Minho encarava fixamente as imagens que Soobin havia conseguido para si, sequer piscava. Conseguiu identificar o lugar das fotos, tinha certeza que era no mesmo bairro, ou melhor, na mesma rua que ficava a pensão Éden.

Rapidamente imprimiu as fotos, fez algumas anotações no verso da fotografia e pegou o celular. Pegou suas coisas e rapidamente saiu de casa, trancando tudo logo depois. Haneul estava na creche, então ele não precisaria se preocupar com ela naquele momento.

Pilotou até o bairro conhecido por si, parando a moto na frente da enorme escadaria que levava até a pensão. Olhou a fotografia novamente e então deu partida de novo, precisava ir ao departamento.

Ao chegar no trabalho o Lee colocou rapidamente a moto na vaga de sempre e adentrou o lugar, tirando o capacete enquanto dava passos duros na direção da mesa do amigo e seu "chefe". Namjoon lia o jornal quando notou a presença do Lee, suspendendo o olhar para encara-lo. Minho bateu as mãos fortemente na mesa, empurrando a fotografia na direção do Kim.

— Provas. — Minho falou. — Hansol Vernon baleou Soobin e quase o matou, mas morreu em um acidente dias atrás. Eu estava lá e vi tudo, foi forjado, Namjoon. — O Lee explicou, ofegando. — Cara, me escuta. As pessoas dessa pensão planejaram o acidente.

— Você tem apenas a foto da carreta parada na frente da pensão, Minho. Isso não prova nada. — Namjoon falou calmo.

Minho empurrou a cadeira que o Kim estava sentado, digitando rapidamente algo no computador enquanto Namjoon tentava acompanhar todas as ações rápidas e imprevisíveis do Lee que estava eufórico.

Depois de ter digitado em um site a placa do veículo, foi gerado um arquivo com os dados e a foto do proprietário da carreta. O rosto de uma mulher de aparentemente cinquenta e dois anos ficou estampado, seu nome é Seoyun.

— Ela é a dona da pensão e dona da carreta, você quer mais provas do que isso? — Minho falou. — Conheci os dois filhos dela, Namjoon. Eles não aparentam ser normais. Agem de maneira suspeita, principalmente o mais velho.

— Você está paranoico. — Namjoon falou. — Irei analisar os fatos e qualquer coisa investigo. Quanto você, pode voltar a se preocupar somente com sua filha e aproveitar seus dias de férias longe desses problemas.

Minho o olhou e então lhe deu as costas, saindo rapidamente da mesma maneira que havia entrado no departamento. Encarou os veículos passarem na pista, pegando o celular e abrindo seu chat privado com Jisung. O Han não estava online, mas ele resolveu mandar uma mensagem, apesar de saber que seria ignorado como das outras vezes.

Inconformado com tudo aquilo e sentindo uma necessidade de ir visitar o Choi, resolveu ir até o hospital. Subiu novamente em sua moto e deu partida.

Minho sequer passou na recepção ao chegar, subiu até o andar que Soobin estava internado e no meio do caminho conseguiu ver Jisung adentrar um dos quartos. Ele aparentava estar cansado.

O policial mal percebeu quando seus pés se moveram na direção do mais novo, olhando através do vidro da porta para dentro do quarto com curiosidade. Minho desviou seus olhos da imagem cansada de Jisung para o corpo desacordado na cama, arregalando os olhos ao reconhece-lo.

Kim Seokjin, o marido de Namjoon, estava desacordado e quase irreconhecível devido aos machucados cobertos por ataduras. O policial deu alguns passos para trás, virando o corpo bruscamente e se encostando na parede completamente estático com a situação. Os minutos passaram e então uma pessoa saiu do cômodo e Minho automaticamente virou na direção da porta.

— Jisung... — Resmungou.

— Oi, Minho. — O Han o respondeu, olhando rapidamente o Lee antes de tentar se afastar.

— Espera! Precisamos resolver isso... — Minho falou, segurando com gentileza o pulso do enfermeiro.

— Estou trabalhando. Aqui minha prioridade são meus pacientes. — Jisung respondeu. — Depois conversamos sobre isso.

— Certo. Falando em paciente, esse é o novo que você comentou? — Minho perguntou curioso, apontando com a cabeça na direção do quarto onde o Kim estava.

— Sim. Você o conhece?

— Ele é o marido do meu chefe. — Minho resmungou. — O que aconteceu com ele?

