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#13. CONFESSIONS GO HEAVY

OIIIIIIIIIIII MEU GIRININHOS MARAVILHOSOS!!!!!!!!!!!!!!!!!! COMO VOCÊS ESTÃO????

Não, hoje não era sábado de att, mas como eu acho que eu adiantei os capítulos até o final do ano e tô quase de férias, vim trazer uma postagem a mais de mimo, o que acharam? AMO SÁBADOS DE PUBLICAR CROACK!!!

Muito obrigada por todo amor que me têm dado aqui e na fic, me deixam muito muito empolgada mesmo!!! Não se esqueçam de usar a hashtag #OsGirininhos

Esse capítulo possui menção de tortura e suicídio, coloquei um aviso logo antes pra caso vocês sejam sensíveis a esse conteúdo, tudo bem? Se cuidem direitinho e boa leitura!!!


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Merda.

Era tudo que minha cabecinha subdesenvolvida conseguia ecoar dentro de si. Acho que nunca vi um clima tão pesado na vida, e olha que eu sempre fui proficiente em deixar climas estranhos.

Pela primeira vez na vida, também, eu entendi a expressão de conseguir até cortar o ar com uma faca. Era tudo tão denso, estava tudo tão pausado, tão em choque, que era como se estivéssemos dentro d'água. Afogados. Com movimentos pesados.

Pelo menos eu me sentia assim.

E acho que Jimin também. Ele também estava completamente tenso e estático. E, mais uma vez, a única solução que conseguiu passar na minha cabeça foi sair correndo com o híbrido debaixo do braço.

Percebi, inclusive, alguns funcionários da HP indo passar pelo corredor que ocupávamos, mas dando meia volta curiosos e igualmente assustados. Deveria estar estranho mesmo, afinal, era basicamente um círculo de pessoas se olhando sem falar nada.

— Bem... Eu estou aqui. — Falou Jimin com um fio de voz. Yoongi, de fato, parecia esperar algum tipo de permissão para continuar e, por mais que fosse da personalidade do híbrido de cobra, claramente ter que fazer aquilo doeu em Jimin.

— Não vai dar. — Três palavrinhas. Apenas três. É uma coisa impressionante o quanto de estrago pequenas palavras poderiam fazer.

Silêncio.

— Eu não gosto de você... — Completou Yoongi e eu fiquei puto. Jimin já tinha entendido... Qual era a necessidade de repetir, dar mais detalhes?

Mas a verdade era que, olhando para o rosto do híbrido, eu não consegui ficar bravo de verdade. Ele parecia confuso, como se tivesse dúvidas se tinha sido claro ou não da primeira vez. Porque não parecia; porque Jimin, quieto, não parecia acreditar no que ouvira. É difícil acreditar em algo que você não queria que acontecesse.

— Por quê? — Perguntou Jimin, rouco, a voz falhando. Ele mantinha a cabeça baixa, mirando o chão. Fazia força para não ficar emotivo e eu só queria ficar ao seu lado naquele momento, segurar sua mão. Mas não acho que deveria.

— Porque.... — Gaguejou Yoongi, desviando seu olhar e arrastando um dos pés no chão. — Eu não... Eu não gosto de ninguém. Eu não posso retribuir seus sentimentos...

E aquilo era triste. Porque não havia saídas para Jimin, porque fazia parte da vida. Porque Yoongi era daquele jeito, simples assim. E eu me sentia tão, mas tão frustrado... Eu prometi que ia ajudar Jimin com sua paixão e quase imediatamente aquilo acontecia? Como tudo poderia dar errado daquele jeito?

Era como se eu fosse um amuleto de má sorte.

Yoongi, não tendo mais nada a dizer, se afastou silenciosamente. Foi embora, com os pés arrastando desanimadamente no chão e a cabeça baixa. Jimin, finalmente, deu um suspiro longo, soltando o ar que eu nem percebi que ele tinha prendido.

