Capítulo 14: Fotografias
Minho acordou com um peso em cima de sua barriga, resmungou baixinho e então abriu os olhos enxergando a cabeleira bagunçada da garota. Haneul dormia em cima de si abraçada ao cachorrinho de pelúcia enquanto chupava dedo. O Lee acabou sorrindo ao ver o rostinho pequeno tão sereno desacordado.
Minho esticou o braço evitando mover muito o corpo e puxou seu celular para olhar as horas, ainda estava cedo. Era sete e vinte e um da manhã. O Lee abriu então seu aplicativo de mensagens, respondendo sua mãe e seu irmão que o encheu de mensagens perguntando sobre a prisão inesperada de Dahyun.
O Lee respondeu alguns amigos da corporação também, prometendo que leria alguns relatórios que eles lhe enviaram mais tarde. Na verdade, pediu para seus colegas enviarem para seu celular os arquivos dos casos que envolvia Yeonjun e a morte do prefeito Junmyeon ou qualquer caso que os envolvessem.
Por último viu a mensagem que Jisung havia o enviado ontem a noite, dizendo que preferia um almoço e enviando o endereço de onde morava. Diferente do que o Lee pensava, era um bairro próximo e de classe média.
Haneul resmungou se mexendo, parecia estar contando carneirinhos. O Lee aproveitou que a garotinha saiu de cima de si para se levantar, deixando-a dormir um pouco mais.
Minho calçou suas pantufas e foi para o banheiro com uma muda de roupas. Fez sua higiene pessoal e logo tomou uma ducha gelada, lavando o cabelo comprido. Hyunjin estava certo, precisava cortar.
Quando finalmente saiu do banheiro conseguiu ver Haneul sentada em sua cama enquanto coçava os olhos com as mãos pequenas e bocejava.
— Papa, dia. — Resmungou.
— Bom dia, princesa. — Minho a pegou no colo, beijando seu rostinho babado. — Vamos tomar um banhozinho antes do café?
— Banho não, papa. — A garotinha resmungou e o Lee a ignorou.
Minho a carregava até o banheiro, vendo-a debater os pés pequenos na tentativa falha de fugir.
— Quem você puxou para ser tão porquinha assim, em?
— O titio Jinnie. — A garotinha respondeu embolado, ouvindo Minho rir. — Quente. Banho quente.
Minho a deixou sentada no vaso para fazer suas necessidades e foi rapidamente até o quarto da garota, escolhendo uma roupa confortável para ela usar. O Lee logo retornou ao banheiro a vendo no mesmo lugar.
Ajudou a menina a descer do vaso sanitário, tirou o pijaminha dela e a colocou dentro da banheira que já tinha uma quantidade boa de água morna. Deu banho na garotinha que não parava quieta, batendo as mãos pequenas na água que espirrava alto enquanto ria.
— Haneul, fica quieta. — Minho reclamou. — Vai cair shampoo nos seus olhos se continuar assim.
— Shampoo. Shampoo.
Minho suspirou e então tirou o excesso de shampoo e sabonete do corpo pequeno a tirando da banheira e a cobrindo com sua toalha da peppa pig. O Lee a vestiu logo depois, penteando o cabelo curto para trás e o prendendo com uma pequena presilha.
— Vem, vamos tomar café. — A chamou.
— Colo, papa! — Haneul pediu e se jogou em cima do Lee enquanto ria.
Minho a pegou no colo e a levou para a cozinha. A colocou sentada em sua cadeirinha e então pegou o pão integral, queijo e presunto. Fez um rápido e simples sanduíche, colocando suco no copo plástico da polly da garotinha e a entregou seu café.
Diferente do que deu a Haneul, ele comeu uma tigela pequena de arroz com três ovos cozidos e o suco. Agradeceu mentalmente por Hyunjin ter deixado aquilo preparado para o café dele.
Depois do café a garotinha foi com o Lee para o banheiro novamente. Os dois escovaram os dentes e quando terminaram ela correu para a sala, tirando os brinquedos da caixa e começando a brincar. Minho a deixou a vontade e então foi arrumar a bagunça da cozinha, checando rapidamente os armários e vendo a quantidade absurda e desnecessária de comida que seu irmão havia comprado para abastecer. Pelo menos ele não precisaria ir ao mercado comprar nada para o almoço que faria.
Minho arrumou também os outros cômodos da casa, ignorando a sala bagunçada que Haneul ocupava. Quando terminou de arrumar tudo começou a fazer o almoço, tentando acompanhar a receita do vídeo que assistia.
