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Capítulo 30: Pensão Éden

Depois do almoço, Minho passou em sua casa somente para tomar um banho e colocar roupas mais casuais, saindo novamente rumo a pensão. O Lee estacionou seu carro no começo da rua, andando pelo bairro enquanto observava a movimentação do lugar.

Subiu uma escadaria enorme e então virou a esquina, dando de cara com o prédio da pensão Éden. Não era um dos melhores prédios do bairro, estava rachado e não parecia nada convidativo olhando de fora.

Suspirou e então adentrou o lugar, olhando tudo a sua volta com curiosidade enquanto listava tudo mentalmente. Foi surpreendido por um rapaz que o encarou, retomando o caminho que havia feito e parando ao lado do Lee.

— Posso ajudar? — Perguntou, curioso.

— Você é o dono? — Minho perguntou.

— A minha mãe é a dona, mas ela não se encontra no momento. — O rapaz falou. — Pode me chamar de Hueningkai, prazer.

Minho observou a mão alheio estendida em sua direção e então a apertou, vendo o rapaz virar seu braço levemente enquanto encarava seu relógio de pulso.

— Bonito. Se eu fosse você não o andava com ele a mostra por aqui. — Falou simplista. — Temos alguns vândalos.

— E como sempre você fala mal daqui, né Hueningkai. — Outra voz surgiu, Minho encarou o garoto de cabelos compridos. — Quem é esse?

— Desculpe, esqueci de me apresentar. — Minho riu sem graça. — Meu nome é Lee Minjun.

— Está procurando um quarto? Infelizmente o tapado do meu irmão não sabe ser profissional. — O recém chegado falou. — Sou Beomgyu.

— Na verdade estou. Me mudei recentemente para Seoul e preciso de um lugar tranquilo para me hospedar, mas que não seja tão caro já que estou desempregado. — Minho mentiu, sorrindo simpático para os garotos que o olhava.

— Entendo. Aqui é bem tranquilo, não só a vizinhança como também os moradores da pensão. — Beomgyu tomou a palavra, fazendo sinal para que Minho o seguisse. — No momento tenho apenas dois quartos disponíveis.

— É. Essa época do ano aqui fica lotado por causa dos universitários. — Hueningkai explicou. — Ainda temos dois, você deu sorte.

— Esses dois estão disponíveis. 223 e 226.

Minho sentiu seu coração acelerar ao ficar na frente do quarto 223, pigarreando e encarando os irmãos que o acompanhavam.

— Posso ver o 223? — Perguntou, vendo os outros dois concordarem.

Rapidamente Beomgyu destrancou o quarto e abriu a porta, revelando a organização do pequeno cômodo. Minho o adentrou olhando cada pedacinho do lugar curioso, notando um mp4 em cima da mesa de madeira que tinha ali.

— Esse quarto está mesmo desocupado? — Perguntou, aproximando-se da mesa de forma sorrateira e escondendo o mp4 dentro do bolso de sua calça ao notar que os irmãos estavam distraídos o bastante para não ver sua ação.

— Sim, o antigo morador se mudou no início da semana. — Hueningkai falou, digitando algo no celular completamente distraído.

— Ah... - Minho resmungou. — Gostei do quarto. Só não é muito ventilado, né.

— A janela está emperrada, mas você pode arrumar isso se quiser. — Beomgyu quem respondeu. — Quer ver o outro?

— Claro.

Minho os acompanhou até o outro quarto e o olhou rapidamente, estava completamente limpo e arrumado. Logo depois os três voltaram para a recepção pequena da pensão.

— Obrigado por me mostrarem os quartos, irei visitar outra pensão que eu havia marcado de ir e caso ela não me agrade eu volto aqui. — O Lee falou e se curvou, esbanjando um sorriso simpático.

— Tudo bem. Até mais, Lee Minjun. — Hueningkai falou distraído, acenando.

— Até mais. — Beomgyu se limitou a dizer, observando o Lee e se virando e saindo logo depois.

Minho não demorou muito para sair da pensão, refazendo apressadamente seus passos enquanto ia na direção do próprio carro. Ao adentrar o veículo e colocar o cinto ele deu partida, saindo em uma velocidade absurda na direção do hospital. Precisava falar com Soobin.

A única coisa que passava na cabeça de Minho aquele momento era a diferença dos dois quartos que havia visto. O quarto que antes era de Hansol Vernon, se comparado ao 226, estava arrumado porém não de maneira impecável. Era como se alguém o tivesse arrumado as pressas para esconder qualquer vestígio que pudesse conter no cômodo.

O Lee estacionou seu carro no estacionamento do hospital, caminhando até a recepção e encarando a mulher que estava trabalhando lá.

— Boa tarde. — A cumprimentou cordialmente. — Vim visitar Choi Soobin.

— Nome, por favor.

Minho passou para a recepcionista seu nome e alguns dados, como por exemplo seu número para contato. Logo em seguida, ela liberou seu acesso e o Lee pôde subir para o terceiro andar, onde o amigo estava alojado.

Pediu o elevador e apertou o botão do terceiro andar se olhando rapidamente no espelho grande da cabine metálica. Logo as portas se abriram e então ele passou a caminhar na direção conhecida por si, batendo levemente na porta do quarto antes de abrir.

— Pensei que havia esquecido que eu levei um tiro. — Soobin resmungou. — Vai que você acha que estou de férias no Havaí me divertindo com morenas bonitas.

— Você é tão exagerado. — Minho respondeu, rindo. — Como está se sentindo?

— Eu 'to quase cortando meus pulsos, hyung. Não aguento mais ficar aqui vendo o tempo passar. — Soobin falou dramático, suspirando logo depois. — Nunca imaginei que reclamaria quando não tivesse nada 'pra fazer.

Minho não se conteve e acabou rindo do drama do amigo, entregando ao Choi seu notebook. Soobin o encarou levemente confuso com o ato repentino.

— Hansol Vernon. Foi ele quem atirou em você. — Minho falou, calmamente. — Eu o encontrei hoje cedo, mas infelizmente ele foi atropelado e morreu...

— O que?! — Soobin ficou mais sério, estava quase enraivecido. — Ele morreu na porcaria de um acidente?

— Não foi somente um acidente, Soobin. — Minho suspirou, sentando na poltrona que tem ao lado da cama. — Foi um acidente forjado. A intenção era matar ele sem levantar suspeitas.

— Desgraçados!

— Eu presenciei tudo e consegui memorizar a placa da carreta. 12비3954, consegue encontrar? — Minho perguntou, ouvindo o riso do amigo.

— Finalmente tenho algo 'pra fazer. Relaxa, consigo sim. — Soobin abriu o notebook. — Mando as informações que eu encontrar pro seu e-mail.

— Certo. Me mande para o e-mail pessoal. — O Lee resmungou ao se levantar. — Namjoon arquivou o caso e me dispensou por uns dias, ele não quer mais resolver isso, mas eu não vou parar.

— Certo. — O Choi respondeu. — Hyung, qualquer coisa pode contar com a minha ajuda. — Soobin falou e então sorriu para o Lee, vendo-o concordar.

Querendo ou não, eles sabiam que estavam no mesmo barco. Agora precisavam remar juntos com a força que tinham contra a maré de azar que os cercavam.

——

Lembrando que a numeração da placa utilizada é completamente fictícia (peguei números aleatórios e o caractere '''' significa ''bi'', que seria ''b'' em português. Xoxoxo. Boas festas!

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