#22. SORROW GO CRUEL
OIOIOIOIOIOIOIOI MEUS GIRININHOSSSSSSSSSSSSSSSS!!!! Gente, parece que faz tanto tempo desde o último sábado de postagemmmmmmmm, tava morrendo de saudades de postar!!!
Não esqueça de deixar seu votinho ou eu vou achar que você leu e não gostou T^T
Como sempre, gratidão INFINITA pra todo mundo que me dá tanto amorzinho, aqui, no Twitter, sério mesmo mesmo eu quase choro (e às vezes choro) porque não mereço esse carinho todo e fico muito feliz mesmo que vocês gostem de Croack!
Sem mais delongas, boa leitura! #OsGirininhos
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Jimin ia entrar na HybridTech. Aquilo não era possível, aquilo não poderia ser real. Ele estava ali, entre meus braços. Não poderia ficar para sempre? Não tinha condições, aquilo estava errado em tantas formas...
Minha cabeça entrou em pane. Eu queria falar algo, mas sempre que eu abria minha boca vinha um vazio porque eu simplesmente não conseguia nem acreditar que aquilo era real. A ideia do híbrido sofrer tanto me sufocava e aquilo parecia tão, tão errado...
— Não, hyung... Você não pode fazer isso. — Finalmente consegui murmurar. Deixei de abraçar o híbrido para segurar seus ombros, buscando que ele olhasse pra mim. O híbrido apenas desviou o olhar, a expressão vazia. — Ele não pode fazer isso, certo?
Encarei todos ao meu redor, tentando encontrar alguém que concordasse com o que eu estava falando. A sala estava quieta e cada um dos presentes olhava para baixo, sem coragem de me encarar. Jin, Hoseok, Namjoon... Até mesmo Taehyung. Todos tinham olhos baixos.
Aquilo era cruel. Eu não esperava que todos fossem tão frios. Tão frios que combinavam com o arrepio que se apoderou de mim, das pontas dos pés até a cabeça, morrendo de medo do que poderia vir. A única coisa que interrompeu a onda gelada do desespero que tomava conta de mim, do meu coração, foi uma gota quente caindo de meu queixo até minhas calças. Eu não tinha percebido que estava chorando.
— Não, não, hyung... — Puxei-lhe para um abraço de novo, o contato entre nossos corpos virando a maior necessidade do meu corpo. Ah, minha garganta e meus olhos ardiam tanto. Mas nada ardia mais do que o machucado que eu sentia aberto no meu coração. — Não, hyung, você não pode...
Tentei respirar um pouco, organizando meus pensamentos. Eu tinha que argumentar, eu tinha que fazer mais do que apenas chorar e negar. Eu tinha que dar motivos, tinha que achar uma solução. Eu tinha prometido.
Eu prometi proteger Jimin.
— Mesmo se tudo der certo isso vai ser horrível psicologicamente pra ele.... — Tentei aumentar a voz, todo mundo tinha que me ouvir. Todo mundo tinha que concordar que aquela alternativa era ridícula. Tentei manter o tom de voz firme e coerente, mas sem que eu percebesse, minhas palavras tinham voltado a ser uma confusão de gritos e choros. — Não tá certo! Ele não pode ir. A gente tem que pensar em um outro jeito de entrar. Eu entro, eu faço qualquer coisa, mas por favor, o Jimin hyung...
Todos continuavam quietos, olhando para baixo. Pareciam envergonhados, como que com peso na consciência de toda a situação. Mas era óbvio, porque aquela situação era impensável. Não devia nem ser uma alternativa.
Jimin se desvencilhou do meu abraço, segurando meu rosto para que eu lhe encarasse. Seus olhos estavam tristes, as íris amarelas sem seu brilho lindo habitual, mas mesmo assim deu um meio sorriso para mim. O sorriso mais triste que eu já tinha visto na vida. Um sorriso que doeu mais do que todas as vezes que lhe vi chorar.
— Jungkookie, eu que tenho que ir... — Explicou baixinho, limpando minhas lágrimas. — Só eu e o Yoongi viemos da HybridTech aqui... Só nós dois temos o chip e não podemos usar o dele por motivos óbvios...
— Não, hyung, tem que ter outro jeito... — Murmurei baixinho, a tristeza de realidade me consumindo. Pareciam chamas, chamas que não deixariam nem as cinzas dos meus sentimentos sobrarem.
— Não tem, Jungkookie... — A voz do híbrido embargou um pouquinho e, nossa, eu estava muito triste. Tão triste que eu não sabia onde guardar toda aquela tristeza dentro de mim. Eu ia explodir de tristeza, aquilo ao menos era possível? — Está tudo bem. É necessário. Eu quero que mais híbridos tenham a chance de serem resgatados como eu fui... Quero pensar na chance de poder viver em um futuro que nós não sejamos fabricados mais. Quero que menos pessoas sofram. Eu vou de qualquer jeito, lutar contra a realidade só faz doer mais, Jungkookie...
A última frase me atingiu como um soco e eu engoli meu choro na mesma hora. Eu queria muito chorar, era verdade, mas eu não tinha o direito de chorar. Não quando Jimin estava sendo forte daquele jeito. Eu só estava fazendo doer mais.
Me afastei das mãos pequenas que antes enxugavam minhas lágrimas, deixando um beijo em cada uma delas, não ligando se alguém na sala percebesse meu carinho excessivo pelo híbrido de sapo. Me afastei e enxuguei sozinho o resto das minhas lágrimas, decidido a parar de chorar.
— Desculpa... — Pedi baixinho pro híbrido antes de voltar a me ajeitar na minha cadeira.
Eu era inocente, muito inocente mesmo. Perceber isso me atingiu com tanta força que me deixou sem ar. Fiquei tonto com minha própria impotência porque Jimin estava certo: minha insistência ridícula em um caso perdido só machucava ainda mais. Eu não tinha outra alternativa, eu não conseguia resolver aquela situação... E querer que tudo desse certo, infelizmente, não era poder.
Afinal, eu nunca tinha conseguido ajudar Jimin de verdade... Por que eu conseguiria agora, em uma situação tão mais complexa e frágil? Inocente, eu era muito inocente. Eu tinha feito uma promessa para Jimin que eu era incapaz de cumprir. Eu tinha mentido pro híbrido, enganado ele, e aquilo tinha um gosto tão amargo, mas tão amargo que nem o sabor salgado das lágrimas que eu tinha chorado suavizavam.
Me sentia partido em caquinhos de dor e desespero. Eu queria chorar, me enterrar no colo dos meus pais, ouvir um xingo do meu irmão. Eu só queria um porto seguro, mas apesar de me faltar principalmente o "seguro", eu segurei o choro. Era injusto eu chorar ali sendo que quem ia sofrer era Jimin.
Sendo que deveria doer em Taehyung, que também viveu os horrores da indústria, assistir seu melhor amigo ir. Sendo que era Namjoon que assistiria um híbrido que cuidou e amou desde seu primeiro momento na HP sair da proteção de suas asas.
Para garantir que, apesar de tudo, apesar da minha impotência e das minhas promessas vagas, eu ainda estava lá para Jimin, entrelacei seus dedinhos nos meus. Eu não merecia ele, mas... Pelo menos a promessa de estar lá pra ele eu devia tentar cumprir.
Fiquei quieto, só observando enquanto os outros saíam de seu silêncio e organizavam detalhes da operação. Queriam encontrar plantas do prédio da HT para poderem planejar a invasão o melhor possível, queriam tentar descobrir ou pelo menos supor onde Daisy poderia estar sendo mantida em cativeiro. Discutiam como seriam os outros detalhes sobre o sistema de segurança e como eles colocavam e retiravam os chips normalmente.
Eles eram incríveis e detalhistas, principalmente Jin. Acho que era da profissão, mas na verdade não sei bem porque na minha cabeça investigadores só existiam em filmes. Apesar de tudo, Namjoon não ficava para trás, o cérebro incrível do nosso médico veterinário mostrando saber muito além de sua área de atuação.
Hoseok não participava tanto da discussão, mas dava alguns pitacos ocasionais. Taehyung, por outro lado... Taehyung não estava bem. Quieto, o olhar perdido e abraçando as pernas encolhidas contra o próprio corpo. Ah, eu precisava conversar com Juan... O guardião deveria levar ele a um brechó, a algum museu... Jimin comentou que ele gostava de desenhar. Deus, eu nunca pensei que seria capaz de ficar tão triste ao olhar o híbrido de galinha.
