos livros, amor dos filmes. Amo você que nem o Victor amava a Emily, que nem a Sally amava o Jack, que nem o Deadpool amava a Vanessa e... Acho que Matrix não é realmente romântico, na verdade nem Deadpool é e... Ai, Jungkookie, eu amo você, é isso.

Continuei lhe encarando boquiaberto. Minha mente tinha entrado em pane porque nunca, nunca mesmo, eu tinha pensado na possibilidade do Jimin me corresponder. E agora eu não sabia o que fazer, eu não estava preparado para aquilo.

— Eu sei que os próximos dias vão ser difíceis por causa dessa situação toda... E que eu não sou normal, que eu sou nojentinho e que eu não sei de nada... — Jimin continuou falando, agoniado com meu silêncio e sua voz tremeu, como se o nervosismo tivesse voltado. — Eu não sei de nada de amor, romance e paixão, Jungkook... Eu com certeza não sou o cara mais adequado pra um relacionamento, mas eu achei que precisava falar a verdade.

Percebendo para onde os pensamentos de Jimin iam enquanto eu não conseguia recuperar e falar, me levantei do meu balanço e me agachei na frente dele, colocando minhas mãos por cima de suas pequenas, que seguravam o próprio joelho. Eu não conseguia falar muito, mas eu teria que fazer algo pra compensar.

— Desculpa, Jungkookie, eu... Eu não queria inco- — Interrompi sua fala com uma carícia em sua bochecha macia e geladinha. Seu rosto, tenso, que parecia um pouco desesperado até então, relaxou. O jeito que o brilho de seus olhos eram capazes de me derreter de pura paixão era diferente.

— Eu só não sei reagir direito a isso, Jiminie hyung... — Acalmei ele baixinho depois de respirar fundo. — Você tem certeza? Eu não queria te pressionar a responder qualquer coisa. Eu sei que você está num momento fragilizado e não quero me aproveitar disso...

— Tenho, Jungkookie. — Afirmou com a voz firme. — Eu falei porque eu não consigo nem ao menos guardar isso para mim mais... Eu sou tão apaixonado por você.

— Eu... Eu ainda não tô acreditando. — Suspirei de paixão de novo, agora que não tinha nenhuma preocupação me prendendo sentindo ela me inundar e me fazer tremer um pouquinho. Parecia fora da realidade.

— Por quê? — Perguntou, sem nenhuma piedade. Como se quisesse me dar um consolo depois de fazer uma pergunta tão difícil, se aproximou de mim e me permitiu ver mais dos detalhes lindos de seu rosto.

— Porque eu mal achava que um dia seria capaz de me apaixonar, de amar tanto alguém... — Encarei seus olhos profundamente, eles brilhavam tanto. — E eu sinto tudo isso por você. Mas eu não acreditava de verdade que um dia eu seria correspondido.

— Nem eu... — Ele sussurrou baixinho, já que estávamos muito próximos. O híbrido subiu a mão timidamente até meu rosto e começou a acariciá-lo que nem eu fazia consigo.

— Eu nunca achei que algo tão bonito ia acontecer comigo...

— Nem eu...

— Nunca pensei que ser tão entregue a alguém seria tão bom.

— Nem eu. — Repetiu novamente, dando uma risadinha.

— Jiminie hyung... Eu realmente nunca me senti assim por ninguém.

— Eu também não, Jungkookie.

— E isso realmente nunca aconteceu comigo... Ser correspondido... Eu não sei nem quais são os próximos passos.

— Também não sei... — Sussurrou fraquinho e o sorriso em seu rosto era tão puro, tão genuíno, que o meu se abriu também, automaticamente, mas talvez ele já estivesse aberto. Eu estava tão feliz que eu me perdia dentro das sensações em meu corpo, nos sentimentos em meu peito, nas mudanças na minha expressão.

— É de verdade? Hyung, isso só pode ser um sonho... Não é possível... — Balbuciei novamente, entorpecido com o quão surreal aquilo parecia. A presença de Jimin pra mim era quase etérea, superior... Tê-lo tão perto, tê-lo nas minhas mãos parecia algo fora do plano normal em que vivíamos.

— Desculpa por não ter falado nada antes... — Fechou os olhos, como se quisesse se esconder de vergonha. — Eu estava tão mal ontem que tive medo de dizer mais coisas horríveis de mim... E, no final, de nós. Desculpa, eu juro que meu coração acelerou tanto... E eu fiquei muito feliz, mas eu também não acreditava, precisei de um tempo pra assimilar aquilo. Fiquei muito tempo refletindo se eu tinha escutado errado.

Jimin riu baixinho, mas tristonho, da sua confissão. Meu coração apertou um pouco, dolorido, por saber que ele tinha se sentido assim... Mas agora estava tudo bem, certo? Eu não sabia o próximo passo, mas putz... A gente se amava.

A gente era apaixonado um pelo outro.

— Hyung, não se desculpe por uma coisa dessas, por favor. — Pedi baixinho, uma das minhas mãos escorregando até seus cabelos e deixando uma carícia ali.

— Então obrigado, Jungkookie... Obrigado por ter agido normal comigo, por ter respeitado... Eu não merecia, mas..

— É claro que merecia. — Interrompi novamente, cada vez que ele falava algo daquele tipo doía tanto. — Por favor, de verdade, não diga essas coisas. Elas não refletem o que eu sinto e por que eu faço as coisas por você, hyung. Eu te amo, de verdade. Meus pais viviam contando pra mim que amor é compreensivo... E eu concordo.

Ele abriu os olhos e sorriu novamente, a expressão cheia de alívio, de gratidão. Achei aquilo quase errado, porque quem era grato ali era eu. Jimin era tão incrível e ele compartilhar aquilo comigo era... Surreal.

— Obrigado por ter me respeitado. — Voltou a falar, se corrigindo. Seus olhos estavam levemente marejados e senti os meus fazerem o mesmo. Eu estava muito cheio de emoções demais, e elas queriam escapar por algum lugar, aparentemente meus olhos. — Muito obrigado pelo lanche de hoje, pelas conversas... Obrigado por ser você, você é incrível.

— Você é incrível, hyung...

Conversar com Jimin era tão envolvente... Eu me sentia hipnotizado, completamente hipnotizado. Eu me aproximava dele cada vez mais, queria escutar melhor seu tom de voz, tão doce e ao mesmo tempo tão rouquinho. Queria chegar perto de sua presença calma, acolhedora e gentil. Jimin era tão, tão gentil que parecia emanar um calor bondoso de si, mesmo que aquilo fosse impossível. Sua presença era assim.