— Me desculpa... Eu- — Hoseok não conseguiu completar seu murmúrio pesaroso. Não havia nenhum traço de seu sorriso inabalável no rosto. Como todo mundo ali, mantinha a cabeça baixa, mas eu não esperei para ouvir o que ele ia falar. Jimin queria fugir.

Segurei pelo o braço o híbrido que estava claramente pronto para meter o pé dali o mais rápido possível. E eu tinha muito medo de, se isso acontecesse, eu não conseguir encontrá-lo, não conseguir estar lá quando ele precisasse.

Jimin ergueu o olhar pra mim, pedindo desesperadamente que eu o soltasse. As lágrimas já escorriam pela pele esverdeada e eu sabia que por mais que ele tivesse me permitido ver seu choro antes, ele não queria exibir suas lágrimas de tristeza. Porque ele não gostava de aceitar coisas tristes.

Puxei-lhe pela mão até o banheiro mais próximo, largando Hoseok onde ele estava. Jimin, ao entender, ficou menos arisco, pareceu menos ansioso para sumir.

Assim que chegamos no banheiro vazio, Jimin rapidamente se soltou de mim e se trancou em uma das cabines.

No mesmo momento em que a porta de MDF reciclado se fechou, consegui ouvir um soluço de dor cortar o silêncio do aposento. Consegui ouvir Jimin desmoronar, e era como se parte de mim desmoronasse também. Era tão estranho.

Apoiei minhas costas na parede em frente à cabine, escorregando no chão até ficar sentado. Sem ter o que fazer, apoiei meus braços e cabeça nos joelhos, me esforçando para não chorar junto de Jimin também. Eu odiava ver Jimin daquele jeito, frágil, abatido. Odiava porque ele era forte, incrivelmente forte. Odiava porque ele não merecia sofrer mais em sua vida.

Os soluços engasgados de choro continuavam, só aumentando. Preocupado não só com o emocional, mas agora com a saúde dele, me desencostei da parede e tirei das costas a mochila que eu mal lembrava estar ali. Peguei de lá uma garrafinha d'água e me aproximei silenciosamente da cabine dele.

Fiz o percurso meio agachado, com preguiça de ter que me levantar e agachar de novo. Passei a garrafinha por baixo da porta do banheiro, ouvindo o choro contínuo quase se interromper por um momento.

— Hyung... Bebe um pouco pra não se desidratar... — Murmurei baixinho ao não receber nenhum tipo de resposta do mais velho, nem uma mísera tentativa de pegar a garrafinha.

Felizmente, ele pareceu me ouvir, e senti os dedos gelados roçando os meus antes da garrafinha ser tirada da minha mão. Mais tranquilo, dei mais espaço ao híbrido novamente, voltando a ficar sentado encostado na parede.

Não sei quanto tempo demorou para Jimin parar de chorar. Era estranho como choro não é uma coisa exatamente constante. Quando seus soluços diminuíam, parecendo que iam parar, algo despertava dentro dele e o híbrido voltava a chorar copiosamente. Acho que era porque a dor não passava tão rapidamente. Porque as memórias ainda eram muito frescas.

Eu não tinha pressa de sair dali, pronto para esperar o híbrido. Ao mesmo tempo, eu estava desesperado para que ele se sentisse melhor, por mais que soubesse que isso não viesse tão rápido. Era irônico.

Quando ouvi o barulho da fechadura na cabine, me levantei numa velocidade nunca antes vista. Encontrei Jimin, mas um Jimin estranho. Um Jimin que carregava um olhar estranhamente vazio, um Jimin sem a paixão pela vida de sempre.

Eu já tinha abraçado ele quando finalmente pensei se isso era o melhor a se fazer. Mas eu queria tanto abraçar ele... Abracei com cuidado, com medo de sufocar-lhe, mas firme o suficiente para sentir ele ali em meus braços.

Ele voltou a soluçar sofrido, mas não havia problema. Era seu direito de sofrer pelo primeiro amor não correspondido. Era seu direito sentir doer os sentimentos que cultivou com carinho. Levei minha mão direita até seus cabelos, fazendo um cafuné.

Não era muito tarde ainda, mas Jimin já havia tido demais naquele dia. Deixei um beijo no topo de sua cabeça, parando o cafuné apesar de não me afastar.

— Vamos pra casa, hyung?

--x--

— Você precisa se hidratar... Eu vou fazer um suco pra você... — Comentei com o híbrido quando o acompanhei até o sofá, fazendo-o deitar-se ali.

Acariciei mais um pouco seus cabelos antes de levantar de seu lado de fato. Mesmo que eu só fosse até a cozinha, não queria me distanciar do híbrido. Queria segurar sua mão enquanto ele estivesse deitadinho no nosso sofá, até ficar tranquilo.

Tentando ser o mais rápido que podia, peguei o liquidificador, algumas das polpas que a gente tinha no freezer e algumas laranjas frescas. Espremi as laranjas no liquidificador, colocando a polpa de acerola e completando com iogurte natural logo depois.

Enquanto eu deixava o liquidificador bater bem a polpa congelada, aproveitei para pegar de um pote grande na geladeira a salada de frutas que eu tinha preparado com Jimin para ele comer durante a semana. Como o híbrido gostava de doce, aproveitei e misturei um pouquinho de mel.

Sem muita demora, desliguei o liquidificador e despejei a vitamina, suco, sei lá num copo. Levei ele e a salada de frutas até a sala.

Acabei tendo que apoiar os dois na mesinha que havia do lado do sofá na sala. Jimin tinha voltado a chorar, tampando o rosto com as mãos porque sufocaria se tampasse com qualquer outra coisa. Me agachei para ficar na altura de seu rosto no sofá.

— Come só um pouquinho, hyung... Depois você volta a chorar, tudo bem... — Tentei convencê-lo, mas claramente eu não era um bom argumentador. Eu não era exatamente uma boa pessoa, de uma forma geral. — Na verdade, você pode comer chorando também, acho que dá...

Entre os soluços de choro, o híbrido deu uma risada fraca e pude sentir meu coração agitar-se, um pouco mais tranquilo. Jimin descobriu seu rosto, sentando-se.

Seu nariz pequenininho estava vermelho, os olhos marejados. Os rastros das lágrimas pela sua bochecha faziam um caminho estranho porque ele havia chorado deitado. A cena seria fofa, se não fosse tão triste. Era realmente de partir o coração ver o híbrido tão mal assim.

Enxuguei mais ou menos suas lágrimas com as costas da mão, me sentando ao seu lado logo depois. Peguei o copo primeiro e entreguei a ele, satisfeito ao ver o híbrido tomando bons goles da vitamina.

Logo depois entreguei a salada de frutas e virei o suporte de copo de Jimin enquanto ele comia. Longe de mim reclamar, é claro. Quando ele terminou, pegou o copo de novo enquanto eu apoiava a vasilha da salada de frutas na mesinha de estar, terminando a bebida.

A parte que deveria ser engraçada, mas não era tanto assim por causa da situação, é que de fato ele comeu chorando. Apoiei seu copo na mesinha também e fiz com que ele se deitasse de novo, dessa vez aninhado em mim e com a cabeça repousando em meu colo.

— Gostar de alguém deve ser tão diferente, Jimin hyung... — Murmurei baixinho. Eu não sabia se eram aquelas palavras que ele queria ouvir, que ele precisava ouvir. Mas eu não sabia a resposta certa também, então a única coisa que eu poderia falar é o que eu enxergo, o que eu sinto. O que eu acho do amor.

Ele não respondeu.

— Eu... Não sei. Acho que eu nunca gostei de verdade de ninguém, sabe? — Eu continuava afagando seus cabelos loiros, esperando que ele conseguisse se acalmar aos poucos. — Eu não sei se é uma incapacidade minha ou... Um medo, talvez. Mas acaba que eu acho bonito, sabe? Acho lindo ser capaz de carregar dentro de si um sentimento tão bonito quanto amor, quanto paixão...

Jimin continuou sem falar nada, mas se virou em meu colo e ficou de barriga pra cima. Apesar de tudo, não me encarava.

— Fazendo bem ou doendo, é tão bonito, hyung... É tão humano... — Apoiei minha mão em seu peito, sentindo o coração do híbrido batendo forte. Tão cheio de vida, tão presente ali. Era realmente algo incrível... Estar vivo. — Todos esses sentimentos te deixam lindo, hyung.

Ele finalmente pousou seus olhos em mim. Inchados, úmidos, vermelhos, as pupilas horizontais de sempre. Fungou mais uma vez, tentando segurar o choro antes de falar.

— Eu sou feio, Jungkook... Nem se eu cultivar um sentimento bonito isso vai mudar. — Comentou amargurado, baixinho. E doeu, doeu porque Jimin nunca tinha abaixado a cabeça pras suas inseguranças como fez naquele momento. Jimin era inseguro, mas lutava constantemente contra. A Dra. Sunhee tinha me dito isso há menos de uma semana atrás.

— Você não é feio, hyung. — Neguei, sério. Até mesmo meu tom de voz ficou mais alto e Jimin olhou surpreso pra mim.

— Jungkook, você sabe que eu sou.... Você olha todos os dias pra mim, pra esse... fracasso. Você sabe que eu sou todo feio, todo quebrado. — Murmurou amargo e desgostoso e, nossa, eu não sabia que podia doer tanto ouvir aquele tipo de ofensa. Uma ofensa que não era direcionada a mim, mas doía.

— Jimin, você é lindo. Você é diferente, isso sim. E ser diferente não quer dizer ser feio, hm? — Levei a mão de seu peito até seu rosto, enxugando as lágrimas de seu rosto. — E todas as pessoas que você ouviu te chamarem de feio, que te fizeram pensar assim, infelizmente têm um mundo limitado. Elas têm um mundo contido na caixinha delas, nas normas delas.

Eu sabia que aquilo não iria resolver tudo. Afinal, insegurança era algo muito grande... E eu sabia disso. Mesmo quando pessoas que eu amo e respeito muito diziam que eu pertencia ao mundo, não era o suficiente. Mas eu precisava, tinha urgência em dizer pra Jimin no que eu acreditava de verdade.

— Você não me acha feio? — Jimin perguntou, com certa incredulidade, fungando baixinho.

— Eu, achar Jimin ssi feio? De forma nenhuma. — O híbrido soltou uma risadinha com o "Jimin ssi", e eu me espantava em como isso nunca falhava. Jimin ssi era um bobinho. — Um belo narizinho desses... Seu cabelo combina com o verde da pele, parecem as cores da floresta do parque... Seus olhos também são lindos, hyung, eu adoro como eles fecham quando você sorri. Seu sorriso também é lindo demais, dá pra ser garoto propaganda de dentista.

Cada pedaço de seu rosto que eu mencionava, acabava encostando. Encostei na pontinha de seu nariz com o dedos, indo acariciar o cabelo e a pele de seu rosto depois...

— Mas não quero parecer superficial, né.... — Continuei, descendo novamente a mão até seu peito. Senti novamente seu coração, vívido, bater forte contra minha mão. — Ainda por cima Jimin ssi é um anjinho bondoso sempre disposto a me ouvir. E um homem inteligente e estudioso... Eu realmente acredito que você ainda vai ter seu próprio negócio, sabia?

— Para de me bajular assim, Jungkookie, é estranho. — O híbrido tampou seu rosto, corado porém risonho.

— Desculpa, é que às vezes suas qualidades transbordam tanto de você que eu mesmo me afogo. — Ri de volta, me sentindo quentinho por dentro, por fora, em tudo. Tão quentinho, tão gostoso. Era tão bom ver o híbrido melhor.

Jimin levantou de meu colo para enlaçar os braços ao redor do meu pescoço, e apertou seu corpo contra o meu. Abracei ele de volta, refletindo o quanto abraços eram subestimados. Aquilo era tão gostoso, tão quentinho, tão próximo e tão ali... Abraços eram a melhor coisa do mundo.