Jimin participava da conversa, forte e decidido como sempre. Dava qualquer informação que lembrava da HybridTech, apesar de eu não conseguir prestar atenção de fato em nada do que ele falava. Eu me sentia tão entorpecido, tão desligado da situação porque me parecia tão desconexo perder o Jimin que nada complexo se passava na minha cabeça. Se passava, eu logo esquecia.
— Bem, eu vou tentar entrar em contato com o funcionário... O Seojoon. — Jin falou em um tom de finalização, atraindo meu olhar apático até ele. — Porque com ele podemos conferir se ainda deixam os chips no pulso dos funcionários. E perguntar como que tira e coloca... Se ele tem uma planta. Bem, eu tenho uma lista de favores para ele, mas vou focar em encontrá-lo primeiro.
— Parece um bom plano por enquanto. — Hoseok encorajou o outro.
— Certo... Descansem, pessoal. — Jin nos dispensou, seus ombros rígidos caindo um pouco com um suspiro que soltou logo em seguida. — Vou trabalhando aqui, fiquem bem.
Saímos todos juntos da sala, até mesmo Namjoon, talvez um pouco cansado de tudo aquilo. Espero realmente que ele tenha algum tempo de descanso antes do próximo paciente, mas era improvável já que por causa dessas reuniões ele precisava trabalhar mais. Ele claramente estava passando maquiagem para disfarçar suas olheiras, mas não adiantava, sua exaustão era aparente.
Juan estava esperando a gente do lado de fora. Não "a gente", mais especificamente o Taehyung. Mesmo assim, fiquei feliz de ver ele, meu conselheiro e ouvinte nas horas vagas. Putz, eu realmente sentia muita falta do grupo de Guardiões no meu dia a dia. Sentia muita falta de Juan.
— Tudo bem com vocês, meninos? — Se aproximou e apoiou de leve as mãos nos ombros do Taehyung. O híbrido de galinha não era muito chegado em proximidade e Juan respeitava isso ao máximo, nunca vi ele abraçar o híbrido de galinha, só o contrário de vez em quando.
Mas nem conhecendo bem Taehyung Juan poderia ter previsto o quão distraído o híbrido estava no momento. Acho que ele ainda estava atordoado com... Bem, tudo aquilo que aconteceu e que eu não preferia não lembrar, ou choraria novamente.
E Taehyung levou um susto com o toque de seu Guardião, um dos grandes. Soltou um carcarejo alto, muito alto, antes de sair correndo. Um barulho de queda molhado se fez ouvir e a única coisa que restou na nossa frente foi um ovo quebrado no chão. Estava a alguns metros de nós, provavelmente por ter todo o caminho de deslizar pelas calças do híbrido, eu não sei.
— Eu... Eu preciso ir atrás dele. — Juan falou baixinho, meio culpado. — Ele fica muito envergonhado quando isso acontece, de verdade, preciso achar ele.
— Pode ir, eu limpo. — Jimin se prontificou, entendendo o que o guardião queria dizer. Juan não precisou de uma segunda deixa, correndo atrás de Taehyung levando os cabelos acobreados para trás nervosamente.
— Taehyung não usa cueca? — Perguntei baixinho pro híbrido de sapo, que me fuzilou com as pupilas horizontais. Engoli em seco, apesar de estar um pouco feliz em ver ele mais bravo do que triste.
— Ah, que desperdício de um belo ovo... — Jin lamentou alto, o tom de voz alegre. Eu nunca ia me acostumar com o Jin, parecia que ele tinha uma chavinha no cérebro dele que transformava ele de "Jin investigador sério" para "Jin doido desocupado da HP". Será que ele tem problemas de personalidade?
— Você realmente já comeu os ovos do Taehyung? — Namjoon fez a pergunta que valia um milhão.
— Não vou responder. Fica aí pra minha listinha de características de um homem misterioso. — Jin fez um biquinho e o sinal de "V" nos dedos na frente de seus olhos. Aquele homem realmente não fazia sentido.
Jimin por sua vez, foi até a porta do consultório, onde tinha álcool em gel e papel toalha, pegando algumas folhas e se agachando para limpar o... Presentinho do Taehyung. Como não sou bobo nem nada, me apressei para fazer o mesmo, me agachando ao seu lado.
