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#10. CAKES GO SWEET

OI, GIRININHOS, TURUBOM? #OsGirininhos

COMO SEMPRE, MUITO FELIZ DE POSTAR PRA VOCÊS AAAAAAAAAAAAAAAAA!!! Muito obrigada por tudo, surto demais com a resposta que vocês me dão!

Boa leitura!!

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Quando eu acordei, tonto, fui checar Jimin em minha cama, mas ele já havia saído de lá. Meio confuso e sem tirar muitas conclusões porque estava sonolento demais pra isso, esfreguei meus olhos com um bocejo e levantei, largando a roupa de cama toda bagunçada enquanto eu descia as escadas pra cozinha.

Meus pais, meu irmão e Jimin já estavam lá, felizes e contentes comendo do café da manhã sempre farto — e muito doce — que era basicamente a assinatura de casa. O cheiro de café inundava o ambiente, do jeitinho que eu gostava.

Sorri com o cheiro, com o café da manhã tão familiar, com a presença dos meus pais e do meu irmão, com a tranquilidade e animação de Jimin, que falava empolgado de sua faculdade de administração com os outros. Me sentei na cadeira que estava sobrando, ao lado de Jimin e de frente pra minha mãe.

Eu sempre ficava feliz com o fato de que minha família era bem militante na causa dos híbridos. Não foi sempre assim, é claro, antes eles se incomodavam com as coisas que viam, mas evitavam conflito e me tiravam de perto. Tipo com o episódio de Taeyang... Eu demorei muito pra finalmente me abrir pra minha mãe e ouvir o lado dela da história. Eu era fujão, meus pais também, deve ser de família.

Mas enfim, desde que eu comecei a trabalhar na Hybrid Peace à distância, ainda em Busan, meus pais começaram a ficar mais atentos, mais inconformados. Mais abertos e mais conscientes. Aí agora eles são tão militudos quanto eu, e formavam a família perfeita para acomodar Jimin.

E o resumo de tudo isso era: eu estava muito, muito feliz.

— Bom dia... — Cumprimentei, ainda meio rouco por ter acabado de acordar. Todos eles responderam "bom dia" de volta em uníssono e achei esse fato fofo.

— Isso lá são horas de acordar, Jungkook? — Eu estava me servindo de um pedaço de bolo de cenoura quando meu irmão me provocou e senti algo batendo na minha cara.

— Porra! — Xinguei, fuzilando meu irmão com olhar. Ele, por sua vez, me ignorou, oferecendo e enchendo a caneca de Jimin com chá.

— Os modos na mesa, filho. — Ouvi meu pai falar com tom de tédio, como se ele não fosse obrigado a dar sermão em marmanjo adulto.

— Espero que isso tenha sido pro Junghyun hyung! — Comentei irritado ao ver o olhar de meu progenitor pousado em mim. É, tinha sido pra mim. — Mas quem jogou esse... papel? — Finalmente olhei o que tinha me atingido. Quase me distraí na acusação ao meu irmão, mas consegui completar a frase. — Foi ele!

— Veio visitar a gente pra bancar o irritadinho, é? — Junghyun alfinetou de novo, e suspirei propositalmente alto de impaciência. A plateia (vulgo Jimin e meus pais) parecia se divertir com a discussão.

— O que é isso? — Perguntei, ao abrir o papel e ver vários ingredientes. Eram compras pra cafeteria.

— Uma lista de compras. — Respondeu a parte óbvia, e revirei meus olhos de desgosto. Exageradamente, claro.

— Nossa, obrigado por essa informação tão crucial que eu não tinha notado.

— É pra você ir comprar ou não vai ter bolo de aniversário. — Ameaçou, mas eu só consegui é ficar mais puto.

— Calma, eu tenho que ir comprar os ingredientes pro meu próprio bolo de aniversário? — Bati na mesa, mas não forte demais porque ela era de vidro e minha mãe comeria meu cu se eu quebrasse ela. Ninguém pareceu muito impressionado com minha ação, então resolvi mudar de tática, fazendo uma expressãozinha de cachorro caído da mudança. — Aish, até minha família me odeia... Sou um renegado, deveria aceitar que ninguém nunca vai me amar e ficar recluso nas montanhas, cuidando de uma árvore porque ela nunca me abandonaria, por ter raízes...

— Essa tática também não vai funcionar. — Dessa vez foi minha mãe que retrucou. Eca, ela deve ter passado tempo demais com Junghyun, até estava dando as mesmas cortadas que ele. — Só sai logo e vai comprar os ingredientes, filho, que você perde menos o seu tempo. O mercado é próximo.

— Hm... — Jimin, quieto até então, pigarreou. — Feliz aniversário?

O híbrido estava claramente em choque e acabei notando que nunca tinha falado pra ele qual era meu aniversário, nem que eu tinha vindo pra Busan exatamente nessa época por causa disso. Pequenos detalhes.

— Fique tranquilo, Jimin, é só amanhã. — Minha mãe explicou, sorrindo com a fofura e confusão do híbrido.

— Típico Jungkook não falar do aniversário dele... — Meu irmão bufou mais uma vez, completamente sem paciência. — Agora termina logo esse café da manhã e vai pro supermercado.

— Eu vou com você. — Sussurrou Jimin ao meu ouvido, ainda parecendo se sentir meio culpado de não saber meu aniversário.

— Não precisa, se não quiser. E relaxa, a culpa foi minha de não ter falado do meu aniversário. — A expressão preocupada do mais velho se anuviou e ele deu um sorrisinho fraco.

— Eu vou.

--x--

— Merda! — Foi a única coisa que consegui dizer antes do carrinho de supermercado atropelar uma torre de papel higiênico ordeiramente empilhada e destruir tudo. Eu realmente era péssimo em controlar os carrinhos por Smartpod.

Aquele era um dos poucos supermercados que não trabalhava como um estoque, ou que não entregava em casa. Ainda tinham alguns desses porque haviam pessoas peculiares que não superaram o fato de não precisar caminhar pelo supermercado e escolher suas próprias coisas, tipo meus pais e meu irmão. Eles gostavam de dizer que eram vintage, mas eram só ultrapassados mesmo. Fala sério, encomendar pelo Smartpod era muito mais prático. Me mandar a lista de compras por lá também... Mas lá estava eu, com uma lista de compras de papel nas mãos.

Enfim, enquanto eu tentava desesperadamente colocar os papéis higiênicos no lugar com ajuda de Jimin, o híbrido, em si, parecia não saber muito bem se ficava preocupado ou achava aquela situação toda engraçada.

Logo um atendente robô apareceu, falando com sua voz macia e nada robotizada — voz robótica e cheia de interferências é invenção da ficção científica — para que a gente se afastasse que ele arrumaria. Era um meio humanoide, com olhinhos de LED felizes, que se apoiava numa espécie de caixa pra andar. Entendemos o que era a caixa quando diversos braços manipuladores robóticos saíram de lá e arrumaram tudo em um instante.

Jimin ficou chocado de novo. Não conhecia muito além da HP e eu evitava até assistir jornal na TV perto dele porque as notícias, de acordo com a psicóloga, poderiam trazer alguma experiência traumática à tona. Ele precisava ser reintroduzido ao mundo aos poucos.

— Uau. — Foi a única coisa que soltou, observando o trabalho rápido e eficiente do robô. Acabei rindo um pouco do fascínio dele.

Depois desse episódio traumático pra mim e um tanto divertido pra Jimin, terminamos de pegar as poucas coisas que faltavam, colocando naquele carrinho que eu tinha desistido de controlar pelos SmartPods e simplesmente começado a empurrar. Algumas pessoas lá olhavam estranho pro híbrido e, ao perceber isso, confesso que fiquei furioso, mas ao mesmo tempo não soube muito bem o que fazer. Jimin, por sua vez, parecia nem notar. Ou fingia não notar.

Indo para o caixa, o híbrido de sapo parou um pouco num corredor, refletindo um pouco antes de voltar a andar ao meu lado, mexendo nos cabelos. Atento às dicas que meu irmão deu, parei de andar, levantando uma sobrancelha pra Jimin.