Não tivemos pressa pra sair daquela posição. Nem vergonha, porque mesmo que fosse um abraço mais longo do que o normal, ele parecia muito certo. Sentir a respiração fraquinha de Jimin no meu pescoço, sua pele de encontro na minha e seu coração batendo ao lado do meu era reconfortante. Era como se eu estivesse sendo consolado naquele momento.

— Vamos assistir um filme? — Jimin sugeriu quando saímos do abraço.

— Tem algum em mente?

— Queria algum parecido daquele que a gente assistiu uma vez... Com o esqueleto que parecia de massinha. Que tomava conta do Halloween e aí roubou o Natal.

— Ah, o Tim Burton tem vários desses. Vamos assistir A Noiva Cadáver?

— É do mesmo moço?

— É, sim. Arrisco dizer que gosto mais dela do que do Estranho Mundo de Jack.

Jimin então sorriu, concordando com a escolha, me fazendo relembrar o quão lindo era seu sorriso. Os olhinhos pequeno formaram meia luas delicadas.

Escolhi o filme com os SmartPods e a TV já ligou com o filme rodando. Puxei o sofá para que ele ficasse maior e ri quando o híbrido se recusou a se levantar e acabou sendo rolado pro lado no processo.

Afofei os travesseiros e deitei confortavelmente, me ajeitando para assistir o filme, mas prestando atenção na tela, pois as primeiras cenas já se desenrolavam na tela. Jimin rolou de volta, como uma criancinha, em silêncio por causa do filme e se ajeitou ao meu lado. Puxou as pontinhas dos travesseiros e almofadas que eu usava e deitou a cabeça lá, ignorando as várias outras que sobravam, provavelmente pra me incomodar apenas. Uma pena que Jimin conseguisse me incomodar de verdade.

Passamos o filme assim: deitados lado a lado. Nossos corpos se tocavam e eu ficava feliz em saber que eu era uma presença boa para Jimin naquele momento ruim dele.

— Eu achei que iria achar ruim ver esse filme. — Comentou, ao final do dito cujo. Se espreguiçou todinho, dando um bocejo também.

— Por quê? — Perguntei ainda esparramado no sofá, sem nenhuma vontade de me levantar.

— Ah, porque é um filme de romance, né... E estou na fossa.

— Merda... — Murmurei automaticamente. — Desculpa, hyung, eu não liguei os pontos, sou muito idiota.

— Relaxa, Jungkookie. Eu gostei, de verdade. Acho que eu gosto muito dos filmes do... — Pareceu fazer esforço para se lembrar de algo, franzindo o nariz pequeno. — Tim Burton.

— Por quê? — Acabei perguntando novamente, com uma risadinha. Eu havia meio viciado em perguntar "porquês" para Jimin, a forma que ele enxergava o mundo era sempre diferente, e sempre incrível.

— Porque os personagens são todos esquisitos, sei lá, de massinha.... Defuntos... E mesmo assim parecem tão lindos, você fica tão apaixonado por eles. Me lembrou do que você falou... Que talvez eu não seja totalmente feio só porque eu sou esquisito.

— Eu não falei isso! Você está distorcendo minhas palavras. — Reclamei revoltadíssimo, mesmo que no fundo estivesse feliz de Jimin estar tentando enxergar as coisas com outras perspectivas.

— Ok, você falou de um jeito mais bonitinho. — Concordou com uma risadinha. — Mas eu resumi do meu próprio jeito.

— Bonito, Park Jimin ssi... — Censurei e acabei rindo quando o híbrido fez uma careta, bocejando. Era meio engraçado e meio fofo, mas no final o que me dominou foi a risada mesmo. — Vamos dormir?

Ele apenas concordou com a cabeça, os olhinhos meio fechados como se finalmente tivesse sentido o cansaço. Levantou-se e me ajudou a empurrar o sofá de volta para sua posição original antes de irmos ao seu quarto.

Sem dizer nada — a gente já estava habituado com a rotina —, Jimin tirou sua camisa. Largou esta displicentemente em cima da cadeira de sua escrivaninha antes de se sentar na cama.

Peguei a pomada em sua escrivaninha, dentro de um copinho junto com suas canetas, pensando que por mais inusitado que fosse o lugar, era realmente prático. Jimin se virou na cama, deixando as costas em minha direção e sentei em sua cama logo atrás dele.

As cicatrizes tinham uma cara mais parecida com cicatrizes mesmo do que antes, que pareciam apenas... Cortes, cortes muito fundos. Não deixavam de ser horríveis de se observar, de imaginar seu significado, de imaginar o que perfurou Jimin daquele modo.

Mas enfim, cada dia ficava mais rápido passar a pomada. Como estava mais curado, o processo não doía tanto em Jimin quanto antes, o que era um alívio e me fazia demorar um pouco menos.

(Atenção! Conteúdo sensível!)






— Eles me dissecavam... — Jimin comentou com a voz tão baixinha que quase não ouvi. Atento ao meu silêncio, continuou. — Lá na HybridTech...

Apenas de ouvir o nome da maior indústria de híbridos do mundo, da qual Jimin fora resgatado, os pelos de meu corpo se arrepiaram por completo. Eles eram cruéis, eles eram poderosos e, sinceramente, eles pareciam imbatíveis. Eu morria de medo deles.

Eu parei de passar a pomada por um momento e pousei minhas mãos nos ombros do híbrido, tentando dar uma forma de conforto. Eu queria olhá-lo diretamente, mas eu sentia que ele tinha conseguido falar aquilo por não estar me encarando diretamente. Deve ser mais fácil, as lembranças devem parecer menos reais ao serem verbalizadas para alguém não específico.

Ou talvez porque Jimin sabia que aquilo me faria chorar.

— Eles me dissecavam todo. Mas eles não se deram ao trabalho de me matar antes disso, nem depois. Eu nem sei como sobrevivi. — Continuou confessando, ainda fraquinho. Seus ombros estavam tensos. — Às vezes tudo que eu queria era achar uma forma de simplesmente morrer... Aquilo tudo doía muito.

— Hyung... — Murmurei tão baixinho quanto ele. Eu não tinha nada para falar, não conseguia pensar em nada. Então, impotente, apenas cheguei mais perto de seu corpo e abracei sua cintura por trás..

— Eles não queriam gastar tendo que fazer um novo híbrido, então me reutilizavam para conseguir desenvolver um anfíbio humano perfeito. Me faziam tomar diversas drogas para testar e eu odiava... — Pausou sua fala, a voz embargada. O corpo pequeno tremia. Eu tinha medo de ouvir o que ele tinha a dizer, mas era nada menos que minha obrigação fazer isso. — Eu odiava as drogas porque eu sempre me sentia pior, nunca melhor. E eu odiava porque eu sabia que logo depois de um coquetel eu seria dissecado de novo...

E Jimin não aguentou. O híbrido começou a chorar copiosamente e sua dor era tão real, tão presente. Mesmo que houvesse passado muito tempo desde seus cortes, o terror, o medo e a dor estavam ali, exatamente ao meu lado.

Virei o corpo tão forte, mas ao mesmo tempo tão frágil do híbrido de sapo em minha direção, apoiando sua cabeça em meu ombro e afagando seus cabelos. Aninhei ele em meus braços o máximo que eu conseguia sem sufocar o mais velho.

— Eles eram tão horríveis, Jungkookie... Eles eram tão cruéis. Eles me deixavam naquela sala branca, terrível. Eles me deixavam trancado, naquela sala branca e não me davam água. Nem precisavam me amarrar, eu não tinha forças para fazer nada. Minha pele estava sempre partida, rachando, era como se cada célula minha estivesse rasgando o tempo todo, em qualquer movimento, até nas minhas tentativas frustradas de respirar.

O desespero, a dor era tão grande que eu sentia elas me inundarem. Mas eu precisava ser forte para Jimin. Eu precisava ouvir tudo, eu precisava, mais que nunca, estar lá pra ele.

— Quando eu estava quase morrendo sufocado eles jogavam um balde de água em cima de mim. Mas era só o suficiente para eu não morrer, sabe? — Fungou alto. — E eu sempre me perguntava, sabe? Sempre. Sempre pensava qual o sentido de viver uma vida se ela é uma morte disfarçada? Uma morte em que meu coração ainda bate?

Eu não conseguia nem me imaginar naquela situação... Era uma realidade que parecia tão distante, tão irreal. Coisa de sei lá, um filme de drama pesado. Mas aquilo tudo era real, e saber disso me deixava apreensivo e amedrontado com o mundo em que eu vivia.

— Eu tentava me matar frequentemente, mas eu não tinha forças o suficiente nem para isso... Uma vez eles fizeram uma aposta e jogaram sal em cima de mim, para ver se eu realmente pioraria, e pensei que era finalmente meu fim. Finalmente... Mas fiquei de coma por três dias dentro de uma banheira cheia de água.

A única coisa que eu podia fazer era acariciar suas costas, tão frágeis, com cuidado. Pressionar seu corpo no meu, sentir as lágrimas quentes molharem a minha blusa. Estar lá enquanto ele ora sussurrava ora soluçava tudo aquilo que sofreu, tudo que vivenciou e tudo que perdeu na HybridTech.

Passamos muito tempo daquele jeito. Ouvi, palavra por palavra, sílaba por sílaba tudo que Jimin tinha a dizer. Senti, do meu próprio jeito, sua dor. Não a dor que destruiu tudo dentro de Jimin como uma ressaca, mas como as ondas que perderam sua força e batiam com pouca intensidade contra as pedras.

— Eu achava que depois de passar por tanta dor, nunca acharia que algo ia doer tanto em mim... Mas meu coração dói mesmo assim. — Jimin deu uma risada fraca, triste e incrédula. E eu sabia que estava falando de Yoongi. — É estúpido isso doer tanto também.

Apertei seu braço, fazendo com que ele me olhasse. Meus olhos indicavam silenciosamente que não havia nada de estúpido. Afinal, ele estava sentindo.

E cada vez mais eu tinha certeza de que eu faria tudo por Jimin. Tentar tudo, alcançar tudo. Mesmo que eu não conseguisse, eu queria muito poder cicatrizar tudo. Seu corpo, seu coração, tudo. E nem que meu papel fosse pequeno naquele momento, Jimin poderia contar comigo. Como estávamos perto, eu não precisei fazer nada além de murmurar baixinho.

— Hyung... Eu estou ao seu lado.


»»❤««

Gente, eu precisaria colocar vários links aqui, mas como eu não posso, vou colocar nos comentários da divulgação da fanfic no meu Twitter @/domesticranger, tudo bem??? LEIAM PORQUE É IMPORTANTE

De acordo com um manual da Organização Mundial da Saúde que dá instruções de divulgação de suicídios, uma das coisas é fornecer alternativas e informações de grupos de apoio!

Lembrem-se que suicídio não é a única opção e que dá para vencer com ajuda dos outros! O CVV é 24h e gratuito, podendo ser encontrado pelo número 188 e no chat do site deles!

Além disso, eu tinha visto uma thread com telefones de psicólogos com preços acessíveis no twitter, mas não achei! Se alguém me achar consegue me passar o link pra eu colocar também, por favor? Mesmo se você não tiver pensamentos suicidas eu super recomendo um psicólogo (faço e amo) e existem vários com atendimento gratuito ou mais barato por aí! Uma boa dica é procurar em uma UF caso tenha uma na sua cidade!

Agora voltando ao capítulo: espero que tenham gostado!!! Eu acho ele crucial porque explica um pouco melhor do passado do Jimin e a filha da puta que é a HP. Por favorzinho, me contem o que acharam pq eu tava muito nervosa por esse capítulo aaaaaaaaaaaaaaaaaaa jikook boiolinhas pelo menos!!!

Bem, essa foi a postagem de hoje! Até próxima semana ou até o twitter!! Me achem lá, amo conversar com vocês!!! E não se esqueçam da #OsGirininhos

Beijinhos de luz e amo vocês!!!

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