— O corpo dele tem várias mutilações, além de resquícios de veneno no intestino. — Jisung respondeu breve. — Aparentemente alguém o torturou, ele tem alguns hematomas pelo corpo.

— Entendi. — Minho resmungou. Sua ficha parecia ter caído. Namjoon não havia sumido do departamento por causa de sua gastrite, foi por causa do marido que acabou sendo torturado pelos covardes que eles estão caçando. — Ele vai sobreviver?

— Ele se encontra estável, mas não deixa de ser um caso grave. Corre o risco do veneno continuar agindo e o matar ou até mesmo ocorrer uma hemorragia interna. — Jisung respondeu. — Ele está sendo observado e tratado, estamos fazendo todo o possível desde que ele chegou.

— Obrigado. E quanto a Soobin? Sabe quando ele vai ter alta? — Minho puxou assunto ao ver que o Han iria se afastar. Já que não podia conversar com o enfermeiro sobre sua relação, iria falar sobre o caso dos seus amigos. — Eu o visitei alguns dias atrás e ele parece recuperado.

— Ele está de recuperando bem, mas precisa continuar em observação por alguns dias. — Jisung disse. — Ele está sendo acompanhado por psicólogos também, está sendo analisado se ele ficou com algum trauma ou sequela mental devido o ocorrido.

— Entendi.

Jisung iria falar algo, mas virou o rosto ao quase cair quando alguém se esbarrou em si. Minho conseguiu segurar o enfermeiro a tempo, impedindo o mais novo de cair, encarando o rosto conhecido que parecia desesperado logo depois.

— Hueningkai? — O Lee o chamou baixo. — O que faz aqui?

Jisung olhou para o rapaz que estava parado e aparentava estar nervoso, olhando para Minho novamente.

— Você o conhece? — O Han perguntou, confuso.

— Minjun! — O mais alto falou, rindo nervoso. — Que mundo pequeno, né.

— É mesmo. O que faz aqui? — O Lee tornou perguntar, notando que o garoto parecia ter ficado ainda mais nervoso.

— Meu irmão esqueceu a marmita dele, então vim trazer. Ele... Trabalha aqui. — O garoto respondeu nervoso, evitando contato visual com os outros dois. Minho o analisou brevemente.

— Nunca vi Beomgyu por aqui e olha que frequento muito esse hospital... — Minho disse, abraçando o Han de lado que o olhou sério. — Gosto de um enfermeiro que trabalha aqui.

— Parabéns pela relação de vocês. — O outro sorriu forçado. — Mas não me referi ao Beomgyu. Enfim, preciso ir andando.

— Está andando? Posso te dar uma carona até a pensão. — O Lee ofereceu.

— N-Não precisa. — Hueningkai rapidamente negou, gaguejando. — Eu vim com a caminhonete da minha mãe.

— Veio? Estranho. — Minho resmungou, fingiu estar pensativo. — Recebi uma notícia mais cedo de que a caminhonete de sua mãe que atropelou Hansol Vernon tinha sido queimada.

Os três ficaram se encarando em silêncio, enquanto o clima parecia ficar cada vez mais pesado. O garoto em sua frente parecia cada vez mais desesperado, enquanto Jisung processava a informação confuso e Minho encarava o rapaz com um olhar julgativo.

— Quem é você afinal? — Hueningkai perguntou, encarando o Lee seriamente.

— Lee Minho, policial. — Minho o respondeu, mostrando seu distintivo. — Fui até a pensão para investigar algo, precisava de um disfarce.

— Você vai me prender? — Hueningkai perguntou.

— Vai depender do que você vai me contar. — Minho sorriu. — Vem, vamos tomar um café. — O Lee falou ao agarrar o pulso do garoto com força. — Até mais, Jisung.

Os outros dois saíram andando na direção do elevador, enquanto o Han continuou olhando-os se afastarem. Em determinado momento Hueningkai olhou para trás, fazendo um breve contato visual com o Han. Os olhos dele transmitiam um misto de nervosismo e irritação, Jisung se arrepiou.

——

Duas semanas que não consigo atualizar a fanfic na segunda, mas juro que é por falta de tempo. Infelizmente tive prova essa semana e terei nas próximas também. O pouco tempo que estou tendo irei precisar estudar, então acredito que as próximas atualizações sairão apenas nos próximos sábados. Quando tudo normalizar, voltarei com as atualizações normais. Xoxoxo