— Você se interessou por algo, hyung? — Perguntei, caminhando de volta pras prateleiras que ele tinha parado na frente, era a seção de papelaria. Jimin veio atrás de mim, lambendo os lábios meio nervoso.

— Uhum... — Murmurou baixinho, concordando quase imperceptivelmente com a cabeça. Caminhou até uns papéis coloridos e canetinhas tão alegres quanto, apontando pra elas. — Você pode comprar pra mim?

Confesso que, apesar de toda a situação indicar que iria pra esse lado, fiquei surpreso. Jimin raramente pedia algo diretamente a mim. Se pedia, era sobre alguma informação nutricional que Namjoon passara quando eu não acompanhava as consultas e a gente tinha que comprar coisas diferentes pra ele comer.

— Claro, você tá até cadastrado no meu banco. É só não me falir. — Sorri, me aproximando dele. Aquilo me deixou genuinamente feliz. Estranhamente feliz. — Quais você quer?

Começou a escolher timidamente as cores, mas parecia indeciso. E eu entendia ele, todas eram muito bonitas.

— Aish, vamos só pegar tudo! Que tal? — Sugeri pra Jimin, a poucos segundos de distância de simplesmente meter a mão em tudo e derrubar no carrinho. — Tá em promoção mesmo...

— Deixa eu realizar um sonho então... — Jimin pareceu ter despertado da timidez depois de eu ter sido tão... eufórico? Se afastou um pouco, arregaçou mangas imaginárias porque ele não podia usar roupa de frio e se aproximou, batendo nos vários bloquinhos coloridos de uma vez só, derrubando todos desordenadamente no carrinho. Ele deu um sorriso e um suspiro de satisfação ao ver o estrago — Acho que cumpri meu objetivo na Terra, Jungkook. Obrigado, vou transcender agora.

— Para com isso, você é muito jovem. — Ri da satisfação do outro, do sorriso incrivelmente bonito, com um dos dentes da frente tortinhos. — Tem muito o que viver ainda.

Tendo convencido Jimin de todas as suas possibilidades de vida futuras, fomos para o caixa, pagamos tudo e despachamos tudo pelo serviço de entrega do próprio supermercado. Meus pais e meu irmão não iam me convencer a carregar peso só pelo bem do "clássico".

— Estamos perto daquela loja de sorvetes. — Comentei ao sair do supermercado e olhar ao redor. — Quer comer de novo?

Jimin topou na hora. Infelizmente, daquela vez, a moça da última vez não estava lá. Eu e o híbrido ficamos meio desanimados por causa disso, acabando comprando só picolés pra tomarmos durante a viagem.

Aproveitamos pra voltar pela beira da praia de novo, sentindo nos nossos pés a areia quentinha por causa do sol sendo refrescada pelas ondas geladas que iam e voltavam. Não conversamos muito, mas também não era necessário. Só a sensação gostosa de andar na praia era suficiente para nós dois, nascidos na cidade litorânea.

De volta em casa, meus pais já tinham recebido as compras e guardado elas. Junghyun me chamou, parecendo meio irritado, Jimin deu um risinho e aproveitou a deixa pra me largar com meu irmão, subindo as escadas.

Acabei que passei grande parte da tarde atendendo na cafeteria por ordens de Junghyun. Diz ele que era pra fazer meu bolo, mas continuei achando um absurdo. Um absurdo maior ainda era ele ter me expulsado depois de um tempo porque eu só atrapalhava. Ele nem estava lá pra ver se eu estava trabalhando bem ou não! Sem contar que eu estou mais do que acostumado a atender os clientes.

Bem, pelo menos eu pude sair de lá e, obviamente, fui procurar Jimin, nossa ilustríssima visita. Bem, ele não estava na sala, nem na cozinha, ou seja, estaria no banheiro ou no meu quarto, que eram os únicos lugares que conhecia bem na casa.

Subi as escadas e andei até meu quarto encontrando, de fato, Jimin. Ele olhava distraído na direção da janela enquanto estava sentado na cama. Quando me ouviu, virou a cabeça repentinamente, parecendo meio assustado e acho que eu conseguia ver um enrubescer em sua pele verde amarelada.

Baixando o olhar, vi seus pés mergulhados em um balde cheio de água e acho que esse era o motivo de sua repentina vergonha. Sem tomar conclusões por mim mesmo, sentei ao seu lado sem pressa, vendo o híbrido baixar os olhos e se encolher um pouquinho.

— Desculpa... — Falou num muxoxo, lambendo nervosamente seus lábios. — Meu pé se ressecou um pouco com a água do mar ontem e hoje.

— Por que você está pedindo desculpas? — Perguntei, encostando meus ombros no de Jimin e fazendo ele me encarar de volta.

— Porque estou dando trabalho de novo... — Respondeu, por fim, após uma pausa longa em que apenas me observava, meio angustiado.

Suspirei fundo, carregando uma certa tristeza pairando em meu peito, e me levantei da cama para me sentar no chão. Segurei os pés do híbrido com cuidado, tirando-os da água, tentando verificar se havia algum ferimento mais grave mas, felizmente, apesar de irritado e seco, não tinha nenhum rasgado propriamente dito.

Aquilo me lembrava da vez que tinha sufocado no parque... Ele havia ficado com machucados bem fundos nos pés na época. Meu coração pesou um pouquinho ao lembrar de Namjoon tendo que me avisar pra manter Jimin em repouso porque ele continuou indo de um lado pra outro comigo, mesmo com os pés machucados, escondendo a dor.

Pensei que eu melhorara em perceber aquelas coisas, mas aparentemente não. E eu detestava tanto aquilo, queria tanto ser melhor, ser o que Jimin merecia.

— Eu que deveria pedir desculpas... — Murmurei baixinho, mas sabia que o híbrido tinha me ouvido. Mergulhei minhas mãos para deixar uma carícia leve com os polegares no peito de seus pés. — Deveria ter notado que te ressecaria, devia ter pegado esse balde pra você.

Jimin apenas permaneceu em silêncio, o rosto ainda corado e o olhar baixo, só que pro lado, evitando o meu.

— Você não me dá trabalho, hyung... — Continuei. — Coloque isso em sua cabeça, hm? Você ainda por cima teve que arranjar esse balde sozinho... Por favor, deixe eu te ajudar.

— Mas... — O híbrido começou a retrucar.

Por favor. — Pedi ainda mais veementemente. O híbrido ficou quieto, mas com um olhar baixo. Ele não tinha aceitado aquilo.

Segurei as mãos pequenas nas minhas depois de secá-las na calça, encarando-o de um jeito que não podia mais desviar o olhar, então as pupilas horizontais finalmente se fixaram em mim.

— Hyung, é de coração... — Murmurei baixinho, fazendo com que ele tivesse que ficar mais atento para ouvir o que eu dizia. Como se eu estivesse fazendo uma confissão. — Você não me dá trabalho nenhum e, mesmo se desse, não seria problema. Você não precisa ser independente o tempo todo. Eu sou seu guardião e eu estou aqui para você. Só para você. Você pode me pedir ajuda, hm?

O híbrido permaneceu em silêncio, porém pressionava os lábios entre si, parecendo sério.

— Eu também diria que você pode contar tudo pra mim, mas eu entendo que eu não fui digno da sua confiança até então. Eu vou fazer meu melhor pra perceber até que você confie em mim, hm? — Prometi, ainda quase sussurrando. — Não é trabalho, não é obrigação, é só porque eu me preocupo de verdade com você, ok, Jimin ssi?

Felizmente, consegui arrancar um sorrisinho do outro com seu nome, o que era minha intenção. Ao mesmo tempo, ouvi meus pais gritando meu nome ao fundo. Merda de inconveniência quase que programada. Acariciei a mão pequena com os polegares uma última vez antes de me afastar um pouquinho. Jimin ainda me olhava em silêncio, mas não parecia tão sério. Seus olhos amarelados brilhavam.

— Aqui não tem nada pra fazer, você não ficou entediado? — Perguntei enquanto buscava uma nova toalha no meu armário. — Vamos lá pra sala que você consegue assistir televisão ou conversar com meus pais pelo menos.

Sequei seus pés com cuidado, só pra não molhar o caminho inteiro. Rápido, para que o híbrido não percebesse minhas intenções e me parasse, enlacei seus ombros e pernas com os braços, carregando-o como se fosse uma princesa. Mas ele era o sapo.

Desci as escadas, atraindo os olhares curiosos, porém discretos, de minha família, e deixei o híbrido no sofá, que em vez de reclamar ficou completamente estático, talvez meio assustado. Voltei pra cima para pegar o balde e trocar sua água. Dissolvi um pouquinho de hidratante na água também porque me pareceu uma boa ideia.

Deixei o balde aos seus pés de novo, deixando com que o híbrido os mergulhasse e procurei o controle da TV. Normalmente, controlávamos tudo com os SmartPods, mas como nenhum híbrido resgatado podia ter, ele tinha que dar um outro jeito de mudar o canal. Confesso que achar demorou um pouco mas, milagrosamente, encontrei o bendito no fundo de uma das gavetas que havia abaixo da TV.

Depois de entregar tudo a Jimin e garantir que a TV não estava ligada em um canal de notícias, além de jogar umas almofadas na cara dele porque ele ainda estava muito sem graça pra se sentir confortável, fui trabalhar com meus pais.

Era manhã ainda, e o movimento era relativamente grande. Muitas pessoas indo ao trabalho, à escola ou até mesmo aproveitando uma pausa. Aquela área era bem comercial, então pessoas não faltavam.

Enquanto eu me sentia suar um pouco com a correria, refleti como minha família fazia quando eu não estava lá. Tipo, é claro que eles contratavam atendentes (as de hoje eram duas meninas simpáticas), mas mesmo assim não parecia o suficiente.

Revezei entre ajudar a fazer as bebidas que pediam e servir os clientes. Foi um tanto quanto nostálgico, até porque antes de eu ir pra Seoul, nem pensávamos em ter outros funcionários além da família. Bem tradicional.

Logo antes da hora do almoço o movimento ficou um pouquinho mais tranquilo, dando tempo para que respirássemos depois da correria. Acho que meu irmão nunca fez tanto doce na vida em tempo recorde.

As atendentes saíram pra almoçar e minha mãe entrou na casa e assumi o posto dela junto ao meu pai em assar os pães e fazer os sanduíches dos clientes, além de atender.

— Jimin é muito esforçado, não? — Minha mãe voltou, me expulsando de seu posto. — Queria trabalhar, vê se pode? Fiz ele almoçar.

— Ele é incrível. — Concordei com um sorriso leve e olhei os pratos de comida que minha mãe trouxe de dentro de casa.

Eu, meu pai e meu irmão nos juntamos pra almoçar num cantinho da cozinha do café enquanto minha mãe cobria o turno com as duas atendentes que também voltaram. Era o dak galbi da minha mãe com arroz e o kimchi que meu próprio pai fermentava. Famoso sabor de casa.

Continuamos trabalhando até umas 18:00, a partir de então o expediente era todo composto por funcionários contratados porque meus pais gostavam de assistir filmes à noite e dormir cedo.

Quando entramos em casa novamente, encontrei Jimin dormindo no sofá. Acabei sorrindo inconscientemente, a verdade era que eu quase não via Jimin dormindo — ele costumava a acordar bem mais cedo do que eu — e até que a visão era bem adorável.

Para que ele não ficasse torto dormindo no sofá, fui olhar se seus pés estavam bem. Eles não estavam mais irritados, voltando à coloração verde amarelada normal e mais úmidos também. Feliz com isso, sequei seus pés com uma toalha, passei um hidratante em spray pra deixá-los hidratados mesmo assim e não acordar o híbrido antes de fazer com que ele se deitasse propriamente dito no sofá.

Fiquei satisfeito com minha obra de arte: o híbrido espalhado no sofá, cheio de almofadas na cabeça e no pescoço, além de uma que ele agarrou entre os braços enquanto eu movia ele — e me assustou achando que eu tinha lhe acordado.

Meus pais foram assistir o filme deles lá no quarto e eu acabei ficando na cozinha com meu irmão, conversando e preparando o jantar. Não era nada demais, peixe grelhado, arroz e o kimchi que nunca acabava do meu pai.

Quando terminamos de arrumar tudo, interrompemos o filme dos meus pais e eu acordei Jimin para que ele jantasse também. Não vou mentir e dizer que foi fácil acordar o híbrido, porque não foi. Ele tinha uma carinha de sono muito fofa e parecia tão tranquilo... Parecia um pecado acordar ele.

Tive que mexer em seus ombros com certa força, mas também, ele não tinha nem acordado quando o deitei. Provavelmente estava muito cansado. Ele acordou meio assustado, sentando-se bruscamente e quase batendo nossas cabeças no processo.

— Bom dia. — Acabei rindo da cara do híbrido, que ainda não interpretara o suficiente o que havia acontecido e, além de assustado, estava confuso. — O jantar está pronto. Vamos comer e depois você se deita direitinho na cama, hm?

— Aish! — Finalmente falou algo, cobrindo os olhos com as mãos, como se estivesse meio decepcionado, não sei. Sou péssimo em interpretar reações. — Eu deveria ter ajudado vocês, desculpa!

— Não deveria nada. Tá tudo certo. — Tranquilizei-o, apoiando minha mão em seu joelho tanto pra tentar passar algum conforto quanto pra me equilibrar um pouco melhor, já que estava agachado na frente do sofá. — Vamos comer, certo? Salguei bem pouco o seu peixe e já lavei umas uvas pra gente comer depois.

Levantei com um gemido, me apoiando no joelho do mesmo pra fazer força. Depois, vendo que o híbrido ainda estava de teimosia, o puxei pelas mãos para que se levantasse, arrastando ele até a cozinha e fazendo com que ele se sentasse.

— É bom comer tudo ou você vai ver só, mocinho... — Ameacei, num tom educador de brincadeira. Jimin suspirou fundo, como se aceitasse pelo menos o fato de ter que fingir aceitar... Ficou confuso, né? Mas é isso mesmo. Meu irmão, por outro lado, só ria da situação no seu canto.

Não demorou muito para que meus pais se juntassem também — eles sempre enrolavam muito se tinham que pausar o filme e tínhamos que esperar — e aí nós começamos a comer de fato.

Depois que terminamos, minha mãe, meu pai e Jimin brigaram pela louça. Acabou que o híbrido lavou porque eles negociaram e meus pais ficaram com a parte de arrumar a sobremesa.

Passamos um tempo conversando depois disso, comendo uvas e torta de chocolate — talvez não seja o cardápio mais saudável, ainda mais prum fim de noite, mas são os males de ter muitos confeiteiros na família —, antes dos meus pais irem terminar o filme deles e o resto ir dormir porque a gente não era tão animado quanto meus pais.

Andei colado no Jimin, obviamente, garantindo que ele conseguia andar bem apesar dos pés. Ele parecia bem melhor, e passou o tempo todo reclamando até a gente ir pro meu quarto e ele sentar na cama.

— Já falei pra você parar, Jungkook! — Reclamou assim que percebeu que eu segurei seus pés e ameaçava passar hidratante neles. — Eu consigo passar sozinho, por Deus.

— Eu sei que você consegue, mas também não custa nada pra mim... — Dei de ombros, mas senti uma ardência no meu braço em resposta, ficando puto. — Por que você me deu uma linguada, hyung? Isso dói!

— Porque você não me ouve! Aish, eu sou seu hyung, respeite os mais velhos. — Murmurou envergonhado, abaixando a cabeça e escondendo seu rosto atrás dos cabelos claros.

— Você que não deixa seu querido dongsaeng te ajudar... — Resolvi mudar a tática e fiz uma vozinha melancólia junto a um biquinho, como se eu fosse a pessoa mais injustiçada do mundo.

— Aish, Jungkook, não é pra você ficar chateado também... Não era pra você ter ficado irritado?

