Capítulo 40: Corpo e Alma
Minho suspirou e então encarou o enfermeiro que estava em sua frente em completo silêncio, aguardando pacientemente que o mais velho explicasse seu ponto de vista em relação a pequena discussão que tiveram dias atrás.
— Eu... Eu nunca me relacionei com um homem, você é o meu primeiro namorado e eu fiquei receoso de falar abertamente para as pessoas que eu conheço sobre a gente. — Minho começou, incerto. — Achei que estava cedo e talvez eu estaria me precipitando, fora que tive medo das reações.
— Mas você não me falou. — Jisung comentou baixo. — A gente conversou sobre contar a Haneul, mas você não me disse nada relacionado a outras pessoas.
— Eu sei. Me desculpa.
— Eu me senti usado por um momento. — Jisung resmungou, desviando o olhar para as próprias mãos. — Eu pensei "puxa ele diz que está comigo, mas não assume nossa relação para a mulher que gosta dele, então ele não gosta de mim".
— Eu gosto de você, Jisung. — Minho falou rápido, segurando as mãos do mais novo. — Eu acho que nunca me apaixonei tão rápido por alguém como me apaixonei por você.
— Entendo hyung, mas palavras não bastam. — Jisung falou com um sorriso triste. — Eu queria fazer dar certo, mas agora sinceramente não sei mais o que pensar sobre nós.
— Eu quero fazer dar certo. — Minho falou convicto. — Eu sei que talvez eu tenha quebrado sua confiança, mas a gente realmente não chegou a conversar sobre o assunto... Se você me perdoar eu prometo fazer diferente.
— Hyung...
— Estou falando sério, Jisung. — O Lee o encarou. — A gente vai conversar sobre tudo, resolver as coisas e falar o que nos incomoda. Pode ser? — Minho perguntou. — Eu não quero mais brigar com você, muito menos ficar longe.
— Eu senti sua falta. — Jisung admitiu baixo, envergonhado.
— Eu também senti sua falta. — Minho falou, sorrindo minimamente. — Você me perdoa?
— Perdoo!
— Então... Aceita ser meu namorado novamente?
— Aceito. — Jisung respondeu rindo visto que o Lee balançava sua mão.
Minho sorriu e então beijou a mão do mais novo, encarando o Han enquanto sorria abertamente. O celular do Lee então tocou, fazendo-o resmungar levemente irritado.
O policial revirou os olhos ao ver que era seu irmão o ligando, logo atendeu.
— Diga. — Resmungou.
— "A mamãe me ligou e mandou eu levar Haneul para a casa dela, ela quer que o namorado a conheça." — O Hwang falou. — "Como você não voltou até agora estou sem saber se busco ela na creche e levo para a casa da mamãe ou não."
— Por que ela ligou pra você e não pra mim sendo que eu sou o pai da Hannie? — Minho perguntou desconfiado.
— "Ela ligou, mas disse que foi direto 'pra caixa. Enfim, pode levar a Hannie?"
— Pode ser, mas não traga ela muito tarde. Daqui a pouco vou 'pra casa.
— "Tudo bem. Felix me contou... Você está bem?"
— Estou... — Minho resmungou. — Estou bem. Passei no Jisung e conversei com ele.
O Lee olhou para o enfermeiro que ao ouvir seu nome arqueou a sobrancelha, levemente desconfiado. Minho riu.
— "Ah, agora entendi o motivo da demora. Até mais tarde, hyung."
E então o mais novo desligou, fazendo Minho praguejar baixinho devido sua audácia. Aparentemente Hyunjin havia perdido a noção e não o respeitava mais, ele iria ter uma conversinha com o irmão mais novo depois.
Encarou Jisung que ainda o olhava desconfiado e então riu, levantando e puxando o menor pelas mãos o obrigando a se levantar também. Minho novamente o abraçou, apoiando a cabeça no ombro do menor e suspirando.
— Eu senti tanto a sua falta. — Minho falou baixo, tocando o rosto do Han que sorriu minimamente.
— Eu também senti sua falta, hyung. — Murmurou. — Senti muita falta da Hannie também.
— Eu preciso te falar uma coisa sobre Dahyun...
— Hum. Ela tem lhe feito visitas noturnas novamente nos últimos dias? — Jisung resmungou visivelmente enciumado. — Não sei porquê você não deixa logo claro que não quer nada com ela, acaba sendo chato para os dois lados.