Jimin também me encarava com leveza, os olhos amarelados e úmidos semicerrados de forma preguiçosa. Acho que a gente gostava do jeito que nossas respirações se misturavam quando conversávamos juntinhos daquele jeito, só para nós.

Nossas testas se encostaram. Era tão certo... Tão bom. Jimin fechou seus olhos de vez e eu aproveitei para observar seu rosto sereno, a pele esverdeada, os cílios curtinhos dos olhos pequenos, a boca delicada e cheinha. Aproveitei para observar cada pedacinho de perfeição que era Jimin antes de fechar meus olhos também.

Senti um toque fraquinho em meus lábios, algo como o pousar delicado de uma borboleta e abri meus olhos, surpreso. Consegui enxergar Jimin um pouco afastado de mim, encolhido, tão corado que pintava suas bochechas verde amareladas de rosa, lambendo seus lábios nervosamente e segurando nas cordas do balanço com força.

— Desculpa, Jungkookie... Eu estava impaciente demais para experimentar depois... — Murmurou tímido, mas deu um sorrisinho brincalhão apesar de estar envergonhado. — Eu queria provar. Agora.

Eu me sentia muito, muito feliz. Meu coração flutuava no peito, como se fosse escapar a qualquer momento, espalhando uma euforia pelo meu corpo inteiro, nublando minha cabeça. Ao mesmo tempo, eu sentia ele apertadinho... Era medo, reconheci.

Foi meio surpreendente. Queria fingir que ele não estava lá, mas eu não poderia fazer aquilo. Os nossos sentimentos, meus e especialmente do Jimin, deveriam ser tratados com consciência, e o medo... O medo ali era uma prova do quanto eu o amava. Do quanto seria difícil passar os próximos dias por causa disso. Do quanto Jimin era importante para mim.

E eu sorri, de um jeito tão genuíno que eu não lembrava de ter sorrido daquele jeito algum momento da vida. O híbrido era tão precioso... Eu queria tanto ele ao meu lado.

— Me prova, hyung... — Sugeri baixinho e envergonhado, sentindo meu rosto ainda mais quente que antes.

Jimin demorou um pouquinho, tomando coragem, e encostou novamente nossos lábios um no outro. Aquilo não era nem um selinho... Mas era tão incrível a sensação de estarmos tão juntinhos, de conseguir sentir um pouquinho a maciez de sua boca.

O híbrido se afastou novamente, mas não abri meus olhos e só pude ouvir ele respirar fundo antes de se aproximar de novo, me dando um selinho dessa vez. Pareceu gostar daquilo, dando outro, e mais outro e mais outro...

Jimin testava o encaixe de nossas bocas com carinho, curiosidade. E eu, eu estava completamente derretido com o sabor de seus primeiros beijos, com sua inocência hesitante e suas descobertas puras.

Após vários selinhos, eu não me aguentava mais. Abri meus olhos e interrompi o próximo beijinho ao acariciar suas bochechas. Olhei bem no fundo de suas orbes, vendo um brilho nelas que eu sabia que reluzia nas minhas também.

— Hyung... Eu posso te provar também? — Pedi, recebendo uma permissão em forma de um sorriso que transformava seus olhinhos em duas meia luas.

Beijei sua testa, seu nariz, suas bochechas. Beijei cada pedacinho de rosto tentando compreender o aperto crescente de calor dentro do meu peito. Nada nunca me fizera sentir daquele jeito, nenhum beijo, muito menos no rosto de alguém. Era tão gostoso que eu tinha medo do meu corpo não aguentar todos aqueles sentimentos e virar poeira cósmica naquele exato momento.

Com minhas mãos segurando com cuidado a nuca do mais velho e acariciando seu pescoço, colei, por fim, meus lábios nos seus, tendo meu selinho correspondido por Jimin. E mais um, e mais um, e outro, todos em uma harmonia calma e sem pressa. Senti Jimin suspirar fundo quando os selinhos se transformavam em beijos e nossos lábios se experimentavam e se massageavam; senti suas mãos pousarem em meu rosto.

— Isso é bom... — Sussurrou o híbrido baixinho contra minha boca. — É diferente do que eu achei que seria, pelos livros e na TV.

— Como você achou que seria? — Perguntei no mesmo tom, extasiado com o turbilhão de sentimentos dentro de mim, beijando o canto de sua boca.

— Não sei explicar bem... Mas me deixava com medo porque eu não me sentia capaz de fazer certo. — Continuou segredando, sem filtros, e nossa, aquilo era tão certo. Era como se estivéssemos em um mundinho só nosso. Uma cabana feita de lençóis, piscas piscas e travesseiros, como se vivêssemos uma fantasia infantil, só eu e ele. Eu não conseguia descrever de jeito nenhum tudo que eu sentia.

— Eu às vezes penso, hyung... — Comecei a formular a frase, mas me sentia meio envergonhado de continuar. Jimin me deu outro beijo, como se me incentivasse a completar minha frase. — Às vezes eu penso que não existe beijo certo, só a pessoa certa.

— Eu gosto desse pensamento... — Jimin respondeu tão tímido quanto eu. — Eu nunca tinha beijado e não foi tão estranho quanto pensei que seria...

— Não foi estranho porque você não teve pressa, hyung. — Lhe beijei novamente.

— Não foi estranho porque você me deixou te provar, Jungkookie. Obrigado.

— Shh... — Sussurrei contra sua boca. — Não me agradeça, isso está sendo tão bom pra mim também... Tão bom que não sei explicar. Eu que deveria agradecer.

— A gente é meio bobo. Agradecendo assim... — Jimin riu por fim, dando outro selinho. — Então... Você beijou o sapo, não era pra eu ter me transformado em um príncipe, Jungkookie?

— Você sempre foi um príncipe, Jiminie hyung. — O meu príncipe. Sorri pra ele e lhe beijei de novo. Parecia que eu nunca cansaria daquilo.

— Mesmo assim, ainda me sinto meio que liberto de uma maldição. — Confessou baixinho e eu me senti tão triste com aquilo, a paixão se uniu com o amor para pisar no meu coração maltratado. — Você é o príncipe encantado da história.

— Claro que não, hyung... — Beijei seu rosto demoradamente, acariciando suas bochechas, tentando conter toda aquela tristeza com beijinhos. — Você é muito mais do que isso, sempre foi. Nunca nada vai te tirar isso e você se libertou de sua maldição sozinho. Você é completo.

— Sou?

— Claro que é. Mas por favor, me deixa te transbordar. Me deixa ser o príncipe do seu príncipe. — Sussurrei contra sua boca, não ligando pro quão clichê ou brega eu soava. Nossos olhos se miravam com uma intensidade que fazia com que eu sentisse borboletas no estômago.

— Fechado. — Riu. — Somos o príncipe um do outro. Eu deixo você me transbordar e eu... Eu quero transbordar você.

— É um combinado então... — Sorri, me sentindo nas nuvens. Aquilo era bom demais para ser verdade, eu só queria flutuar. Na verdade, eu queria Jimin, mas era ele quem me fazia flutuar daquele jeito.

Fechei meus olhos e encostei nossas testas de novo. Acariciei a pele rugosa, viciado na sensação de poder lhe dar carinho tão explicitamente. Tão sem amarras.

— Jungkookie...

— Hm?

— Eu também queria tentar aquilo... Sabe? — Abri meus olhos por fim e encontrei um Jimin ainda mais corado, desviando o olhar. — Daquele jeito, com a língua.

Sorri de levinho com seu pedido e mordisquei seu lábio inferior em concordância. Adorável, Jimin era adorável.

— Prova. — Encorajei, deixando nossos lábios perto novamente.

— E se for estranho?

— Tenta de novo.

Entreabri meus lábios em cima dos de Jimin, convidando-lhe. Senti sua língua morna encostar timidamente na minha. O híbrido logo a afastou, envergonhado, mas lhe puxei de volta.

— Minha língua é estranha, Jungkookie... Melhor não. — Replicou enquanto eu tentava lhe beijar novamente.

— Claro que não, hyung. Até o Taehyung sabe que eu curto seu linguão... — Tentei brincar para que ele relaxasse um pouco. Encarei-o e deixei um carinho em seus cabelos, tentando acalmá-lo de todas as formas possíveis. — Abre sua boca um pouquinho, por favor.

Ele o fez, mesmo que hesitantemente. Com cuidado para não assustá-lo, busquei sua língua com a minha, entrelaçando-as calmamente. Jimin, entendendo o mecanismo da coisa, movimentou a sua também. Aquele gostinho de descoberta era tão inebriante... Deixei um suspiro escapar.

— E então? — Perguntei quando nos afastamos para pegar fôlego de novo.

— É meio estranho... Podemos fazer mais? — Pediu, me fazendo rir baixinho e lhe puxar para outro beijo.

E beijamos mais uma, duas, incontáveis vezes... Jimin testava cada coisa nova, explorávamos o cantinho das bocas um do outro, sem pressa. A língua de Jimin era um pouquinho áspera e por algum motivo aquilo deixava tudo ainda mais gostoso. E eu estava tão afogado de Jimin... Tão imerso em tudo que significava o híbrido.

— Ok, é bem gostoso na verdade... — Falou entrecortado, tentando recuperar o fôlego quando nos separamos por fim. Ri de seu comentário.

— Amo sua boca, hyung... É tão linda, nem acredito que pude beijar ela... — Confessei, sem filtros. Eu não queria ter nenhum filtro mais das minhas palavras pro Jimin, queria confessar tudo, queria realizar o sonho da paixão e deixar ela falar alto tudo que segurou.

Jimin abriu um sorriso e não me aguentei, acariciando seu rosto e deixando vários selinhos delicados em seus lábios. Ele riu mais um pouco antes de começar a retribuir os selinhos, as mãozinhas segurando meus ombros com certa força e empolgação.

— Jungkookie! Não me beije enquanto eu estiver sorrindo ainda, vai ser estranho pra você. — Reclamou entre os selinhos.

— Desculpa, sua reclamação foi indeferida. Tente novamente mais tarde. — Respondi, beijando as bochechinhas fartas e sentindo o jeito que elas se levantavam com os sorrisos e gargalhadas.

— Aish, Jungkookie! — Deu um leve tapa em meu peito, mas continuei distribuindo beijinhos em seu rosto inteiro. Ele reclamando com o rostinho tão corado, com as gargalhadas tão doces... Putz, ele realmente era tudo pra mim.

— É que seu sorriso é lindo, deu vontade de beijar também. — Me justifiquei e Jimin me deu vários selinhos entre os risos, parecendo satisfeito com a resposta. O jeito que nós parecíamos imersos em uma bolha de felicidade era diferente. Irreal. E eu não queria sair dela, eu queria que esse sonho que era poder amar Jimin de volta não acabasse.

— Se for assim vou ter que te beijar todo também! — Ameaçou, os olhinhos brilhantes e brincalhões.

— Eu? Por quê?

— Porque você é lindo, Jungkookie. O homem mais lindo do mundo.

— Mas essa posição é sua. — Respondi, me sentindo meio incrédulo por Jimin me achar... Meu Deus, lindo. Eu queria questionar, eu queria negar, eu queria não acreditar porque aquilo sempre foi o caminho normal que meu cérebro fazia, mas... Nossa, eu queria muito mais acreditar. Queria ser tão lindo pra Jimin quanto ele era lindo pra mim.

— Não, é sua! Seu cabelo e seus olhos de chocolate... Queria me perder neles, são tão doces. — Sussurrou contra minha boca antes de começar a deixar beijos em meu rosto, levando suas mãos delicadas para meu maxilar. — Você é todo tão doce, Jungkookie. Um doce que me faz bem.

Coloquei minhas mãos sobre as suas quando ele falou que me eu lhe fazia bem, sorrindo, fora de mim. Eu queria tanto fazer bem pro Jimin... Principalmente depois de ter feito tão mal. Meus olhos arderam um pouco e eu segurei o choro. Meu corpo estava tão repleto de emoções que talvez eu explodisse, nunca tive tantas coisas dentro de mim e acho que meu corpo não tinha infraestrutura o suficiente pra receber um evento desse porte.

— Jiminie hyung... — Sussurrei com dificuldade, a voz falhando. Encostei nossas testas e foquei na textura gostosa de sua bochecha contra meus dedos. — Você me faz tão, tão bem... Nunca me senti tão bem na minha vida quanto me sinto agora com você.

— Eu também, Jungkookie... Recomeçar minha vida depois de tudo não parece mais tão difícil com você... Obrigado por estar ao meu lado.

— Vou estar até você não querer nem precisar mais. — Prometi. — Quero te ver recomeçar, continuar, prosperar, concluir... Quero ver tudo.

— Então fica comigo... Até a conclusão, até depois, se tiver algo... Fica ao meu lado... — Pediu fraquinho, parecendo imerso em suas próprios palavras, em nossos toques, e eu me senti em paz. Me senti tão bem... Toda uma vida a se viver, aquilo era incrível. Ouvir Jimin, que escondia tanto suas necessidades, suas vontades, pedir uma coisa daquelas pra mim era incrível. — Eu sempre vou querer, então fica comigo.

— Fico... Fico sempre, sempre. — Prometi a ele e fui surpreendido quando ele puxou meu maxilar para si, iniciando um beijo lento, apaixonado e tão cheio dos sentimentos que transbordavam da gente que eu me sentia soterrado em uma avalanche de amor.

Suspirei fraquinho quando nossas línguas se encontraram. Eu não queria parar de beijá-lo, queria poder sentir aquela sensação pra sempre. Queria conhecer a boca de Jimin por completo, tê-la mapeada como as constelações no céu, tê-la unida à minha como os astros do Cinturão de Órion.

E eu duvido muito que Emily, Jack e Vanessa amavam tanto quanto eu... Porque eu sentia que o que explodia dentro de mim era como multiversos sendo gerados, belos, infinitos, mas todos resumidos no sabor gostoso do picolé de uva de sua boca, tão doce e único quanto o próprio híbrido.

-x-

Passar os próximos dias não foi fácil. Tipo... A parte de poder beijar, tocar, amar Jimin foi fácil, nada pareceu tão natural pra mim quanto aquilo. Apesar da felicidade de ser nós com o híbrido, ainda tinha toda a tristeza da incerteza que o futuro trazia para gente.

Não era fácil trabalhar e esperar Jimin enquanto ele ia em suas consultas com a Dra. Sunhee, menos ainda quando ele treinava Krav Magá com o Jin e aparecia todo roxo. Jimin ria e dizia que era bem útil, e bem legal, e provavelmente realmente era, mas ainda era muito dolorido pra mim ver o híbrido se machucar de qualquer forma. Eu tentava aliviar a dor passando pomadas anestésicas e fazendo massagens nos músculos cansados e despreparados do híbrido, mas aquilo parecia tão pouco...

Hyejin começou a trabalhar todos os dias na minha mesa, arrastando sua cadeira e reclamando que Yongsun era muito barulhenta e não deixava ela fazer nada. Eu sabia que era mentira, mas isso só me deixava mais grato pela mulher não me deixar sozinho.

Aliás, falando sobre a Comunicação, teve um dia que Yerim simplesmente irrompeu lá, chutando a porta e tudo. Senti meu rosto queimar tanto de vergonha que talvez eu virasse cinzas quando vi todo mundo lá do departamento observar a menina pequena e de rostinho redondo gritar:
— Jeon Jungkook! — Prolongando o "Kook" de um jeito que eu por um momento pensei que ela nunca iria parar.

Jaebum, o famoso cabeludo da Mídia, estava saindo da nossa sala quando Yerim entrou gritando. Assistiu impassível ela terminar o show, antes de tocar no ombro da garota e apontar pra minha mesa.

— Não me toca, não! — A garota falava tão alto que eu conseguia ouvir da minha mesa e, sério, todo mundo mesmo assistia ao dito show. Fiquei preocupado quando ela bateu na mão do Jaebum. O que ele tinha feito de errado? — Cê é bonitão demais, vou me apaixonar desse jeito!

— Leva ela prum date, Jaebum! — Yongsun gritou lá do fundo, apenas pra provocar o outro.

— Eu não acharia ruim, não, Jaebum oppa... — Yerim ergueu as sobrancelhas sugestivamente e riu quando viu o homem pedir licença e sair da sala. Ela fez uma expressão metida e falou consigo mesma. — É, sei que Kim Yerim é muita areia pro caminhãozinho dos oppas da nação.

Show terminado, a galera da Comunicação voltou a trabalhar, parecendo satisfeita pelo entretenimento. Hyejin observou curiosa Yerim se aproximar de nós.

— Se o Micha descobre o caos que você fez... — Ameacei a garota quando ela chegou mais perto. A mesma bufou e apoiou a mão na cintura, bem dramática e caricata como sempre, parecia até atriz de dorama.

— E o Micha lá é minha mãe? Ele não paga minhas contas, não, nem me carregou por nove meses, caguei se ele descobrir. — Reclamou e observei Hyejin prender o riso com dificuldade. — Não tente transformar sobre mim algo que é sobre você.

— Sobre mim? — Perguntei, confuso.

— Sim, você. — Deu de ombros antes de se virar pra outra mulher. — Oi, unnie, já que o Jungkook oppa é um mal educado, eu mesma me apresento. Sou Kim Yerim, e você?

— Sou Ahn Hyejin, prazer, Yerim. — A outra mulher riu, divertida.

— Não repara, não, mas eu vou arrancar o couro desse ingrato ao seu lado. Juro que sou muito amorosa normalmente. Vamos tomar um café juntas um dia.

— Só me chamar. — Hyejin riu novamente, fã de uma confusão ambulante como Yerim, e se levantou. — Vou deixar vocês a sós pra que você possa arrancar o couro dele com mais liberdade, licença.

Hyejin deixou sua cadeira lá, e Yerim, obviamente, se sentou sem cerimônias. Apoiou o cotovelo na minha mesa e o queixo nas mãos, cerrando os olhos pra tentar me encarar ameaçadoramente.

— O que foi? — Perguntei, já um pouco impaciente.

— O que será, hein, oppa? Tá me tirando de otária? — Yerim reclamou. — Não responde minhas mensagens e eu te mandei um meme de gatinho! Quem não responde meme de gatinho, pelo amor de Deus?

— Ah, eu tenho estado distraído esses dias, desculpe.

— Pois Kim Yerim não leva distração pra casa, não! Acha que vai se livrar de mim só ignorando minha mensagens? Sei onde você trabalha e tenho duas pernas! Tudo bem que talvez eu tenha ficado perdida na HP e chutado algumas portas erradas antes de chegar aqui... Mas eu sei onde você trabalha! — Reforçou, enfática e eu só consegui rir do jeito da outra.

Era engraçado que apesar de Yerim representar tudo que eu não era, ela era a pessoa do grupo de guardiões que eu mais tinha me aproximado além de Juan e Yongsun. Acho que pessoas extrovertidas têm esse poder de sugar todo mundo ao seu redor pra mais perto, sem medo de insistir nem de quebrar a cara. Eu achava ela bem incrível pra falar verdade.

— Bem, agora que você tá aqui. — Ri. — O que quer fazer? Me mostrar o meme do gatinho?

— Credo, não. Tá aí no seu SmartPod, só falta você tomar vergonha na cara e assistir. Esse é seu dever de casa. Vamos comer um doce, eu amo doces e descobri que tem uma maquininha aqui na HP que vende torta de maçã! Podemos tomar junto com um chá, vamos, por favor! — Alongou o "favor", como fazia com todas as palavras.

— Podemos, sim. — Concordei, mas a menina me olhou irritada.