Tentei não me focar demais no fato de que o ovo ainda estava meio quente e por onde ele tinha passado. Vamos lá, eu não era o Jungkook fresco e enojado das características fisiológicas dos híbridos do passado... Certo?
— Eu estou chamando o serviço de limpeza para passar um pano depois. — Hoseok comentou, provavelmente ao abrir o chamado pelos SmartPods. — Só tirem o excesso.
Fizemos como pedido e depois voltamos a ficar em pé... Um pouco sem jeito e sem saber o que fazer. Deveríamos esperar até a equipe de limpeza chegar? Ir embora? Descansar? Eu não queria pensar muito nisso, até porque ainda me sentia envergonhado da ceninha que eu tinha feito na frente de Jimin.
— Oh! — Hoseok quebrou o silêncio com uma cara de distraído, provavelmente verificando suas mensagens nos SmartPods. Ele parecia orgulhoso, o rosto ainda abatido um pouco mais vívido — Falando nela... A noona me mandou pra revisar uma matéria que ela escreveu sobre híbridos. Amo o jeito que ela faz a indústria híbridos ir dormir chorando. Se não a indústria, pessoas que são coniventes com ela.
— Qual o tema? — Jin perguntou, cruzando os braços desconfiado.
— Ah, algum tipo de denúncia ou notícia sobre direitos que adquirimos, ela sempre escreve matérias assim. — Hoseok deu de ombros, mas ficou meio distraído, provavelmente lendo o texto. — Ah, ela está falando dos híbridos militares da... Bem, daquela empresa. Os últimos lançamentos.
— Bem, peça para ela adiar isso. Tudo que menos precisamos é a... a empresa... — Jin pegou a deixa de Hoseok de não falar muito diretamente sobre a HybridTech e agradeci mentalmente por aquilo. — Alarmada com uma possível retaliação. Quando tudo der certo provavelmente vamos ter muitas e muitas matérias exclusivas e importantes só para ela, pede para esperar um pouquinho.
Enquanto Hoseok concordava com a cabeça e respondia sua irmã, eu me sentia um pouco consolado com o "quando tudo der certo" de Jin. Se eu acreditasse naquilo eu não precisaria ficar me remoendo com o medo de perder Jimin, com o medo da Daisy sofrer as consequências e o medo de nunca termos o Yoongi de sempre entre nós.
Os robôzinhos de limpeza chegaram logo depois. Um na frente esfregando o chão com um produto de limpeza nas cerdas distribuídas debaixo da carcaça circular e outro atrás secando. Em menos de dois minutos eles terminaram de limpar tudo e novamente perdemos por completo o sentido da nossa vida. Não sabíamos o que fazer.
— Hm... Vamos para casa? — Perguntei pro Jimin, que apenas acenou com a cabeça concordando. Fiquei triste porque o jeito sem energia e desanimado com que concordou me fazia lembrar daquele tempo em que ele simplesmente saía me obedecendo. Eu queria o Jimin que sorria e já fazia planos pros filmes que iríamos assistir, mas eu sabia que não podia esperar isso dele.
Nos despedimos do Jin e do Hoseok, Namjoon já tinha voltado ao consultório trabalhar sem que tivéssemos notado. Ah, espero muito que Namjoon esteja se cuidando bem, era muito triste vê-lo enfraquecido daquele jeito.
— Jungkookie... — Jimin sussurrou baixinho ao meu lado, puxando minha mão para chamar atenção quando entramos no elevador. — Podemos ir no parque? Aquele da primeira vez?
— Podemos... Mas tem certeza que quer ir? As memórias de lá não são muito boas...
— As memórias são ótimas, Jungkookie... — A voz que normalmente soaria animada falou baixinha e manhosa. — Eu passei mal no final, mas não deixou de ser uma boa memória só por causa disso. Foi a primeira vez que nós realmente fomos para algum lugar juntos. Tipo... Indo. Foi o primeiro parque que visitei.
— Hm... — Murmurei ainda a contragosto apesar de sentir meu coração bater mais forte ao ouvir suas memórias.
— Não vai acontecer de novo... Lembra? Eu sou um homenzinho que respira agora. — Falou por fim e me permitir rir, me sentindo mais leve ao ver um sorriso se esboçar em seu rosto tão tenso.
— Vamos então, hyung... — Entrelacei os dedos das mãos que se tocavam. Era estranho o jeito que todo o toque do mundo com o Jimin parecia pouco. Não só pela paixão, que obviamente tinha uma boa parte naquilo, mas também porque o medo não queria que eu me separasse jamais dele.
Fomos para lá de carro. Apesar da quebra de gelo do Jimin antes, o caminho foi silencioso, completamente silencioso. E não era aquele silêncio gostoso que em geral enchia o ambiente que nós dois estávamos, o silêncio que carregava nossa pequena bolha de felicidade, cumplicidade e confiança. Era um silêncio opressor e doloroso.
Quando chegamos lá, a tensão dissipou um pouco. Era como se as árvores pegassem os nossos medos e transformassem eles em oxigênio que nem fazia com o carbono. Era estranho, mas a única coisa que realmente importava ali era Jimin e eu realmente esperava que ele estivesse se sentindo melhor. Era tudo que eu queria.
Caminhamos pelo parque, aproveitando o jeito que a terra macia contrastava com os caminhos feitos de pedra sob nossos pés. Ouvindo o canto dos pássaros que era tão raro na cidade, sentindo o ar puro nos inebriar.
Começamos por uma entrada diferente da última vez e não planejávamos o caminho, apenas deixando que nossos pés decidissem para onde íamos. Passamos por um pequeno laguinho que não tínhamos visto antes e passeamos ao redor dele. Jimin sorriu quando viu uma família de patinhos e eu sorri quando vi ele.
Não sei quanto tempo andamos, só sei que em um momento Jimin olhou ao redor, entrelaçou nossos dedos e me puxou até debaixo de um árvore. Era aquela da última vez, grande e com raízes grossas, onde paramos para comer e onde Jimin passou mal.
O híbrido de sapo nos levou até as raízes e se sentou lá. Segui ele, repousando ao seu lado, tão perto que esbarrávamos nossos ombros e pernas.
— Tem certeza que não tem problema para você vir aqui? — Tentei me assegurar, mesmo que a tristeza no rosto do outro fosse a mesma com a qual saiu do consultório de Namjoon.
— Não foi traumático como você pensa, Jungkookie. — Só de ouvir meu apelido eu me sentia muito bem. — Foi um acidente só. Se a situação toda fosse ruim... Talvez, mas era boa. Eu gosto do parque, eu gosto do verde.
— Sério, Jiminie hyung? — Perguntei mais uma vez só pra ter certeza, preocupado, e Jimin riu um pouquinho da minha insistência.
— Sério. Aqui eu lembro de você preocupado em ir a um lugar que eu gostasse. Lembro do lanche e das frutas que você trouxe pra mim, lembro da primeira vez que você me chamou de "Jimin ssi". — Deu um sorriso um pouco mais aberto, parecendo um pouco mais confortável.
Senti minhas bochechas corarem. Eu sabia que Jimin gostava da natureza, mas era sempre atordoante pensar que ele também gostava de mim... Que ele se preocupou em me ajudar a melhorar por nós, que ele percebeu a melhora em mim. Jimin era tão altruísta que não parecia desse mundo.
Ficamos em silêncio. Dessa vez, o silêncio que veio nos fazer companhia era o de sempre. O leve, o cúmplice, o cheio de significados. E perceber isso me fez tão feliz que me alienava por um momento de todos os medos e tristezas que pairavam em meu peito.
— Jiminie hyung... Me desculpa... — Aproveitei o momento pra murmurar baixinho, tentando desafogar um pouco aquilo que doía tanto no meu peito.
— Pelo quê?
— Por nunca conseguir te ajudar... Por não manter as minhas promessas. — Eu encarei nossas mãos ainda entrelaçadas com pesar.
— Jungkookie...
— Talvez eu realmente seja muito impotente, Jiminie hyung. Eu nunca consigo te ajudar, mas eu juro que vou sempre tentar ao máximo, tá?
— Jungkook, para de se preocupar com isso. — Jimin suspirou e desviou o olhar, a voz um pouco ríspida. — Você não merece ficar se preocupando assim por mim... Eu apenas vou voltar de onde eu vim, de onde eu nunca deveria ter escapado.
— Hyung! — Meu peito se agitou de incredulidade. — Que merda você tá falando?
— Só a realidade, Jungkook. — Ele bufou baixinho para si mesmo. Apesar de seus olhos não me mirarem, eu conseguia ver a mágoa neles. Uma mágoa tão dolorosa. — Eu não mereço isso, não mereço sua preocupação. Você é jovem, humano e tem tanto a viver... E tá perdendo tempo comigo.