— Oh meu deus, estou alucinando ou esse é o lado ciumento de Han Jisung? — Minho falou rindo, recebendo um leve tapa no braço. — Estou brincando, mas o que tenho 'pra falar é sério.
Jisung o olhou confuso e levemente desconfiado, cruzando os braços enquanto esperava pacientemente que o Lee falasse de uma vez.
— Dahyun morreu. — Revelou, conseguindo notar a mudança de expressão do Han. Ele foi de uma feição desconfiada para uma perplexa em um piscar de olhos. — Ela fazia parte da mesma gangue que Taehyun, acabou nos passando alguns conhecimentos que tinha e a princípio eram informações sigilosas, mas alguém descobriu e falou para o líder e ele a matou.
— Meu deus! — Jisung falou devagar, absorvendo a informação enquanto continuava em choque com a notícia. — Eu nunca imaginei que ela... Nossa.
— Alguém do departamento está infiltrado passando formações para o líder da gangue. — Minho resmungou. — Tinha apenas três pessoas naquela sala com Dahyun.
— Se você souber quem estava, daria para observar a pessoa e até mesmo investigar, não? — Jisung perguntou incerto. — A pessoa que passou essa informação a matou indiretamente, alguma coisa tem que ser feita.
— Eu lembro claramente quem estava comigo e Namjoon naquela sala. — O Lee falou. — Vou investigar.
Jisung concordou e então abaixou a cabeça, sendo envolvido pelo Lee em mais um abraço.
*
Já havia passado algumas horas desde que Minho chegou na casa do enfermeiro e eles finalmente se resolveram. Agora estavam deitados no sofá enorme da sala abraçados, assistindo a um filme de romance adolescente.
Minho praticamente cochilava enquanto envolvia o corpo pequeno de Jisung que estava em cima do seu em um abraço. Não estava cansado, porém o filme era tedioso e estava lhe dando sono.
Ora ou outra abria os olhos levemente assustado ao ouvir a voz de Jisung comentar algo relacionado ao filme.
— Deveríamos ter assistido um hotel bom pra cachorro. — O Lee resmungou bocejando.
— Esse não é tão ruim, vai... — Jisung respondeu tentando não rir da careta que o Lee fez. — Tudo bem, não foi uma boa escolha.
— Sabe o que acontece quando a gente escolhe um péssimo filme e não aguenta terminar de vê-lo? — Minho questionou, vendo o Han negar confuso. — Vem cá.
O Lee juntou suas bocas, beijando pela primeira vez no dia, ou melhor, na semana Jisung. Minho acabou sorrindo entre o beijo, sentindo os dedos quentinhos do Han alisar sua bochecha.
Era como se o corpo de Minho estivesse entrando em combustão, estava arrepiado e seus lábios pareciam vibrar contra os lábios de Jisung. Sentia que uma onda de energia percorria todo do seu sistema nervoso, fazendo-o sentir seu coração palpitar de maneira mais acelerada conforme as bocas se moviam.
Jisung rompeu o beijo e encarou o Lee, respirando fundo enquanto sentia seu corpo vibrar levemente com a sensação dos lábios macios do Lee contra os seus. Ele poderia não falar nada, mas estava viciado em beijar Minho.
— Eles se beijam? — O Han perguntou baixo, mordendo os lábios quando sentiu as mãos quentes do Lee segurar levemente em seu pescoço.
— Eles se beijam. — Minho respondeu no mesmo tom, tomando os lábios trêmulos do Han para si novamente em um selinho. — Se beijam muito.
Jisung ergueu levemente o corpo se sentando em cima das coxas do Lee, inclinando o corpo para a frente e juntando seus lábios novamente. Minho segurou o rosto do menor com as duas mãos com uma calma e um cuidado gritante, fazendo o enfermeiro quase derreter em cima de si.
Talvez fosse por isso que Jisung gostasse tanto do policial. Ele era atencioso, cuidadoso e o respeitava. Minho era extremamente bom para si, talvez ele não o merecesse.
O enfermeiro levou suas mãos trêmulas até as do Lee, movendo-as em direção a sua cintura, sem separar seus lábios. Minho por um momento petrificou, ficando imóvel sem saber exatamente o que fazer.
— Vamos lá, Minho. — Jisung cochichou. — A partir de hoje eu vou ser seu. — Beijou a mandíbula do Lee. — De corpo e alma.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro