Capítulo 31: ''Rodízio''
Haneul brincava no banco traseiro do carro com suas duas bonecas, enquanto os dois aguardavam Jisung. Beirava as oito da noite, estava no final do expediente do enfermeiro e como havia prometido, Minho estava lá para busca-lo.
Não demorou tanto para que Jisung saísse do hospital apertando levemente os próprios ombros, reconhecendo o carro do Lee e caminhando calmamente até ele. Minho destravou a porta e a abriu, vendo o Han sentar no banco do passageiro ao seu lado.
— Oi! — Jisung falou, suspirando cansado e fechando os olhos por breves segundos. — Hannie, como foi na creche hoje?
— Eu ganhei essa boneca, tio Ji. — Ela o mostrou, balançando o brinquedo levemente. — A professora me deu porque eu pintei um retrato da minha família.
— É mesmo? Que bacana, Hannie. — Jisung estava virado com seu corpo para trás para olhar a garotinha, conseguiu ver ela puxar uma folha de papel e o entregar. — Eu posso ver mesmo?
O Han perguntou meio incerto, olhando de Haneul para o pai que somente ria da cena. A garotinha concordou com a cabeça freneticamente, vendo Jisung abrir a folha dobrada e encarar o desenho.
Havia seis pessoas desenhada na folha. Haneul com sua pelúcia, Minho ao seu lado e uma mulher. Jisung olhou para a garotinha rapidamente e logo depois encarou o desenho novamente, vendo que ao lado dos três havia uma senhora, um rapaz alto e outro mais baixo.
— Essa é a vovó. — Haneul apontou para a senhora. — O Tio Jinnie. — Apontou para o rapaz alto do desenho. — Tio Ji. — Mostrou o mais baixo, ouvindo a risada dos adultos. — O papa, a mamãe e eu.
Jisung sorriu contido, percebendo que Minho se virou rapidamente para si quando a garotinha lhe mostrou a mãe dela no desenho. O Lee ainda não havia dado a partida, o carro continuava parado no estacionamento do hospital.
— O desenho está lindo, Hannie. — Jisung respondeu.
— 'Obigada. — Ela sorriu, mostrando os dentes pequenos e tortinhos.
Minho pigarreou e finalmente ligou o carro, dando partida logo depois. O resto do caminho foi silencioso, visto que Jisung parecia imerso aos próprios pensamentos e estava visivelmente cansado. Haneul estava distraída brincando no banco de trás e o Lee completamente concentrado na pista.
O policial dirigiu na direção da sua casa, devido o horário não teria como eles irem jantar em um restaurante, ate porque imaginou que Jisung estava cansado também para um programa daquele.
Pensando nisso, Minho voltou para casa depois de ter passado um tempo com Soobin a tarde, preparou um jantar para eles e depois de buscar Haneul na creche a levou para passear um pouco, tendo como último ponto de parada antes de retornarem para casa, o hospital que o Han trabalhava.
O Lee estacionou o carro na garagem do seu prédio, saindo do automóvel logo depois. Jisung também saiu, encarando a fachada do condomínio rapidamente, antes de desviar o olhar para Minho que ajudava Haneul a sair do veículo.
— Eu sabia que você iria estar cansado e seria chato jantar em um restaurante assim, por isso eu preparei nosso jantar. — Minho se explicou, vendo o pequeno sorriso que o outro lhe deu.
— Obrigado, hyung.
Os três subiram. Haneul segurava a mão de Minho com uma mão e a de Jisung com a outra. A garotinha quem puxou os adultos na direção do elevador.
Ao chegarem no andar que o Lee morava, ele destrancou a porta ao digitar a senha e a abriu, dando passagem para que Haneul e Jisung adentrassem primeiro a casa. Os mais novos entraram, a garotinha correu para o próprio quarto em passos apressados enquanto o Han colocava sua bolsa no canto da porta e se aproximava preguiçosamente do sofá para se sentar.
O Lee entrou por último e então fechou a porta, caminhando até o Han e se sentando ao seu lado. Minho suspirou cansado e jogou as chaves em cima da mesa de centro, percebendo que o outro o observava em silêncio.
— Fala. O que aconteceu? — Jisung perguntou, virando um pouco o corpo na direção do Lee enquanto segurava uma de suas mãos.
— Ah, não quero falar sobre os problemas do meu trabalho com você. — Minho resmungou. — São tantos, fora que estragaria nossa noite.
— Tem certeza? Você está visivelmente mal, não quero que se sinta muito sobrecarregado com esses problemas. — O Han falou, apertando levemente o braço de Minho. — Certo, vem cá.
Jisung virou o outro com cuidado, fazendo-o ficar de costas para si. Minho o olhou por cima dos ombros sem entender, se surpreendendo quando sentiu as mãos pequenas do Han apertarem seus ombros e o enfermeiro iniciar uma massagem.
— Você está tenso. — Jisung comentou. — Tenta relaxa, ok?
Minho concordou em silêncio e então suspirou novamente, fechando os olhos na tentativa de parar de pensar nos problemas e relaxar completamente seu corpo. A massagem durou mais alguns minutos, Jisung tinha mãos leves e o Lee estava completamente entregue ao toque reconfortante em seus ombros, mas o Han parou de repente e o policial resmungou e abriu os olhos.
Haneul havia voltado para a sala enquanto comentava algo, puxando Jisung sem mais nem menos para o quarto.
— Hannie? Aconteceu alguma coisa? — Minho a questionou, preocupado com o comportamento estranho da garotinha.
— Vou brincar com o titio. — Ela respondeu.
— Princesa, vamos jantar primeiro e depois você brinca com o titio, pode ser? — Minho perguntou ao se aproximar dos outros dois, se abaixando na frente da pequena Lee.
Haneul apenas concordou com a cabeça e correu até a cozinha, pulando com certa dificuldade na cadeira enquanto observava a mesa arrumada com curiosidade. Minho riu do comportamento hiperativo da garota e arrastou Jisung para a cozinha, colocando as panelas em cima da mesa para que eles se servissem a vontade.
Minho colocou a comida de Haneul, logo depois serviu Jisung e por último se serviu, guardando as panelas no fogão novamente. O Lee então se sentou a mesa com os outros, fazendo rapidamente uma oração antes dos três começarem a comer.
*
Haneul estava deitada no tapete felpudo com os pés para cima enquanto tinha uma canetinha de hidrocor da cor rosa presa aos lábios pequenos e pintava freneticamente a folha com uma de cor verde. Os olhos pequeninos espiraram o desenho do mais velho, ficando levemente confusa.
— Titio. — Ela o chamou baixo, tirando a canetinha dos lábios. — O que é isso?
— Era pra ser um barco, não sei exatamente o que virou. — Jisung falou enquanto gargalhava, ouvindo a garota rir. — Ei, não ria do meu desenho. A artista da casa é você.
Haneul concordou e riu, voltando a prestar atenção no próprio desenho.
— Você gosta muito de desenhar? — Jisung perguntou ao vê-la terminar de pintar a boneca que havia desenhado, vendo-a concordar. — Aprendeu sozinha?
— Vovó me deu meu caderninho e canetinhas, comecei a pintar e fazer desenhos beeeeeem 'bunitos para ela. — A garotinha falou, levemente eufórica. — São presentes.
— Presentes? Que gesto bonito, Hannie.
— Não se preocupe titio, Hannie ainda vai fazer um desenho bem 'bunito pra você. — Ela falou, sorrindo meigamente.
— Ah então o titio também vai fazer um desenho bem bonito para você. — Jisung a respondeu, sorrindo da mesma forma para a garotinha que gritou um "Eba", comemorando alto.
O Han riu com a reação dela e logo os dois voltaram a se concentrar em seus respectivos desenhos, mas Minho surgiu na porta do quarto da garotinha de repente dando dois leves toques na madeira para atrair a atenção dos outros dois.
— Hora de dormir, crianças. — O Lee falou.
— Ah não, papa. — Haneul foi a primeira a reclamar, rolando de um lado para o outro no chão.
— Hannie você acabou de tomar banho, não faça isso. — Minho falou calmo. — Já está tarde e amanhã você precisa ir a creche.
— 'Puxa, quero brincar mais com o titio. — Haneul falou triste, sentando no chão.
— Eu posso vim brincar com você na minha folga, combinado? — Jisung propôs para a garotinha, vendo que ela ouvia atentamente o que ele falava. — A senhorita vai precisar me aturar por muitos dias, não se preocupe.
Haneul riu e então concordou, erguendo os braços na direção do pai completamente manhosa. Minho bufou e então riu do dengo da garotinha, erguendo o corpo pequeno e a pegando no colo. Jisung recolheu rapidamente toda a bagunça que eles dois haviam feito e guardou as coisas da Lee em cima da pequena mesa de estudo dela, deixando os outros dois no quarto logo depois.
Minho a colocou na cama e ficou um tempinho lá com a garota, contou uma historinha infantil a vendo cochilar e logo depois finalmente dormir, desejou brevemente um "boa noite, princesa" mesmo sabendo que ela não o ouviria e deu um beijo na cabeça da garotinha, saindo do quarto dela logo depois.
O Lee caminhou a passos curtos pelo corredor, cruzando a sala e encontrando Jisung em pé próximo a porta enquanto mexia no celular completamente concentrado. Minho se aproximou do mais novo e o abraçou, espiando por cima do ombro do mais baixo o que ele estava fazendo enquanto deixava um rápido beijo na mandíbula do Han.
— O que está fazendo? — Perguntou em um cochicho. — Ah não Jisung, você está mesmo chamando um táxi?
— Aham. — Jisung resmungou, olhando no aplicativo os taxistas que estavam próximos e disponíveis para a corrida. — Se tivesse mais cedo eu voltaria andando por ser perto, mas...
— Não seja bobo, você não precisa ir. — Minho falou, virando o corpo do outro com cuidado para que ele ficasse de frente pra si.
— Eu não sei... — Jisung começou, mas se interrompeu ao ver a expressão irritada do Lee. — Estamos fazendo rodízio? Ontem foi na minha casa, hoje na sua... — O Han comentou e então riu.
Minho gargalhou e concordou, beijando a ponta do nariz de Jisung antes de o dar um rápido beijo esquimó.
— Hm, sim. — Respondeu, dando de ombros. — Acho que podemos falar sim que estamos fazendo um rodízio.
Jisung concordou rindo, bloqueando o celular e ignorando completamente as mensagens que o taxista havia o mandado para confirmar a corrida. O Han espiou o corredor somente para se certificar que ninguém veria, puxando levemente o rosto de Minho e colando seus lábios em um selinho demorado logo depois.
— Vem, vamos 'pro quarto. — Minho o chamou enquanto o arrastava na direção do próprio quarto. — Hoje vamos dormir juntinhos.
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