*
Quando o almoço ficou pronto o Lee foi arrumar Haneul e se arrumar também, precisavam ir buscar Jisung. Deu uma rápida arrumada na sala, percebendo ser inevitável que ela pareça menos desorganizada mesmo com os brinquedos infantis dentro da caixa.
— Vamos passear onde, papa? — Haneul perguntou curiosa, enquanto o Lee colocava o cinto de segurança em sua cadeirinha. — Parquinho?
— Princesa, estamos indo buscar um amigo do papa para almoçar conosco. — Minho a respondeu calmamente.
— Um amigo?
— Sim. O titio Jisung, amigo do papa.
Ela concordou com a cabeça levemente e então seu cachorrinho de pelúcia roubou completamente sua atenção. A garotinha começou a brincar com ele e conversar, fazendo o Lee negar com a cabeça com um pequeno sorriso preso em seus lábios e logo depois dar partida no carro.
Não teve dificuldade para chegar até o bairro de Jisung, estacionando na frente da casa de dois andares. Minho encarou as enormes e exageradas janelas de vidro que pareciam brilhar, olhou o jardim bem cuidado e as diversas flores que o enfeitava. O Lee desceu do carro levando Haneul em seus braços, caminhou a passos lentos até a porta e então tocou a campainha.
Jisung abriu a porta com um sorriso no rosto, convidando o Lee para entrar. Minho então adentrou a casa, olhando rapidamente ao redor. A casa do enfermeiro tinha uma decoração bem moderna e era completamente organizada, totalmente diferente da sua.
— Me desculpe, ainda não estou pronto. — O Han falou envergonhado. — Essa fofinha é Haneul?
— Sim... — Minho sorriu. — Fala oi 'pro Jisung, princesa.
Haneul encarou o desconhecido completamente tímida, acenando e resmungando um "oi" tão baixo que os adultos quase não ouviram, escondendo seu rosto no pescoço do pai logo depois.
Jisung então riu fracamente, achando a garotinha completamente adorável.
— Pode ficar a vontade, só vou colocar meus sapatos.— Jisung avisou.
Minho concordou vendo o rapaz subir as escadas para o andar de cima com passos largos e rápidos. O Lee acabou se aproximando de uma enorme prateleira que tinha na sala, vendo alguns livros famosos nela junto a quadros de fotos.
Eram fotos de Jisung e pessoas que o Lee não conhecia, provavelmente amigos e familiares do rapaz. Dentre todas as fotografias expostas ali, não tinha nenhuma do Taehyun ou alguma em que ele estava.
Jisung retornou completamente pronto, vendo o Lee completamente concentrado nas fotografias.
— Eu tirei. — Falou, fazendo o Lee se virar meio confuso para o olhar. — Você deve estar se perguntando porque não tem nenhuma dele... Eu tirei. Estão guardadas na gaveta. — Apontou.
— Eu posso ver? — Minho pediu, completamente curioso.
Jisung deu de ombros e então se sentou no sofá ao lado de Haneul que encarava a casa curiosa, porém parecia não ter coragem o suficiente para ir explorar o lugar desconhecido.
Minho abriu a gaveta depois de suspirar, encontrando várias fotos. Pegou as fotografias nas mãos e passou a olha-las com calma, todas eram de Jisung e Taehyun.
Nas primeiras fotografias eles pareciam bem mais novos, estavam em lugares diferentes e abertos como se estivessem em encontros. As fotos se resumiam a abraços, sorrisos e beijos. Nas fotos seguintes tudo parecia estar mais distante e diferente.
Os beijos cessaram, os abraços pareciam distantes de qualquer tipo de toque direto e os sorrisos forçados. Na última foto Jisung sequer sorria, estava com um olhar distante.
— Como a relação de vocês chegou a esse ponto? — Minho acabou perguntando, guardando as fotografias novamente.
— Por mais errado que tenha sido a maneira que ele entrou em minha vida, no começo nossa relação parecia um conto de fadas para mim. — Jisung suspirou. — Mas conforme ele foi ficando abusivo comigo, eu fui perdendo o interesse e a paixão que sentia por ele...
— Paixão?
— Eu já não sei mais se realmente o amei... — Jisung novamente suspirou, sendo sincero. — Enfim, podemos ir? Estou com fome.
— Claro, podemos sim. — Minho sorriu para o outro, pegando Haneul no colo. — Fiz uma surpresa pra você.
— Adoro surpresas! — Jisung falou contente enquanto batia palminhas. Minho acabou rindo daquela reação infantil e inseperada.
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