— Eu? Irritado com meu querido hyung? — Fiz uma cara de mais inocência ainda, estragando meu disfarce. Jimin claramente viu que eu estava manipulando ele de brincadeira e revirou os olhos, impaciente. — Longe de mim.

— Ah, deve ser... — Agora ele não estava mais nem tímido nem envergonhado. Talvez só bolado mesmo. Ops. — Falou o cara que ficou me enchendo o saco o tempo todo só porque eu fiquei coaxando sem querer por um tempo...

— Mas eu não tava irritado. Achei só engraçada sua vontade de transar.

— Não era vontade de transar! — Retrucou com um tom mais alto do que o normal. Era engraçado o quão irritado e envergonhado ele ficava se eu tocava nesse ponto. — Meu organismo reage naturalmente à época de reprodução dos sapos coaxando... Mas não quer dizer que eu queira reproduzir.

— Todos os seres vivos são projetados pra reproduzir e depois morrer, então talvez sim.

— Por que estamos falando de reprodução mesmo? — Se jogou na cama, sem paciência.

— Porque é engraçado. — Não aguentei segurar mais e comecei a rir muito da cara dele, o que só deixou o híbrido ainda mais irado.

— Eu enterraria minha cara num travesseiro de tanto ódio, mas eu sufocaria se fizesse isso. — Confessou em tom de reclamação e acabei rindo mais ainda, recebendo um suspiro pesado e impaciente do híbrido de volta.

— Mas você anda respirando melhor esses dias, não? — Perguntei, ficando mais sério dessa vez. Me arrastei do meu colchão no chão e apoiei a parte de cima do meu corpo na cama para poder encarar Jimin. O híbrido, ao ouvir a pergunta, voltou a se sentar, com um travesseiro no colo e uma expressão pensativa no rosto.

— Sim, muito. — Respondeu por fim. — Namjoon conseguiu consertar o efeito de uma droga que piorava ainda mais minha respiração.

— Que droga? Você já tinha tomado algo que deu errado? — O híbrido passou um tempinho quieto, mas depois assentiu em concordância.

— Não foi Namjoon hyung que me deu... — Foi a única coisa que acrescentou e, pelo seu tom, percebi que ele não queria falar mais sobre. Bem, só me restava esperar, talvez em algum momento ele me contasse melhor tudo. Ou talvez não. E não tinha problema.

— Será que um dia você vai poder usar meias? — Ajudei ele a desconversar e, por trás da expressão confusa por causa da pergunta avulsas, consegui enxergar um pouco de gratidão.

— Talvez, mas por quê? — Acabou rindo e voltei a ficar feliz. Sua risada era tão doce, tão refrescante.

— Porque tem poucas sensações mais gostosas do que andar de meia pela casa quando está friozinho... — Nossa, só de lembrar da situação eu ficava doido pra poder tirar minhas meias mais quentes do armário e usá-las.

— Você é estranho, Jeon Jungkook. — Jimin concluiu por fim, ainda rindo.

— Acho que é a primeira vez que isso não me assusta... — Pensei, meio reflexivo.

— Isso o quê? — Jimin perguntou e olhei espantado para ele. — Por acaso você pensa em voz alta, Jungkook?

— Isso nada... — Tentei desconversar, sentindo minhas orelhas arderem. Merda. Era por isso que eu não gostava de conversar muito, eu me confundia todo.

— Jogou na roda é pra falar... — Ameaçou, se aproximando de mim curioso e me cutucando consecutivamente, querendo que eu abrisse o bico.

— Como você aprendeu essa frase?

— Jin e Hoseok. — Respondeu simplesmente, dando de ombros. Fiquei revoltado, havia um tempo em que o híbrido era tão puro, inexperiente... Transformaram ele num monstro sarcástico cheio de gírias. — Mas sério, isso o quê?

— Estranho... — Murmurei por fim, enterrando minha cara na cama. Eu odiava ter que explicar meus sentimentos e, aish, eu já estava fazendo tanto esforço atualmente só pra reconhecer eles. Encarar meus medos.