— "Podemos, sim". — Me imitou, fazendo uma careta de tédio e o tom de voz pastoso. — Oppa, eu tô te chamando pra comer torta, você tem que falar "Nossa, com certeza! Melhor momento do meu dia. Esperei minha vida toda por esse convite, vai ser tão legal!". Acha que pode menosprezar minha torta só porque você cozinha bem?

— Eu não falei nada disso, para de colocar palavras na minha boca, menina! — Retruquei, impressionado com o jeito que Yerim tinha me feito levantar a voz, algo raro.

A outra simplesmente me deu a língua, se levantando e me puxando até a tal maquininha. Tivemos que descer uns dois andares de elevador e saímos no piso que também possuía uma pequena área descoberta.

Caminhei meio desconfortável, aquele andar sendo meio intimidador pra mim. Apesar de eu trabalhar na HP há muito tempo, eu raramente costumava visitar andares que não fossem o meu ou a garagem, aquilo me enchia de timidez.

Se eu me lembrava bem, aquele era o andar da tecnologia. A única pessoa que eu conhecia de lá era a Chaerin, anja perfeita que sempre colocava minhas campanhas no ar. Mas acho que mesmo se eu encontrasse ela lá eu morreria de vergonha, sempre fiz tudo remotamente.

Por uma coincidência bem favorável para Yerim, Jaebum estava lá também, pegando alguma coisa da tal máquina. A menina se aproximou silenciosamente do outro, olhando curiosa o que ele tinha pegado.

— Olha, eu também amo torta de maçã, oppa. Acho que a gente vai ter que se casar. — Falou com simplicidade, mas deu um susto no outro e por pouco a torta de maçã não caiu no chão.

— É... Eu tenho que voltar a trabalhar, depois a gente se fala. — Ele falou, arrumando os cabelos longos e pretos envergonhado. Achei engraçado porque apesar de Jaebum ser mais na dele, ele não era um introvertido nato que nem eu, a Yerim deixou o cara em pane mesmo assim.

— Me chama depois, meu user é lindinhaa_Yerim. Com dois "a"s no lindinha. — Deu uma piscadinha pro outro que apenas acenou a cabeça e foi embora.

— Você sabe que ele não vai te adicionar, né? — Comentei ao chegar mais perto.

— Ele não precisa, acho o perfil dele rapidinho, tenho talento pra isso. — Deu de ombros e aproximou sua retina da máquina pra pagar a torta. — Você vai querer uma torta de maçã também? Tem várias opções, eu pago pra você já que eu te chamei pro date.

— A gente tá num date então? — Ri dela enquanto observava os sabores que tinham, escolhendo o de chocolate.

— Sim, no date mais desapontante da face da Terra pruma garota hétero, que é com um viadão.

— Eu não sou viadão! — Reclamei e Yerim me observou de cima a baixo, contemplativa.

— Bissexual? Hétero mesmo? — Perguntou em dúvida. — Talvez assexual também... Meu Deus, eu tenho que parar de julgar orientações sexuais pelas aparências.

— Hm... — Refleti, já que eu não pensava muito na minha sexualidade já que eu não era muito... Bem, engajado em relacionamentos. — Na faculdade eu ficava com uma garota e quando a gente cansou eu costumava ficar com caras na balada. Mas não era muito frequente então... Bissexual meio assexual? Eu não sinto muita necessidade de sexo, mas eu gosto.

— A gente pode deixar os nomes de lado se eles não te ajudam. — Ela deu de ombros, pegando os doces prontos e me entregando a torta de chocolate, junto a um copinho de chá e me puxando pra gente ir sentar na pequena área aberta.

— Então eu tenho chances com você? — Brincou depois de um tempinho. Apesar de ser brincadeira, eu corei, porque a única coisa que permeava minha mente era Jimin. Jimin, Jimin, e só ele. Nunca falamos nada, nem escondemos especialmente nada, mas acabávamos sendo mais íntimos em casa. Será que alguém sabia que a gente estava em... Uma relação? Talvez Taehyung. Não sabia se eu deveria falar algo.

— Tá apaixonado já por alguém, é? — Yerim falou mais uma vez perante ao meu silêncio e riu ao me ver olhar pra ela assustado por ter interpretado tão bem. — É que eu dou em cima de muita gente, né, aí eu conheço os tipos de olhares. Seu olhar é de um boiolão. Eu conheço a pessoa?

Me senti invadido e completamente desvendado. Senti minhas bochechas e a pontinha das minhas orelhas queimarem, envergonhado. Incrível como estava estampado pra qualquer um ver que eu era um emocionado.

Respirei fundo e pensei no que responder. Talvez não fosse legal falar que eu e Jimin já tínhamos nos beijado e tudo mais, mas talvez não faria mal falar que eu estava apaixonado por ele. Eu guardei aquilo tanto tempo dentro de mim.

— Olha, pelo tempo que você tá demorando pra me responder, imagino que você esteja nervoso demais pra isso. — Yerim colocou a mão em meus ombros, me acalmando, antes de sentar em uma mesinha e pegar um pedaço da sua amada torta de maçã com o garfo. — Não precisa falar nada não, mas se quiser depois eu ouço também. Sei que eu falo muito, mas sempre mantenho segredos bem.

— Ah... — Suspirei um pouco mais aliviado e sentei também. Dei uma garfada na torta de chocolate satisfeito ao sentir o gostinho um pouco mais amargo e encorpado do chocolate com mais cacau. — Na verdade... Eu sou apaixonado pelo Jimin.

— O híbrido que você é guardião? — Yerim perguntou surpresa. Ela sabia que eu era guardião de Jimin e conhecia bem ele, já que nós dois mandávamos fotos pra ela com frequência antes de toda a situação do Yoongi acontecer... Percebi com aquilo que a surpresa era real e que talvez ter contado não fosse uma boa ideia.

— Sim... — Respondi fraquinho e envergonhado, vendo a expressão de surpresa no rosto da menina se desvanecer aos poucos.

— Olha, oppa... Sinceramente eu acho um pouco estranho ser um guardião apaixonado pelo híbrido... — Começou e senti como se meu coração tivesse se soltado do peito e despencado em queda livre até o chão. — Mas eu tenho como referência principalmente meu relacionamento com a Byul... Eu confio no seu discernimento e no do Jimin oppa. Se um dia vocês tiverem um relacionamento eu imagino que será porque era pra ser. Afinal, vocês são dois adultos conscientes.

— Yerim... — Senti meus olhos arderem, eu queria chorar de tanto alívio que eu senti.

