Capítulo 24: Sorriso Abatido
Jisung estava parado na frente da creche de Haneul a esperando. O Han havia ido buscá-la uma única vez e tinha sido na companhia de Minho, se sentia levemente estranho por estar ali sozinho e receber os olhares tortos das mães que estavam próximas de si.
— Veio buscar seu irmão, rapaz? — Uma senhora o perguntou, ela exalava curiosidade. — Venho buscar meu neto todo dia, mas nunca o vi aqui.
O Han apenas sorriu minimamente para a mulher, tentou ignora-la, mas ela lhe fez a mesma pergunta mais uma vez.
— Não. Vim buscar a filha do meu... Amigo. — O Han falou calmo e meio incerto, fazendo uma careta ao falar a última palavra. Não sabia exatamente que tipo de relação tinha com Minho.
— Seu amigo deve confiar muito em você então. — A velha tornou a falar. — Ele não deveria. Não se pode confiar em ninguém hoje em dia.
Jisung bufou e a ignorou, ela continuou resmungando sobre o quão mudado o mundo e as pessoas estavam e que tudo estava bem mais perigoso atualmente do que na época que ela era mais jovem.
— Tio Ji! — Haneul gritou ao vê-lo, correndo animada e o abraçando.
Jisung a abraçou apertado e deu um rápido beijo na cabeça da garotinha, pegando a mochila lilás dela e agradecendo a uma das funcionárias da creche por seu trabalho. O Han estava se virando para sair quando a mulher o parou.
— Senhor, licença. Poderia assinar essa advertência por gentileza?
— Advertência? — Jisung novamente se virou, encarando a funcionária que estava com o papel erguido em sua direção.
— Você não é o pai de Lee Haneul? Ela recebeu uma advertência hoje devido ao seu péssimo comportamento com um colega. — A mulher explicou.
Jisung pegou o papel e leu rapidamente, encarando a garotinha que estava com a cabeça baixa e triste ao seu lado. O Han ignorou a funcionária e as outras mães que prestava atenção em si, abaixando-se na frente de Haneul.
— O que aconteceu, Hannie?
Ela negou com a cabeça e o olhou com lágrimas nos olhos pequenos, voltando a abaixar a cabeça. Jisung segurou gentilmente o rosto da garotinha fazendo-a olha-lo.
— Me diga o que aconteceu, sim? — Pediu calmo, fazendo um carinho rápido na bochecha da garota.
— O Jeongsuk brigou comigo. Ele roubou o bbama e não quis me devolver quando eu pedi, rasgou. — A garotinha mostrou sua pelúcia rasgada para Jisung, segurando o choro. — Bati nele.
— Tudo bem. — Jisung sorriu para ela e se levantou, olhando para a funcionária. — Onde Jeongsuk está? Ele também recebeu uma advertência?
— Por que ele receberia? O comportamento selvagem veio dessa pirralha. — Uma outra voz feminina soou e Jisung se virou para a mulher, encarando-a de cima a baixo. — O meu Jeongsuk jamais levantaria um dedo para ela. Ele tem os brinquedos dele, não iria querer brincar com algo tão... repugnante.
— Senhora Kim... — A funcionária resmungou.
— Então você é a responsável desse animalzinho? — Jisung perguntou, rindo. — Agora ficou mais do que claro com quem ele aprende a ser um filho da- Senhora, o seu filho deve pedir desculpas a Hannie. — Jisung respirou fundo tentando se manter calmo diante aquela situação, tentava visualizar como Minho reagiria e resolveria aquilo.
— Jeongsuk não fez nada, não deve desculpas a você e muito menos a essa piolhenta.
— Piolhenta é a sua avó. — Haneul falou mostrando a língua para a mulher.
Jisung segurou o riso vendo a mulher ficar levemente contrariada com o comentário da criança.
— Ei! Não responda minha mãe assim, sua órfã! — O garotinho gritou de volta.
— Eu não sou! — Haneul também gritou.
— Você não tem mãe! — Jeongsuk tornou a gritar.
Haneul foi pra cima do garoto e o empurrou com força, vendo-o cair no chão. O rosto da garotinha estava vermelho e as lágrimas escorriam por seu rostinho pequeno.
— Não toque no meu filho! — A mulher gritou irritada. — Sua peste, vou te ensinar uma lição!
Haneul gritou e fechou os olhos ao ver a mão da mulher erguida para lhe bater, porém Jisung se colocou na frente da garotinha e segurou com força o braço da mulher.
— Você deveria ensinar seu filho a respeitar melhor as pessoas, principalmente se elas de alguma forma forem diferente ou viverem de maneira diferente.
— Me solte, moleque! — A mulher puxou o braço, porém Jisung não a soltou. — Não fale informalmente comigo, sou mais velha que você!
— Irei ignorar a situação de hoje e espero que nenhum dos dois voltem a insultar ou querer agredir Haneul. — O Han falou sério. — Essa foi a última vez. Em uma próxima... Você irá para a cadeia ou talvez para o cemitério.
— O que?
— Eu acho que você se equivocou com a advertência, depois do que ouviu aqui imagino que saiba quem começou com isso. — Jisung falou diretamente para a funcionária, soltando a mulher e se virando. O Han rasgou o papel e o entregou a professora que o olhava em choque. — Vamos Hannie.
Ele pegou a garotinha no colo e passou a andar, ignorando todos os olhares direcionados aos dois. Foram em silêncio para casa, visto que Haneul estava mais quieta que o normal e claramente abalada pelo dia caótico na creche. O Han também estava se sentindo cansado, preferiu respeitar o espaço da garotinha.
Não demorou muito para que chegassem em sua casa, ele a colocou no chão e ela correu para o sofá se jogando nele e deitando. Jisung colocou as coisas da garotinha em cima da poltrona e então foi para a cozinha beber um pouco de água.
— Tio... Você pode não contar ao papa?
— Por que não? Ele precisa saber dessa situação. — Jisung falou calmo, aproximando-se dela.
— Ele vai ficar 'titi. — Ela comentou baixo, segurando o choro. — Ele vai querer casar com a moça ruim para eu ter uma mamãe. Eu não quero uma mamãe.
— Por que você não quer uma mãe? — Jisung se sentou ao lado dela, fazendo carinho no cabelo curto da garota.
— Eu não quero outra mamãe que não seja a minha.
Jisung a olhou por breves segundos com um sorriso abatido no rosto, ele nunca imaginou que Haneul pensava daquela maneira. Se culpava por ter cogitado que ter Minho e ele em sua vida como seus pais seria suficiente para a garotinha.
— Não se preocupe com isso Hannie. — Falou. — Vem, vamos comer algo enquanto seu pai não chega.
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