— Não diga coisas tão cruéis. Por favor... — Pedi, triste como eu nunca me senti antes. Parecia que meu coração estava sendo esfaqueado de tanto que doía, eu queria chorar. A cada momento naquele dia eu atingia novos níveis de tristeza, eu só queria que ele acabasse. Jimin não merecia aquela crueldade consigo mesmo. Jimin tinha que se amar, porque ele é incrível.
— Eu sei... A realidade dói, mas não deixa de ser a realidade... — Soltou minha mão e se encolheu, abraçando as próprias pernas. Se sufocando com a própria dor.
— Hyung, para! — Supliquei, sem ter forças para ficar bravo de tão triste que eu estava de ver Jimin sucumbir na sua própria insegurança. — Eu entendo você ter decidido entrar lá pela necessidade. Eu não gosto, mas eu entendo e vou fazer de tudo que eu puder pra te apoiar. Mas tratar como se você fosse descartável, como se esse fosse seu único destino... Eu não gosto, eu não entendo e eu não aceito isso.
— Eu sou de lá. Eu vim de lá. — Murmurou, enterrando seu rosto. Abracei seu corpo encolhido e beijei seus cabelos loiros, com o cheirinho do nosso shampoo.
— Não, você não veio de lá. Nós somos Busan Boys, lembra, Jiminie hyung? — Sussurrei contra ele, sentindo ele assentir fraquinho. — Não seja cruel com você mesmo... Você acha que os outros híbridos não merecem uma chance de viver? Não merecem coisas boas que acontecem com eles?
— Não... — Murmurou baixinho, com a voz trêmula. — Eles merecem...
— E por que você não mereceria? — Perguntei, mas ele ficou em silêncio. — Hyung, você merece tudo, tudo de bom. Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci na minha vida.
Ele continuou em silêncio, mas se desencolheu um pouco e virou seu rosto pra mim. Seus olhos estavam marejados e ele parecia tão triste, tão triste. E aquilo doía tanto, demais, eu estava cego de dor. Eu só queria que aquela dor toda dele acabasse.
Levei as mãos até suas bochechas, acariciando as mesmas e encarando seu olhar quebrado. Jimin já tinha sido quebrado demais, por que ele não podia se libertar?
— Por que você não mereceria, hyung? — Insisti.
— Não gaste seu tempo comigo...
— Não é gasto, hyung. O tempo que eu tenho com você é o melhor tempo de todos. Eu amo tanto assistir filmes com você, tomar café com você, cozinhar com você, conversar com você... — Eu me sentia nervoso, apressado, queria tanto tirar aquilo da cabeça dele...
— Por que se esforçar assim, Jungkook? É uma perda de tempo... — Começou a chorar baixinho e aquilo foi a gota d'água para mim. Ele significava tudo, mas queria se reduzir a nada, eu não sabia nem o que fazer para entrar e tirar ele de sua espiral de crueldade.
— Porque não é esforço, hyung, entende logo! Eu amo você.
— Não...
— Eu amo, sim. Eu amo você, eu poderia viver o resto da minha vida com você de tão apaixonado que sou...
Minha voz morreu. Apaixonado. O que restou dela completou baixinho, quase inaudivelmente.
— Por você...
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JK LOUCO ENFIOU A BOCA NO TROMBONE FALOU TUDO SE DECLAROU, DEIXOU A PAIXÃO FALAR POR ELE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA kkkkkk eai, vai dar merda ou não vai?
Enfim! Me contem aqui, qual parte do capítulo foi mais marcante pra vocês? Acho que pra mim foi o Jimin sendo cruel com ele mesmo porque ele sempre luta contra isso, mas dessa vez tinha tanta coisa negativa pra cima dele que o bebê não conseguiu :((
De novo, muito obrigada a todo mundo que me dá tanto amor e carinho! Principalmente quem veio defender e dar amor à Croack naquela mini treta que teve to Twitter, vocês são tudo pra mim, sério mesmo!!!
Votem, comentem, me chamem aqui ou no Twitter (sou a @domesticranger) e usem a #OsGirininhos pra gente surtar juntooooo
Amo muito muito vocês e até a próxima <3
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