— Jungkook, jogar pedaços de informação não me ajuda a entender, você sabe, né? — O híbrido retrucou, mas não tinha impaciência na sua voz dessa vez. Talvez até um toque de bondade. Acho que Jimin notou meu desconforto porque, ao contrário de mim, ele presta atenção nos sentimentos dos outros.

— Ser chamado de estranho... Em geral me assusta, mas dessa vez não assustou. Só isso. — Murmurei contra o colchão, a voz saindo ainda mais abafada. Seria uma vitória se Jimin ao menos tivesse conseguido escutar.

Senti a mão pequena do híbrido encostar em meus cabelos e me assustei um pouquinho. Fui relaxando aos poucos enquanto sentia ele correr os dedos pelos meus fios em um cafuné confortável.

— Te chamam muito de estranho? — Perguntou baixinho, como se estivéssemos compartilhando um segredo. Talvez fosse. Eu escondia aquilo, mas não conscientemente.

— Na verdade não. Foram poucas vezes. — Eu não queria soltar tudo aquilo de uma vez, pensar em tudo aquilo de uma vez. As conclusões doíam um pouco.

— Por quê? — Aish, aquela era uma pergunta muito covarde. Aposto que Hoseok tinha ensinado sobre o Golden Circle para aquele híbrido também, maldito seja.

— Porque eu não deixei que se repetissem.

— Você deu porrada em alguém? — Perguntou brincalhão. — Quantos anos você tinha?

— Não dei porrada em ninguém. — Respondi rindo, finalmente desenterrando meu rosto do colchão e apoiando ele de lado nos meus braços. Jimin tinha chegado bem perto de mim e as mãos ainda acariciavam meus cabelos. — Eu era novo, só lembro disso.

— Quer continuar conversando?

— Não... Mas talvez eu deva.

— Não precisa ter pressa. Fale um dia que você se sentir mais à vontade. — Concluiu por fim. Concordei com a cabeça, ainda aproveitando o cafuné. — Olhe, já passou de meia noite!

O híbrido então se levantou e foi até minha escrivaninha, pegando algo no fundo de uma das gavetas. Eu, por outro lado, me sentei na cama, curioso sobre o que seria aquilo.

— Não é nada demais... E você que comprou na verdade... — Ele voltou pra mim e entregou um cartão em minhas mãos. — Feliz aniversário, Jungkook.

Observei o que me foi dado. Era um cartão em forma de coelho, dobrado e feito de vários post-it coloridos, os que tínhamos comprado no supermercado. Cada um dos post-its possuíam vários desenhos e mensagens em letras pequenas. Eu não fazia a mínima ideia de como Jimin tinha feito aquilo, nem a quantidade de trabalho que teria dado.

— O coelho foi só porque seus dentes me lembram um pouquinho de um... Espero que não tenha problema... — Completou desconfortável, provavelmente por causa do meu silêncio. Mas é claro que não tinha problema, nunca teria.

Eu sentia uma ardência em todo o meu rosto, na garganta. Nos olhos e no nariz. Sentia como se eu fosse chorar, mas nem fazia sentido. Eu estava feliz, muito feliz. Me sentia verdadeiramente feliz. Aquilo parecia ter sido tão trabalhoso.

— Obrigado...

»»❤«« 

Primeiramente, mil desculpas por ter sumido nas últimas semanas tanto aqui quanto no Twitter, infelizmente a faculdade e a empresa super consumiram minha vida, mas nunca nunca deixarei de postar <3

Segundamente, muito muito obrigada por todo mundo que tem comentado, surtado comigo, interagindo no twitter e por aí vai... Realmente vocês fazem eu ter muita muita vontade de continuar escrevendo! Aliás, criaram a hashtag #OsGirininhos caso vocês queiram postar algo da fic no Twitter, porque eu sou uma porta e não sei usar o search hsuahsauhusa Meu user lá é domesticranger

Bem, não esqueça de dar o votinho (poxa, só umas 20% das pessoas que lêem votam) e espero que tenham gostado do capítulo! Ele teve menos acontecimentos porque é mais um capítulo de transição, mas estou animada pra vocês verem os próximos!

Beijinhos de luz, amo vocês E ATÉ MAIS!!!!

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