Sendo sincero, quando a Yerim falou que era estranho o relacionamento entre um guardião e um híbrido eu percebi que nossa... Realmente era. Teoricamente a gente era uma família, mas acrescentar romance no meio era bem arriscado.

Se eu e Jimin brigássemos ele não teria para onde ir de fato. Querendo ou não eu acompanhei grande parte de seu resgate e era pra eu ser um suporte incondicional, duradouro. E isso me dava medo.

Mas ao mesmo tempo... Foi impossível não me apaixonar por Jimin, aquilo já era tão grande, tão forte dentro de mim que talvez eu não fosse mais capaz de ser o guardião dele mesmo se eu não confessasse. Eu não conseguia deixar de sentir. E eu tinha a sensação de que isso valia pro híbrido também.

E eu me agarrei às palavras finais de Yerim. Porque eu sinto que tudo aconteceu de um jeito tão certo, tão natural, que a nossa relação como guardião e híbrido nunca apareceu como um empecilho em minha cabeça. E eu confiava muito em nós, confiava que nosso amor, mesmo não romântico, nos ajudasse a ultrapassar qualquer desafio ou obstáculo. Por mais que pareça impossível pra mim, eu sentia que mesmo se não tívessemos mais a mesma paixão um pelo outro o amor ainda estaria ali. E ele seria mais forte.

— Toma, toma esse pedaço de torta de maçã também. — Pegou uma garfada e tentou enfiar na minha boca. — Não chora, não, oppa... Você e o Jimin são lindos. Você é tão sincero também... A pessoa mais sincera que eu já conheci e eu confio muito em você por causa disso.

— Obrigado, Yerim... — Murmurei baixinho logo depois de mastigar o pedaço de torta oferecido.

— De nada. Aproveite, não é todo dia que uma garota bonita como eu paga sua torta e ainda dá a própria pra comer. — Brincou, a risada alta e clara. Depois daquela conversa eu entendi como que Yerim, mesmo parecendo ter uma personalidade tão infantil, era responsável o suficiente pra ser guardiã da Byul.

Eu já me sentia confortável com Yerim, isso era verdade, mas acho que nosso relacionamento meio desengonçado por minha parte tinha avançado a passos largos naquele momento. Eu senti que podia confiar nela de verdade e a garota ganhou uma nova camada de admiração vinda de mim.

Passamos uns minutos conversando, nada sobre paixão ou algo profundo, só conversando mesmo e foi legal. Ela contou sobre os encontros enquanto eu estava ausente, que sentiam falta da comida que eu fazia porque eu era o único que se dava ao trabalho de cozinhar, contou dos artigos que tinha escrito pelo trabalho e que a Byul começou a viciar em fazer exercício.

Não pude falar muitas coisas pra ela de volta, já que quase todas envolviam Yoongi e segredos ou Jimin e segredos. Nunca pensei que iria me tornar um cara misterioso em algum momento da vida que nem tinha me tornado. Yerim pareceu não se importar e eu me senti bobo de felicidade por ela me dar tanta confiança também.

— Espero que o que esteja te atormentando passe logo, oppa. — Ela disse com um sorriso ao se despedir de mim, andando de braços dados comigo até a porta da Comunicação de novo. — Vou estar te esperando no encontro dos guardiões quando for a hora. Mas não custa nada olhar os memes de gatinho que eu mando também! Mesmo se seu dia estiver uma merda eles vão te alegrar!

— Obrigado, Yerim. — Ri da garota e respirei fundo antes de tomar coragem de dar um abraço de despedida nela. Sabendo o quanto aquilo era raro, a garota deu uma risada metida e me apertou forte minha cintura de volta.

— Vou esfregar na cara do Juan que agora sua bestie sou eu. — Deu uma piscadinha travessa e foi embora, deixando um Jungkook de sorriso bobo e peito leve apesar de toda a podridão do mundo.

-x-

Putz, acho que eu me perdi de novo nos acontecimentos que eu estava contando, então fiz outra quebra temporal. Me desculpem, mas se pensarem que já foi pior, minha narração agora nem parece tão ruim assim, né?

Acho que eu na verdade não sou muito bom em resumir passagens de tempo, porque algumas coisas ficam guardadas cheias de detalhe na minha memória e outras viram uma confusão de pequenos acontecimentos todos juntos e misturados. Me perdoem.

Um dos dias que foi marcante, além do de Yerim, foi o da nossa reunião agora ainda mais frequente no consultório de Namjoon. Jin já tinha coletado a planta das áreas comuns do prédio — o 27º andar era todo um mistério, infelizmente — a distribuição das câmeras de segurança e os pontos de entrada dos funcionários.

Ainda precisávamos saber os horários e as escalas dos funcionários, principalmente de segurança, e dos pesquisadores chefes, o ponto chave de toda a operação. Toda aquela discussão e pesquisa, tão profissional, soava tão estranha e tão fora de realidade pra mim que eu me sentia até mesmo "amortecido". Era como se aquilo não estivesse acontecendo comigo e eu fosse apenas um espectador distante.

Depois da reunião Jimin treinou mapeamento e habilidade de locomoção. Jin trouxe um aparelhinho que parecia muito um SmartPod, só que dedicado exclusivamente para indicação de caminhos.

Basicamente você colocava informações sobre ruas, becos ou até mesmo plantas de prédios para que ele calculasse uma rota entre o destino final e inicial de algum lugar. Os caminhos a serem seguidos eram indicados por setas coloridas que o aparelho sobrepunha às imagens recebidas pela retina através de impulsos elétricos, então era como se você visse umas setas flutuando pelo lugar indicando o caminho. Só fui entender de fato quando Jin permitiu que eu as experimentasse também.

Apesar de termos a planta do prédio, Seojoon também estava coletando imagens 360º dos corredores e aposentos ao redor da área comum. Mesmo assim, Jimin só iria navegar pelos corredores simulados da HybridTech poucos dias antes da invasão de verdade para ter que permanecer a menor quantidade de tempo possível naquele lugar horrível, mesmo que fosse apenas uma projeção.

Jin na verdade era bem sensível naquele ponto. Todos os ambientes de treinamento que ele passava para Jimin eram validados antes com a Dra. Sunhee para garantir que não tivesse nenhum gatilho pro híbrido de sapo. Ele também consultava comigo quais eram nossos filmes favoritos e procurava simulações dos cenários deles para ficar um pouco mais divertido pro Jimin.

Logo depois era o treino de Krav Magá, mas como eu disse, especialmente ele eu tinha que esperar do lado de fora, trabalhando ou fazendo qualquer outra coisa. Eu ficava agoniado demais com a ideia do Jimin se ferindo e ferindo alguém. Acho que eu era um fracote.

Já era quase de noite quando eu e Jimin fomos pra casa. Cozinhei um bibimbap pro nosso jantar, com Jimin ou abraçado em minhas costas, coladinho ou ajudando a preparar alguns ingredientes.

— Acho que eu vou virar um descascador profissional de legumes, Jungkookie. Eu tenho talento pra isso. — Falou orgulhoso ao descascar uma cenoura e colocar no processador para ralar.

— Dono do próprio negócio e descascador profissional de legumes? Isso que eu chamo de profissional de sucesso. — Segurei sua cintura e beijei sua bochecha enquanto eu pegava os cogumelos que ele tinha cortado para temperar e refogar.

Ele se virou para mim, apoiando o corpo na bancada da pia e me puxando para junto de si. Enlaçando os braços pelo meu pescoço, subiu na pontinha dos pés e me deu um selinho demorado.

— Eu adoro seus beijinhos na minha bochecha, Jungkookie... — Confessou fraquinho e meu coração parecia querer explodir de amor, como sempre. — Mas eu tenho que tirar 24 anos de atraso em beijo na boca também.

— Eu te ajudo com isso... — Ri e puxei com delicadeza seu rosto mais pra perto, unindo nossas bocas lentamente, transbordando de paixão e carinho. Eu amava tanto aquele homem... Jimin era o homem mais incrível do mundo e eu tinha o privilégio de beijá-lo, de tocá-lo.

Com cuidado, porque ainda era inseguro com aquilo, Jimin acrescentou sua língua no beijo e eu o encorajei, entrelaçando ambas. Inclinei nossos rostos, fazendo com que nossos narizes se tocassem de leve, aprofundando o beijo. Ah... O nosso encaixe parecia tão perfeito, sua pele geladinha, os lábios gordinhos e macios, a língua ligeiramente áspera...

Suspiramos contra a boca do outro, bobos e sem fôlego, quando nos separamos. Jimin manteve os olhos fechados, mas eu abri os meus, observando-o imerso na serendipidade que era amar Jimin. Sorrindo, ele deixou alguns selinhos na minha boca, me fazendo sorrir também. Os cílios curtinhos de seus olhos pequenos e fofos eram só mais um meigo detalhe de toda delicadeza de Jimin.

Jimin acariciou meus cabelos com os dedos curtos e eu seu rosto e sua cintura. Enquanto meu amor por Jimin crescia mais e mais, meu amor por mim fazia o mesmo, cada lugar que ele tocava parecendo um detalhe lindo em mim. O toque de Jimin era mágico porque ele passava pra mim o mesmo sentimento bonito que eu sabia sentir quando eu lhe tocava... E aquilo era incrível.

Voltamos a cozinhar, sorrindo bobos e trocando olhares insistentes porque parecia um desperdício não olhá-lo o tempo todo... Ele era lindo. Forrei a parte de baixo da grande tigela com arroz e colocava um de cada vez os ingredientes salteados que Jimin tinha cortado pra mim.

Acho que nunca fiquei satisfeito em fazer uma comida quanto fiquei naquele momento. O olhar animado do Jimin ao ver o primeiro prato que tinha feito era algo de outro mundo.

— Vamos abrir um restaurante, Jungkookie! — Falou após soltar um pequeno gemido de satisfação ao comer um pouco do bibimbap. Ri de seu jeitinho lindo e espontâneo.

— Podemos fazer o que você quiser... — Concordei, todo bobo. Eu era tão derretido por Jimin que iria até à lua com ele. Eu era idiota demais, tão idiota que naqueles pequenos momentos de felicidade eu acabava me esquecendo do quão preocupante estava a situação.

Depois de comer, fomos até à varanda pra poder deitar um pouco na rede. A gente estava tão casalzinho esses dias que a distância entre as duas redes parecia demais e nos espremíamos na mesma rede, quase caindo dela toda vez antes de nos acomodarmos por fim.

Tudo valia à pena quando eu tinha o híbrido de sapo coladinho em mim, com os dedos curtos acariciando meu peito e as pernas entrelaçadas nas minhas. Apesar de seus cabelos terem o cheirinho do nosso xampu, também tinha algo de diferente e completamente único dele. Eu poderia sentir seu cheirinho pra sempre.

— Jungkookie... — O híbrido chamou baixinho me fazendo levar meu olhar até ele e acariciar sua cintura, indicando que eu estava ouvindo. — Olhe bem pra mim, quero gravar essa imagem.

— Que imagem? — Perguntei, genuinamente confuso e ajeitando melhor Jimin em meus braços, a rede se balançando um pouco.

— Você e a pintura que você fez... — Encarou o desenho que eu tinha feito naquele dia que pintamos a sacada por cima dos meus ombros.

— Por que, seu bobo?

— Porque ela significa muito pra mim e combina muito com você, seu bobo. — Devolveu no mesmo tom.

— Comigo? Ah, sim, eu gosto bastante de vetores, né?

— Não, Jungkookie... — Riu fraquinho e buscou minha mão pra entrelaçar na sua. — Porque você é meu lar, minha casa.

— Que bom, quer dizer que você vai voltar pra mim. — Respondi depois de alguns segundos tentando processar a sua fala. Sorri antes de puxá-lo para um beijo, um pouco desacreditado ainda que tantas palavras lindas eram direcionadas a mim. Novamente, eu quis chorar, emocionado demais e com a paixão mandando e desmandando completamente no resto dos meus sentimentos, mas engoli o choro. Eu sempre sorriria pro Jimin.

Jimin deu um sorriso fraco, porque ele ainda tinha medo de toda aquela operação dar errado. Eu também tinha, então eu preferia nem pensar nessa opção. Pra mim, o híbrido de sapo nunca deixaria o meu lado e viveríamos felizes para sempre, como todos os contos de fada. Jimin era um sapo e... Sei lá, o mundo poderia dar uma coisa daquelas pra gente de presente.

— Você também é meu lar, hyung. Você é o meu começo. — Aproximei nossos narizes e lhe dei um beijinho de esquimó. — Volte pra mim que eu volto pra você.

— Você promete? — Perguntou, estendendo o mindinho.

— Prometo. — Entrelacei meu mínimo no seu e deixei um beijo por cima de ambos.

-x-

Não eram só as informações da HT coletadas com o trabalho árduo que serviam como contagem regressiva, mas também o lançamento de novos híbridos. Toda vez que eu via uma notícia nova, uma estreia nova meu corpo arrepiava-se por inteiro. Tanto porque o tic e tac do tempo correndo contra nós parecia se acelerar quanto porque era possível enxergar o sofrimento no semblante de cada um desses híbridos.

Claramente aquilo não mexia só comigo, Jin parecia cada vez mais aflito para resolver tudo logo e claramente doía nele saber que precisaria aguardar mais para colocar o plano em ação. Era dolorida a forma que o investigador era empático com sua compreensão de que cada dia a mais de espera eram centenas de híbridos sofrendo mais um dia na HybridTech, dias que provavelmente eles esperavam que fossem os último como Jimin o fazia. Mas ao mesmo tempo ele era forte ao suportar toda a dor daquela decisão sozinho para aumentar nossas chances de sucesso.

Namjoon brincava que parecia que Jin estava louco para ser demitido, afinal, o governo definitivamente não ia gostar de perder uma grande fatia da sua economia caso realmente fosse possível expor a HT depois de tudo. Eu queria que Jin fosse considerado um herói pelo resto da vida, isso sim.

Os dias se passaram assim... Com Jimin vivendo sua agenda apertada de sessões de terapia, treinamentos com Jin e reuniões no consultório de Namjoon. Nosso apartamento era nosso refúgio, onde podíamos fingir que estava tudo certo e nos distrair assistindo nossos filmes, na rede, cozinhando, nos beijando... Queria que tudo pudesse ser assim, mas não era a realidade em que vivíamos.

E, antes que eu pudesse perceber, tinha chegado a noite do dia anterior à invasão. Eu me sentia tão, tão nervoso. Uma ansiedade assustadora me corroía e me xinguei por ter recusado as sessões de terapia que a Dra. Sunhee ofereceu pra mim — talvez eu estivesse com um pouco de medo que a mulher me julgasse por manter uma relação com Jimin.

Eu e Jimin estávamos assistindo um filme no sofá da sala, ele deitado em cima de mim e com uma coberta bem fina nos cobrindo. A gente estava vendo O Estranho Mundo de Jack de novo, mas nenhum de nós parecia realmente atento ao filme, os nossos pensamentos nos atormentando e levando longe dali.

Por fim, decidi ir cozinhar para ver se uma tarefa mais ativa conseguia me distrair. Jimin me seguiu, mas sentou no banquinho de sempre, distraído, em vez de tentar cozinhar junto comigo.

Por fim, eu fiz um bolo de banana ou as frutas acabariam estragando. Ficou gostoso até, mas eu provei apenas para garantir isso, deixando a sobremesa esfriar.

— Bolo de banana estraga rápido, Jungkookie... — Jimin encarou a sobremesa parecendo um pouco cabisbaixo, o que era estranho porque Jimin adorava banana.

Observei-o, um pouco confuso com o que ele queria dizer. Jimin baixou o olhar, fugindo de mim, parecendo triste e meu coração pesou. Ver meu amor, minha paixão, sofrer daquele jeito parecia drenar todas minhas energias também.

— Tá tudo certo, é só a gente comer rápido. — Respondi ao entender o porquê da tristeza dele. Puxei um banquinho pra perto do dele, me sentando e abraçando-o por trás, dando beijinhos leves em seu pescoço antes de apoiar meu queixo em seu ombro. — Amanhã de noite a gente já vai estar de volta pra comer, ele não vai estragar.

Senti o corpo contra o meu respirar fundo e tremer um pouquinho. Abracei o híbrido ainda mais, deixando beijos em seus ombros enquanto eu ouvia ele começar a chorar baixinho. Quis chorar também.

— Vai dar tudo certo, hyung. — Prometi a promessa que eu não poderia fazer, que eu não tinha poder nenhum para lutar por ela só porque aquilo já me sufocava. — Vou estar com você, de longe, mas vou estar com você o tempo todo.

Jimin pousou suas mãos nas minhas, que estavam em cima de sua barriga, fazendo uma carícia fraquinha. Respirou fundo e enxugou de leve suas lágrimas.

— Não se preocupe, Jungkookie... Isso é só saudades antecipadas de você, porque você é tão precioso... — Sussurrou, tentando me acalmar. Em momentos como aqueles eu realmente sentia que não merecia Jimin. — Mas de noite a gente já se encontra de novo, então vai dar tudo certo.

Sorri quando ele fez novas promessas, promessas pra quando tudo tivesse acabado. "Quando" e não "se". Porque acabaria e teríamos nosso final feliz de conto de fadas, era o que mais precisávamos acreditar.

Ficamos um pouquinho daquele jeito até eu perceber que estava ficando tarde. Deixei mais um rastro de beijos nos ombros de Jimin e no pescoço dele antes de me afastar e levantar.

Jimin se levantou também, me encarando com os olhinhos vermelhos e inchados por um momento, exalando tanta bondade que até doía. Nos aproximamos automaticamente um do outro, ele segurando minha cintura e eu embrenhando meus dedos entre seus cabelos macios e loiros.

Seus lábios contra os meus eram suaves, mas também melancólicos. Aquele beijo queria me fazer chorar porque a incerteza de saber se eu voltaria a sentir a ternura dele me assolava de um jeito que eu não saberia pôr em palavras. Eu era tão apaixonado por cada pedaço de Jimin, pelo seu gosto, pela sua textura, pelo seu cheiro que pensar em viver sem aquilo era demais para mim.

— Eu te amo, hyung... — Sussurrei baixinho, como se fosse um segredo só pra ele e acariciei seus cabelos com cuidado. — Vamos dormir? Você tem um dia cheio amanhã...


»»❤««

AI GENTE, EU TÔ TÃO NERVOSA EM POSTAR ISSO QUE EU ACHO QUE VOU EXPLODIR!!!! SE EU NÃO RESPONDER É PQ EU MORRI MESMO

Então???? O que acharam? AI CARALHO EU TO MTO NERVOSAAAAAAAAAA

Qual foi a parte favorita de vocês? Deixo vocês escolherem duas dessa vez pq a bitoquinha dos jikook deve ser a favorita kkkk pelo menos é a minha, ela e a conversa dele com a Yerim

Bem, infelizmente, a invasão à HT começa próximo capítulo, o 26. O primeiro que eles não vão estar mais lá dentro vai ser o 29. Estou explicando aqui de uma vez, mas todo começo de capítulo eu vou avisar os possíveis gatilhos que as cenas podem ter, ok?

Enfimmmmmmmm, espero que tenham gostado mesmo! Como sempre, muito obrigada pelo amorzinho sempre e não se esqueçam de votar (por favor, votemmmm, quando eu vejo várias views e poucos votos eu fico achando que tá uma bosta o cap), comentar e SURTEM COMIGO NO TWITTERRRR eu amo saber o que vcs estão achandoooo, sou a @domesticranger e também tô sempre de olho na hashtag #OsGirininhos

Beijinhos de luz e até dia 23!!!

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